faça sua pesquisa

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

LIMITES DO PROGRESSO, MEDIUNIDADE E OBSESSÃO




terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

BUDISMO, PERDÃO E ESQUECIMENTO

Mais dois temas apreciados pelo professor José Benevides Cavalcante (FUNDAMENTOS DO ESPIRITISMO, eme):BUDISMO O Budismo (e também outras religiões) assemelha-se ao Espiritismo e os dois possuem conhecimentos tratados de forma positiva, mas diferentes, como a crença na alma imortal, no corpo passageiro, nas múltiplas reencarnações, etc.. Mas, quando seus praticantes desencarnam, eles iriam para uma espécie de "Nosso Lar Budista", construído sobre os mesmos fundamentos espíritas, mas com sutis diferenças referentes à religião oriental. Como posso saber mais sobre o assunto (conexões entre as religiões)? Você vai encontrar pontos comuns entre as religiões de todas as partes do mundo, como, por exemplo, a existência de Deus e a imortalidade da alma. Muitas noções dependem das crenças e dos valores próprios de cada nação ou coletividade, mas, no fundo, a busca da felicidade e a busca do Absoluto ( Deus) é algo que parece inerente à natureza humana, como diz Kardec. Todavia, ao contrário do Espiritismo que surgiu na França na metade do século XIX, o Budismo é uma das numerosas ordens religiosas mais antigas, que nasceram na Índia, no século IV antes de Cristo. Passou por muitas fases de desenvolvimento, tem vários ramos diferentes, desde as filosofias mais antigas às que hoje vigoram entre os povos budistas, assumindo características peculiares de acordo com as diversas culturas. Embora tenha alguns pontos que parecem semelharse ao Espiritismo, como a imortalidade e a reencarnação, há divergências de concepção dentro desses mesmos pontos, mas a moral ensinada pelo Budismo é respeitável e se identifica com a de Jesus nos seus principais pontos. Desconhecemos a existência desse "Nosso Lar Budista" a que você se refere, pois, ao que tudo indica, o Budismo, que prega a purificação da alma através do domínio sobre o corpo, nas diversas encarnações, em busca do Nirvana, que significa a paz eterna. Há muitas obras sobre Budismo e também sobre religiões comparadas, como o trabalho de Joseph Campbell, "O HOMEM E O MITO". Mas, se você quiser ler algo mais suave sobre as mais conhecidas religiões e a comparação do Espiritismo com o Budismo, veja "AFINAL, QUEM SOMOS? " de Pedro Granja, e "DOS FARAÓS À FÍSICA QUÂNTICA" de Ricardo Di Bernardi, que podem ser encontrados em livrarias espíritas. PERDÃO E ESQUECIMENTO Perdoar é esquecer? Isso quer dizer que se eu ver uma pessoa, que me prejudicou e, naquele momento, eu lembrar do mal que ela me fez, eu ainda não a perdoei? Perdoar é perder a memória? Deus nos perdoando também perde a memória? Não vamos interpretar as palavras ao pé da letra. O esquecimento do perdão não é o mesmo processo mental que impede a pessoa de evocar imagens do passado. A palavra " esquecimento", que se utiliza em relação ao perdão , é apenas um termo figurado, uma mera comparação. Refere-se tão somente ao resultado moral da compreensão que podemos ter para com aquele que nos prejudicou. Esquecer, neste caso, é procurar entender, é não desejar o mal, é não querer revidar; esquecer é desconsiderar o erro e tomá-lo por uma experiência que deve ser levada em conta como lição de vida, sem se deixar vencer pela indignação e revolta, e muito menos pelo desejo de vingança. O esquecimento do perdão é apenas um esquecimento moral, e que nada tem a ver com o esquecimento mental, processo ligado à memória, pelo qual se apaga da consciência imagens anteriormente fixadas, como acontece quando o Espírito reencarna. Assim, o esquecimento moral persiste independente da lembrança de um mal que nos foi causado, porque, ao nos depararmos com o nosso desafeto, já somos capazes de não lhe desejar o mal. 

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

TRÊS QUESTÕES SOBRE A MORTE E O MORRER


O LIVRO DOS ESPÍRITOS afirma que a única fatalidade da vida é o instante da morte. Existe data prevista para se morrer?  Com exceção do suicídio, todos os casos de desencarnação são determinados previamente pelas forças espirituais que orientam a atividade do homem sobre a Terra. (C; 148) Há planos prefixados e ocasiões previstas com relativa exatidão para o deperecimento do veículo físico; no entanto, os interessados costumam alterá-los, seja melhorando ou piorando a própria situação.  Tempo é comparável a crédito que um estabelecimento bancário empresta ou retira, segundo as atitudes e diretrizes do devedor.  Não podemos, assim, olvidar que a consciência é livre para pensar e agir, tanto nas áreas físicas quanto nas espirituais, mesmo quando jungida às consequências do passado culposo...  Qualquer dia é dia de criar destino ou reconstituir destino, de vez que todos somos consciências responsáveis. (SD, 9)  Há existências que perdem pela extensão, ganhando, porém, pela intensidade.  A visão imperfeita dos homens encarnados reclama o exame acurado dos efeitos, mas a visão divina jamais despreza minuciosas investigações sobre as causas...(OVE; 13) Nos flagelos tipo terremotos, inundações, etc  todos os que morrem estavam marcados para morrer? Durante a vida, o homem tudo relaciona ao seu corpo; entretanto, de maneira diversa pensa depois da morte. A vida do corpo bem pouca coisa é. Um século no vosso mundo não passa de um relâmpago na Eternidade.  Logo, nada são os sofrimentos de alguns dias ou de alguns meses, de que tanto vos queixais. Representam um ensino que se vos dá e que vos servirá no futuro. Os Espíritos, que preexistem e sobrevivem a tudo, formam o mundo real. Os corpos são meros disfarces com que eles aparecem no mundo.  Por ocasião das grandes calamidades que dizimam os homens, o espetáculo é semelhante ao de um exército cujos soldados, durante a guerra, ficassem com seus uniformes estragados, rotos, ou perdidos. O general se preocupa mais com seus soldados do que com os uniformes deles. Se considerásseis a vida qual ela é e quão pouca coisa representa com relação ao Infinito, menos importância lhe daríeis.  Em outra vida, essas vítimas acharão ampla compensação aos seus sofrimentos, se souberem suportá-los sem murmurar. Venha por um flagelo a morte, ou por uma causa comum, ninguém deixa por isso de morrer, desde que haja soado a hora da partida. A única diferença, em caso de flagelo, é que maior número parte ao mesmo tempo. Se, pelo pensamento, pudéssemos elevar-nos de maneira a dominar a Humanidade e a abrangê-la em seu conjunto, esses tão terríveis flagelos não nos pareceriam mais do que passageiras tempestades no destino do mundo. (LE) Para aquele que passa pela experiência qual a primeira impressão? Tudo, a princípio, é confuso.  De algum tempo precisa a alma para entrar no conhecimento de si mesma. Ela se acha como que aturdida, no estado de uma pessoa que despertou de profundo sono e procura orientar-se sobre a sua situação. A lucidez das ideias e a memória do passado lhe voltam, à medida que se apaga a influência da matéria que ela acaba de abandonar, e à medida que se dissipa a espécie de névoa que lhe obscurece os pensamentos. Muito variável é o tempo que dura a perturbação que se segue à morte.  Pode ser de algumas horas, como também de muitos meses e até de muitos anos.  Aqueles que, desde quando ainda viviam na Terra, se identificaram com o estado futuro que os aguardava, são os em quem menos longa ela é, porque esses compreendem imediatamente a posição em que se encontram.  Aquela perturbação apresenta circunstâncias especiais, de acordo com os caracteres dos indivíduos e, principalmente, com o gênero de morte. (LE;165)



terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

CULPA E DEUS E MATÉRIA

O Professor José Benevides Cavalcante (FUNDAMENTOS DA DOUTRINA ESPIRITA , eme )  responde a duas duvidas relativamente comuns.  CULPA DEPOIS DA MORTE "Por que muitos Espíritos, talvez a maioria, se sentem culpados, depois da desencarnação? Porque sentem que não fizeram o que deviam ter feito em vida ou fizeram o que fazer não deviam. A desencarnação nos desveste não só da roupagem física, mas pode nos desvestir também de alguns valores menos dignos que alimentávamos na Terra. Muitas pessoas só vão valorizar seus familiares, seus amigos, sua coletividade, quando se veem do outro lado da vida, quando sentem que perderam a oportunidade de conviver bem e de desfrutar da companhia daqueles que lhe são caros. Nunca lhes dirigiram uma palavra de aprovação ou de carinho, nunca lhes estendeu a mão ou lhes deu um abraço, nunca os apoiaram ou os ajudaram em algum empreendimento. De repente, percebem que perderam tudo e aí vêm o remorso, o sentimento de culpa, a idéia de Deus, a concepção de uma vida eterna e um julgamento implacável desfere de sua consciência contra elas mesmas. Então explode o desespero, muitas vezes, por sentirem que já entraram na eternidade das penas, pois começam a sofrer e não sabem quando tudo termina. A desencarnação, quer queiramos ou não, reserva-nos algumas surpresas desagradáveis. Por isso, seria bom que começássemos a nos reformular ainda hoje, passando a pôr em prática tudo aquilo que a nossa consciência moral nos tem mandado fazer, malgrado a nossa desobediência. Os recém-desencarnados costumam ser educados e dóceis para com os seus, porque, cientes da grande oportunidade que deixaram escapar, querem fazer agora por eles tudo o que não fizeram quando estavam na Terra. DEUS E MATÉRIA A questão 21 de O LIVRO DOS ESPÍRITOS me parece contraditória: "A matéria existe desde o princípio, como Deus, ou foi criada por ele em determinado momento? Resposta: Só Deus o sabe. Entretanto, há uma coisa que a vossa razão deve indicar: Deus, modelo de amor e de caridade, jamais esteve inativo. Por mais distante que se consiga imaginar o início da sua ação, poder-se-á compreendê-lo um segundo sequer na ociosidade?" Parece-me que a concepção de Deus, como Ser Perfeito, já é o suficiente para se inferir que ele criou a matéria num determinado momento, porque, se a matéria sempre existiu, ela poderia não ter sido criada por Deus, pois seria eterna como ele e inteligente) Esses primeiros capítulos de O LIVRO DOS ESPÍRITOS cuidam dos temas mais complexos e mais difíceis para o entendimento humano: Deus, o espírito e a matéria. Kardec procurou cercar a questão de todos os lados, segundo os conhecimentos da época, mas nem por isso conseguiu deixar tudo tão claro, a ponto de não restar dúvidas a ninguém. Seria impossível ensinar a complexidade da atomística a uma criança de pré-escola; somos como crianças, desvendando os mistérios do Universo. Aliás, os próprios Espíritos alertam Kardec sobre a impossibilidade de o homem, nesta etapa de evolução, adentrar conhecimentos mais profundos sobre a natureza de Deus e a origem do Universo, conforme lemos na resposta à questão 14. Hoje, mais do que antes, com o desenvolvimento da física quântica, a própria ciência está reconhecendo sua impotência para desvendar os mistérios que envolvem a matéria, por causa da alta complexidade dos fenômenos que ocorrem no mundo intra-atômico. Na época de Kardec, matéria era uma coisa; hoje é outra, segundo as novas concepções: o conhecimento nada mais é do que a interpretação que o homem dá ao que julga ser realidade. A questão de matéria e espírito é tão intricada que André Luiz, em "NO MUNDO MAIOR", discutindo o assunto afirma: "Quase impossível é determinar-lhes a fronteira divisória, porquanto o Espírito mais sábio não se animaria a localizar, com afirmações dogmáticas, o ponto onde termina a matéria e começa o Espírito" (cap.4, 5ª ed., FEB, p.51). Em razão disso, ainda é impossível caminhar com segurança nesse terreno. Contudo, a continuarmos estabelecendo a antiga dicotomia espírito-matéria, nos termos da metafísica aristotélica, a sua conclusão é verdadeira

sábado, 17 de fevereiro de 2018

O PENSAMENTO E O ESPIRITISMO


Quando Rene Descartes escreveu o penso, logo existo, estava enunciando uma verdade maior do que provavelmente imaginava. Quando Allan Kardec elaborou a base da original e revolucionária proposta do Espiritismo demonstrou o afirmado pelo matemático francês séculos antes, em suas reflexões sobre a importância desse atributo na vida do Ser humano. Na sequencia, alguns dos seus apontamentos respondendo a perguntas correlatas. Na REVISTA ESPÍRITA de dezembro de 1864, Allan Kardec escreve que “sem o pensamento o Espírito não seria Espírito, sendo o atributo característico do Ser Espiritual que, por sua vez, distingue o Espírito da matéria”, acrescentando que Vontade “é o pensamento chegado a um certo grau de energia, é o pensamento transformado em força motriz”. Então o pensamento não é uma reação fisiológica? O pensamento não está no cérebro, como não está na caixa craniana.  O cérebro é o instrumento do pensamento, como o olho é o instrumento da visão, e o crânio é a superfície sólida que se molda aos movimentos do instrumento.  Se o instrumento for danificado, não se dá a manifestação, exatamente como, quando se perdeu um olho, não se pode mais ver. (RE; 7/1860) O pensamento é... preexistente e sobrevivente ao organismo. Este ponto é capital. (RE;3/1867) força viva, em toda parte; atmosfera criadora que envolve tudo e todos. (NL, 37) força criadora de nossa própria alma. a continuação de nós mesmos, através da qual, atuamos no meio em que vivemos e agimos, estabelecendo o padrão de nossa influência, no bem ou no mal. (L; 17) matéria, a matéria mental, compondo maravilhoso mar de energia sutil em que todos nos achamos submersos”. (MM;4) fluxo energético do campo espiritual dos seres criados, se graduando nos mais diferentes tipos de onda, passando  pelas oscilações curtas, médias e longas em que se exterioriza a mente humana, até as ondas fragmentárias dos animais, cuja vida psíquica ainda em germe, somente arroja de si determinados pensamentos ou raios descontínuos. (MM;4) vibração e transmite-se por onda, que só excita as vibrações de ondas afins. (GS;145) Onde se forma o pensamento ? As fontes do pensamento procedem de origens excessivamente complexas.  E, nesse sentido, cada criatura humana, nos serviços comuns, reflete o núcleo de vida invisível a que se encontra ligada de mente e coração.   Assim, as esferas dos encarnados e desencarnados se interpenetram em toda a parte. (PC) Observa, pois, os próprios impulsos.  Desejando, sentes. Sentindo, pensas. Pensando, realizas. Realizando, atrais. Atraindo, refletes.  E refletindo, estendes a própria influência, acrescida, dos fatores de indução do grupo com que te afinas. O pensamento, é portanto, nosso cartão de visita. (SM,2) Todo Espírito, na condição evolutiva em que nos encontramos, é governado essencialmente por três fatores específicos, ou, mais propriamente, a experiência (conjunto de nossos próprios pensamentos); o estímulo (circunstância que nos impele a pensar) e a inspiração (conjunto dos pensamentos alheios que aceitamos e procuramos). (SM,38) Na relação da Individualidade consigo mesma, a partir de certo nível de evolução, o Ser pode experimentar graus variados de insanidade. Como distinguir a loucura patológica da loucura obsessiva? A primeira resulta de uma desordem nos órgãos de manifestação do pensamento.  Notemos que, nesse estado de coisas, não é o Espírito que é louco; ele conserva a plenitude de suas faculdades, como o demonstra a observação; apenas estando desorganizado o instrumento de que se serve para manifestar-se, o pensamento, ou, melhor dizendo, a expressão do pensamento é incoerente.  Na loucura obsessiva não há lesão orgânica; é o próprio Espírito que se acha afetado pela subjugação de um Espírito estranho, que o domina e subjuga.  No primeiro caso, deve-se tentar curar o órgão enfermo; no segundo basta livrar o Espírito doente do hóspede importuno, a fim de lhe restituir a liberdade.  Casos semelhantes são muito frequentes e muitas vezes tomados como loucura o que não passa de obsessão, para a qual deveriam empregar meios morais e não duchas.  Pelo tratamento físico e, sobretudo, pelo contato com os verdadeiros alienados, muitas vezes tem sido determinada uma verdadeira loucura onde esta não existia.  Abrindo novos horizontes a todas as ciências, o Espiritismo vem, também, elucidar a questão tão obscura das doenças mentais, ao assinalar-lhes uma causa que, até hoje, não havia sido levada em consideração – causa real, evidente, provada pela experiência e cuja verdade mais tarde será reconhecida. (RE, 3/1862)



quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

UM CASO DE MISTIFICAÇÃO


O fato está relatado na edição de junho de 1860 da REVISTA ESPÍRITA. Reporta-se à reunião da Sociedade Espírita de Paris da Sexta-feira, 18 de maio de 1860 Após os procedimentos de praxe, foi tratado o caso de uma mistificação havida em reunião anterior, onde um Espírito tentou se passar pelo dirigente espiritual das atividades do grupo: São Luiz. Feitas as leituras de Comunicações diversas: o assunto passou a ser o esclarecimento da ocorrência. P. – Por que São Luís não se comunicou sexta-feira passada pelo Sr. Didier, e deixou falasse um Espírito enganador? Resp. – São Luís estava presente, mas não quis falar. Aliás, não reconhecestes que não era ele? É o essencial. Não fostes enganados, desde que vos destes conta P. Com que objetivo ele não quis falar? Resp. – Podeis perguntar a ele mesmo. Está aqui. P. São Luís poderia esclarecer o motivo de sua abstenção? Resp. – Ficastes contrariado com o que aconteceu; entretanto, deveis saber que nada acontece sem motivo. Muitas vezes há coisas, cujo objetivo não compreendeis, que a princípio parecem más, porque sois muito impacientes, mas cuja sabedoria mais tarde reconheceis. Ficai, pois, tranquilos e não vos inquieteis por nada; sabemos distinguir os que são sinceros e velamos por eles. P. Se foi uma lição que quisestes nos dar, eu a compreenderia, quando estamos entre nós; mas em presença de estranhos, que poderiam ficar mal impressionados, parece que o mal sobrepuja o bem. Resp. – Laborais em erro, vendo as coisas assim. O mal não consiste naquilo em que acreditais, e eu vos asseguro que houve pessoas aos olhos das quais essa espécie de revés foi uma prova da boa-fé de vossa parte. Aliás, do mal muitas vezes resulta o bem. Quando vedes um jardineiro cortar os belos ramos de uma árvore, deplorais a perda da verdura, e isso vos parece um mal; porém, uma vez suprimidos esses ramos parasitas, os frutos são mais belos e saborosos: eis o bem, e então achais que o jardineiro foi sábio e mais prudente do que supúnheis. Do mesmo modo, se se amputa um membro de um doente, a perda do membro é um mal, mas, após a amputação, se fica melhor, eis o bem, porque talvez lhe tenham salvo a vida. Refleti bem nisto e havereis de compreender. P. É muito justo. Mas como se explica que, apelando aos Espíritos bons e lhes pedindo que afastem os impostores, o apelo não seja atendido? Resp. – É atendido, não o duvideis. Mas estais bem seguros de que o apelo procede do fundo do coração de todos os assistentes, ou que não haja alguém que, por um pensamento pouco caridoso e malévolo, ou pelo desejo, atraia para o meio de vós os Espíritos maus? Eis por que vos dizemos incessantemente: Sede unidos; sede bons e benevolentes uns para com os outros. Disse Jesus: “Quando estiverdes reunidos em meu nome, estarei entre vós”. Acreditais, por isso, que basta pronunciar o seu nome? Não o penseis e convencei-vos de que Jesus não vai senão aonde é chamado pelos corações puros; aos que praticam os seus preceitos, porquanto esses estão verdadeiramente reunidos em seu nome. Não vai aos orgulhosos, nem aos ambiciosos, nem aos hipócritas, nem aos que falam mal do próximo. Foi a eles que Jesus se referiu: “Não entrarão no reino dos céus”. P. Compreendo que os Espíritos bons se afastem dos que não lhes ouvem os conselhos; mas se, entre os assistentes, há mal intencionados, é isto uma razão para punir os outros? Resp. – Admiro-me de vossa insistência. Parece que me expliquei com muita clareza para quem queira compreender. É preciso repetir que não vos deveis preocupar com tais coisas, que são puerilidades junto ao grande edifício da doutrina, que se ergue? Acreditais que vossa casa vai cair porque se desprende uma telha? Duvidais de nosso poder, de nossa benevolência? Não? Pois bem! deixai-nos então agir e ficai certos de que todo pensamento, bom ou mau, tem seu eco no seio do Eterno. P. Nada dissestes a respeito da invocação geral que fazemos no começo de cada sessão. Podeis dizer o que pensais? Resp. – Deveis sempre apelar aos Espíritos bons; a forma, bem o sabeis, é insignificante: o pensamento é tudo. Admirai-vos do que se passou; mas examinastes bem o rosto dos que vos escutavam quando fazíeis essa invocação? Não percebestes, mais de uma vez, o sorriso de sarcasmo em certos lábios? Que Espíritos pensais que tragam essas pessoas? Espíritos que, como elas, se riem das coisas mais sagradas. É por isso que vos digo para não admitirdes o primeiro que vier, evitando os curiosos e os que não vêm para se instruírem. Cada coisa virá a seu tempo e ninguém pode prejulgar os desígnios de Deus. Em verdade vos digo que aqueles que hoje sorriem destas coisas não rirão por muito tempo. São Luís


domingo, 11 de fevereiro de 2018

BONDADE DE DEUS


Por vezes, situações enfrentadas na vida nos fazem perguntar: Deus Existe? Certamente este é o sentimento da pessoa que propôs a questão que na sequencia o professor José Benevides Cavalcante ( FUNDAMENTOS DA DOUTRINA ESPÍRITA, eme) tentará responder. Explica o leitor:"Muitas vezes me surpreendo duvidando de Deus, porque acho que a vida poderia ser melhor se Deus me ajudasse nas horas mais difíceis. Tenho uma vida muito difícil e, nem bem me vejo livre de um problema, surge outro. Agora mesmo, estou com um problema de saúde e não vejo solução. Quero saber onde Deus entra nisso. Se a gente está sendo sincero e bom, porque Deus não ajuda? Vejo pessoas, que tem uma vida desregrada, e não passam por estes problemas”. A sua pergunta se resume no seguinte: você quer saber em que consiste a Justiça de Deus, talvez inconformado com os seus problemas. Vamos tentar responder esta questão em duas partes. Primeiramente, se você não conhece o Espiritismo, precisa saber que, pela Lei de Causa e Efeito, nada acontece por acaso em nossa vida. Tudo tem uma razão de ser: a dor e o prazer, a alegria e a tristeza. Não estamos na Terra pela primeira vez e se, aparentemente, estamos sofrendo uma injustiça, resta saber como a nossa vida vem se desenvolvendo do passado, de outras encarnações, para que chegássemos ao ponto que chegamos, para que sofrêssemos o que estamos sofrendo hoje. Não há ira, nem castigo de Deus: há, apenas e tão somente, um encadeamento de causas e efeitos (Lei Natural ou Lei Divina), que redunda na experiência de vida de cada um de nós. Aquilo que chamamos sofrimento - ou seja, toda situação de desconforto físico ou moral - decorre de nossas necessidades evolutivas e são indispensáveis para o nosso crescimento. Mas, se você busca toda felicidade na Terra, sua frustração será imensa, pois, por este planeta, estamos apenas de passagem; não é uma experiência para a felicidade completa. Isso não quer dizer que nos acomodemos aos problemas e dificuldades naturais de nossa existência; pelo contrário, precisamos lutar pelos nossos bons objetivos até o limite de nossas forças. Cada Espírito percorre o seu caminho e, ao longo dele, passa por situações adequadas às suas condições de progresso. Além do mais, o seu julgamento a respeito da vida de outras pessoas baseia-se apenas numa visão superficial e ilusória: todos - absolutamente todos - sofrem neste mundo, seja de uma forma ou de outra; nós é que não sabemos o que se passa no íntimo de cada um. Leia, com atenção, em O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO de Allan Kardec, o capítulo "Bem-aventurados os Aflitos", os dois ítens: "Causas Atuais das Aflições" e "Causas Anteriores das Aflições", para perceber com mais detalhes o que está se passando na sua vida. Em segundo lugar, é preciso saber em que deus você acredita. Existe o deus antropomórfico, criado pelo homem , que tem todas as características humanas. Esse deus - como no tempo de Moisés - tem seus protegidos e também seus inimigos: não é preciso dizer que ele ajuda os primeiros e prejudica os outros ( consulte os primeiros livros da Bíblia e você verá). A maioria das pessoas parecem acreditar na existência desse modelo de deus e se dirigem a ele, como se dirigisse a uma pessoa humana, esperando reações diversas conforme seu estado de humor. Quando conseguem seus intentos, acreditam que foram ajudadas; quando não os conseguem, consideram-se esquecidas ou prejudicadas, como você. Por isso, esse modelo de deus não é compatível com a Justiça e com o Amor, porque não passa de um deus-homem, com suas paixões e caprichos. Jesus nos passou um Deus Perfeito, que não esquece ninguém, que não desampara ninguém, que não tem preferências sobre este ou aquele, que tudo já providenciou para todos ( a Providência Divina), deixando a cada um a liberdade de seguir o próprio caminho. Este Deus, que criou o Universo e o homem, já nos deu tudo que precisávamos para evoluir em busca da felicidade, mas, como Ele quer sejamos perfeitos para sermos felizes, deu-nos sobretudo o poder de dirigir nosso próprio destino e alcançarmos a nossa suprema realização pelos próprios méritos. Leia em 'O CÉU E O INFERNO" de Allan Kardec, o capítulo "Código Penal da Vida Futura" e a obra de Fernando Ortiz, "A FILOSOFIA PENAL DOS ESPÍRITAS", Editora LAKE.

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

O ESPIRITISMO E OS SONHOS

A Ciência afirma que todos os mamíferos sonham. Desde Freud as mais diferentes teses são apresentadas para justificar e explicar essa experiência tão importante na vida das criaturas humanas. Na sequência reunimos alguns dos elementos oferecidos pelo Espiritismo para entendimento da questão.Das conclusões do Psiquiatra Freud (1900), expostas no livro A INTERPRETAÇÃO DOS SONHOS - às observações dos Neurocientistas sobre o sono chamado REM – Movimento Rápido dos Olhos (1953), muitas descobertas no campo da Fisiologia e da Mente foram consumadas. Respectivamente cinquenta e cem anos antes, o pesquisador Allan Kardec incluiu n’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS, originais e substanciais revelações sobre o tema sono. O que dizem elas? O sono natural é a suspensão momentânea da vida de relação.  Entorpecimento dos sentidos durante o qual se interrompem as relações da alma com o mundo exterior por meio dos órgãos. (IPME) O sono liberta parcialmente a alma do corpo.  Quando o homem dorme, momentaneamente se encontra no estado em que estará de maneira permanente após a morte. Por efeito do sono, os Espíritos encarnados estão sempre em relação com o Mundo dos Espíritos. Nisso que chamais sono só tens o repouso do corpo, porque o Espírito está em movimento.  No sono, ele recobra um pouco de sua liberdade e se comunica com os que lhe são caros, seja neste ou em outros mundos.  Mas como o corpo é de matéria pesada e grosseira, dificilmente conserva as impressões recebidas pelo Espírito, mesmo porque o Espírito não as percebeu pelos órgãos do corpo.  (LE) No sono é só o corpo que repousa, o Espírito não dorme.  As observações práticas provam que, nessas condições, o Espírito goza de toda a liberdade e da plenitude das suas faculdades; aproveita-se do repouso do corpo, dos momentos em que este lhe dispensa a presença, para agir separadamente e ir aonde quer.  Durante a vida, qualquer que seja a distância a que se transporte, o Espírito fica sempre preso ao corpo por um cordão fluídico, que serve para atraí-lo, quando a sua presença se torna necessária.  Só a morte rompe esse laço. (OQE,136) Os sonhos não são então mero efeito dos conflitos do inconsciente e consciente? Entre os sonhos uns há que têm um caráter de tal modo positivo que, racionalmente, não poderiam ser atribuídos apenas a um jogo da imaginação; tais são aqueles nos quais se adquire, ao despertar, a prova da realidade do que se viu, e em que absolutamente não se pensava.   Os mais difíceis de explicar são os que nos apresentam imagens incoerentes, fantásticas, sem realidade aparente. As pessoas que se veem em sonho, são sempre aquelas das quais tem o aspecto? São, quase sempre, essas mesmas pessoas que vosso Espírito vai encontrar ou que veem vos encontrar. (LM, 4/100)  Se sonhamos mais frequentemente com as que constituem nossas preocupações é que o pensamento é um veiculo de evocação e por ele chamamos a nos o Espírito dessa pessoas, quer estejam elas encarnadas ou não. (IPSME) As experiências vividas nos sonhos  então não devem ser levadas a sério? Necessariamente incompleta e imperfeita é a visão espiritual nos Espíritos encarnados e, por conseguinte, sujeita a aberrações.  Tendo por sede a própria alma, o estado desta há de influir nas percepções que aquela vista faculte.  Segundo o grau de desenvolvimento, as circunstâncias e o estado moral do indivíduo, pode ela  dar, quer durante o sono, quer no estado de vigília:  1º - a percepção de certos fatos materiais e reais, como o conhecimento de alguns que ocorram a grande distância, os detalhes descritivos de uma localidade, as causas de uma enfermidade e os remédios convenientes;  2º - a percepção de coisas igualmente reais do mundo espiritual, como a presença dos Espíritos;  3º - imagens fantásticas criadas pela imaginação, análogas às criações fluídicas do pensamento.  Estas criações se acham sempre em relação com as disposições morais do Espírito que as gera.  É assim que o pensamento de pessoas fortemente imbuídas de certas crenças religiosas e com elas preocupadas lhes apresenta o inferno, suas fornalhas, suas torturas e seus demônios, tais quais essas pessoas os imaginam.  Às vezes, é toda uma epopeia.  (G, 14:27/28)




segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

A MISSÃO DO ESPIRITISMO

O artigo abre a edição de abril de 1859 da REVISTA ESPÍRITA com Allan Kardec oferecendo aos leitores argumentos sobre a missão do Espiritismo. Diz ele: - Todos nós, sem exceção, mais cedo ou mais tarde atingiremos o termo fatal da vida; nenhuma força nos poderá subtrair a essa necessidade, eis o que é positivo. As preocupações do mundo muitas vezes nos desviam o pensamento daquilo que se passa além-túmulo; quando, porém, chega o momento supremo, poucos são os que não se perguntam em que se transformarão, pois a idéia de deixar a existência sem possibilidade de retorno tem algo que corta o coração. Realmente, quem poderia encarar com indiferença a hipótese de uma separação absoluta e eterna de tudo quanto amou? Quem poderia ver sem pavor abrir-se à sua frente o imenso abismo do nada, em que iriam desaparecer para sempre todas as nossas faculdades, todas as nossas esperanças? “Quê! depois de mim o nada; nada mais que o vazio; tudo acabado e sem retorno; mais alguns dias e a minha lembrança se apagará na memória dos que me sobreviverem; em breve não restará nenhum traço de minha passagem na Terra; o próprio bem que fiz será esquecido pelos ingratos a quem obsequiei; e nada compensará tudo isso, nenhuma outra perspectiva a não ser meu corpo sendo roído pelos vermes.” Este quadro do fim de um materialista, traçado por um Espírito que tinha vivido esses pensamentos, não tem algo de horrível, de glacial? Ensina-nos a religião que não pode ser assim, e a razão no-lo confirma. Mas essa existência futura, vaga e indefinida, nada tem que satisfaça o nosso amor do que é positivo. É isso que gera a dúvida em muitas pessoas. Consideremos que tenhamos uma alma. Mas o que é a nossa alma? Terá uma forma, uma aparência qualquer? É um ser limitado ou indefinido? Dizem uns que é um sopro de Deus; outros que é uma centelha; outros, que é uma parte do grande todo, o princípio da vida e da inteligência. Mas o que significa tudo isso? Diz-se, ainda, que é imaterial. Mas uma coisa imaterial não poderia ter propriedades definidas; para nós isto nada representa. Ensina-nos ainda a religião que seremos felizes ou infelizes, conforme o bem ou o mal que houvermos feito. Mas o que é essa felicidade que nos espera no seio de Deus? Será uma beatitude, uma contemplação eterna, sem outro objetivo além de cantar louvores ao Criador? Serão as chamas do inferno uma realidade ou uma ficção? A própria Igreja o entende nesta última acepção, mas quais são esses sofrimentos? Onde o lugar do suplício? Em suma, o que se faz e o que se vê nesse mundo que nos espera a todos? Diz-se que ninguém voltou até agora para nos dar informações. Eis aí um erro, e a missão do Espiritismo é precisamente esclarecer-nos sobre esse futuro, fazendo-nos, até certo ponto, tocá-lo e vê-lo, não mais pelo raciocínio, mas pelos fatos. Graças às comunicações espíritas isso já não é uma presunção, uma probabilidade, sobre a qual cada um imagina à vontade, os poetas embelezam com as suas ficções ou semeiam de imagens alegóricas e enganadoras; é a própria realidade que nos aparece, pois são os próprios seres de além-túmulo que nos vêm descrever a sua situação e dizer-nos o que fazem, permitindo-nos, por assim dizer, assistir a todas as peripécias de sua nova vida e mostrando-nos, desse modo, a sorte inevitável que nos aguarda, conforme nossos méritos e deméritos. Haverá nisso algo de anti-religioso? Muito ao contrário, pois os incrédulos nele encontram a fé e os tíbios uma renovação do fervor e da confiança. O Espiritismo é, pois, o mais poderoso auxiliar da religião. Se existe é porque Deus o permite, para reanimar nossas esperanças vacilantes e nos reconduzir à senda do bem, pela perspectiva do futuro que nos aguarda.

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

RECORDAÇÕES DO PASSADO E SUICÍDIO FRUSTRADO

O Professor José Benevides Cavalcante (FUNDAMENTOS DA DOUTRINA ESPIRITA , eme )  responde a duas duvidas relativamente comuns.  REVELAÇÕES DO PASSADO Como podemos explicar, do ponto de vista espírita, que tantas pessoas, que passaram pela Terapia de Vidas Passadas, talvez a maioria delas, se lembrem de terem sido reis, príncipes, chefes de estado e personalidades importantes da História? Será que elas estão imaginando tudo isso ou, no passado, havia mais gente importante do que pessoas comuns? Vários terapeutas espíritas têm se preocu pado com as reportagens que a televisão costuma apresentar ao público leigo, fazendo apologia da TVP, através de exageradas revelações que fluem com muita facilidade da mente dos pacientes para o público. Dizem que, além do exagero promocional da TV, é difícil para o profissional separar o que é a lembrança do real da mera fantasia criada pela mente imaginosa, e que o objetivo da terapia não é a revelação do passado, mas a cura. O terapeuta pode sentir a mente supercriativa, recurso comum para a alimentação do ego, mas dificilmente saberá separar com precisão o real do imaginário. Além disso, TVP não é Espiritismo, não tem por fim verificar a realidade ou não dos relatos apresentados pelo paciente; é apenas uma técnica de tratamento psicológico surgida nos Estados Unidos, há alguns anos atrás. A Doutrina Espírita tem um posicionamento inequívoco a respeito de revelações do passado em O LIVRO DOS ESPÍRITOS , valorizando o fenômeno do esquecimento como meio de defesa da mente encarnada, razão pela qual para ela a regra é não se lembrar de encarnações anteriores. No entanto, mesmo no meio espírita, por ignorância ou vaidade, muitos grupos se utilizam do expediente perigoso da revelação, apresentando aos consulentes histórias que servem para identificá-los com personalidades importantes do passado, sem o mínimo critério crítico de análise. Tal procedimento, além de não se coadunar com a moral espírita, fere frontalmente o princípio lógico do bom senso, defendido por Erasto em O LIVRO DOS MÉDIUNS ( “É preferível rejeitar nove verdades a aceitar uma só falsidade”) e ratificado por Allan Kardec em toda sua obra. SUICÍDIO FRUSTRADO - Certa vez, quando passava por um período muito crítico, com muitos problemas na família, levantei de madrugada e resolvi acabar com minha vida. Eu tinha guardado no armário da cozinha um pacote contendo poderoso veneno, que seria a solução para o meu caso. Dirigi-me à cozinha, revirei o armário, mas não o encontrei. Eu estava muito bem acordada. Voltei frustrada para a cama e acabei dormindo. No outro dia de manhã, já refeita, a minha disposição para a vida era outra. Foi, então, que voltei ao armário e encontrei o pacote do veneno exatamente no lugar onde o tinha deixado antes e onde não o encontrei naquela madrugada. Nunca soube explicar o caso. É possível que, por algum merecimento, você tenha tido ajuda de amigos desencarnados que, a par de seus problemas existenciais, socorreram-na naquela noite, tirando o veneno de seu campo de visão ou, até mesmo, desmaterializando o pacote. A primeira explicação, fenômeno de efeito psicofisiológico, é a mais plausível, mesmo porque as circunstâncias ( por ser madrugada e as próprias percepções estarem sujeitas a distorções) eram favoráveis para isso. Em algumas ocasiões, pessoas tentam o suicídio, mas não conseguem seu intento: uma dose insuficiente de veneno ou algum outro erro de estratégia, uma pessoa que aparece no momento oportuno para socorrer ou outra circunstância qualquer interferindo no plano, são os meios que a Espiritualidade lança mão - às vezes, com sucesso - para frustrar o suicídio e dar outra nova oportunidade para a pessoa. Nem todos têm essa sorte e escapam ao aloucado ato, de modo que aqueles que sobreviveram a uma situação tão infeliz,devem agradecer a Deus, valorizar mais a vida e trabalhar tenazmente por um ideal, que é o que falta para grande parte das pessoas.