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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

MATERNIDADE/PATERNIDADE; PONDERAÇÕES; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 






Ariovaldo D’Nicolai, residente no Jardim Mondrian, atendendo solicitações de amigos, pergunta se o centro espírita pode realizar cerimônias de casamento, como acontece nas igrejas em geral.

Não, Ariovaldo.  O Espiritismo não adota nenhum tipo de ritual ou ato celebrativo,  e nisso ele se diferencia em muito das religiões tradicionais. Nesse sentido, lendo as obras de Allan Kardec, percebemos que um dos pontos fundamentais da doutrina é valorizar o pensamento, como fonte de nossa vontade.

 Mesmo no ato da prece, que é um elemento de grande importância na doutrina, o que realmente nos liga a Deus  é o sentimento de quem ora e não os adornos exteriores. Na sua admirável simplicidade, foi assim que Jesus ensinou a orar, sem necessidade sequer de  usar muitas palavras. Basta consultemos as suas palavras nos evangelhos, especialmente em Mateus, e vamos verificar que, durante o chamado Sermão da Montanha, quando falava ao povo, ele mostrou no que consiste a oração.

 Naquela época, cerca de dois mil anos atrás,  os judeus utilizavam de uma série de símbolos e  rituais cerimoniosos que, segundo o Levítico, terceiro livro da Bíblia, teriam sido exigidos por Deus para que ele sentisse realmente adorado.  Dentre as inúmeras práticas litúrgicas ( muitas das quais foram retomadas depois pelas religiões cristãs), havia, por exemplo, o uso de roupas especiais, hinos e louvores, a circuncisão, as oferendas (geralmente sacrifícios de animais).

 Entre suas obrigações, o judeu deveria procurar Deus no templo de Jerusalém, para onde ia pelo menos uma vez ao ano, deslocando-se de qualquer ponto da província onde morava para fazer essa jornada até a capital. Acreditava-se que Deus estava no templo, no altar dos altares, lugar sagrado, onde deveriam se encontrar também as tábuas das leis,  recebidas por Moisés.

 Jesus, ao se dirigir ao povo, afirmou que o encontro com Deus pode dar-se em qualquer tempo e lugar, sem necessidade de qualquer aparato especial, pois Deus deve ser encontrado no coração de quem ora. Ele valorizou, portanto, o sentimento e não o ato em si, quando disse que, antes da oferta diante do altar, devemos buscar o adversário para se reconciliar com ele. A reconciliação – ou seja, a busca do bem dentro de si – esta é a verdadeira oferta.

 Assim também ensina o Espiritismo. Não é que a doutrina condena as manifestações e rituais religiosos. Ela apenas os considera desnecessários, quando o sentimento fala mais alto. Desse modo, o Espiritismo dispensa qualquer tipo de cerimônia religiosa e se prende unicamente ao fato de que nos ligamos a Deus pelo sentimento. Por outro lado, a doutrina considera que as pessoas, de um modo geral,  acabam se apegando mais às manifestações exteriores, à beleza da forma, esquecendo-se de se ligar ao essencial, que é Deus.

 Desse modo, Ariovaldo, não há no Espiritismo qualquer tipo de ritual ou cerimônia. A única manifestação do espírita diante de Deus é a prece humilde e sincera, que nem precisa se exteriorizar, quando é cultivada no mais íntimo da alma. Quando valorizamos mais o que está fora, esquecemos de dar o devido valor ao que vem de dentro. Não foi por outra razão que Jesus criticou tanto os fariseus, que viviam mais preocupados com os atos exteriores do que com a própria conduta.
















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