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quarta-feira, 9 de julho de 2014

QUANDO A CONSCIÊNCIA SE ILUMINA

Objetivo final da caminhada do Ser, a evolução espiritual é um processo lento e difícil. Tanto maior quanto, em suas reencarnações, mais próximo está o Espírito das faixas primárias. E, voltar ao corpo sucessivas vezes é ideia abominada pela maioria, ignorante quanto a sua finalidade. O próprio Allan Kardec confessa que diante das revelações apresentadas pelos Espíritos sobre a reencarnação, preferiu ser cauteloso. Escreveu ele: -“Foi assim que procedemos com a doutrina da reencarnação, que não adotamos, embora vinda dos Espíritos, senão depois de havermos reconhecido que ela só e só ela, podia resolver aquilo que nenhuma filosofia jamais havia resolvido”. Durante muitas das experiências no corpo físico, prevalecem os instintos, reflexos que nos fazem buscar saciar predominantemente as necessidades de sensações nos campos do estomago e do sexo. A consciência de si mesmo é fruto de inúmeras passagens pelo chamado Plano Material, estágio estimado por Kardec talvez só após a centésima ou milésima encarnação”, analogamente  ao que “ se dá com a criança, que não goza da plenitude de suas faculdades nem um, nem dois dias após o nascimento, mas depois de anos. Quando fixados valores mais significativos no âmbito dessa consciência, passa a individualidade a interferir na formatação das existências futuras. Exemplo disso nos é oferecido por matéria incluída na pauta da REVISTA ESPÍRITA de julho de 1863, sob o título Uma Expiação Terrestre. Refere-se  à morte em 1850, numa aldeia da Baviera – hoje, um dos Estados da Alemanha -, de um velho quase centenário, conhecido como Pai Max. Ninguém sabia, ao certo, sua origem, pois não tinha família. Durante mais de meio século, abatido por enfermidades que o impossibilitavam de ganhar a vida pelo trabalho, não tinha outro recurso senão a caridade pública, que dissimulava indo vender em fazendas e castelos, almanaques e pequenos objetos. Tinham-lhe dado o apelido de Conde Max e as crianças o chamavam Senhor Conde, com o que sorria sem se formalizar. Por que tal título? Ninguém saberia dizer: já era hábito. Talvez pela sua fisionomia e maneiras, cuja distinção contrastava com seus trapos. Vários anos após sua morte, apareceu em sonho à filha do dono de um dos Castelos, onde era hospedado na cavalariça, pois não tinha domicílio. E lhe disse: -“Obrigado por terdes lembrado do pobre Max em sua preces, pois foram ouvidas pelo Senhor. Desejais saber quem sou eu, alma caridosa que vos interessastes pelo infeliz mendigo? Vou satisfazer-vos. Será para todos uma grande instrução”. E contou: “-Um século e meio antes era um rico e poderoso senhor desta região, mas vão, orgulhoso e enfatuado de minha nobreza. Minha imensa fortuna jamais serviu senão para os meus prazeres, e apenas bastava, porque era jogador, debochado e passava a vida em orgias. Meus vassalos, que julgava criados para meu uso como animais de fazenda, eram oprimidos e maltratados para contribuir para as minhas prodigalidades. Ficava surdo às suas lamentações, como às de  todos os infelizes e, em minha opinião, deviam sentir-se honrados de servir aos meus caprichos. Morri em idade pouco avançada, esgotado pelos excessos, mas sem haver experimentado nenhuma verdadeira desgraça”. Segue recordando que objeto de funerais suntuosos, apesar dos lamentos dos vivedores como ele, nem uma lágrima caiu em sua sepultura, nem uma prece de coração subiu a Deus por ele e sua memória, amaldiçoada por todos aqueles cuja miséria havia agravado. O tempo calculado em vários anos, impôs-lhe padecimentos atrozes, vendo-se à frente de suas ameaçadoras vítimas quando da morte de cada uma delas. Os que se lhe diziam amigos, fugiam, parecendo dizer com desdém: - Não podes mais pagar nossos prazeres.  Fatigado, sem ver termo a sua rota, exclamou: Meu Deus tende piedade de mim!”. Então, uma voz, a primeira que ouvia desde que deixou a Terra, lhe disse que seu sofrimento se interromperia quando se arrependesse e humilhasse diante daqueles que humilhou, pedindo que intercedessem por ele, porque a prece do que perdoa é sempre agradável a Deus. Efetivamente, suas ações fizeram com que os rostos de suas vítimas fossem desaparecendo um a um. Alguns anos depois, nasceu de novo, mas desta vez em família de pobres camponeses. Órfão criança, ficou só, sem apoio, ganhando a vida como pode, ora como trabalhador, ora como criado, sempre honestamente. Aos quarenta anos, uma doença o tornou entrevado de todos os membros e teve de mendigar por mais de cinquenta anos nas mesmas terras das quais tinha sido senhor absoluto; que receber um pedaço de pão nas fazendas que tinham sido suas e onde, por amarga ironia, o tinham apelidado Senhor Conde, sentindo-se feliz com um abrigo nas cavalariças do castelo que fora seu, sonhando muitas vezes, percorrendo o castelo, o meio e sua antiga fortuna, visões que lhe deixavam ao despertar, indefinível sentimento de amargura e pes

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