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quarta-feira, 27 de junho de 2012

...Provocaram Desabamentos,Com Plena Consciência...

O relógio marcava trinta minutos depois da meia noite do dia 18 de janeiro de 1974, quando o casal Luzia e Detzi de Oliveira foi despertado por violento estrondo que, praticamente, fez a cama em que dormiam tremer. Levantando apressados, se defrontaram com a indescritível cena de ver o quarto onde dormiam as três filhas e uma sobrinha do Rio de Janeiro que passava férias escolares em sua casa, soterrado por parte da parede de um dos andares do edifício que se construía ao lado de sua casa, na Rua Santos Dumont, 78, em Juiz de Fora (MG), para abrigar um hospital de Oncologia. Desesperadamente, auxiliados por vizinhos e, posteriormente, pelos bombeiros, no escuro da madrugada, lutaram durante algumas horas para remover o entulho, para, um a um, localizarem os corpos, já sem vida, de Ana Paula (9 anos); Jussara Maria (20 anos); Tereza Cristina (22 anos) e Marcia Dias Mattos ( 13 anos). Apesar das convicções espíritas, a dor daqueles pais não se fez menor que a de outros que de forma inesperada e violenta se veem privados da companhia dos filhos, e, sem conseguirem se equilibrar, passados dois anos, após uma viagem cansativa, chegaram a Uberaba (MG), sabedores que Chico estaria na cidade, dando cumprimento ao seu consolador trabalho. Era o dia 9 de fevereiro de 1976, uma sexta-feira, e por volta das 4 horas da tarde, o senhor Detzi abordou Chico, dizendo: “- Estou aqui à sua procura, trazendo minha esposa para você consolá-la um pouco e a mim também, pois perdemos uma filha em um desastre”. Comentaria depois, nem saber por que, disse uma e não três filhas e uma sobrinha. Talvez, pela perturbação em que vivia. O médium, com   naturalidade, apenas disse: “- Ah! Meu filho, para obter comunicações é muito difícil, o telefone não toca toda hora para mim”, e, em meio ao diálogo que se seguiu, perguntou: “- Você conheceu Isaltino Dias Moreira, de Juiz de Fora?”. O senhor Detzi ficou surpreso, pois, tratava-se de seu sogro, desencarnado 18 anos antes. Ante a confirmação, Chico continuou: “- Ele está presente, mas, não foram quatro meninas que desencarnaram juntas?”. Minha esposa, já emocionada com a informação da presença do pai, ouvindo Chico falar das quatro meninas, dominada por emoção mais forte, desatou a chorar. Solicitado a outro atendimento, Chico disse: “- Fiquem aí de lado que daqui a pouco vou conversar com vocês”. Instantes depois,  procurou no salão por minha senhora para perguntar-lhe: “- A sua filha mais velha chamava-se Tereza Cristina? Era Professora?”. Ante a crescente emoção minha e de minha esposa, continuou: “- Ela está aqui presente, foi trazida pelas mãos de seu pai Isaltino Dias Moreira, segundo me diz Emmanuel ao ouvido. Vocês aguardem aí, poderão obter o que desejam. Vamos aguardar”. Esperamos e, na reunião daquela noite, recebemos das mãos de Chico a ansiada carta, recebida em meio a outras, assinada por Tereza Cristina, surpreendendo-nos ainda mais, com citações de nomes e fatos por nós desconhecidos. Logo no início, a comunicante diz: “- Estou num momento difícil. É verdade que temos estado juntos. De outras vezes separados pelas impressões. Unidos na mesma luz de confiança na prece. Agora, porém, meu avô Izaltino me encoraja a escrever. “- É preciso que sua mãe saiba de tudo, que vocês não morreram, diz ele”. Mais à frente, lembrando os derradeiros momentos em nossa dimensão, conta: “- “Creiam, no entanto, que a dor mesmo, a dor dos acidentes terrestres, como a imaginamos, não sentimos. Um choque como se uma dinamite rebentasse sobre nós, e depois do choque com o anseio inútil de me levantar, um torpor que não sei descrever”. O torpor citado, consiste no estágio comum a todos no fenômeno da morte física citado por Allan Kardec na abordagem sobre O PASSAMENTO no livro O CÉU E O INFERNO. Tereza prossegue: “- Depois de algum tempo, que igualmente não sei calcular, chegaram pessoas. Meu avô Izaltino e meu avô Militão se mostraram a mim, dando-se a conhecer. Um senhor de nome Histórico estava com eles e nos amparava. Outra senhora de nome Ernestina, creio que Milagres, Ernestina Milagres, me acalmava. Deram-nos passes e oraram”. Mais uma vez a mediunidade de Chico confirma a revelação contida na questão 160 d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS, segundo a qual no processo de desencarnação somos amparados por familiares, amigos e acompanhados por técnicos especializados no desligamento corpo espiritual/corpo físico. Continuando, Tereza lembra: “- Acordada, notei que as irmãs dormiam ainda. Fomos removidas e tratadas, e estamos por enquanto no Hospital-Escola, em que aprendemos reajuste e serenidade. A gente aí no mundo toma aulas de matemática, de línguas, disso e daquilo... Pois aqui somos matriculados em paciência, esperança, fé em Deus e em nós mesmos, tantas matérias com as quais no corpo da terra nem mesmo sonhamos. Estamos bem. Não chorem mais. Papai, tudo vai ser feito pelo melhor”. Noutro trecho, um comentário importante: “Agora, depois de alguns meses aqui, já consegui alguns ensinamentos e experiências sobre passado e reencarnação. Não me peça agora qualquer apontamento mais amplo sobre o assunto. Posso, no entanto, dizer que em outros tempos, algumas vezes, pessoas cultas e nobres provocaram desabamentos, com plena ciência de que agiam contra as leis estabelecidas pela Justiça Divina”.  Na postagem de 15 de junho, incluímos interessante revelação sobre os “milhões de Espíritos que através da morte violenta na atualidade, buscam livrar-se de registros de mortes violentas impostas a si e a outrem, em encarnações passadas”. Confirmando a presença junto aos familiares remanescentes dos que se ausentaram de nossa dimensão, do ponto de vista físico, noutro ponto de sua mensagem Tereza comenta: “- Mãezinha, o nosso maior receio, a princípio, foi o de que a senhora, viesse para cá por conta própria. Vimos o seu desejo de tudo deixar aí para acompanhar-nos. Reconheço que a formação cristã que a senhora recebeu não lhe permitia pensar no suicídio, mas aquele anseio de reencontro era perigoso. Hoje, ficaremos mais tranquilas. É preciso lutar, mamãe, suportar as nossas provas e abençoar todas elas”. Nessas palavras de Tereza, impressas nas páginas do livro ENXUGANDO LÁGRIMAS (ide), terminamos, propondo uma reflexão sobre “suportar as nossas provas e abençoar todas elas”.

Um comentário:

  1. Luis, tudo bem?

    Hoje, ainda é comum essa busca intensa de familiares pela comunicação espirita de entes que desencarnaram? Ou isso foi um fenômeno mais intenso na época de Chico?

    Existe alguma razão especial para que esse "evento" não aconteça com maior intensidade? Ou ele está dilúido pelos centros espiritas de forma mais discreta?

    Como estudioso (com muita coisa para aprender ainda), tenho dificuldades de encontrar evidências e fatos de psicografia atuais que sejam de credibilidade. Também tenho dificuldade de entender, como esse fato se procede atualmente, nos centros espíritas.

    Desculpe caso tenha ponderado alguma incoerência, ainda estou caminhando nesses estudos.

    Abraços e Obrigado

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