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terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

CULPA E DEUS E MATÉRIA

O Professor José Benevides Cavalcante (FUNDAMENTOS DA DOUTRINA ESPIRITA , eme )  responde a duas duvidas relativamente comuns.  CULPA DEPOIS DA MORTE "Por que muitos Espíritos, talvez a maioria, se sentem culpados, depois da desencarnação? Porque sentem que não fizeram o que deviam ter feito em vida ou fizeram o que fazer não deviam. A desencarnação nos desveste não só da roupagem física, mas pode nos desvestir também de alguns valores menos dignos que alimentávamos na Terra. Muitas pessoas só vão valorizar seus familiares, seus amigos, sua coletividade, quando se veem do outro lado da vida, quando sentem que perderam a oportunidade de conviver bem e de desfrutar da companhia daqueles que lhe são caros. Nunca lhes dirigiram uma palavra de aprovação ou de carinho, nunca lhes estendeu a mão ou lhes deu um abraço, nunca os apoiaram ou os ajudaram em algum empreendimento. De repente, percebem que perderam tudo e aí vêm o remorso, o sentimento de culpa, a idéia de Deus, a concepção de uma vida eterna e um julgamento implacável desfere de sua consciência contra elas mesmas. Então explode o desespero, muitas vezes, por sentirem que já entraram na eternidade das penas, pois começam a sofrer e não sabem quando tudo termina. A desencarnação, quer queiramos ou não, reserva-nos algumas surpresas desagradáveis. Por isso, seria bom que começássemos a nos reformular ainda hoje, passando a pôr em prática tudo aquilo que a nossa consciência moral nos tem mandado fazer, malgrado a nossa desobediência. Os recém-desencarnados costumam ser educados e dóceis para com os seus, porque, cientes da grande oportunidade que deixaram escapar, querem fazer agora por eles tudo o que não fizeram quando estavam na Terra. DEUS E MATÉRIA A questão 21 de O LIVRO DOS ESPÍRITOS me parece contraditória: "A matéria existe desde o princípio, como Deus, ou foi criada por ele em determinado momento? Resposta: Só Deus o sabe. Entretanto, há uma coisa que a vossa razão deve indicar: Deus, modelo de amor e de caridade, jamais esteve inativo. Por mais distante que se consiga imaginar o início da sua ação, poder-se-á compreendê-lo um segundo sequer na ociosidade?" Parece-me que a concepção de Deus, como Ser Perfeito, já é o suficiente para se inferir que ele criou a matéria num determinado momento, porque, se a matéria sempre existiu, ela poderia não ter sido criada por Deus, pois seria eterna como ele e inteligente) Esses primeiros capítulos de O LIVRO DOS ESPÍRITOS cuidam dos temas mais complexos e mais difíceis para o entendimento humano: Deus, o espírito e a matéria. Kardec procurou cercar a questão de todos os lados, segundo os conhecimentos da época, mas nem por isso conseguiu deixar tudo tão claro, a ponto de não restar dúvidas a ninguém. Seria impossível ensinar a complexidade da atomística a uma criança de pré-escola; somos como crianças, desvendando os mistérios do Universo. Aliás, os próprios Espíritos alertam Kardec sobre a impossibilidade de o homem, nesta etapa de evolução, adentrar conhecimentos mais profundos sobre a natureza de Deus e a origem do Universo, conforme lemos na resposta à questão 14. Hoje, mais do que antes, com o desenvolvimento da física quântica, a própria ciência está reconhecendo sua impotência para desvendar os mistérios que envolvem a matéria, por causa da alta complexidade dos fenômenos que ocorrem no mundo intra-atômico. Na época de Kardec, matéria era uma coisa; hoje é outra, segundo as novas concepções: o conhecimento nada mais é do que a interpretação que o homem dá ao que julga ser realidade. A questão de matéria e espírito é tão intricada que André Luiz, em "NO MUNDO MAIOR", discutindo o assunto afirma: "Quase impossível é determinar-lhes a fronteira divisória, porquanto o Espírito mais sábio não se animaria a localizar, com afirmações dogmáticas, o ponto onde termina a matéria e começa o Espírito" (cap.4, 5ª ed., FEB, p.51). Em razão disso, ainda é impossível caminhar com segurança nesse terreno. Contudo, a continuarmos estabelecendo a antiga dicotomia espírito-matéria, nos termos da metafísica aristotélica, a sua conclusão é verdadeira

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