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sábado, 29 de agosto de 2015

CHOCANTE, MAS LÓGICO

Considerando o perfil dos Espíritos ligados ao Planeta Terra no seu processo evolutivo apresentado no capítulo 3 d’O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, entende-se parte da realidade observada atualmente. Acrescentando a isso o fato de que numa hipotética existência de 60 anos, apenas v20 são aproveitados, visto que 20 dispende-se no sono físico, e outros 20 no processo de ascensão à vida adulta, deduz-se quanto é moroso o progresso da Individualidade.  A análise de Allan Kardec reproduzida na REVISTA ESPÍRITA de janeiro de 1864 em resposta a um leitor dá uma dimensão do problema: -“Ignoramos absolutamente em que condições se dão as primeiras encarnações da alma; é um desses princípios das coisas que estão nos segredos de Deus. Apenas sabemos que são criadas simples e ignorantes, tendo todas, assim, o mesmo ponto de partida, o que é conforme à justiça; o que sabemos ainda é que o livre-arbítrio só se desenvolve pouco a pouco e após numerosas evoluções na vida corpórea. Não é, pois, nem após a primeira, nem depois da segunda encarnação que a alma tem consciência bastante clara de si mesma, para ser responsável por seus atos; não é senão após a centésima, talvez após a milésima. Dá-se o mesmo com a criança, que não goza da plenitude de suas faculdades, nem um, nem dois dias após o nascimento, mas depois de anos. E, ainda, quando a alma goza do livre-arbítrio, a responsabilidade cresce em razão do desenvolvimento de sua inteligência; é assim, por exemplo, que um selvagem que come os seus semelhantes é menos castigado que o homem civilizado, que comete uma simples injustiça. Sem dúvida os nossos selvagens estão muito atrasados em relação a nós e, no entanto, já se acham bem longe de seu ponto de partida. Durante longos períodos, a alma encarnada é submetida à influência exclusiva dos instintos de conservação; pouco a pouco esses instintos se transformam em instintos inteligentes ou, melhor dizendo, se equilibram com a inteligência; mais tarde, e sempre gradualmente, a inteligência domina os instintos. Só então é que começa a séria responsabilidade. (...) Se houvesse acaso ou fatalidade, toda responsabilidade seria injusta. Como dissemos, o Espírito fica num estado inconsciente durante numerosas encarnações; a luz da inteligência não se faz senão aos poucos e a responsabilidade real só começa quando o Espírito age livremente e com conhecimento de causa. (...) A Terra já foi, mas não é mais, um mundo primitivo; os mais atrasados seres humanos encontrados em sua superfície já se despojaram das primeiras fraldas da encarnação e os nossos selvagens estão em progresso, comparativamente ao que eram antes que seu Espírito viesse encarnar neste Globo Que se julgue agora o número de existências necessárias a esses selvagens para transpor todos os degraus que os separam da mais adiantada civilização; todos esses degraus intermediários se acham na Terra sem solução de continuidade e se pode segui-los observando as nuances que distinguem os diferentes povos; só o começo e o fim aí não se encontram; para nós o começo se perde nas profundezas do passado, que não nos é dado penetrar. Aliás, isto pouco importa, pois tal conhecimento em nada nos adiantaria. Não somos perfeitos, eis o que é positivo; sabemos que nossas imperfeições são o único obstáculo à nossa felicidade futura; portanto, estudemo-nos, a fim de nos aperfeiçoarmos. No ponto em que estamos a inteligência está bastante desenvolvida para permitir ao homem julgar sensatamente o bem e o mal, e é também deste ponto que a sua responsabilidade é mais seriamente empenhada, já que não mais se pode dizer o que dizia Jesus: “Perdoai-lhes, Senhor, porque não sabem o que fazem.”

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

DUVIDA COMUM

O problema foi apresentado a Allan Kardec em carta reproduzida na REVISTA ESPÍRITA de agosto de 1863, por um espírita de Lucarno, pequena cidade turistica da Suíça, mas constitui-se na dúvida de muitos: -“Porque Deus permite que os bem intencionados sejam enganados pelos que os deveriam esclarecer? Com aquela ponderação característica o Mestre lionês responde: -“O mundo corpóreo, retornando ao mundo espírita pela morte, e o mundo espírita, fazendo o caminho inverso pela reencarnação, resulta que a população normal do espaço que circunda a Terra é composta de Espíritos provenientes da Humanidade terrestre. Sendo esta Humanidade uma das mais imperfeitas, não pode dar senão produtos imperfeitos, razão por que à sua volta pululam os Espíritos maus. Pela mesma razão, nos mundos mais adiantados, onde o bem reina sem limite, só há Espíritos bons. Admitindo isto, compreender-se-á que a intromissão, tão frequente, dos Espíritos maus nas relações mediúnicas é inerente à inferioridade do nosso globo; aqui se corre o risco de ser vítima dos Espíritos enganadores, como num país de ladrões o de ser roubado. Não se poderia perguntar, também, por que permite Deus que pessoas honestas sejam despojadas por larápios, vítimas da malevolência e alvo de toda sorte de misérias? Perguntai antes por que estais na Terra, e vos será respondido que é porque não merecestes um lugar melhor, salvo os Espíritos que aqui estão em missão. É preciso, pois, sofrer-lhe as consequências e envidar esforços para dela sair o mais cedo possível. Enquanto isto, é necessário esforçar-se por se preservar das investidas dos Espíritos maus, o que só se consegue lhes fechando todas as brechas que lhes poderiam dar acesso em nossa alma, a eles se impondo pela superioridade moral, a coragem, a perseverança e uma fé inabalável na proteção de Deus e dos Espíritos bons, no futuro que é tudo, ao passo que o presente nada é. Mas como ninguém é perfeito na Terra, ninguém se pode vangloriar, sem orgulho, de estar ao abrigo de suas malícias de maneira absoluta. Sem dúvida a pureza de intenções é importante; é a rota que conduz à perfeição, mas não é a perfeição e, ainda, pode haver, no fundo da alma, algum velho fermento. Eis por que não há um só médium que não tenha sido mais ou menos enganado. A simples razão nos diz que os Espíritos bons não podem fazer senão o bem, pois, do contrário, não seriam bons, e que o mal só pode vir dos Espíritos imperfeitos. Portanto, as mistificações só podem provir de Espíritos levianos ou mentirosos, que abusam da credulidade e, muitas vezes, exploram o orgulho, a vaidade ou outras paixões. Tais mistificações têm o objetivo de pôr à prova a perseverança, a firmeza na fé e exercitar o julgamento. Se os Espíritos bons as permitem em certas ocasiões, não é por impotência de sua parte, mas para nos deixar o mérito da luta. A experiência que se adquire à sua custa sendo mais proveitosa, se a coragem diminuir, é uma prova de fraqueza que nos deixa à mercê dos Espíritos maus. Os Espíritos bons velam por nós, assistem-nos e nos ajudam, mas sob a condição de nos ajudarmos a nós mesmos. O homem está na Terra para a luta; precisa vencer para dela sair, senão fica nela”. 

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

O BOM SENSO REENCARNADO

Seguindo o pensamento do intelectual, pesquisador e estudioso oculto no pseudônimo Allan Kardec nas páginas da REVISTA ESPIRITA ou mesmo em notas de rodapé nas cinco principais obras da chamada Codificação Espírita, entende-se a razão de ter-lhe sido atribuído o título acima. Num dos temas aqui trazidos sobre a posição do Espiritismo perante a Numerologia, por exemplo, diz não deter conhecimentos suficientes para pronunciar-se a respeito, todavia “porque não se compreende uma coisa, não é motivo para que ela não exista”, visto que “o que hoje é utopia, poderá ser verdade amanhã”. Noutra matéria afirmou queO LIVRO DOS ESPÍRITOS não é um tratado completo de Espiritismo; apenas apresenta as bases e os pontos fundamentais, que se devem desenvolver sucessivamente pelo estudo e pela observação”. No número de maio de 1865 da REVISTA ESPÍRITA, na seção QUESTÕES E PROBLEMAS com que é aberta a edição, o assunto é MANIFESTAÇÃO DO ESPÍRITO DE ANIMAIS, reproduzindo parte de carta recebida pela redação, analisada e comentada por Allan Kardec. Ao final, uma interessante comunicação recebida na Sociedade Espírita de Paris, reunião de 21 de abril, pelo médium E. Vézy, que mereceu a seguinte observação: -“Estas últimas reflexões do Espírito foram motivadas pela citação, feita na sessão, de pessoas que pretendiam ter recebido comunicações de diversos animais. Como explicação do fato precitado, sua teoria é racional e, no fundo, concorda com a que hoje prevalece nas instruções dadas na maior parte dos Centros. Quando tivermos reunido documentos suficientes, resumi-los-emos num corpo de Doutrina metódica, que será submetida ao Controle Universal. Até lá são balizas postas no caminho, para o esclarecer”. Para refletirmos. Destacamos alguns trechos sugestivos da mensagem: -“Não basta apenas crer no progresso incessante do Espírito, embrião na matéria, desenvolvendo-se ao passar pela peneira do mineral, do vegetal e do animal, para chegar à humanimalidade, onde começa a ensaiar-se apenas a alma que se encarnará, orgulhosa de sua tarefa, na Humanidade. Entre essas diferentes fases existem laços importantes, que é necessário conhecer, e que chamarei períodos intermediários ou latentes; porque é aí que se operam as transformações sucessivas (...). Entre os animais domésticos e os homens as afinidades são produzidas pelas cargas fluídicas que vos cercam e sobre eles recaem. É um pouco a Humanidade que se distingue sobre a animalidade, sem alterar as cores de uma ou de outra. Daí esta superioridade inteligente do cão sobre o instinto brutal do animal selvagem e é somente a essa causa que poderão ser devidas essas manifestações que vos acabam de ler. Assim, não se enganaram ouvindo um grito alegre do animal reconhecido pelos cuidados de seu dono, o qual veio, antes de passar ao estado intermediário de um desenvolvimento a outro, trazer-lhe uma lembrança. A manifestação, portanto, pode ocorrer, mas é passageira, porque o animal, para subir um degrau, precisa de um trabalho latente, que aniquila, em todos, qualquer sinal exterior de vida. Esse estado é a crisálida espiritual, onde se elabora a alma, perispírito informe, não tendo nenhuma figura reprodutiva de traços, irrompendo num estado de maturidade para deixar escapar, nas correntes que a arrastam, os germes de almas que aí se originam.(...) Assim, pois, sernos-ia difícil falar-vos dos Espíritos de animais do espaço: eles não existem; ou, melhor, sua passagem é tão rápida como se nula fosse e, no estado de crisálida, não poderiam ser descritos. Já sabeis que nada morre da matéria que sucumbe.(...) O que é do domínio da inteligência animal não pode ser reproduzido pela inteligência humana, isto é, que o animal, seja qual for, não pode expressar seu pensamento pela linguagem humana; suas ideias são apenas rudimentares. Para ter a possibilidade de exprimir-se, como faria o Espírito de um homem, precisaria de ideias, conhecimentos e um desenvolvimento que não tem, que não pode ter. Tende, pois, como certo, que nem o cão, nem o gato, nem o burro, nem o cavalo, nem o elefante podem manifestar-se por via mediúnica. Só os Espíritos chegados ao grau da Humanidade podem fazê-lo, e ainda em razão de seu adiantamento, porquanto o Espírito de um selvagem não vos poderá falar como o de um homem civilizado.

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

FISIOGNOMONIA: A ANÁLISE DE KARDEC

Religioso, filósofo, poeta, entusiasta do magnetismo animal, Johan Gaspar Laváter (1741/1801), é considerado o fundador da Fisiognomonia, a arte de conhecer a personalidade das pessoas através dos traços fisionômicos, baseando-se no princípio incontestável de que é o pensamento que põe os órgãos em jogo, imprimindo aos músculos certos movimentos. No número de julho de 1860, da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec analisa o tema. Diz ele: -“Estudando as relações entre os movimentos aparentes e o pensamento, dos movimentos vistos, podemos deduzir o pensamento, que não vemos. É assim que não nos enganaremos quanto à intenção de quem faz um gesto ameaçador ou amigável; que reconheceremos o modo de andar de um homem apressado e o do que não o é. De todos os músculos, os mais móveis são os da face; ali se refletem muitas vezes até os mais delicados matizes do pensamento. Eis por que, com razão, se diz que o rosto é o espelho da alma. Pela frequência de certas sensações, os músculos contraem o hábito dos movimentos correspondentes e acabam formando a ruga. A forma exterior se modifica, assim, pelas impressões da alma, de onde se segue que, dessa forma, algumas vezes se podem deduzir essas impressões, como do gesto podemos deduzir o pensamento. Tal é o princípio geral da arte ou, se se quiser, da ciência fisiognomônica. Este princípio é verdadeiro; não apenas se apoia sobre base racional, mas é confirmado pela observação.(...) Entre as relações fisiognomônicas, existe principalmente uma sobre a qual a imaginação muitas vezes se exerceu: é a semelhança de algumas pessoas com certos animais. Procuremos, então, buscar a causa. A semelhança física entre os parentes resulta da consanguinidade que transmite, de um a outro, partículas orgânicas semelhantes, porque o corpo procede do corpo. Mas não poderia vir ao pensamento de ninguém supor que aquele que se parece com um gato, por exemplo, tenha nas veias o sangue de gato. (...) Conforme os Espíritos, nenhum homem é a reencarnação do Espírito de um animal. Os instintos animais do homem decorrem da imperfeição de seu próprio Espírito, ainda não depurado e que, sob a influência da matéria, dá preponderância às necessidades físicas sobre as morais e sobre o senso moral, não ainda suficientemente desenvolvido. (...) Outra indução não menos errônea é tirada do princípio da pluralidade das existências. Da sua semelhança com certas personagens, algumas concluem que podem ter sido tais personagens. Ora, do que precede, é fácil demonstrar que aí existe apenas uma ideia quimérica. Como dissemos, as relações consanguíneas podem produzir uma similitude de formas, mas não é este aqui o caso, pois Esopo pode ter sido mais tarde um homem bonito e Sócrates um belo rapaz. Assim, quando não há filiação corporal, só haverá uma semelhança fortuita, porquanto não há nenhuma necessidade para o Espírito habitar corpos parecidos e, ao tomar um novo corpo, não traz nenhuma parcela do antigo. Entretanto, conforme o que dissemos acima, quanto ao caráter que as paixões podem imprimir aos traços, poder-se-ia pensar que, se um Espírito não progrediu sensivelmente e retorna com as mesmas inclinações, poderá trazer no rosto identidade de expressão. Isto é exato, mas seria no máximo um ar de família, e daí a uma semelhança real há muita distância. Aliás, este caso deve ser excepcional, pois é raro que o Espírito não venha em outra existência com disposições sensivelmente modificadas. Assim, dos sinais fisiognomônicos não se pode tirar absolutamente nenhum indício das existências anteriores. Só podemos encontrá-las no caráter moral, nas ideias instintivas e intuitivas, nas inclinações inatas, nas que não resultam da educação, assim como na natureza das expiações suportadas. E, ainda isto, só poderia indicar o gênero de existência, o caráter que se deveria ter, levando em conta o progresso, mas não a individualidade”. 

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

FATO SURPREENDENTE


A impressionante bibliografia construída pela Espiritualidade através de Chico Xavier, inclui duas obras quase desconhecidas no meio espírita atualmente mas que representam trabalhos de conteúdo extraordinário: INSTRUÇÕES PSICOFÔNICAS e VOZES DO GRANDE ALÉM (feb).  Resultaram da retomada dos trabalhos de desobsessão contando com a participação do àquela altura (1952/1955), não tão conhecido médium. A preservação deste material, por sinal, somente foi possível pela doação ao grupo que se reunia no Centro Espírita Luiz Gonzaga, em Pedro Leopoldo, nas noites de quinta feira de um gravado por ilustre testemunha de alguns dos trabalhos: o escritor Carlos Torres Pastorinho. Ocorrências surpreendentes fizeram parte da história das iluminadas reuniões. Uma delas, da noite de 2 de junho de 1955.  Relata o dirigente encarnado dos trabalhos e organizador das obras Arnaldo Rocha que “por ausência do companheiro encarregado do serviço de gravação, ocupamo-nos pessoalmente desse mister. E, enquanto atendíamos a semelhante tarefa, notamos que a organização mediúnica denotava expressiva alteração. Intuitivamente assinalamos que o nosso Grupo estava sendo visitado por mensageiro espiritual de elevada hierarquia. E não nos enganávamos. Colocando-se de pé, o instrutor passou à palavra. Dicção educada. Voz clara e bela. Em sucinto estudo, exalça a figura excelsa de Jesus, à frente do Espiritismo. Na saudação final, identifica-se. Tínhamos conosco a presença de Bittencourt Sampaio, cuja sublime envergadura espiritual escapa à exiguidade de nossa conceituação. Despede-se o orientador e encerramos a reunião. Movimentamo-nos para estudar a mensagem, ouvindo-a, de novo; no entanto, com o maior desapontamento, notamos que o gravador não funcionara. Perdêramos a palavra do grande Instrutor. Comentando a alocução ouvida, a maior parte dos companheiros afasta-se do recinto. Nós, porém, um conjunto de seis amigos, permanecemos na sede do Grupo mais tempo, examinando a máquina e lamentando o acontecido. Uma hora decorrera sobre o encerramento de nossas tarefas e preparávamos a retirada, quando o médium anunciou estar ouvindo de nosso amigo espiritual José Xavier o seguinte aviso: — “Não se preocupem. Meimei e eu gravamos a palavra do benfeitor que esteve entre nós, de passagem. Reúnam-se em silêncio e o médium poderá ouvi-la de nossa máquina, fixando-a no papel.” Sentamo-nos ao redor da mesa, com o material de escrita indispensável. Depois de nossa prece, o Chico esclarece estar vendo uma pequena gravadora junto de nós, manejada pelos amigos espirituais e, dizendo escutar a mensagem, põe-se a escrever moderadamente, evidenciando a audição em curso. Entretanto, o médium escreve e faz a pontuação, ao mesmo tempo. Ajudando-o a segurar o papel, conjeturamos mentalmente: — “Ora, se o Chico está ouvindo a mensagem gravada, como pode fazer a pontuação? Estamos diante de um ditado ou de psicografia comum?” No instante exato em que formulamos a indagação em pensamento, sem externá-la, o médium interrompe a grafia por momentos e explica-nos: — “Meu amigo, o José recomenda-me informar a você que, enquanto Meimei está comandando a gravadora, ele está ditando a pontuação para melhor segurança do nosso serviço.” Extremamente surpreendido, guardamos o esclarecimento. Terminada a escrita, o médium leu quanto ouvira. Notamos com admiração que o papel apresentava a mensagem que ouvíramos de Bittencourt Sampaio”. A mensagem intitulada O CRISTO ESTÁ NO LEME representa um forte incentivo aos que trabalham para a restauração da mensagem de Jesus através do Espiritismo e pode ser conferida no INSTRUÇÕES PSICOFÔNICAS.

sábado, 22 de agosto de 2015

QUESTÃO DE LÓGICA

Quem estudar a questão da Conexão entre e Espiritismo e Veganismo, obrigatoriamente encontrará a informação de que o segundo movimento surge em 1944, na Inglaterra, sendo uma versão mais completa do Vegetarianismo que, até onde as pesquisas conseguem alcançar surgiu na Índia Milenar, chegou ao lado Ocidental da Terra através da Escola fundada por Pitágoras que tanto influenciou o Pensamento da Humanidade nos séculos que se seguiram até hoje. Refletindo sobre porque o hábito encontrou sempre tanta resistência para se impor, traçando um paralelo com a mensagem de Jesus e, mais recentemente, a Doutrina Espírita, nas informações disseminadas pela esta, identificamos o fator causal da situação. Justamente numa revelação feita pelo Espírito identificado como Santo Agostinho - o importante teólogo das origens das bases da escola que ele ajudou a conceituar no que tange a dogmas – que encontramos no capítulo Há Muitas Moradas na Casa de Nosso Pai, d’ O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO. Desenvolvendo raciocínios sobre essas moradas ser “a Casa do Pai o Universo” e “as diferentes moradas os mundos que circulam no espaço infinito, oferecendo aos Espíritos desencarnados estações apropriadas ao seu adiantamento”, explica que “o grau de adiantamento ou inferioridade dos seus habitantes determina a categoria desses mundos, classificação antes relativa que absoluta, servindo para a evolução dos Espíritos que a ele não se ligam indefinidamente, não passando nele todas as fases de progresso que devem realizar, passando a outros mais adiantados proporcionais ao seu progresso quando atinge o grau estabelecido para aquele a que se liga”. Diante dessa colocação, entende-se que a origem e predominância do mal na Terra resulta da imperfeição dos Espíritos que nela estão encarnados, sendo ela um Mundo Inferior em que a maioria dos Espíritos que a habitam são inferiores ou pouco progrediram”, concluindo-se que a Terra pertence à categoria dos Mundos de Expiações e Provas, onde o mal predomina, expondo o homem a muitas misérias físicas, sociais e morais”. Servindo-se de algumas analogias, sugere que “se considerarmos a Terra como um hospital, um arrebalde, uma penitenciaria, um pantanal, compreenderemos porque suas aflições sobrepujam os prazeres, porque ela é tudo isso ao mesmo tempo. Assim sendo, “as aflições na Terra são remédios para a alma. Salvam-na, garantindo-lhe o futuro, assim como uma operação cirúrgica dolorosa salva a avida do doente e lhe restitui a saúde. Explica ainda que “não são todos os Espíritos encarnados na Terra que se encontram em expiação, constituindo-se  as raças selvagens de Espíritos apenas saídos da infância, e que estão, por assim dizer, educando-se e desenvolvendo-se ao contato dos Espíritos mais avançados;  seguidos das raças semicivilizadas, formadas pelos mesmos Espíritos mais evoluídos, compreendendo as raças indígenas, que se desenvolvem pouco a pouco. Os Espíritos em Expiação, analogamente seriam como os estrangeiros, por terem vivido em outros Mundos de onde foram excluídos por sua obstinação no mal, causando perturbação aos bons, tendo por missão fazer avançar os Espíritos mais atrasados, transtornando, causando grande perturbação à raças mais inteligentes detentoras de maior sensibilidade pelo grau de evolução que alcançaram. Se tomarmos cada povo em particular, poderemos julgar, pelo caráter dominante dos seus habitantes, suas preocupações, seus sentimentos mais ou menos morais e humanitários, das ordens de Espíritos que ali iremos, de preferência, encontrar”. Diante disso, enquanto o perfil dos habitantes predominantes no Planeta expressas uma condição de grande atraso espiritual, dificilmente as ideias que reflitam o respeito à Criação Divina se sobreporão ao dominante. Lembrando como dito por uma Entidade Espiritual que “não é deixando de comer carne que o Ser se espiritualizará, mas, se espiritualizando que deixará de comer carne”, propomos uma reflexão sobre a orientação do Espírito Irmão X, através do médium Chico Xavier: -“. O cemitério na barriga é um tormento, depois da grande transição. O lombo de porco ou o bife de vitela, temperados com sal e pimenta, não nos situam muito longe dos nossos antepassados, os tamoios e os caiapós, que se devoravam uns aos outros”.  
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quinta-feira, 20 de agosto de 2015

DEVEMOS ACREDITAR EM TUDO?

Sem que soubesse,  Chico Xavier psicografou entre 1927 e 1931 milhares de páginas psicografadas por Espíritos diversos, segundo o Orientador Emmanuel para treinamento de suas percepções mediúnicas, sendo aconselhado a jogar tudo fora após seu primeiro contato em nível consciente com aquele que guiaria suas atividades até o ano 2000, quando se afastou para reencarnar. Atualmente, os que se iniciam na prática mediúnica sem conhecimentos mais aprofundados, anseiam para ver o resultado de seu trabalho publicado, originando muitas vezes, conteúdos e revelações bizarras. Políticos, Santos, Autoridades Religiosas, entre outros, incluem-se entre os autores cujas páginas circulam pelas redes sociais ou pelas mãos de ávidos leitores opinando ou oferecendo orientações. Como recomenda a Doutrina Espirita nos posicionarmos diante disso?  Allan Kardec desenvolveu alguns raciocínios sobre o assunto na REVISTA ESPÍRITA de outubro de 1858 que parcialmente reproduzimos a seguir: -“Seja por entusiasmo, por fascinação dos Espíritos, ou por amor-próprio, em geral o médium psicógrafo é levado a crer que são superiores os Espíritos que com ele se comunicam, sobretudo quando tais Espíritos, aproveitando-se dessa presunção, adornam-se de títulos pomposos, tomando nomes de santos, de sábios, de anjos e da própria Virgem Maria, conforme a necessidade e segundo as circunstâncias. E, para desempenhar seu papel de comediantes, chegam até mesmo a portar a indumentária extravagante das personagens que representam. Tirai suas máscaras e vereis que se transformam no que sempre foram: ilustres desconhecidos; é o que necessariamente devemos fazer, tanto com os Espíritos, quanto com os homens. Da crença cega e irrefletida na superioridade dos Espíritos que se comunicam, à confiança em suas palavras não há senão um passo; é o que também acontece entre os homens. Se conseguirem inspirar essa confiança, haverão de sustentá-la por meio de sofismas e dos mais capciosos raciocínios, perante os quais frequentemente inclinamos a cabeça. Os Espíritos grosseiros são menos perigosos: reconhecemo-los imediatamente e só inspiram repugnância. Os mais temíveis, em seu mundo, como no nosso, são os Espíritos hipócritas: falam sempre com doçura, lisonjeando as mentes predispostas; são meigos, aduladores, pródigos em expressões de ternura e em protestos de devotamento. É preciso ser realmente forte para resistir a semelhantes seduções. Mas, direis, onde estaria o perigo, desde que os Espíritos são impalpáveis? O perigo está nos conselhos perniciosos que dão, aparentemente benévolos, e nos passos ridículos, intempestivos ou funestos a que somos induzidos. (...). Como convém dar o exemplo ao lado da teoria vamos relatar a história de uma pessoa do nosso conhecimento que se encontrou sob o império de uma fascinação semelhante. O Sr. F..., rapaz instruído, de esmerada educação, de caráter suave e benevolente, mas um pouco fraco e indeciso, tornou-se hábil médium psicógrafo com bastante rapidez. Obsidiado pelo Espírito que dele se apoderou e não lhe dava sossego, escrevia sem parar. Desde que uma pena, ou um lápis, lhe caíam à mão, ele os tomava num movimento convulsivo e se punha a preencher páginas inteiras em poucos minutos. Na falta de instrumento, simulava escrever com o dedo, onde quer que se encontrasse: na rua, nas paredes, nas portas, etc. Entre outras coisas que lhe ditaram havia estas: “O homem é composto de três coisas: o homem, o Espírito bom e o Espírito mau. Todos vós tendes vosso Espírito mau, que está ligado ao corpo por laços materiais. Para expulsar o Espírito mau é necessário romper esses laços e, para isso, é preciso enfraquecer o corpo. Quando este se encontra suficientemente enfraquecido, o laço se parte e o Espírito mau o abandona, permanecendo apenas o bom.” Em consequência dessa bela teoria, fizeram-no jejuar durante cinco dias consecutivos e velar à noite. Quando ficou extenuado, disseram-lhe: “Agora a coisa está feita e o laço rompido; teu Espírito mau partiu e ficamos apenas nós, em quem deves crer sem reserva.” E ele, persuadido de que seu Espírito mau havia fugido, acreditava cegamente em todas as suas palavras”. 

terça-feira, 18 de agosto de 2015

PARA ENTENDER A FILOSOFIA ESPIRITA

Autodidata, tinha 11 anos de idade quando, em Paris, Allan Kardec recebeu os primeiros exemplares impressos d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS. Residente em Tours, cidade a pouco mais de trezentos quilômetros da capital francesa, encontrou-se com a consoladora Doutrina, aos 18, conhecendo seu Codificador, aos 21, quando da visita do mesmo à cidade em que residia para proferir palestra para a qual foi convidado, em 1867. Viveria até os 81 anos, sendo que desde vinte anos antes, praticamente ficou cego, tendo sido secretariado no trabalho de seus escritos nessa fase, por uma admiradora chamada Claire Baumart, cuja convivência permitiu escrever o livro LÉON DENIS NA INTIMIDADE (clarim). Dentre os três grandes personagens da primeira hora do Espiritismo - o engenheiro Gabriel Dellane, o astrônomo Camille Flammarion  -, ele, Léon Denis, preparado pela rudeza da própria vida na luta pela sobrevivência, certamente é o que melhor desenvolveu o aspecto filosófico da Doutrina. A leitura de seus livros transporta os que perpassam suas páginas para níveis vibratórios superiores. Quem leu O PROBLEMA DO SER, DO DESTINO E DA DOR, entende o que dizemos. Para demonstrar essas conjecturas, apreciemos um trecho do texto d’ O PORQUÊ DA VIDA: “O homem deve antes de tudo aprender a se conhecer a fim de clarear seu porvir. Para caminhar com passo firme, precisa saber para onde vai. É conformando seus atos com as leis superiores que o homem trabalhará eficazmente para a própria melhoria e do meio social. O importante é discernir essas leis, determinar os deveres que elas nos impõem, prever as consequências de suas ações. O dia em que estiver compenetrado da grandeza de sua função, o Ser humano poderá melhor se desapegar daquilo que o diminui e rebaixa; poderá se governar com sabedoria, preparar por seus esforços a união fecunda dos homens em uma grande família de irmãos. Mas estamos longe desse estado de coisas. Ainda que a Humanidade avance na via do progresso, pode-se dizer, entretanto, que a imensa maioria de seus membros caminha pela via comum, em meio à noite escura, ignorante de si mesma, nada compreendendo do propósito real da existência. Espessas trevas obscurecem a razão humana. (...)  Por que é assim? Por que o homem desce fraco e desarmado na grande arena onde trava sem trégua, sem descanso, a eterna e gigantesca batalha? É porque este Globo, a Terra, está em um degrau inferior na escala dos mundos. Aqui residem em sua maior parte espíritos infantis, isto é, almas nascidas há pouco tempo para a razão. A matéria reina soberana em nosso mundo. Nos curva sob seu jugo, limita nossas faculdades, estanca nossos impulsos para o bem e nossas aspirações para o ideal. Além disso, para discernir o porquê da vida, para entrever a Lei Suprema que rege as almas e os mundos, é preciso saber se libertar dessas pesadas influências, desapegar-se das preocupações de ordem material, de todas essas coisas passageiras e cambiantes que encobrem nosso Espírito e que obscurecem nossos julgamentos. É nos elevando pelo pensamento acima dos horizontes da vida, fazendo abstração do tempo e do lugar, pairando, de alguma forma, acima dos detalhes da existência, que perceberemos a Verdade”. 

domingo, 16 de agosto de 2015

SUICÍDIO - SEMPRE IMPORTANTE LEMBRAR

Atitude condenada pela maioria das religiões, na visão do Espiritismo, ganha contornos mais realísticos do que os da fé cega. Sobretudo n’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS das questões 943 a 957, em que Allan Kardec cerca os Espíritos que lhe forneceram elementos às diferentes perguntas a eles formuladas sobre os mais diferentes assuntos, inclusive o suicídio. A roda do tempo girou e um século após, no ano de 1960, nos estudos encetados em torno dos temas tratados na mais básica de todas as Obras organizadas pelo pesquisador, intelectual e educador francês que enxergou nos fenômenos das mesas girantes a oportunidade de obter informações cruciais para o entendimento da natureza humana e do ignorado Mundo que se lhe apresentava, o Espírito Emmanuel, através do médium Chico Xavier, amplia horizontes para os interessados no assunto na obra RELIGIÃO DOS ESPÍRITOS (feb). Em capítulo intitulado simplesmente SUICÍDIO, entre outras coisas explica: -“No suicídio intencional, sem as atenuantes da moléstia ou da ignorância, há que considerar não somente o problema da infração ante as Leis Divinas, mas também o ato de violência que a criatura comete contra si mesma, através da premeditação mais profunda, com remorso mais amplo. Atormentada de dor, a consciência desperte no nível de sobre a que se precipitou, suportando compulsoriamente as companhias. É assim que após determinado tempo de reeducação, nos círculos de trabalho fronteiriços da Terra, os suicidas são habitualmente reinternados no Plano Carnal, em regime de hospitalização  na cela física, que lhes reflete as penas e angústias na forma de enfermidades e inibições. Ser-nos-á fácil, desse modo, identifica-los, no berço em que repontam, entremostrando a expiação a que se acolhem. Ilustrando suas ponderações, exemplifica: -“Os que se envenenaram, conforme os tóxicos de que se valeram, renascem trazendo as afecções valvulares, os achaques do aparelho digestivo, as doenças do sangue e as disfunções endócrinas, tanto quanto os males de etiologia obscura; os que incendiaram a própria carne amargam as agruras da ictiose ou do pênfigo; os que se asfixiaram, seja no leito das águas ou nas correntes de gás, exibem os processos mórbidos das vias respiratórias, como no caso do enfisema ou dos cistos pulmonares; os que se enforcaram carreiam consigo os dolorosos distúrbios do sistema nervoso, como sejam as neoplasias diversas e a paralisia cerebral infantil; os que se estilhaçaram ou deitaram a própria cabeça sob as rodas destruidoras, experimentam desarmonias da mesma espécie, notadamente as que se relacionam com o cretinismo, e os que se atiraram de grande altura reaparecem portando os padecimentos da distrofia muscular progressiva ou da osteíte difusa. Segundo o tipo de suicídio, direto ou indireto, surgem as distonias orgânicas derivadas, que correspondem a diversas calamidades congênitas, inclusive a mutilação e o câncer, a surdez e a mudez, a cegueira e a loucura, a representarem terapêutica providencial  na cura da alma. Junto de semelhantes quadros de provação regenerativa, funciona a ciência médica por missionária de redenção, conseguindo ajudar e melhorar os enfermos de conformidade com os créditos morais que atingiram ou segundo o merecimento de que disponham”. Sendo assim, fazendo o processo inverso, dos efeitos remontando as causas, embora a generalização não seja recomendável, poderíamos ter uma ideia das razões de processos incompreensíveis pelo conhecimentos da nossa realidade.

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

INTERVENÇÃO DA CIÊNCIA NO ESPIRITISMO

Mais de um século e meio se passou e a questão continua inalterada: a indiferença de parte dos representantes da chamada ciência em relação aos fenômenos mediúnicos. Já os rotularam de espíritas, metapsíquicos, paranormais. E o público leigo continua a se esconder nesta situação para justificar seu descrédito quanto à autenticidade dos fatos, notadamente os explicados com base nas interpretações do Espiritismo. Allan Kardec deparou-se com os argumentos desprovidos de sentido e conteúdo à sua época como se deduz de artigo escrito e inserido por ele na REVISTA ESPÍRITA de junho de 1859. Deste trabalho, destacamos alguns tópicos para sua apreciação. Escreve o autor: -Para começar, é um erro muito grave afirmar que todos os cientistas estejam contra nós, considerando-se que o Espiritismo se propaga justamente na classe esclarecida. Só existem cientistas na ciência oficial e nos corpos constituídos? Pelo fato de o Espiritismo não desfrutar ainda dos direitos de cidadania no âmbito da ciência oficial, poder-se-ia prejulgar a questão? É conhecida a circunspeção daquela em relação às ideias novas. Se a Ciência jamais se tivesse enganado, sua opinião poderia pesar na balança; a experiência, infelizmente, prova o contrário. Não repeliu como quimeras uma imensidão de descobertas que, mais tarde, ilustraram a memória de seus autores? Por isso deve-se concluir que os sábios sejam ignorantes? Isso justifica os epítetos triviais à custa do mau gosto que certas pessoas se aprazem em prodigalizar-lhes? Não, certamente. Não há ninguém de bom-senso que não faça justiça aos sábios, embora reconhecendo que não são infalíveis e que seu julgamento, assim, não representa a última instância. Seu erro é resolver certas questões um pouco levianamente, confiando demasiado em suas luzes, antes que o tempo se tenha pronunciado, e assim se expondo a receber os desmentidos da experiência. Cada um só tem competência para julgar o que conhece. Se quisermos construir uma casa, chamaremos um músico? Se estivermos doentes, seremos tratados por um arquiteto? Se tivermos um processo, buscaremos a opinião de uma dançarino? Enfim, se se tratar de uma questão de teologia, pediremos a sua solução a um químico ou a um astrônomo? Não; cada qual no seu ofício. As ciências vulgares repousam sobre as propriedades da matéria, que podemos manipular à vontade; os fenômenos que ela produz têm como agentes forças materiais. Os do Espiritismo têm como agente inteligências que possuem sua independência, seu livre-arbítrio, e de modo algum se submeteriam aos nossos caprichos; escapam, dessa forma, aos nossos processos anatômicos e laboratoriais, bem como aos nossos cálculos e, assim, não são da competência da ciência propriamente dita. A Ciência se enganou ao querer experimentar os Espíritos como se o fizesse a uma pilha voltáica; partiu de uma ideia fixa, preconcebida, à qual se aferra, e quer forçosamente ligá-la à ideia nova. Fracassou, e assim devia acontecer, porque agiu tendo em vista uma analogia que não existe. Depois, sem ir mais longe, concluiu pela negativa: julgamento temerário que o tempo diariamente se encarrega de reformar, como reformou tantos outros, e aqueles que o pronunciaram muito se envergonharão por haverem levianamente assumido uma falsa posição contra o poder infinito do Criador. Assim, pois, as corporações científicas não devem, nem jamais deverão pronunciar-se sobre o assunto; ele não é da sua alçada, assim como também não o é o direito de decretar se Deus existe. É, pois, um erro constituí-las em juiz. Mas quem será o juiz? Os Espíritos se julgam no direito de impor suas idéias? Não; o grande juiz, o juiz soberano, é a opinião pública. Quando essa opinião se formar pela aquiescência das massas e dos homens esclarecidos, os cientistas oficiais a aceitarão como indivíduos e sofrerão a força das circunstâncias. Deixai passar uma geração e, com ela, os preconceitos do amor-próprio que se obstina, e veremos dar-se com o Espiritismo o mesmo que se deu com tantas outras verdades combatidas, que atualmente seria ridículo pôr em dúvida".

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

CASOS DE INFLUÊNCIA ESPIRITUAL DESCRITOS POR ANDRÉ LUIZ

Apreciando o tema Influência Espiritual, Allan Kardec faz uma distinção entre esta e a Obsessão que define como a ação intencional de um Espírito desencarnado sobre outro, seja encarnado ou não, enquanto a primeira situação ocorre devido às propriedades do fluido perispiritual, acionados pela Lei da Afinidade, interligando os envolvidos como um imã tanto mais poderoso quanto maior for a vulnerabilidade mento-emocional do atingido pelo problema. Preso aos condicionamentos intelectuais da formação em Medicina na nossa Dimensão, compreensível as surpresas do Espírito conhecido como André Luiz diante das realidades com que foi se defrontando nas incursões relacionadas à vida no Mundo Espiritual, bem como suas interações com os Plano chamado Físico, descritas nas obras da conhecida como NOSSO LAR. Destacamos alguns exemplos para reflexão. CASO 1 - NA VIA PÚBLICA: –“No longo percurso, através de ruas movimentadas, surpreendia-me, sobremaneira, por se me depararem quadros totalmente novos. Identificava, agora, a presença de muitos desencarnados de ordem inferior, seguindo os passos de transeuntes vários, ou colados a eles, em abraço singular. Muitos se dependuravam a veículos, contemplavam-nos outros, das sacadas distantes. Alguns, em grupos, vagavam pelas ruas, formando verdadeiras nuvens escuras que houvessem baixado repentinamente ao solo. Assustei-me. Não havia notado tais ocorrências nas excursões anteriores ao círculo carnal. (...) Não dissimulava, entretanto, minha surpresa. As sombras sucediam-se umas às outras e posso assegurar que o número de entidades inferiores, invisíveis ao homem comum, não era menor, nas ruas, ao de pessoas encarnadas, em continuo vaivém (...). Tinha a impressão nítida de havermos mergulhado num oceano de vibrações muito diferentes, onde respirávamos com certa dificuldade. CASO 2 - NUMA RESIDÊNCIA COMUM: -"A família, constituída da viúva, três filhos e um casal de velhos, permanecia à mesa de refeições, no almoço muito simples. Entretanto, um fato, até então inédito para mim, feriu-me a observação: seis entidades envolvidas em círculos escuros acompanhavam-nos ao repasto, como se estivassem tomando alimentos por absorção.(...) Os que desencarnam em condições de excessivo apego aos que deixaram na Crosta, neles encontrando as mesmas algemas, quase sempre se mantém ligados à casa, às situações domésticas e aos fluidos vitais da família. Alimentam-se com a parentela e dormem nos mesmos aposentos onde se desligaram do corpo físico. CASO 3 – NUM HOSPITAL: -A enfermaria estava repleta de cenas deploráveis. Entidades inferiores, retidas pelos próprios enfermos, em grande viciação da mente, postavam-se em leitos diversos, inflingindo-lhes padecimentos atrozes, sugando-lhes vampirescamente preciosas forças, bem como atormentando-os e perseguindo-os. Seria inútil qualquer esforço extraordinário, pois os próprios enfermos, em face da ausência de educação mental, se incumbiriam de chamar novamente os verdugos, atraindo-os para suas mazelas orgânicas, competindo-nos apenas irradiar boa vontade e praticar o Bem, tanto quanto fosse possível, sem, contudo, violar as posições de cada um. CASO 4- NUM RESTAURANTE: -“Transpusemos a entrada. As emanações do ambiente produziam em nós indefinível mal estar. Junto de fumantes e bebedores inveterados, criaturas desencarnadas de triste feição se demoravam expectantes. Algumas sorviam as baforadas de fumo arremessadas ao ar, ainda aquecidas pelo calor dos pulmões que as expulsavam, nisso encontrando alegria e alimento. Outras aspiravam o hálito de alcóolatras impenitentes. Informou o orientador: -Muitos de nossos irmãos, que já se desvencilharam do vaso carnal, se apegam com tamanho desvario às sensações da experiência física, que se cosem àqueles nossos amigos terrestres temporariamente desequilibrados nos desagradáveis costumes por que se deixam influenciar. Os quadros de viciação mental, ignorância e sofrimento nos lares sem equilíbrio religioso, são muito grandes. Onde não existe organização espiritual, não há defesas de paz de espírito. Isto é intuitivo para todos os que estimem o reto pensamento”.

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

CHICO XAVIER FALA SOBRE COMPORTAMENTO

A AUTORIDADE MORAL associada à figura de Chico Xavier, certamente é resultado da forma como viveu, as razões pelas quais milhares de pessoas o procuraram ao longo dos anos. Vale, portanto, rever de vez em quando algumas de suas opiniões, como as 5 reproduzidas a seguir. 1- “É preciso que nós, os espíritas, compreendamos que não podemos nos distanciar do povo. É preciso fugir da tendência à elitização no seio do Movimento Espírita. É necessário que os dirigentes espíritas (...), compreendam e sintam que o Espiritismo veio para o povo e com ele dialogar. É indispensável que estudemos a Doutrina Espírita junto com as massas, que amemos a todos os companheiros, mas sobretudo aos espíritas mais humildes social e intelectualmente falando, e deles nos aproximarmos com real espírito de compreensão e fraternidade. Se não nos precavermos, daqui a pouco teremos nossas Casas Espíritas, apenas falando e explicando o Evangelho de Cristo, as pessoas laureadas por títulos acadêmicos ou intelectuais e confrades de posição social mais elevada. Mais que justo evitarmos a elitização no Espiritismo, isto é a formação do “espírito de cúpula”, com a vocação de infalibilidade, em nossas organizações. O problema não é de direção ou administração em si, mas a maneira como a conduzem, isto é, a falta de maior aproximação com irmãos socialmente menos favorecidos, que equivale à ausência de amor, presente no excesso de rigorismo, de suposta pureza doutrinária, de formalismo por parte daqueles que são responsáveis pelas nossas instituições; é a preocupação excessiva com a parte material das instituições(....); é a preocupação com o patrimônio material ao invés do espiritual e doutrinário; é a preocupação de inverter o processo de maior difusão do Espiritismo, fazendo-o partir de cima para baixo, da elite intelectualizada para as massas, exigindo-se dos companheiros em dificuldades materiais ou espirituais uma elevação ou um crescimento, sem apoio dos que foram chamados pela Doutrina Espírita a fim de ampará-los na formação gradativa”. (MANDATO DE AMOR) 2- Essa insatisfação diante da vida, esse anseio de destaque social, econômico, de poder, nos coloca a mercê de emoções muito fortes (...); não nos educamos para viver: nos educamos para ser criaturas cada vez mais possessivas”. (ECX). 3-“Podemos viver com menos...Há um problema no Brasil curioso. Todos falam em crise, nossa comunidade adquiriu dívidas muito grandes (..). O nosso carnaval era simples, as pessoas saiam cantando. Hoje o carnaval custa milhões. Vão dizer que é turismo. Pode ser turismo, mas é negativo, é um dispêndio de força e de vida humana. Depois do carnaval, aparecem as listas: tantos mortos no sábado, no domingo, na segunda, na terça. Porque não houve tantos mortos nos outros sábados ou nos outros domingos? Foram vítimas dos excessos a que nos entregamos, porque não sabemos viver. Temos escolas maravilhosas, exercícios físicos, o mundo da ginástica, que nos ajuda a conservar a saúde, as nossas universidades, que são verdadeiros mundos da cultura... Nunca vi uma escola para ensinar as pessoas a viver, a viver com o que tem, com o que são, com os recursos que possam adquirir”. (ECX) 4-Nós todos caímos pela inteligência. Sentimo-nos falsamente superiores aos outros. Mas resolveremos o assunto pelo coração, pelo sentimento, pelo Cristo aplicado em nossa vida. Temos muita pena do menino que está com fome, mas, às vezes, temos um desprezo total pelo menino que se faz delinquente. Quem precisa mais? O menino dado aos tóxicos ou que se entrega às más influências poderia ser o nosso? Estamos na mesma embarcação e o naufrágio é para nós todos”. (ECX). 5-“A violência no mundo é falta de Deus no coração”. (OCX)


sábado, 8 de agosto de 2015

CONECTANDO FORÇAS SUPERIORES

O iluminado Paulo de Tarso escreveu aos Corintios na primeira das cartas a ele dirigidas: - “Se eu, pois, ignorar a significação das palavras, serei estrangeiro para aquele que fala; e ele, estrangeiro para mim. – Porque, se eu orar em outra língua, o meu espírito ora de fato, mas a minha mente fica infrutífera. – E se tu bendisseres apenas em espírito, como dirá o indouto o amém depois da tua ação de graças? visto que não entende o que dizes. – Porque tu, de fato, dás bem as graças, mas o outro não é edificado”. O trecho foi resgatado por Allan Kardec em artigo reproduzido no número de agosto de 1864 da REVISTA ESPÍRITA, que  ele procura esclarecer duvidas sobre o conteúdo do último capítulo do livro O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO que se constitui numa coletânea de preces sugeridas aos leitores da obra. Explica que “elas fazem parte das comunicações dadas pelos Espíritos; nós as reunimos no capítulo consagrado ao exame da prece, como agregamos a cada um dos outros capítulos as comunicações que lhes diziam respeito”. Sobre a enunciação de preces em idiomas diferentes do profitente, pondera que “todas as religiões antigas e pagãs tiveram sua língua sagrada, língua misteriosa, inteligível apenas aos iniciados, mas cujo sentido verdadeiro era oculto ao vulgo, que a respeitava tanto mais quanto menos a compreendia. Isto podia ser aceito na época da infância intelectual das massas; mas hoje, que estão espiritualmente emancipadas, as línguas místicas não têm mais razão de ser e constituem um anacronismo; querem ver tão claro nas coisas da religião quanto nas da vida civil; não se pede mais para crer e orar, mas se quer saber por que se crê e o que se pede orando”. Embora as gerações atuais ignorem, o fato é que até pouco depois da metade do século 20, as orações publicas nos templos da escola religiosa dominante no Ocidente, “o latim, de uso habitual nos primeiros tempos do Cristianismo, tornou-se para a Igreja a língua sagrada, e é por um resquício do antigo prestígio ligado a essas línguas, que a maioria dos que não o sabem recitam a oração dominical nessa língua, em vez de na sua própria. Dir-se-ia que ligam a isto tanto mais virtude quanto menos a compreendem. Por certo, não foi essa a intenção de Jesus quando a ditou, e tal não foi, igualmente, a de São Paulo, quando disse: “Se eu orar em outra língua, o meu Espírito ora de fato, mas a minha mente fica infrutífera”. Ressaltamos, prossegue Allan Kardec “a necessidade das preces inteligíveis. Aquele que ora sem compreender o que diz, habitua-se a ligar mais valor às palavras do que aos pensamentos; para ele as palavras é que são eficazes, mesmo que o coração em nada tome parte. Assim, muitos se julgam desobrigados depois de recitarem algumas palavras que os dispensam de se reformarem. É fazer da Divindade uma ideia estranha acreditar que ela se deixe pagar por palavras em vez de atos, que atestam uma melhora moral” Orienta, por fim, que “a principal qualidade da prece é ser clara, simples e concisa, sem fraseologia inútil, nem luxo de epítetos, que não passam de falsos adereços; cada palavra deve ter o seu alcance, despertar um pensamento, agitar uma fibra; numa palavra, deve fazer refletir; só com esta condição a prece pode atingir o seu objetivo, do contrário não passa de ruído”.



quinta-feira, 6 de agosto de 2015

ELEMENTOS PARA REFLEXÃO

Objetivando demonstrar “nossa necessidade de estudo metódico da obra de Allan Kardec”, bem como saudar o primeiro centenário da publicação d’O LIVRO DOS ESPÍRITOS, Emmanuel, o Orientador das atividades mediúnicas de Chico Xavier, logo após a transferência deste para Uberaba (MG), organizou um trabalho em torno de 91 temas tratados em igual número de sessões públicas desenvolvidas no ano de 1959, na Comunhão Espírita Cristã – instituição em que atuou até 1976 quando surgiu o Grupo Espírita da Prece – em torno das 1019 questões da obra fundamental do Espiritismo: RELIGIÃO DOS ESPÍRITOS. Reúne segundo ele, “simples comentários em torno da substância religiosa da proposta do Consolador Prometido por Jesus” no derradeiro diálogo mantido com seus seguidores mais diretos, conforme registrado no capítulo 14, versículos 16 e 26 do EVANGELHO de João. Na mesma linha, em 1961 compôs SEARA DOS MÉDIUNS; em 1964, O LIVRO DA ESPERANÇA – marco do nascimento editora da CEC (Comunhão Espírita Cristã) a segunda ( a primeira foi a LAKE) fora a da Federação Espírita Brasileira a obter direitos autorais dos trabalhos de Chico Xavier-; e, em 1965; JUSTIÇA DIVINA, todos assinalando o primeiro centenário, respectivamente, d’O LIVRO DOS MÉDIUNS, O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO e O CÉU E O INFERNO ou a Justiça Divina Segundo o Espiritismo.  Todas elas nascidas em reuniões que ocorriam nas noites das segundas e sextas feiras da instituição que abrigou as tarefas do médium até 1976 quando ele se transferiu para o Grupo Espírita da Prece onde prosseguiu até sua desencarnação em 2002. Apresentando abordagem original sobre temas tratados nas chamadas Obras Básicas, os comentários de Emmanuel refletem aspectos reveladores sobre as características essenciais da criatura humana. Um deles no SEARA DOS MÉDIUNS, capítulo CARTÃO DE VISITA, ajuda-nos a entender um pouco mais sobre a formação do pensamento que, por sinal, segundo avalia “vige na base de todos os fenômenos de sintonia na esfera da alma”. Escreve: -“Observa os próprios impulsos. Desejando, sentes. Sentindo, pensas. Pensando, realizas, Realizando, atrais, atraindo, refletes. Refletindo, estendemos a própria influência, acrescida dos fatores de indução do grupo com que afinizamos”. Allan Kardec já havia publicado em um número da REVISTA ESPÍRITA que o “pensamento é o atributo característico do ser espiritual; é ele que distingue o espírito da matéria: sem o pensamento, o Espírito não seria Espírito”.. Afirma inclusive no referido trabalho que “não há necessidade de que o pensamento seja formulado em palavras; a irradiação fluídica não existe menos, quer ela seja expressa ou não; se todos são benevolentes, todos os presentes nele experimentam um verdadeiro bem-estar, e se sentem comodamente; mas se é misturada com alguns pensamentos maus, eles produzem um efeito de uma corrente de ar gelado no meio tépido”. Para ele, “tal é a causa do sentimento de satisfação que se sente numa reunião simpática; ali reina como uma atmosfera moral saudável, onde se respira comodamente; dali se sai reconfortado, porque se está impregnado de eflúvios salutares. Assim se explicam também a ansiedade, o mal-estar indefinível que se sente num meio antipático, onde os pensamentos malévolos provocam, por assim dizer, correntes fluídicas doentias”. E acrescenta: - O homem o sente instintivamente, uma vez que procura as reuniões onde ele sabe encontrar essa comunhão; nessas reuniões homogêneas e simpáticas, ele haure novas forças morais; poder-se-ia dizer que ali recupera as perdas fluídicas que ele faz cada dia pela irradiação do pensamento, como recupera pelos alimentos as perdas do corpo material.




segunda-feira, 3 de agosto de 2015

REVELAÇÕES PARA SE PENSAR



Vez ou outra, ouvimos “meus fluidos não batem com os daquela pessoa”. Intuitiva ou conscientemente, estão falando uma verdade. Segundo Allan Kardec apoiado nas informações oferecidas pelos Espíritos que o ajudaram a organizar a base do Espiritismo, isso “muito frequentemente, ocorre entre pessoas que se conheceram, prejudicaram ou amaram em uma existência precedente, e que são atraídas uma pela outra originando as simpatias ou aversões instintivas”. Abre, porém, a possibilidade de existir outra causa. Nasce ela da realidade revelada ou apresentada de forma adequada aos níveis de entendimento de parcela da Humanidade presente em nossa Dimensão do século 19 para frente: a existência de um corpo intermediário entre o Espírito, a individualidade, o “EU” e o corpo físico, por Kardec denominado Perispírito, o milenarmente conhecido Corpo Espiritual. Revestimento e modelador do Princípio Inteligente na fase humana de sua evolução, segundo as explicações do Codificador, “o períspirito irradia, ao redor de si mesmo, uma espécie de atmosfera impregnada das qualidades boas ou más do Espírito encarnado. Assim, duas pessoas que se encontram experimentam, pelo contato desses fluídos, impressão agradável ou não, por sinal, a mesma da sensitiva – planta que se retrai ante a aproximação de qualquer Ser humano. Tais fluidos tendem a confundir-se ou repelir-se, segundo sua natureza semelhante ou dessemelhante”. Dentro dessa visão, entende-se a razão daqueles fatos ou fenômenos em que uma pessoa como que percebe a realidade interior daquela com a qual se relaciona, “se adivinhando e compreendendo sem se falarem”. Nada mais que o “contato dos fluidos pessoais”. Décadas depois, o Instrutor Espiritual Emmanuel através do médium Chico Xavier, escreveria no livro O CONSOLADOR (feb; 1940), que “a simpatia ou a antipatia tem suas raízes profundas no Espírito, na sutilíssima entrosagem dos fluidos peculiares a cada um e, quase sempre, de modo geral, atestam uma renovação de sensações experimentadas pela criatura, desde o pretérito delituoso, em iguais circunstâncias”. Mais à frente, o Espírito identificado como André Luiz – nome aproveitado de um irmão consanguíneo do médium Xavier que à época do lançamento do primeiro livro escrito pelo médico desencarnado enfrentava um processo judicial movido pela viúva do escritor Humberto de Campos pelo uso do nome do marido, requerendo indenização ou participação nos resultados dos direitos autorais dos livros mediúnicos que utilizassem o nome do intelectual -,  reproduziria explicação ouvida na Colônia NOSSO LAR, segundo a qual “todo Espírito, esteja onde estiver, é um núcleo irradiante de forças que criam, transformam ou destroem, exteriorizadas em vibrações que a ciência terrestre presentemente (1943) não pode compreender. Quem pensa, está fazendo alguma coisa alhures”. No mesmo aprendizado, registra um dado bastante significativo: -“Pelo pensamento, os homens encontram no Umbral os companheiros que afinam com as tendências de cada um. Toda alma é um imã poderoso. Há uma extensa Humanidade invisível, que se segue à Humanidade visível”. Exemplificam dizendo que “pelos dispositivos da Lei da Afinidade, a maledicência atrairá caluniadores invisíveis e a ironia buscará, sem dúvida, as entidades galhofeiras e sarcásticas, que inspirarão o anedotário menos digno, deixando margem vastíssima à leviandade e à perturbação”. No quesito antipatia, a Espiritualidade orienta: -“Toda antipatia, aparentemente a mais justa, deve morrer para dar lugar à simpatia que edifica o coração para o trabalho construtivo e legítimo da fraternidade”.

domingo, 2 de agosto de 2015

AS MULHERES TEM ALMA?

A pergunta parece piada, mas, era coisa séria há apenas 149 anos na França, considerada o berço do Iluminismo. A confirmação está no número de janeiro de 1866 da REVISTA ESPÍRITA, em matéria na qual Allan Kardec registra que “lia-se nos jornais que uma jovem senhorita de vinte anos acabava de defender o bacharelado com pleno sucesso perante a faculdade de Montpellier. Dizia-se que era o quarto diploma concedido a uma mulher. Ainda não faz muito tempo foi agitada a questão de saber se o grau de bacharel podia ser conferido a uma mulher. Embora a alguns isto parecesse uma monstruosa anomalia, reconheceu-se que os regulamentos sobre a matéria não faziam menção às mulheres e, assim, elas não se achavam excluídas legalmente. Depois de terem reconhecido que elas tinham alma, lhes reconheceram o direito à conquista dos graus da Ciência, o que já é alguma coisa. Mas a sua libertação parcial é apenas resultado do desenvolvimento da urbanidade, do abrandamento dos costumes ou, se quiserem, de um sentimento mais exato da justiça; é uma espécie de concessão que lhes fazem e, é preciso se diga, que lhes regateiam o mais possível”. Comenta também saber-se quea coisa nem sempre foi tida por certa, pois, ao que se diz, foi posta em deliberação num concílio. A negação ainda é um princípio de fé em certos povos. Sabe-se a que grau de aviltamento essa crença as reduziu na maior parte dos países do Oriente. Embora hoje, nos povos civilizados, a questão esteja resolvida em seu favor, o preconceito de sua inferioridade moral perpetuou-se a tal ponto que um escritor do século passado, cujo nome não nos vem à memória, assim definia a mulher: “Instrumento de prazer do homem”, definição mais muçulmana que cristã. Desse preconceito nasceu a sua inferioridade legal, ainda não apagada de nossos códigos. Durante muito tempo elas aceitaram essa submissão como uma coisa natural, tão poderosa é a força do hábito. Dá-se o mesmo com os que, votados à servidão de pai a filho, acabam por se julgar de natureza diversa da dos seus senhores”. Apresentando, entre outros argumentos, a posição do Espiritismo pondera o sábio pensador: -“Os sexos só existem no organismo; são necessários à reprodução dos seres materiais. Mas os Espíritos, sendo criação de Deus, não se reproduzem uns pelos outros, razão pela qual os sexos seriam inúteis no mundo espiritual. Os Espíritos progridem pelos trabalhos que realizam e pelas provas que devem sofrer, como o operário se aperfeiçoa em sua arte pelo trabalho que faz. Essas provas e esses trabalhos variam conforme sua posição social. Devendo os Espíritos progredir em tudo e adquirir todos os conhecimentos, cada um é chamado a concorrer aos diversos trabalhos e a sujeitar-se aos diferentes gêneros de provas. É por isso que, alternadamente, nascem ricos ou pobres, senhores ou servos, operários do pensamento ou da matéria. Assim se acha fundado, sobre as próprias leis da Natureza, o princípio da igualdade, pois o grande da véspera pode ser o pequeno do dia seguinte e reciprocamente. Desse princípio decorre o da fraternidade, visto que, em nossas relações sociais, reencontramos antigos conhecimentos, e no infeliz que nos estende a mão pode encontrar-se um parente ou um amigo. É com o mesmo objetivo que os Espíritos se encarnam nos diferentes sexos; aquele que foi homem poderá renascer mulher, e aquele que foi mulher poderá nascer homem, a fim de realizar os deveres de cada uma dessas posições, e sofrer-lhes as provas.