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terça-feira, 30 de maio de 2017

ALLAN KARDEC E O CRITÉRIO PARA IDENTIFICAR BONS ESPÍRITOS E MÉDIUNS

Observa-se nesses tempos de comunicação rápida e fácil, grande quantidade de mensagens ditas espirituais tratando de posicionamentos diante das turbulências sociais típicas de uma fase de transição, aliás, como previstas no capítulo 18 do livro A GÊNESE, de Allan Kardec. Muitos se empolgam com seus conteúdos geralmente óbvios para os que estudam as crises da Humanidade da Terra sob o ponto de vista do Espiritismo. Fatos desse tipo, não eram incomuns ao tempo do surgimento da Doutrina Espírita. No número de julho de 1860 da REVISTA ESPÍRITA, Kardec analisa um caso, apresentando orientações sobre critérios que ele julga validos e dos quais extraímos algumas orientações sobre os ‘falsos profetas’ e os médiuns que os servem. Diz o Mestre: -“O que ainda é próprio desses Espíritos orgulhosos é a espécie de fascinação que exercem sobre seus médiuns, por meio da qual algumas vezes os fazem compartilhar dos mesmos sentimentos. Dizemos de propósito seus médiuns, porque deles se apoderam e neles querem ter instrumentos que agem de olhos fechados.  De maneira alguma se acomodariam a um médium perscrutador ou que visse bem claro. Não se dá também o mesmo entre os homens? Quando o encontram, temendo que lhes escape, lhe inspiram o afastamento de quem quer que o possa esclarecer. Isolam-no de certo modo, a fim de poderem agir com inteira liberdade, ou só o aproximam daqueles de quem nada têm a temer. E, para melhor lhes captar a confiança, se fazem de bons apóstolos, usurpando os nomes de Espíritos venerados, cuja linguagem procuram imitar. Mas, por mais que façam, jamais a ignorância poderá simular o verdadeiro saber, nem uma natureza má a verdadeira virtude. O orgulho sempre se mostrará sob o manto de uma falsa humildade; e porque temem ser desmascarados, evitam a discussão e afastam seus médiuns.  Entre os numerosos escritos publicados sobre o Espiritismo, sem dúvida alguns poderiam ensejar uma crítica fundada; mas não os pomos todos na mesma linha; indicamos um meio de os apreciar e cada um fará como entender.  (...) A base de nossa apreciação: esta base será a lógica, da qual cada um poderá fazer seu próprio uso, pois não alimentamos a tola pretensão de lhe ter o privilégio. A lógica, com efeito, é o grande critério de toda comunicação espírita, como o é de todos os trabalhos humanos. Sabemos perfeitamente que aquele que raciocina de maneira errada julga ser lógico. Ele o é à sua maneira, mas apenas para si e não para os outros. Quando uma lógica é rigorosa como dois e dois são quatro, e as consequências são deduzidas de axiomas evidentes, o bom-senso geral cedo ou tarde faz justiça a todos esses sofismas. Acreditamos que as proposições seguintes têm este caráter: 1- Os Espíritos bons não podem ensinar e inspirar senão o bem; assim, tudo que não é rigorosamente bem não pode vir de um Espírito bom; 2- Os Espíritos esclarecidos e verdadeiramente superiores não podem ensinar coisas absurdas; assim, toda comunicação eivada de erros manifestos ou contrários aos dados mais vulgares da ciência e da observação, só por isso atesta a inferioridade de sua origem; 3-  A superioridade de um escrito qualquer está na justeza e na profundidade das idéias, e não na forma material e na redundância do estilo; assim, toda comunicação espírita em que há mais palavras e frases brilhantes do que pensamentos consistentes, não pode provir de um Espírito verdadeiramente superior; 4-  A ignorância não pode imitar o verdadeiro saber, nem o mal arremedar o bem de maneira absoluta; assim, todo Espírito que, sob um nome venerado, diz coisas incompatíveis com o título que se atribui, é culpado por fraude. 5-  É da essência de um Espírito elevado ligar-se mais ao pensamento do que à forma e à matéria, donde se conclui que a elevação de um Espírito está na razão da elevação das ideias; assim, todo Espírito meticuloso nos detalhes da forma, que prescreve puerilidades, numa palavra, que liga importância aos sinais e às coisas materiais, acusa, por isso mesmo, uma pequenez de idéias e não pode ser realmente superior; 6-  Um Espírito verdadeiramente superior não pode contradizer-se; assim, se duas comunicações contraditórias forem dadas sob um mesmo nome respeitável, uma delas é necessariamente apócrifa; e se uma for verdadeira, será aquela que em nada desmente a superioridade do Espírito cujo nome a encabeça. A consequência a tirar destes princípios é que, fora das questões morais, não se deve acolher o que vem dos Espíritos senão com reservas e, em todos os casos, jamais aceitá-las sem exame. Daí decorre a necessidade de se ter a maior circunspeção na publicação dos escritos emanados dessa fonte, sobretudo quando, pela estranheza das doutrinas que encerram, ou pela incoerência das ideias, podem prestar-se ao ridículo. É preciso desconfiar do pendor de certos Espíritos para as ideias sistemáticas, e do amor-próprio que buscam espalhar. Assim, é sobretudo nas teorias científicas que precisa haver extrema prudência, guardando-se de dar precipitadamente como verdades sistemas por vezes mais sedutores que reais, e que, cedo ou tarde, podem receber um desmentido oficial. Que sejam apresentados como probabilidades, se forem lógicos, e como podendo servir de base para observações ulteriores, admite-se; mas seria imprudência tomá-los prematuramente como artigos de fé. Diz um provérbio: Nada é mais perigoso do que um amigo imprudente. Ora, é o caso dos que, no Espiritismo, se deixam levar por um zelo mais ardente que refletido.

domingo, 28 de maio de 2017

EMMANUEL FALA SOBRE CICLOS EVOLUTIVOS

Em meados dos anos 50 do século 20, repercutiam nos meios espiritualistas as informações do livro MENSAGENS DO ASTRAL materializado em nossa dimensão pelo Espírito Ramatís com a colaboração do médium Hercílio Maes. Entre outras coisas preconizavam acontecimentos drásticos e dramáticos para a passagem do Milênio que, felizmente, não se concretizaram. As expectativas negativas que tais afirmações provocaram, levaram alguns companheiros de publicação da época irem a Pedro Leopoldo ouvir o Espírito Emmanuel através de Chico Xavier. A entrevista publicada dois anos após, foi integralmente recuperada pelo dedicado pesquisador Eduardo Carvalho Monteiro e incluída em seu livro SALA DE VISITAS DE CHICO XAVIER, contendo dados reveladores que merecem reflexões. Simulando uma hipotética entrevista ante as buscas realizadas pelas inteligências ávidas de saber, apresentamos os aspectos capazes de acrescentar algo novo. Há meios de esmiuçarmos mais a visão didática apresentada pelo Espiritismo sobre a evolução dos Mundos que compõem o Universo?  Chico Xavier: - A Terra, em sua constituição física propriamente considerada, possui os seus grandes períodos de atividade e de repouso. Cada período de atividade e cada período de repouso da matéria planetária, pode ser calculado, cada um, em 260.000 mil anos. Atravessando o período de repouso da matéria terrestre, a vida se reorganiza, enxameando de novo nos vários departamentos do Planeta, representando, assim, novos caminhos para a evolução das almas. Assim sendo, os grandes Instrutores da Humanidade, nos Planos Superiores, consideram que, desses 260.000 anos de atividade, 60 a 64 mil são empregados na reorganização dos pródomos da vida organizada. Logo em seguida surge o desenvolvimento das grandes raças que, como grandes quadros, enfeixam assuntos e serviços que dizem respeito à evolução do Espírito domiciliado na Terra. Assim, depois desses 60 a 64 mil anos de reorganização de nossa Casa Planetária temos sempre grandes transformações de 28 em 28 mil anos. Depois do período dos 64 mil anos, tivemos duas raças na Terra cujos traços se perderam por causa de seu primitivismo. Logo em seguida podemos considerar a grande raça Lemuriana como portadora de uma inteligência algo mais avançada, detentora de valores mais altos, nos domínios do espírito. Após a raça Lemuriana - em seguida aos 28.000 anos de trabalho lemuriano propriamente considerado - chegamos ao grande período da raça Atlântida, com outros 28.000 anos de grandes trabalhos, no qual a inteligência do mundo se elevou de maneira considerável. Achamo-nos, agora, nos últimos períodos da grande raça Ariana. Podemos considerar essas raças como grandes ciclos de serviços em que somos chamados de mil modos diferentes, em cada ano de nossa permanência na crosta do planeta ou fora dela, ao aperfeiçoamento espiritual, que é o objetivo de nossas lutas, de nossos problemas, de nossas grandes questões, na esfera de relações, uns para com os outros. Foi, de fato, há 37.000 anos que submergiu a Atlântida? Chico Xavier: - Diz nosso Emmanuel que o cálculo é, aproximadamente, certo, considerando-se que as últimas ilhas, que guardavam os remanescentes da Civilização Atlântida, submergiram, mais ou menos, 9 a 10 mil anos antes da Grécia de Sócrates. Considerando verdadeira a informação disseminada por várias correntes espiritualistas sobre a passagem a outro Ciclo Evolutivo acrescidas pelo Espiritismo da elevação Planetária à condição de Mundo de Regeneração, podem explicar as turbulências sociais e geológicas observadas nos dois últimos séculos? Chico Xavier - Os fenômenos da vida moderna e as modificações que nosso "habitat" terreal vem apresentando nos indicam a vizinhança de atividades renovadoras, de considerável extensão. Daí esse afluxo de revelações da vida extraterrestre, influindo sobre as cogitações dos homens; esses apelos reiterados, do Mundo dos Espíritos; essa manifestação ostensiva, daqueles que, supostamente mortos na Terra, são vivos na Eternidade, companheiros dos homens em outras faixas vibratórias do campo em que a Humanidade evolui. Toda essa eclosão de notícias, de mensagens, de avisos da Vida Espiritual, devem significar para o homem, domiciliado na Terra do presente século, a urgência do aproveitamento das lições de Jesus. Fenômenos como a expansão da violência, da corrupção, enfim, do que podemos chamar de mal, são meros efeitos das injunções do fatos? Chico Xavier - Todos os fatos alusivos à evolução da Terra e referentes a todos os eventos que se relacionam com a nossa peregrinação para a vida mais alta, estão naturalmente planificados por aqueles ministros de Nosso Senhor Jesus Cristo; os quais, de acordo com Ele, estabelecem programas de ação para a coletividade planetária, de modo a facilitar-lhe os voos para a Divina ascensão.  O que pensar sobre as bruscas mudanças previstas até o ano 2000? Chico Xavier - Muito importante encarecer que não devemos reclamar do Terceiro Milênio uma transformação absolutamente radical nos processos que caracterizam, por enquanto, a nossa vida terrestre. O prazo de 47 anos é diminuto - O ano era 1954 -  para sanar os desequilíbrios morais de tantos séculos, em que o nosso campo coletivo e individual adquiriu tantos débitos, diante da sabedoria e diante do amor que incessantemente apelam para nossa alma, no sentido de nos levantarmos para um clima mais aprimorado da existência. Não podemos esquecer que grandes imensidades territoriais, na América, na África e na Ásia, nos desafiam a capacidade de trabalho. Não podemos olvidar, também, que a Europa, superalfabetizada, se encontra num Karma de débitos clamorosos, à frente da Lei, em dolorosa expectação para o reajuste moral que Ihe é necessário. Nesse contexto qual a posição do Brasil? (NOTA - O ano era 1954) - No Brasil, nação com capacidade de asilar novecentos (900) milhões de habitantes, em quatrocentos e alguns anos de evolução, mal estamos (1954) - os Espíritos, encarnados na Terra, em que temos a bênção de aprender ou recapitular a lição do Evangelho - mal estamos passando das faixas litorâneas. Serviços imensos esperam por nossas almas no futuro próximo. Qual a posição mais aconselhavel diante do aparente caos observado? Chico Xavier - Se nos compete a obrigação de esperar o melhor para o dia de amanhã, cabe-nos, igualmente, o dever de não olvidar que, junto desses direitos, responsabilidades constringentes contam conosco, para que o Mundo possa, efetivamente, atender ao programa Divino através não somente da superestrutura do pensamento científico mas também através de nossos corações, chamados a plasmar uma vida que seja realmente digna de ser vivida por aqueles que nos sucederão nos tempos duros; entre os quais, naturalmente, milhões de nós os reencarnados de agora formaremos, de novo, como trabalhadores que voltam para o prosseguimento da tarefa de auto acrisolamento, para a ascensão sublime, que o Senhor nos reserva.

sexta-feira, 26 de maio de 2017

2057, UMA DATA PARA SE GUARDAR

Embora ignorado pela maior parte da Humanidade que habita o Planeta, o ano de 1957 assinalou o primeiro centenário do surgimento d’O LIVRO DOS ESPÍRITOS. Seguindo o programa traçado pela Espiritualidade que o organizou com a colaboração do educador francês Allan Kardec muitos dos que renasceram em terras brasileiras para viabilizar o prometido por Jesus no Evangelho de João sobre o Consolador prometido celebraram a data com grande entusiasmo. Um deles, o discreto e erudito advogado Silvino Canuto de Abreu, com recursos próprios produziu uma edição especial e limitada da primeira edição da referida obra lançada em 18 de abril de 1857, com uma característica original: era um fac-símile francês-português. Parte dos exemplares, foram levados por amigo comum à Chico Xavier, à época dedicado servidor da Fazenda Modelo, unidade experimental ligada ao Ministério da Agricultura na cidade de Pedro Leopoldo, Minas Gerais. Como o médium não se encontrava por estar viajando atendendo a compromissos profissionais, assim que retornou, tratou de escrever uma carta agradecendo o remetente, seu amigo José Gonçalves Pereira. O raro documento, com a morte do destinatário, passou às mãos de devotada seguidora Lucia Bichir que fundou em São Paulo anos depois com alguns companheiros o Grupo Assistencial Espírita Maria Dolores e Casa de Lívia, instituições  dedicadas ao exercício da caridade sob a inspiração do Espiritismo. Recentemente, no site do Grupo, a portadora reproduziu a referida carta datada de 23 de abril de 1957. Nela, além de informações históricas interessantes, encontra-se um dado curioso. Da missiva, destacamos um trecho para reflexões. Escreveu Chico: “... recebi as encomendas que você me enviou pelo nosso Sylvio. (...) Fiquei encantado com os livros. A edição de “O Livro dos Espíritos” – 1857 – é um extraordinário documento para nossos estudos. N’esse livro primeiro com o montante do material que Allan Kardec publicou (excetuando-se, a meu ver, o livro Obras Póstumas, que não é publicação de Kardec e sim dos amigos do Codificador que lhe reuniram apontamentos pessoais) representa aos meus olhos o manancial e a fonte, formando a origem de nossa Redentora Doutrina. Manancial e fonte constituindo um todo, por que sem o manancial a fonte não existiria e sem a fonte o manancial estaria reduzido à condição de um poço estagnado. Allan Kardec terá assim agido à feição de um engenheiro divino, edificando justo caminho às águas vivas do Cristianismo renascente no Espiritismo, águas essas que hoje se espraiam em todas as direções, fertilizando os campos mentais do mundo. Nosso admirável Dr. Canuto prestou inolvidável serviço à Nossa Causa, trazendo a lume o texto de 1857. Podemos, assim, estudar os assuntos da Codificação e reexaminá-los, no limiar do nosso segundo século de trabalho, para o qual, com o auxílio de Jesus daremos nossas melhores forças, não é? Creia que já estou fazendo planos para nossas tarefas em 2057. Já podemos contar cem anos de graças sobre graças. E temos recebido tanto de nossa Doutrina Maternal que acredito deva ser crescente o nosso entusiasmo por vê-la cada vez mais nobre e mais engrandecida. Minha maior felicidade será se Jesus me conceder a ventura de reencarnar-me logo depois que me desenfaixar do corpo de que presentemente disponho para seguir de, algum modo, ainda mesmo reconhecendo a minha indigência de tudo, a marcha do Espiritismo que nos devolve Jesus em Sua Grandeza. Penso que em 2057, nossos alicerces já se mostrarão mais sólidos. A ciência terá acordado para deveres mais amplos e estará, com a ajuda de Deus dando mão forte à religião para as nossas conquistas definitivas do Espírito. A Terra terá sofrido mais um pouco, provavelmente, com as guerras e renovações que virão inevitáveis, e, por isso mesmo, revelar-se-á mais compreensiva e mais bela… .Os anos rolaram na esteira do tempo e em setembro de 1994, foi publicada a obra PLANTÃO DE RESPOSTAS (ceu, 1994) reunindo algumas questões que não foram ao ar na edição de dezembro de 1971 do programa de televisão PINGA FOGO. Dentre elas, uma tratando das condições do Planeta, onde perguntado sobre o que a Doutrina Espírita pode dizer a respeito do fim dos tempos, isto é, como ocorrerá a transformação do planeta em planeta de provas e expiações para o de regeneração, Chico Xavier respondeu: - “Através da busca da espiritualização, superação das dores e construção de uma nova sociedade, a humanidade caminha para a regeneração das consciências. Emmanuel afirma que a Terra será um mundo regenerado por volta de 2057. Cabe, a cada um, longa e árdua tarefa de ascensão. Trabalho e amor ao próximo com Jesus, este é o caminho”. Como se vê, mais de três décadas separam as duas afirmações. Sustentam, porém, a mesma data.

quarta-feira, 24 de maio de 2017

UM PROCESSO LENTO E DIFÍCIL

O número de outubro de 1866 da REVISTA ESPÍRITA Allan Kardec dedicou grande parte a um conjunto de previsões sobre a dinâmica do processo de transição pelo qual a Terra passa na passagem de um ciclo evolutivo para outro. Mais de um século e meio passou e a evolução da densidade demográfica confrontada com os extraordinários avanços tecnológicos deixam muitos dos que fazem análises de maior amplitude um tanto quanto assustados ante tantas aparentes contradições em todos os aspectos. Uma reflexão sobre uma parte das abordagens da reproduzidos por Allan Kardec nascidas de manifestações obtidas pelos métodos mediúnico e sonambúlico mostra o acerto deles. Acresça-se a esses dados a revelação de que a população de Espíritos desencarnados da Terra que se renovam diariamente na população de encernados pela reencarnação/desencarnação é algo em torno de 20 /30 bilhões. Destacamos alguns trechos demonstrando isso: A Terra não deve ser transformada por um cataclismo, que aniquilaria subitamente uma geração. A geração atual desaparecerá gradualmente, e a nova a sucederá, sem que nada seja mudado na ordem natural das coisas. Tudo se passará, pois, exteriormente, como de hábito, com uma única diferença, mas esta diferença é capital: uma parte dos Espíritos que aí se encarnavam não mais encarnarão. Numa criança que nascer, em vez de um Espírito atrasado e devotado ao mal que tivesse encarnado, será um Espírito mais adiantado e devotado ao bem. Trata-se, pois, muito menos de uma nova geração corporal que de uma nova geração de Espíritos. Assim, os que esperavam ver a transformação operar-se por efeitos sobrenaturais e maravilhosos ficarão decepcionados. A época atual é de transição; os elementos das duas gerações se confundem. Colocados em ponto intermediário, assistis à partida de uma e à chegada da outra, e cada um já se assinala no mundo pelos caracteres que lhes são próprios. As duas gerações que sucedem uma à outra têm ideias e pontos de vista opostos. Pela natureza das disposições morais, mas, sobretudo, das disposições intuitivas e inatas, é fácil distinguir a qual das duas pertence cada indivíduo. Devendo fundar a era do progresso moral, a nova geração se distingue por uma inteligência e uma razão geralmente precoces, aliadas ao sentimento inato do bem e das crenças espiritualistas, o que é sinal indubitável de certo grau de progresso anterior. Não será composta exclusivamente de Espíritos eminentemente superiores, mas daqueles que, tendo já progredido, estão predispostos a assimilar todas as ideias progressivas, e aptos a secundar o movimento regenerador.  Ao contrário, o que distingue os Espíritos atrasados é: primeiro, a revolta contra Deus pela negação da Providência e de todo poder superior à Humanidade; depois, a propensão instintiva às paixões degradantes, aos sentimentos antifraternos do egoísmo, do orgulho, do ódio, do ciúme, da cupidez, enfim, a predominância do apego a tudo o que é material. Tais os vícios de que a Terra deve ser expurgada pelo afastamento dos que se recusam a emendar-se, porque são incompatíveis com o reinado da fraternidade e porque os homens de bem sempre sofrerão com o seu contato.  Não se deve entender que todos os Espíritos retardatários serão expulsos da Terra e relegados a mundos inferiores. Muitos, ao contrário, a ela voltarão, porque muitos cederam ao arrastamento das circunstâncias e do exemplo; neles a casca era pior que a essência. Uma vez subtraídos à influência da matéria e dos preconceitos do mundo corporal, a maioria verá as coisas de maneira completamente diferente do que quando vivos, do que tendes numerosos exemplos.  Só haverá uma exclusão definitiva para os Espíritos rebeldes por natureza, aqueles que o orgulho e o egoísmo, mais que a ignorância, tornam-se surdos à voz do bem e da razão. Em seu desvario, eles próprios cavarão a sua ruína; impelirão à destruição, que engendrará uma porção de flagelos e calamidades, de sorte que, sem o querer, apressarão o advento da era da renovação. E como se a destruição não marchasse bastante depressa, ver-se-ão os SUICÍDIOS MULTIPLICANDO-SE EM PROPORÇÃO NUNCA VISTA, ATÉ ENTRE AS CRIANÇAS. Observações 1- A maneira pela qual se opera a transformação é muito simples e, como se vê, é toda moral e em nada se afasta das leis da Natureza. Por que, então, os incrédulos repelem essas ideias, já que nada têm de sobrenatural? É que, segundo eles, a lei de vitalidade cessa com a morte do corpo, ao passo que para nós ela prossegue sem interrupção; eles restringem sua ação e nós a estendemos. Eis por que dizemos que os fenômenos da vida espiritual não saem das leis da Natureza. Para eles o sobrenatural começa onde acaba a apreciação pelos sentidos. 2 Quer os Espíritos da nova geração sejam novos Espíritos melhores, quer os antigos Espíritos melhorados, o resultado é o mesmo. Desde o instante que trazem melhores disposições, é sempre uma renovação. Os Espíritos encarnados formam, assim, duas categorias, conforme suas disposições naturais: de uma parte, os Espíritos retardatários que partem; de outra, os Espíritos progressistas que chegam. O estado dos costumes e da sociedade estará, pois, num povo, numa raça ou no mundo inteiro, na razão do das duas categorias que tiver a preponderância. Para simplificar a questão, consideremos um povo, num grau qualquer de adiantamento, e composto de vinte milhões de almas, por exemplo. Fazendo-se a renovação dos Espíritos à medida das extinções, isoladas ou em massa, necessariamente houve um momento em que a geração dos Espíritos retardatários ultrapassava em número a dos Espíritos progressistas, que apenas contavam raros representantes sem influência, e cujos esforços para fazer predominar o bem e as ideias progressistas estavam paralisados. Ora, partindo uns e chegando outros, após um dado tempo as duas forças se equilibram e sua influência se contrabalança. Mais tarde, os recém-chegados são maioria e sua influência torna-se preponderante, conquanto ainda entravada pela dos primeiros; estes, continuando a diminuir, enquanto os outros se multiplicam, acabarão por desaparecer. Chegará, então, o momento em que a influência da nova geração será exclusiva. 

segunda-feira, 22 de maio de 2017

O MECANISMO REGULADOR DO PROGRESSO ESPIRITUAL


“Tudo se encadeia na Natureza, desde o átomo primitivo até o Arcanjo, pois ele mesmo começou pelo átomo”, afirmaram os Espíritos a Allan Kardec na resposta à questão 540 d’O LIVRO DOS ESPÍRITOS. Disseram ainda que “a finalidade da reencarnação é o melhoramento progressivo da Humanidade’, que ‘a cada nova existência o Espírito dá um passo na senda do progresso’, que ‘a consciência de si mesmo constitui o atributo principal do Espírito’ e que a culpabilidade está na razão do conhecimento que se possui’. Para controlar todo esse processo existe um mecanismo normatizado pelos artigos do CODIGO PENAL DA VIDA FUTURA ou a LEI DE CAUSA E EFEITO. A fim de refletirmos sobre ela, destacamos do trabalho incluído na série AS RESPOSTAS QUE O ESPÍRITISMO DÁ, algumas das questões ali apresentadas: 1-  Recorrente em palestras espíritas, artigos e livros, a palavra “Carma” é associada aos graves problemas enfrentados pelas criaturas humanas. Qual sua relação com a visão do Espiritismo sobre a Lei de Causa e Efeito? O “carma”, expressão vulgarizada entre os hindus, em sânscrito quer dizer “ação”. A rigor, designa “causa e efeito”, de vez que toda ação ou movimento deriva de causa ou impulsos anteriores.  Para nós expressará a conta de cada um, englobando os créditos e os débitos que, em particular, nos digam respeito. Há conta dessa natureza, não apenas catalogando e definindo individualidades, mas também povos e raças, estados e instituições.   Para melhor entender o “carma” ou “conta do destino criada por nós mesmos”, convém lembrar que o Governo da Vida possui igualmente o seu sistema de contabilidade, a se lhe expressar no mecanismo de justiça inalienável, dispondo de sábios departamentos para relacionar, conservar, comandar e engrandecer a Vida Nas sublimadas regiões de cada Orbe entregue à inteligência e à razão, ao trabalho e ao progresso dos filhos de Deus, fulguram os gênios angélicos, encarregados do rendimento e da beleza, do aprimoramento e da ascensão da Obra Excelsa, com ministérios apropriados à concessão de empréstimos e moratórias, créditos especiais e recursos extraordinários a todos os Espíritos encarnados ou desencarnados, que os mereçam, em função dos serviços referentes ao Bem Eterno. Nas regiões atormentadas, varridas por ciclones de dor regenerativa, temos os poderes competentes para promover a cobrança e a fiscalização, o reajustamento e a recuperação de quantos se fazem devedores complicados ante a Divina Justiça,  2- Existindo esses Departamentos de Justiça,  como interpretar o argumento de que somos os arquitetos do nosso próprio destino? A morte funciona como juiz inexorável, transferindo os bens de certas mãos para outras e marcando com inequívoca exatidão o proveito que cada Espírito extrai das vantagens e concessões que lhe foram entregues pelos Agentes da Infinita Bondade.  Aí, vemos os princípios de causa e efeito, em toda a força de sua manifestação, porque, no uso ou no abuso das reservas da vida que representam a eterna Propriedade de Deus, cada alma cria na própria consciência os créditos e os débitos que lhe atrairão inelutavelmente as alegrias e as dores, as facilidades e os obstáculos do caminho.  Quanto mais amplitude em nossos conhecimentos, mais responsabilidade em nossas ações.  Através de nossos pensamentos, palavras e atos, que fluem, invariáveis, do coração, gastamos e transformamos constantemente as energias do Senhor, em nossa viagem evolutiva, nos setores da experiência, e, do quilate de nossas intenções e aplicações, nos sentimentos e práticas da marcha, a vida organiza, em nós mesmos, a nossa conta agradável ou desagradável ante as Leis do Destino.



sábado, 20 de maio de 2017

O GRAVE PROBLEMA DO SUICÍDIO

Aliado à depressão, a sociedade humana enfrenta um crescente problema que vai minando o já tão conturbado e turbulento equilíbrio tão necessário para nossa qualidade de vida: o suicídio. Reunimos alguns tópicos para refletirmos sobre a grave questão: SUICIDIO EM DADOS - OMS – ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAUDE calcula que 1.100 mil pessoas cometem suicídio por ano, 3000 por dia, um a cada 40 segundos. / Para cada suicídio consumado, 20 tentativas fracassaram. Terceira causa de morte entre pessoas de 15 a 34 anos. Japão, Áustria, Suíça e França são líderes em casos de suicídio, predominantemente masculinos.  90 porcento de suicídios são determinados por alguma forma de doença mental, principalmente depressão ou dependência de álcool e outras drogas.  Últimos 45 anos as taxas de suicídios aumentaram 60 porcento devendo dobrar até 2020 se não forem tomadas medidas. Taxa de suicídio de adolescentes com  idades entre 10 e 14 anos aumentou 40% nos últimos 10 anos e 33% entre aqueles com idades entre 15 e 19 anos Todo dia, 28 brasileiros se suicidam havendo para cada morte entre 10 e 20 tentativas. Quanto maior a idade média da população, maior é o risco de suicídio. O divórcio aumenta o risco de suicídio, relação positiva apenas confirmada para o sexo masculino. Maior nível de educação, assim como a fraca religiosidade, está associada a um nível mais elevado de suicídio por embutir no indivíduo um sentimento maior de independência. A maior proteção contra o suicídio é a estreita convivência entre religião, família e sociedade. EVOLUÇÃO DA IDEIA -  Até o século 16 o suicídio era uma questão religiosa ou filosófica, condenado ou glorificado dependendo de circunstâncias e conveniências. Evolução da Ciência Médica, especialmente no âmbitos das voltadas para a saúde mental, passou a ser estudada pela Psiquiatria e Psicologia. Há registros desde a Antiguidade, motivados por vários fatores inclusive influências literárias como a obra Wherter de Goethe que teria desencadeado uma onda de suicídios de pessoas sensibilizadas pelo desfecho da historia de dois personagens O suicídio é visto atualmente como um transtorno psicossocial de causas múltiplas, em que fatores biológicos, psíquicos, sociais e culturais interagem de forma complexa. Considerado PROBLEMA DE SAUDE PUBLICA. FATORES CAUSAIS -  Questões demográficas e populacionais, problemas sociais que prejudicam o bem estar de cada um estimulam a autodestruição. Situações de agressão, competição e insensibilidade desenvolvem transtornos emocionais que são campo fértil para que o suicídio seja cogitado. Doenças físicas, tais como câncer, epilepsia e AIDS ou doenças mentais, como alcoolismo, drogadição, depressão e esquizofrenia, são fatores relacionados a taxas mais altas de suicídio.  Uma pessoa que já tentou cometer o suicídio anteriormente tem maior risco de cometê-lo. Razões culturais  autorizam o suicídio como o Harakiri no Japão feudal e o Sati antigo costume entre algumas comunidades hindus, hoje em dia estritamente proibido pelas leis do Estado Indiano, que obrigava (no sentido honroso, moral, e prestigioso) a esposa viúva devota a se sacrificar viva na fogueira da pira funerária de seu marido morto.  Razões filosófico/politico/religiosas motivam e “justificariam” suicídios,  fato observado desde a Antiguidade, como o Sicários - grupo de hebreus que lutavam contra a dominação romana -, até os Kamikazes da Segunda Guerra ou os Extremistas Islâmicos – homens e mulheres – que nos últimos 20 anos tem causado com sua própria morte a de dezenas ou centenas de pessoas em várias partes do Oriente Médio ou Países da Europa ou nos Estados Unidos da América do Norte. ASPECTOS CURIOSOS - Cada suicídio consumado ou tentativa impõem uma devastação emocional entre parentes e amigos que pode perduram por anos. Mulheres tentam o suicídio 4 vezes mais que os homens, enquanto os homens consumam o ato 3 vezes mais que as mulheres. Mulheres usam métodos menos agressivos como comprimidos e venenos enquanto os homens adotam métodos mais radicais como enforcamento e armas de fogo. O atendimento a sobreviventes de tentativas mostra que a maioria não queria de fato morrer, constituindo-se num ato de desespero depois de uma grande perda, fracasso ou traição. Analisando casos de potenciais suicidas se percebe é que precisam muito desabafar e conversar com alguém sem serem julgadas, o que geralmente é difícil dentro da família. O comportamento suicida é a manifestação de uma dor psicológica insuportável.



quinta-feira, 18 de maio de 2017

MEDIUNIDADE NO FOCO DA CIÊNCIA ESPÍRITA

Ciência, Filosofia e Religião são as três faces estruturais do Espiritismo. Seu conhecimento, portanto, depende sempre do estudo. Nada do tradicional “acho que”, alertado, por sinal, pelo próprio Allan Kardec. Na sequência, alguns comentários inseridos por ele na edição de janeiro de 1863 da REVISTA ESPÍRITA: - “Vivemos num oceano fluídico, expostos incessantemente a correntes contrárias, que atraímos ou repelimos, e às quais nos abandonamos, conforme nossas qualidades pessoais, mas em cujo meio o homem sempre conserva o seu livre-arbítrio, atributo essencial de sua natureza, em virtude do qual pode sempre escolher o caminho. Como se vê isto é inteiramente independente da faculdade mediúnica, tal como é concebida vulgarmente. Estando a ação do mundo invisível na ordem das coisas naturais, ela se exerce sobre o homem, abstração feita de qualquer conhecimento espírita. Estamos a elas submetidos, como o estamos à influência da eletricidade atmosférica, mesmo não sabendo a Física, como ficamos doentes, sem conhecer a Medicina. Ora, assim como a Física nos ensina a causa de certos fenômenos e a Medicina a de certas doenças, o estudo da ciência espírita nos ensina a causa dos fenômenos devidos às influências ocultas do mundo invisível e nos explica o que, sem isto, nos parecerá inexplicável. A mediunidade é o meio direto de observação. O médium – que nos permitam a comparação – é o instrumento de laboratório pelo qual a ação do mundo invisível se traduz de maneira patente. E, pela facilidade que nos oferece de repetir as experiências, permite-nos estudar o modo e os diversos matizes desta ação. Destes estudos e destas observações nasceu a ciência espírita. Todo indivíduo que, de uma maneira ou de outra, sofre a influência dos Espíritos, é, por isto mesmo, médium, razão por que se pode dizer que todo o mundo é médium. Mas é pela mediunidade efetiva, consciente e facultativa que se chegou a constatar a existência do mundo invisível e, pela diversidade das manifestações obtidas ou provocadas, foi possível esclarecer a qualidade dos seres que o compõem e o papel que representam na Natureza. O médium fez pelo mundo invisível o que fez o microscópio pelo mundo dos infinitamente pequenos. É, pois, uma nova força, uma nova faculdade, uma nova lei, numa palavra, que nos foi revelada. É realmente inconcebível que a incredulidade repila mesmo a ideia, levando-se em conta que esta ideia supõe em nós uma alma, um princípio inteligente que sobrevive ao corpo. Se se tratasse da descoberta de uma substância material e ininteligente, seria aceita sem dificuldade. Mas uma ação inteligente fora do homem é, para eles, superstição. Se, da observação dos fatos produzidos pela mediunidade, remontarmos aos fatos gerais, poderemos, pela similitude dos efeitos, concluir pela similitude das causas. (...) A ação dos Espíritos maus, sobre os indivíduos de que se apoderam, apresenta nuanças de intensidade e duração extremamente variadas, conforme o grau de maldade e perversidade do Espírito e, também, de acordo com o estado moral da pessoa que lhes dá acesso mais ou menos fácil. Muitas vezes tal ação é temporária e acidental, mais maliciosa e desagradável que perigosa. (...) Fazer Espiritismo experimental sem estudo é querer fazer manipulações químicas sem saber Química. Os numerosos exemplos de pessoas obsidiadas e subjugadas da mais desagradável maneira, sem jamais terem ouvido falar de Espiritismo, provam exuberantemente que o exercício da mediunidade não tem o privilégio de atrair os Espíritos maus. Mais ainda: prova a experiência que é um meio de os afastar, permitindo reconhecê-los. Todavia, como muitas vezes alguns vagueiam em redor de nós, pode acontecer que, encontrando oportunidade para se manifestarem, aproveitam-na, caso encontrem no médium uma predisposição física ou moral, que o torne acessível à sua influência. Ora, tal predisposição se prende ao indivíduo e a causas pessoais anteriores, e não à mediunidade. Pode dizer-se que o exercício da faculdade é uma ocasião e não uma causa. Mas se alguns indivíduos estiverem neste caso, outros há que oferecem uma resistência insuperável aos Espíritos maus, e a eles estes últimos não se dirigem. Falamos de Espíritos realmente maus e perniciosos, na verdade os únicos perigosos, e não de Espíritos levianos e zombeteiros, que se insinuam por toda parte. A presunção de julgar-se invulnerável contra os Espíritos maus muitas vezes tem sido punida de maneira cruel, porque jamais são impunemente desafiados pelo orgulho. O orgulho é a porta que lhes dá mais fácil acesso, pois ninguém oferece menos resistência do que o orgulhoso, quando tomado pelo seu lado fraco. Antes de nos dirigirmos aos Espíritos, convém, pois, proteger-nos contra o ataque dos maus, como se marchássemos em terreno onde tememos picadas de serpentes. Isto se consegue, de início, pelo estudo prévio, que indica a rota e as precauções a tomar; depois, pela prece. Mas é necessário bem nos compenetrarmos da verdade de que o único preservativo está em nós, em nossa própria força, e nunca nas coisas exteriores, e que não há talismãs, nem amuletos, nem palavras sacramentais, nem fórmulas sagradas ou profanas que possam ter a menor eficácia se não tivermos em nós mesmos as qualidades necessárias. São essas qualidades, portanto, que nos devemos esforçar por adquirir”.

terça-feira, 16 de maio de 2017

APRENDENDO COM CHICO XAVIER

A trajetória de Chico Xavier em sua ultima encarnação em nossa Dimensão, foi marcada por situações de grandes adversidades, muitas das quais contornadas com a interferência do Plano Espiritual. Muitas delas representam  lições valiosas para todos aqueles que neste Mundo de Expiações e Provas se deparam com as dificuldades típicas dele. Das vivenciadas pelo médium mineiro, destacamos algumas para nossas reflexões: 1- Uma pessoa que, ao observar os necessitados tomando sopa, perguntou para Chico Xavier: - O senhor acha que um prato de sopa vai resolver o problema da fome no mundo? Chico, sem titubear respondeu: - O banho também não resolve o problema da higiene no mundo, mas nem por isso podemos dispensá-lo. 2- Certa vez, alguém perguntou a Chico Xavier, sobre o que os Espíritos dizem a respeito da natureza do corpo de Jesus, ele respondeu: - Jesus é como o Sol num dia de céu azul, e nós somos apenas palitos de fósforo acesos, à hora do meio-dia. O que é importante saber, e discutir, é sobre os seus ensinamentos e sua Vivência Gloriosa. 3- Um amigo de Belo Horizonte disse, um dia, ao Chico: — Tenho ido ao Centro “LUIZ GONZAGA”, sempre que me é possível, e, nas preces, tenho rogado a Loteria. E vendo a estranheza do Médium acentuou: — Se eu ganhar, darei ao “LUIZ GONZAGA” vinte contos. Os dias correram e o homem ganhou a sorte grande. Duzentos mil cruzeiros. Quando isso aconteceu, sumiu de Pedro Leopoldo… Se via o Chico por Belo Horizonte, evitava-lhe a presença. — Imaginem! — costumava dizer na prosperidade crescente que o Céu lhe concedera — em minha ingenuidade, prometi uma dádiva a um Centro Espírita, se melhorasse de sorte! Quanta asneira falamos sem perceber! Catorze anos rolaram e o homem da sorte grande morreu… Passados alguns dias, apareceu, em espírito, numa das sessões do “Centro Espírita LUIZ GONZAGA”. — Chico! Chico! — disse ao Médium, buscando abraçá-lo, — preciso pagar a minha dívida! Estou devendo vinte contos ao “LUIZ GONZAGA” e vou trazer o dinheiro…  Acalme-se, meu amigo, agora é tarde — respondeu o Médium, — o câmbio mudou para você. Não se preocupe. A sua fortuna está em outras mãos. — Por que? Nada disso… O dinheiro é meu… — Já foi, meu irmão! Você está desencarnado. A entidade gritou… gritou… e acabou perguntando em lágrimas: — E, agora, que fazer? Mas o Chico lhe respondeu: — Esqueça-se da Terra, meu amigo. Nós todos somos devedores de Jesus. Paguemos a Jesus nossas contas e tudo estará bem. Amparado pelos benfeitores espirituais da casa, o homem dos vinte contos, já desencarnado, retirou-se chorando. 4- Quando José, o irmão de Chico que dirigia as sessões do Centro LUIZ GONZAGA, morreu, Chico ficou com a tarefa de cuidar da família e, além disso, também de uma dívida deixada pelo irmão referente a uma conta de luz, no valor de onze cruzeiros. Na época, a quantia era elevada para Chico, cujo ordenado mal dava para as necessidades básicas. Quando pensava em como faria para pagar a dívida, Emmanuel lhe disse para não se preocupar e esperar. Algumas horas depois, alguém bateu à porta. Chico atendeu e viu um senhor da roça que lhe disse ter sabido da morte de seu irmão José, e que estava ali para pagar uma dívida que tinha com ele, de uma bainha para faca que José havia feito para ele há tempos. O homem lhe deu um envelope e se foi. Quando Chico abriu, encontrou a quantia exata de onze cruzeiros.

sábado, 13 de maio de 2017

O ESPIRITISMO E A INFERTILIDADE

O grande número de casais frustrados diante da dificuldade de gerar filhos do próprio sangue leva-os a buscar respostas não obtidas através dos especialistas no assunto em meio a exaustivos exames físicos. O Espiritismo tem algo a dizer sobre o assunto. O esclarecimento a seguir pertence ao Espírito André Luiz que, como se sabe, exerceu a Medicina em sua ultima existência em nossa Dimensão. Diz ele no livro EVOLUÇÃO EM DOIS MUNDOS (feb, 1958): - Segundo o princípio universal do Direito Cósmico a expressar-se, claro, no ensinamento de Jesus que manda conferir “a cada um de acordo com as próprias obras”, arquivamos em nós as raízes do mal que acalentamos para extirpá-las à custa do esforço próprio, em companhia daqueles que se nos afinem à faixa de culpa, com os quais, perante a Justiça Eterna, os nossos débitos jazem associados. Em face de semelhantes fundamentos, certa romagem na carne, entremeada de créditos e dívidas, pode terminar com aparências de regularidade irrepreensível para a alma que desencarna, sob o apreço dos que lhe comungam a experiência, seguindo-se de outra em que essa mesma criatura assuma a empreitada do resgate próprio, suportando nos ombros as consequências das culpas contraídas diante de Deus e de si mesma, a fim de reabilitar-se ante a Harmonia Divina, caminhando, assim, transitoriamente, ao lado de Espíritos incursos em regeneração da mesma espécie. (...)  A mulher e o homem, acumpliciados nas ocorrências do aborto delituoso, mas principalmente a mulher, cujo grau de responsabilidade nas faltas dessa natureza é muito maior, à frente da vida que ela prometeu honrar com nobreza, na maternidade sublime, desajustam as energias psicossomáticas, com mais penetrante desequilíbrio do centro genésico, implantando nos tecidos da própria alma a sementeira de males que frutescerão, mais tarde, em regime de produção a tempo certo. Isso ocorre não somente porque o remorso se lhes entranhe no Ser, à feição de víbora magnética, mas também porque assimilam, inevitavelmente, as vibrações de angústia e desespero e, por vezes, de revolta e vingança dos Espíritos que a Lei lhes reservara para filhos do próprio sangue, na obra de restauração do destino. No homem, o resultado dessas ações aparece, quase sempre, em existência imediata àquela na qual se envolveu em compromissos desse jaez, na forma de moléstias testiculares, disendocrinias diversas, distúrbios mentais, com evidente obsessão por parte de forças invisíveis emanadas de entidades retardatárias que ainda encontram dificuldade para exculpar-lhes a deserção. Nas mulheres, as derivações surgem extremamente mais graves. O aborto provocado, sem necessidade terapêutica, revela-se matematicamente seguido por choques traumáticos no corpo espiritual, tantas vezes quantas se repetir o delito de lesamaternidade, mergulhando as mulheres que o perpetram em angústias indefiníveis, além da morte, de vez que, por mais extensas se lhes façam as gratificações e os obséquios dos Espíritos Amigos e Benfeitores que lhes recordam as qualidades elogiáveis, mais se sentem diminuídas moralmente em si mesmas, com o centro genésico desordenado e infeliz, assim como alguém indebitamente admitido num festim brilhante, carregando uma chaga que a todo instante se denuncia. Dessarte, ressurgem na vida física, externando gradativamente, na tessitura celular de que se revestem, a disfunção que podemos nomear como sendo a miopraxia do centro genésico atonizado, padecendo, logo que reconduzidas ao curso da maternidade terrestre, as toxemias da gestação. Dilapidado o equilíbrio do centro referido, as células ciliadas, mucíparas e intercalares não dispõem da força precisa na mucosa tubária para a condução do óvulo na trajetória endossalpingeana, nem para alimentá-lo no impulso da migração por deficiência hormonal do ovário, determinando não apenas os fenômenos da prenhez ectópica ou localização heterotópica do ovo, mas também certas síndromes hemorrágicas de suma importância, decorrentes da nidação do ovo fora do endométrio ortotópico, ainda mesmo quando já esteja acomodado na concha uterina, trazendo habitualmente os embaraços da placentação baixa ou a placenta prévia hemorragípara que constituem, na parturição, verdadeiro suplício para as mulheres portadoras do órgão germinal em desajuste. Enquadradas na arritmia do centro genésico, outras alterações orgânicas aparecem, flagelando a vida feminina. (...) Temos ainda a considerar que a mulher sintonizada com os deveres da maternidade na primeira ou, às vezes, até na segunda gestação, quando descamba para o aborto criminoso, na geração dos filhos posteriores, inocula automaticamente no centro genésico e no centro esplênico do corpo espiritual as causas sutis de desequilíbrio recôndito, a se lhe evidenciarem na existência próxima.




sexta-feira, 12 de maio de 2017

FORMULA PARA CONSTRUIR UMA SOCIEDADE MELHOR

- Hoje se dá muita instrução à mulher, submetem-na a exames rigorosos, mas jamais exigiram de uma mãe que ela soubesse como agir para formar o moral de seu filho. Ensinam-lhe receitas caseiras, mas não a iniciam nos mil e um segredos de governar os jovens corações. Assim, os pais são abandonados, sem guia, à sua iniciativa, razão por que tantas vezes enveredam por falsa rota; também recolhem, nas imperfeições dos filhos já crescidos, o fruto amargo de sua inexperiência ou de uma ternura mal entendida, e a sociedade inteira lhes recebe o contragolpe”. O comentário pertence ao educador e responsável pela elaboração das chamadas obras do Espiritismo, Allan Kardec. Apesar de registrado em matéria do número de fevereiro de 1864 da REVISTA ESPÍRITA, poucos o leram ou mesmo conhecem. As falhas apontadas por ele em exemplos contidos no texto são as mesmas de hoje. A criança como dito por brilhante especialista em comportamento, nada mais é que “um Espírito adulto num corpo pequeno”. Na atualidade observa-se que os que estão reencarnando na Terra pertencem a um grupo mais evoluído que seus antepassados. Requerem, portanto um tratamento diferenciado. Da análise de Kardec, destacamos alguns trechos para reflexão: - “De todas as chagas morais da sociedade, o egoísmo parece a mais difícil de extirpar. Com efeito, ela o é tanto mais quanto mais alimentada pelos mesmos hábitos da educação. Tem se a impressão que, desde o berço, a gente se esforça para excitar certas paixões que, mais tarde, se tornam uma segunda natureza, e nos admiramos dos vícios da sociedade, quando as crianças os sugam com o leite. Eis um exemplo que, como cada um pode julgar, pertence mais à regra do que à exceção. Numa família de nosso conhecimento há uma menina de quatro a cinco anos, de rara inteligência, mas que tem os pequenos defeitos das crianças mimadas, ou seja, é um pouco caprichosa, chorona, teimosa, e nem sempre agradece quando lhe dão alguma coisa, o que os pais levam a peito corrigir, porque, fora desses pequenos defeitos, segundo eles, ela tem um coração de ouro, expressão consagrada. Vejamos como eles agem para lhe tirar essas pequenas manchas e conservar o ouro em sua pureza. Certo dia trouxeram um doce à criança e, como de costume, lhe disseram: “Tu o comerás, se fores ajuizada.” Primeira lição de gulodice. Quantas vezes, à mesa, não acontece dizerem a uma criança que não comerá tal guloseima se chorar. Dizem: “Faze isto ou faze aquilo e terás creme”, ou qualquer outra coisa que lhe apeteça; e a criança é constrangida, não pela razão, mas tendo em vista a satisfação de um desejo sensual que incentivam. É ainda muito pior quando lhe dizem, o que não é menos frequente, que darão a sua parte a uma outra. Aqui já não é só a gulodice que está em jogo, é a inveja. A criança fará o que lhe pedem, não só para ter, mas para que a outra não tenha. Querem lhe dar uma lição de generosidade? Então dizem: “Dá esta fruta ou este brinquedo a alguém.” Se ela recusa, não deixam de acrescentar, para nela estimular um bom sentimento: “Eu te darei um outro.” Assim, a criança só se decide a ser generosa quando está certa de nada perder. Um dia testemunhamos um fato bem característico neste gênero. Era uma criança de cerca de dois anos e meio, a quem tinham feito semelhante ameaça, acrescentando: “Nós o daremos ao irmãozinho e tu não comerás.” E, para tornar a lição mais sensível, puseram a porção no prato deste; mas o irmãozinho, levando a coisa a sério, comeu a porção. À vista disto, o outro ficou vermelho e não era preciso ser pai ou mãe para ver o lampejo de cólera e de ódio que brotou de seus olhos. A semente estava lançada; poderia produzir bom grão? (...) Assim se acha inoculado, desde a mais tenra idade, o vírus da sensualidade, do egoísmo, do orgulho, do desprezo aos inferiores, das paixões, numa palavra, que são, e com razão, consideradas como as chagas da Humanidade. É preciso ser dotado de uma natureza excepcionalmente boa para resistir a tais influências, produzidas na idade mais impressionável e onde não podem encontrar o contrapeso da vontade, nem da experiência. (...) Voltemos à menina, da qual falamos. Como não levou em consideração a ameaça, sabendo por experiência que raramente a executavam, desta vez os pais foram mais firmes, pois compreenderam a necessidade de dominar esse pequeno caráter, e não esperar que a idade lhe tivesse feito adquirir um mau hábito. (...) Considerando-se que o egoísmo e o orgulho são a fonte da maioria das misérias humanas, enquanto reinarem na Terra não se pode esperar nem a paz, nem a caridade, nem a fraternidade. É preciso, pois, atacá-los no estado de embrião, sem esperar que fiquem vivazes.


quinta-feira, 11 de maio de 2017

NÃO EXISTE OUTRO CAMINHO

“-Quando se pensa na massa de indivíduos diariamente lançados na corrente da população, sem princípios, sem freios, entregues aos próprios instintos, deve-se admirar das consequências desastrosas desse fato? Quando essa arte (educação moral) for conhecida, compreendida e praticada, o homem seguirá no mundo os hábitos de ordem e previdência para si mesmo e para os seus, de respeito pelo que é respeitável, hábitos que lhe permitirão atravessar de maneira menos penosa os maus dias inevitáveis. A desordem e a imprevidência são duas chagas que somente uma educação bem compreendida pode curar. Nisto está o ponto de partida, o elemento real do bem estar, a garantia da segurança de todos”. A analise feita por Allan Kardec em meados do século 19, continua sendo atual no século 21. No século 20, o Espírito Emmanuel, através do médium Chico Xavier, manifestou-se ao final do primeiro livro escrito por ele dentro do programa a ser cumprido com o médium mineiro, enfatizando o ponto que, segundo ele é realmente o caminho para a construção de uma sociedade melhor. Diz ele: -“Todas as reformas sociais, necessárias em vossos tempos de indecisão espiritual, têm de processar-se sobre a base do Evangelho. Como? – podereis objetar-nos. Pela educação, replicaremos. O plano pedagógico que implica esse grandioso problema tem de partir ainda do simples para o complexo. Ele abrange atividades multiformes e imensas, mas não é impossível. Primeiramente, o trabalho de vulgarização deverá intensificar-se, lançando, através da palavra falada ou escrita do ensinamento, as diminutas raízes do futuro. Toda essa demagogia filosófico-doutrinária, que vedes nas fileiras do Espiritismo, tem sua razão de ser. As almas humanas se preparam para o bom caminho. A missão do Cristianismo na Terra não era a de mancomunar-se com as forças políticas que lhe desviassem a profunda significação espiritual para os homens. O Cristo não teria vindo ao mundo para instituir castas sacerdotais e nem impor dogmatismos absurdos. Sua ação dirigiu-se, justamente, para a necessidade de se remodelar a sociedade humana, eliminando-se os preconceitos religiosos, constituindo isso a causa da sua cruz e do seu martírio, sem se desviar, contudo, do terreno das profecias que o anunciavam. Todas essas atividades bélicas, todas as lutas antifraternas no seio dos povos irmãos, quase a totalidade dos absurdos, que complicam a vida do homem, vieram da escravização da consciência ao conglomerado de preceitos dogmáticos das Igrejas que se levantaram sobre a doutrina do Divino Mestre, contrariando as suas bases, digladiando-se mutuamente, condenando-se umas às outras em nome de Deus. Aliado ao Estado, o Cristianismo deturpou-se, perdendo as suas características divinas. Sabemos todos que a Humanidade terrena atinge, atualmente, as cumeadas de um dos mais importantes ciclos evolutivos. Nessas transformações, há sempre necessidade do pensamento religioso para manter-se a espiritualidade das criaturas em momentos tão críticos. A ideia cristã se encontrava afeto o trabalho de sustentar essa coesão dos sentimentos de confiança e de fé das criaturas humanas nos seus elevados destinos; todavia, encarcerada nas grades dos dogmas, a doutrina de Jesus não poderia, de modo algum, amparar o espírito humano nessas dolorosas transições. Todas as exterioridades da Igreja deixam nas almas atuais, sedentas de progresso, um vazio muito amargo. (...) As atividades pedagógicas do presente e do futuro terão de se caracterizar pela sua feição evangélica e espiritista, se quiserem colaborar no grandioso edifício do progresso humano. Os estudiosos do materialismo não sabem que todos os seus estudos se baseiam na transição e na morte. Todas as realidades da vida se conservam inapreensíveis às suas faculdades sensoriais. Suas análises objetivam somente a carne perecível. O corpo que estudam, a célula que examinam, o corpo químico submetido à sua crítica minuciosa, são acidentais e passageiros. Os materiais humanos postos sob os seus olhos pertencem ao domínio das transformações, através do suposto aniquilamento. Como poderá, pois, esse movimento de extravagância do espírito humano presidir à formação da mentalidade geral que o futuro requer, para a consecução dos seus projetos grandiosos de fraternidade e de paz? A intelectualidade acadêmica está fechada no circulo da opinião dos catedráticos, como a ideia religiosa está presa no cárcere dos dogmas absurdos. Os continuadores do Cristo, nos tempos modernos, terão de marchar contra esses gigantes, com a liberdade dos seus atos e das suas ideias. Por enquanto, todo o nosso trabalho objetiva a formação da mentalidade cristã, por excelência, mentalidade purificada, livre dos preceitos e preconceitos que impedem a marcha da Humanidade. (...)  Toda a tarefa, no momento, é formar o espírito genuinamente cristão; terminado esse trabalho, os homens terão atingido o dia luminoso da paz universal e da concórdia de todos os corações.

terça-feira, 9 de maio de 2017

DEUS SEGUNDO O ESPIRITISMO

Estima-se que mais ou menos há 35 séculos, o grande líder Moisés começou a desenvolver entre os habitantes da Terra a ideia de um único Deus, se servindo de um modelo quase humano para convencer seus liderados que, por sua vez, misturados aos Exilados de Capela reencarnados levariam no futuro para os diferentes povos e Nações tal conhecimento. Perto 1500 anos depois, cumprindo o prometido aos Espíritos que auxiliavam a evolução da espécie de nossa Morada, Jesus reformula e amplia a visão do Criador, apresentando-o como o Pai, o Pai nosso que representava o Amor com o qual nos inspira a Evolução. Há exatos 160 anos atrás, Jesus, o Espírito da Verdade, liderando uma legião de trabalhadores, através do Espiritismo, abre a obra O LIVRO DOS ESPÍRITOS com que referência seus ensinamentos ampliados, dizendo ser Deus a inteligência Suprema do Universo, causa primária de todas as coisas. Como se vê, várias etapas de um mesmo processo de evolução do que chamamos Espírito. Como tema da série AS RESPOSTAS QUE O ESPIRITISMO DÁ, fundamentamos a CONCEPÇÃO DE DEUS, disponibilizada no YOUTUBE, da qual destacamos duas questões para avaliação: 1- Como surge na criatura humana a ideia de Deus? Seria algo gravado no inconsciente pelas escolas religiosas? O Espírito no início de sua fase humana, estupido e bruto, sente a centelha divina em si, pois, adora um Deus, que materializa conforme sua materialidade(RE, 2/1864) O sentimento intuitivo que trazemos da existência de Deus é uma consequência do princípio de que não existe efeito sem causa não sendo efeito da educação e das ideias adquiridas. (LE, 5,6) Sendo Deus o eixo de todas as crenças religiosas e o objetivo de todos os cultos, o caráter de todas as religiões é conforme a ideia que elas dão de Deus.  As religiões que fazem de Deus um ser vingativo e cruel julgam honrá-lo com atos de crueldade, com fogueiras e torturas; as que têm um Deus parcial e cioso são intolerantes e mais ou menos meticulosas na forma, por crerem-no mais ou menos contaminado das fraquezas e ninharias humanas. (RE; 9/1867) 2- Como se chegou ao conceito do DEUS único? A religião israelita foi a primeira que formulou, aos olhos dos homens, a ideia de um Deus espiritual. Até então os homens adoravam: uns, o Sol; outros, a Lua; aqui, o fogo; ali, os animais.  Mas em parte alguma a ideia de Deus era representada em sua essência espiritual e imaterial. Chegou Moisés; trazia uma lei nova, que derrubava todas as ideias até então recebidas.  Tinha de lutar contra os sacerdotes egípcios, que mantinham os povos na mais absoluta ignorância, na mais abjeta escravidão, e contra esses sacerdotes, que desse estado de coisas tiravam um poder ilimitado, não podendo ver sem pavor a propagação de uma ideia nova, que vinha destruir os fundamentos de seu poder e ameaçava derrubá-los. Essa fé trazia consigo a luz, a inteligência e a liberdade de pensar; era uma revolução social e moral.  Assim, os adeptos dessa fé, recrutados entre todas as classes do Egito, e não só entre os descendentes de Jacó, como erroneamente tem sido dito, eram perseguidos, acossados, submetidos aos mais duros vexames e, por fim, expulsos do país, porque infestavam a população com ideias subversivas e ante-sociais.  É sempre assim, toda vez que um progresso surge no horizonte e resplandece sobre a Humanidade.  As mesmas perseguições e os mesmos tratamentos acompanham os inovadores que lançam sobre o solo da nova geração os germes fecundos do progresso e da moral. É que toda inovação progressiva, ao levar à destruição de certos abusos, tem, necessariamente, por inimigos todos quanto estão interessados na manutenção desses abusos.  Mas Deus Todo-Poderoso, que conduz com Infinita Sabedoria os acontecimentos de onde deve surgir o progresso, inspirou Moisés; deu-lhe um poder que homem algum havia tido e, pela irradiação desse poder, cujos efeitos feriam os olhos dos mais incrédulos, Moisés adquiriu uma imensa influência sobre uma população que, confiando cegamente em seu destino, realizou um desses milagres, cuja impressão deveria perpetuar-se de geração em geração, como lembrança imperecível do poder de Deus e de seu profeta.  A passagem do mar Vermelho foi o primeiro ato da libertação desse povo.  Mas sua educação estava por fazer; era preciso domá-lo pela força do raciocínio e por milagres muitas vezes repetidos; era preciso inculcar-lhes a fé e a moral, ensinando-lhes a pôr a força e a confiança num Deus Criador, ser Imaterial, Infinitamente bom e justo.  Os quarenta anos de provações passados no deserto, em meio de privações, sofrimentos e vicissitudes de toda ordem, e os exemplos de insubordinação tão severamente reprimidos por uma justiça providencial, tudo contribuiu para desenvolver nele a fé nesse Ser Todo-Poderoso, cuja mão, ora benfeitora, ora severa, punia quem O desafiasse. (RE; 9/1861)




domingo, 7 de maio de 2017

PROPORCIONAL AO GRAU DA RESISTÊNCIA

Como provam inúmeros relatos contidos no extraordinário documentário em que se constitui a REVISTA ESPÍRITA publicada com recursos próprios por Allan Kardec entre 1858 e 1869, os avanços alcançados pela Doutrina Espírita resultaram de contribuições de vários colaboradores de várias partes da Europa e algumas outras regiões da Terra à época. No número de janeiro de 1865, encontramos o exemplo a seguir que, por sinal, oferece-nos elementos para várias reflexões como as observadas por Kardec na continuidade. Escreve ele: O Sr. Rul, membro da Sociedade de Paris, transmite-nos o fato que se segue. Disse ele: “Em 1862 conheci um jovem surdo-mudo de doze ou treze anos. Desejoso de fazer uma observação, perguntei aos meus Guias Protetores se me seria possível evocá-lo. Como a resposta fosse afirmativa, fiz o rapaz vir ao meu quarto e o instalei numa poltrona, com um prato de uvas, que ele se pôs a chupar com ardor. Por meu lado, sentei-me a uma mesa. Orei e fiz a evocação, como de costume. Ao cabo de alguns instantes minha mão tremeu e escrevi: Eis-me aqui. “Olhei o menino: estava imóvel, olhos fechados, calmo, adormecido, com o prato sobre os joelhos; cessara de comer. Dirigi-lhe as seguintes perguntas: P. – Onde estás agora? Resp. – Em vosso quarto, em vossa poltrona. P. – Queres dizer por que és surdo-mudo de nascença? Resp. – É uma expiação de meus crimes passados. P. – Que crimes cometeste? Resp. – Fui parricida. P. – Podes dizer se tua mãe, a quem amas tão ternamente, não teria sido, como teu pai ou tua mãe, na existência de que falas, o objeto do crime que cometeste? “Em vão esperei a resposta; minha mão ficou imóvel. Levantei de novo os olhos para o menino; acabava de despertar e comia as uvas com apetite. Tendo, então, pedido aos guias que me explicassem o que acabava de se passar, foi-me respondido: “Ele deu as informações que desejavas e Deus não permitiu que te desse outras".(...) Allan Kardec comenta o fato: –Faremos uma outra observação a respeito. Aqui, a prova de identidade resulta do sono provocado pela evocação, e da cessação da escrita no momento de despertar. Quanto ao silêncio guardado sobre a última pergunta, prova a utilidade do véu lançado sobre o passado. Com efeito, suponhamos que a mãe atual desse menino tenha sido sua vítima em outra existência, e que este tenha querido reparar seus erros pela afeição que lhe testemunha; a mãe não seria dolorosamente afetada se soubesse que o filho foi seu assassino? sua ternura por ele não seria alterada? Foi-lhe permitido revelar a causa de sua enfermidade como assunto de instrução, a fim de nos dar uma prova a mais de que as aflições daqui têm uma causa anterior, quando tal causa não esteja na vida atual, e que assim tudo é conforme à justiça; mas o resto era inútil e poderia ter chegado aos ouvidos da mãe. Por isto os Espíritos o despertaram, no momento em que, talvez, fosse responder. (...)  Além disso, o fato prova um ponto capital: não é somente depois da morte que o Espírito recobra a lembrança de seu passado. Pode dizer-se que não a perde jamais, mesmo na encarnação, porquanto, durante o sono do corpo, quando goza de certa liberdade, o Espírito tem consciência de seus atos anteriores; sabe por que sofre, e que sofre justamente; a lembrança não se apaga senão durante a vida exterior de relação. Mas, em falta de uma lembrança precisa, que lhe poderia ser penosa e prejudicar suas relações sociais, haure novas forças nos instantes de emancipação da alma, se os soube aproveitar. Deve-se concluir do fato que todos os surdos-mudos tenham sido parricidas? Seria uma consequência absurda, porque a justiça de Deus não está circunscrita em limites absolutos, como a justiça humana. Outros exemplos provam que esta enfermidade resulta, por vezes, do mau uso que o indivíduo tenha feito da faculdade da palavra. Pois que! exclamarão, será justa uma mesma expiação para duas faltas tão diferentes na sua gravidade? Mas os que assim raciocinam ignoram que a mesma falta oferece infinitos graus de culpabilidade, e que Deus mede a responsabilidade pelas circunstâncias? Aliás, quem sabe se esse menino, supondo seu crime sem escusas, não sofreu duro castigo no mundo dos Espíritos, e seu arrependimento e desejo de reparar não reduziram a expiação terrena a uma simples enfermidade? Admitindo, a título de hipótese, já que o ignoramos, que sua mãe atual tenha sido sua vítima, caso não conservasse para com ela a resolução tomada de reparar sua falta pela ternura, por certo o esperaria um castigo mais terrível, seja no mundo dos Espíritos, seja em nova existência. A Justiça de Deus nunca falha e, por ser às vezes tardia, nada perde por esperar; mas Deus, em sua bondade, jamais condena de maneira irremissível, e sempre deixa aberta a porta do arrependimento. Se o culpado demora a aproveitá-lo, sofrerá por mais tempo. Assim, dele sempre depende abreviar os seus sofrimentos. A duração da prova é proporcional à duração da resistência em se submeter à Lei do Progresso . É assim que a Justiça de Deus se concilia com sua bondade e seu amor por suas criaturas. 

sexta-feira, 5 de maio de 2017

KARDEC E AS OBRAS MEDIÚNICAS DE CARÁTER DUVIDOSO


-“Não há uma única ideia, sobretudo quando tem certa importância, que não encontre obstáculos. O próprio Cristianismo não foi ferido na pessoa de seu chefe, tratado como impostor e na de seus Apóstolos? E mesmo entre os seus propagadores não havia criaturas terríveis? Por que, então, o Espiritismo seria privilegiado”?  O comentário pertence a Allan Kardec em resposta a pergunta a ele dirigida sobre se haverá algum meio de se remediar o inconveniente do que se publicam, em nome do Espiritismo, visto que certas publicações são realmente lamentáveis, dando do Espiritismo uma ideia falsa expondo-o ao ridículo’. Na atualidade, especialmente no Brasil o problema se ampliou até porque o mercado livreiro tornou-se rentável ou meio de vida de inúmeros médiuns. Segundo informações, mais de 500 editoras dedicadas a produzirem livros ‘espíritas’ existem. Contudo, Allan Kardec oferece-nos uma visão interessante, acrescentando: - “O que encarais como um mal é, sem sombra de dúvida, um bem. Para o compreender não basta olhar o presente, mas, sobretudo, o futuro. A Humanidade é afligida por muitos males que a corroem e que têm sua fonte no orgulho e no egoísmo. Esperais curá-la instantaneamente? Acreditais que essas paixões, que reinam soberanamente sobre ela, se deixarão destronar facilmente? Não; elas erguem a cabeça para morder os que a vêm perturbar em sua tranquilidade. Tal é, não duvideis, a causa de certas oposições. A moral do Espiritismo não convém a todo mundo; não ousando atacá-la, atacam sua fonte. De fato o Espiritismo tem realizado numerosos milagres de reformas morais, mas pensar que essa transformação pudesse ser súbita e universal seria desconhecer a Humanidade. Entre os crentes há os que, só veem do Espiritismo a superfície, não compreendem o seu objetivo essencial. Quer por falta de julgamento, quer por orgulho, dele aceitam apenas o que os lisonjeia, repelindo o que os humilha. Não é, pois, de admirar que alguns espíritas o tomem em sentido inverso. Isso pode ser lamentável no presente, porém não terá maiores consequências para o futuro. Perguntais por que Deus não impede os erros. Perguntai-Lhe por que não criou perfeitos
os homens, de imediato, em vez de lhes deixar o trabalho e o mérito de se aperfeiçoarem; por que não fez a criança já nascer adulta, dotada de raciocínio, esclarecida, em vez de deixá-la adquirir a experiência pela vivência; por que a árvore só atinge o pleno desenvolvimento após longos anos e o fruto só amadurece quando a estação propícia é chegada? Perguntai-Lhe por que o Cristianismo, que é sua Lei e sua obra, sofreu tantas flutuações desde o seu nascimento; por que permitiu que os homens se servissem de seu nome sagrado para cometer tantos abusos, mesmo crimes e derramar tanto sangue? Nada se faz bruscamente em a Natureza; tudo marcha gradualmente conforme as leis imutáveis do Criador e essas leis conduzem sempre ao objetivo que Ele se propôs. Ora, a Humanidade na Terra é ainda jovem, embora a pretensão de seus doutores. (...) Para julgar o efeito dessas dissidências, basta observar o que se passa. Em que se apoiam? Em opiniões individuais, que podem reunir algumas pessoas, uma vez que não há ideia, por mais absurda que seja, que não encontre partidários. Mas, julga-se de seu valor pela preponderância que ela adquire. Ora, onde vedes as de que falamos com a mínima preponderância? Fizeram escola, ameaçaram  pelo número de adeptos a bandeira que adotastes? Em parte alguma; longe disso, as ideias divergentes veem incessantemente seus partidários diminuindo, para aderirem à unidade que se faz lei para a imensa maioria, quando não para a unanimidade. De todos os sistemas que surgiram quando da origem das manifestações, quantos permanecem de pé?  (...) O erro leva consigo, quase sempre, o remédio; e seu reino não pode ser eterno. Mais cedo ou mais tarde, deslumbrado por alguns sucessos efêmeros, é tomado por uma espécie de vertigem e se curva ante as aberrações que precipitam sua queda. Isto é verdadeiro, do maior ao menor. Deplorais as excentricidades de certos escritos publicados sob o manto do Espiritismo. Ao contrário, deveríeis abençoá-los, porquanto é por esses próprios excessos que o erro se perde. (...)  Esses erros provêm quase sempre de Espíritos levianos, sistemáticos ou pseudo-sábios, que se comprazem vendo editados seus devaneios e utopias pelos homens que conseguiram ludibriar, a ponto de fazê-los aceitar, de olhos fechados, tudo quanto lhes debitam em favor de alguns bons grãos em meio ao joio. Mas, como esses Espíritos nem possuem o verdadeiro saber, nem a verdadeira sabedoria, não podem sustentar por muito tempo o seu papel, e sua ignorância os trai. (...)  Isto me leva a dizer algumas palavras sobre a publicação das comunicações mediúnicas. A publicação tanto pode ser útil, se feita com discernimento, quanto perniciosa, em caso contrário. No número dessas comunicações existem as que, por melhores que sejam, só interessam àqueles que as recebem, não oferecendo aos leitores estranhos senão banalidades. Outras apenas têm interesse pelas circunstâncias nas quais foram dadas, e sem o conhecimento das quais são insignificantes. Isto só traria inconvenientes para a bolsa do editor. Mas, ao lado disto, algumas há que são evidentemente más, no conteúdo e no estilo e que, sob nomes respeitáveis e apócrifos, contêm coisas absurdas ou triviais, o que muito naturalmente se presta ao ridículo e dá armas à crítica. E pior ainda quando, sob a proteção desses mesmos nomes, elas formulam sistemas excêntricos, ou grosseiras heresias científicas. Não haveria nenhum inconveniente em publicar essas espécies de comunicações, se as fizessem acompanhar de comentários, seja para refutar os erros, seja para lembrar que são a expressão de uma opinião individual, da qual não se assume a responsabilidade; poderiam mesmo ter um lado instrutivo, mostrando a que aberrações de ideias podem entregar-se certos Espíritos. Mas, publicá-las pura e simplesmente é apresentá-las como expressão da verdade e garantir a autenticidade das assinaturas, que o bom senso não pode admitir; eis o inconveniente. Como os Espíritos têm seu livre-arbítrio e sua opinião sobre os homens e as coisas, compreender-se-á que há escritos que a prudência e a conveniência mandam afastar. No interesse da Doutrina, convém, pois, fazer uma escolha muito severa em semelhante caso, eliminando com cuidado tudo quanto possa, por uma causa qualquer, produzir má impressão. O médium, conformando-se a esta regra, poderia fazer uma coletânea muito instrutiva, que seria  lida com interesse, ao passo que, publicando tudo quanto recebe, sem método e sem discernimento, poderia fazer vários volumes detestáveis, cujo menor inconveniente seria o de não serem lidos. É preciso que se saiba que o Espiritismo sério patrocina com satisfação e zelo toda obra feita em boas condições, venha de onde vier; mas, por outro lado, repudia todas as publicações excêntricas. Todos os espíritas que se empenham para que a Doutrina não seja comprometida devem, pois, esforçar-se para as condenar, tanto mais porque, se algumas delas são feitas de boa fé, outras podem sê-lo pelos próprios inimigos do Espiritismo, tendo em vista desacreditá-lo e poder motivar acusações contra ele. Daí por que, repito, é necessário que se conheça o que ele aceita, daquilo que repudia.