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terça-feira, 2 de dezembro de 2025

COMENTÁRIOS NO PLANO ESPIRITUAL ; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Já nos anos 80 do século XX, as estatísticas mostravam um crescimento vertiginoso de mortes de jovens de forma natural ou acidental, precipitando familiares, sobretudo mães e pais, no abismo da dor e sofrimento moral nunca imaginado na “zona de conforto” em que viviam. Uma avaliação da evolução desses índices de lá para cá, revelarão um aumento exponencial de tais casos. Claro que o exercício do livre arbítrio continua a produzir vítimas a todo instante neste Planeta, revelado pelo Espiritismo como situado na faixa das Expiações e Provas, impondo de forma inexorável – embora gradual – os efeitos daquilo que causamos com nossas ações, motivadas, invariavelmente, por anseios de projeção ou exploração no meio em que as criaturas se acham inseridas. Naturalmente associada à evolução das densidades demográficas observadas nos diferentes continentes, o fato é que o Espiritismo acrescenta dado sugestivo na análise desses acontecimentos. Uma mensagem psicografada pelo médium Chico Xavier confirma isso. Na verdade era a segunda recebida de um jovem – Luiz Roberto Estuqui Jr -, desencarnado em 4 de janeiro de 1984, num acidente nas imediações de Araraquara (SP), a caminho de São José do Rio Preto (SP), localidade em que residia. A primeira carta, psicografada na reunião publica de 24 de fevereiro, apenas 50 dias após sua trágica morte, revela aspectos curiosos, embora óbvios: quem morre não aceita facilmente o abandono dos projetos perseguidos; o chamado corpo espiritual ou períspirito é submetido a tratamentos específicos; familiares desencarnados há mais tempo geralmente assistem o recém-chegado para numa faixa menor de tempo se readaptar à vida de que se afastou um dia para reencarnar. No caso de Luiz Roberto, um dos seus acompanhantes foi um tio – Fausto João Estuqui – vitima de fatal acidente de avião nas imediações de Votuporanga (SP), oito anos antes. Foi através dele que o jovem comunicante obteve a resposta procurada por muitos, notadamente os que são surpreendidos pelas perdas de entes queridos. E não só esclarece a dúvida acalentada por tantos, como oferece em seguida seu próprio exemplo para os que querem refletir. Relata Luiz Robert em sua carta de 15 de setembro de 1984: - “O tio Joaozinho, a quem levo as suas perquirições para estudo, e por entender melhor a vida, me respondeu que, por amigos daqui, veio a saber que milhões de pessoas estão passando pela desencarnação no tempo áureo da existência, porque nos achamos numa fase de muitas mudanças na Terra. E aqueles Espíritos retardatários em caminho, quando induzidos a considerar a extensão das próprias dívidas, aceitam a prova da desencarnação mais cedo do que o tempo razoável para a partida, e são atendidos com a separação de pais e afetos outros, no período em que mais desejariam continuar vivendo, em razão do tempo que perderam com frivolidades nas vidas que usufruíram. São muitos os companheiros que se retiram da Terra, compulsoriamente, das comodidades humanas em que repousavam, de modo a rematarem o resgate de certos débitos que os obrigavam a sofrer no âmago da própria consciência”. Atendo-se ao caso, do próprio informante, Luiz Roberto escreveu: -“Ele mesmo, o tio Joãozinho, me explicou que tendo pedido exames para saber o motivo pelo qual perdeu o corpo numa queda de avião, foi conduzido, por Menores competentes, junto dos quais pôde ver, num processo de regressão, as causas da desencarnação violenta pelo qual foi obrigado a alcançar. Disse-me que conseguiu observar cenas tristes de que fora protagonista, há mais de trezentos anos, nas quais se via na posição de algoz de vasta comunidade humana, atirando pessoas em poços de tamanho descomunal, por motivos sem maior importância. Assim, ele precipitou muita gente do alto de montes ásperos e empedrados, com o objetivo de conquistar destaque nas posições da finança e do poder. As faltas cometidas permaneceram impunes, por ausência de autoridades nas localidades de sua atuação, mas, perante a Justiça Divina, os disparates levados a efeito foram assinalados para resgate em tempo oportuno. Desse modo, o tio afirmou que tendo arrasado a vida de muita gente, do ápice de montanhas alcantiladas e espinhosas, conseguiu liberar-se com a angústia por ele sofrida na queda da máquina que o resguardava. Disse-me que a morte o liberava de pagamentos quase inexequíveis, já que devia unicamente o remate de débitos contraídos, considerava o acidente aéreo uma solução benigna para ele que se vê agora, sem a mácula de culpa alguma”. Evidencia-se desta forma as sutilezas da Lei de Causa e Efeito, administrando os processos evolutivos dos habitantes da Terra.



Lemos no livro QUEM TEM MEDO DOS ESPÍRITOS, de Richard Simonetti, que “A inversão sexual resulta também de expiação, envolvendo Espíritos comprometidos em abusos sexuais”. Pergunto: O que devemos entender por abusos sexuais? (C.A.)

A palavra “abuso”, segundo os dicionários de Língua Portuguesa, quer dizer “mau uso”, e o mau uso, seja do que for, só pode causar danos, materiais e/ou morais aos autores e às vítimas.

O dano, insistimos, geralmente atinge o próprio autor ou autora do abuso, como pode atingir terceiros, de modo que a dimensão do estrago pode ser muito grande.

Geralmente, por causa da visão arcaica e autoritária da religião, o sofrimento humano tem sido atribuído a castigos de Deus, como se Deus permanecesse o tempo todo nos vigiando para nos flagrar em cada erro que cometemos e, assim, desferir sobre nós a sua ira.

Esta visão ou esta concepção de Deus é absurda, pois, segundo o preceito de Jesus que diz “a cada um segundo as suas obras”, todos nós respondemos pelos atos que praticamos. É o princípio da lei de causa e efeito que regula nosso comportamento.

Além disso, o abuso, que podemos praticar, pode ocorrer em qualquer área da experiência humana e uma delas é a da sexualidade, muito presente nos noticiários da mídia.

É por isso que sempre existiram abusos, principalmente contra a mulher e os menores, quando passam a ser vítimas de atos abomináveis, como o estupro e o comércio vergonhoso da pornografia infantil, que hoje se vulgarizou pela internet.

  A legislação humana tem procurado coibir todo tipo de violência sexual, mas, apesar disso, muitos desses abusos passam despercebidos ou ignorados e não são atingidos pela lei.

Se isso acontece hoje, em pleno século XXI, o que não teria acontecido no passado? E quando mais passado, pior. A mulher, a criança, os transexuais inclusive, sempre foram alvos de toda sorte de violência nesse sentido.

Mas, por outro lado, sabemos que a justiça humana ainda é muito imperfeita e que as verdadeiras consequências virão no futuro de cada um dos abusadores, na maioria das vezes, em futuras encarnações.

Algumas vezes, experiências sofridas no campo da sexualidade, seja para os transexuais ou mesmo para os heterossexuais, provêm de repercussões dos abusos de existências passadas, que redundaram em muito sofrimento para os outros.

Indivíduos que abusaram sexualmente da mulher ou violentaram impiedosamente crianças indefesas, por exemplo, eles próprios – depois do arrependimento e do remorso na espiritualidade – podem pedir para enfrentarem na próxima encarnação problemas ligados ao sexo.

E nós não temos dúvida que, por enquanto, a sociedade ainda é um campo propício ao sofrimento. Ela ainda está muito distante de tratar a questão sexual de forma prudente e equilibrada.

Haja vista que até hoje os transexuais são rejeitados e, por isso, vêm sofrendo incompreensão e intolerância, que acabam se convertendo em crimes de homofobia.

Diante disso, acreditamos que a opinião de Richard Simonetti, quando se refere a inversões sexuais, sejam no sentido de mostrar que muitas situações em que o indivíduo sofre rejeição, perseguição e até violência física, em razão da ignorância da sociedade, podem se constituir em provas ou expiações.

Passar pelas mesmas situações que a vítima de outrora passou, sofrer as mesmas agruras a que foram submetidas no passado, pode ser uma forma do culpado pagar pelo que fez diante de sua própria consciência.

É claro que nosso papel, como espíritas, não é o de apontar pretensos culpados, até porque não temos autoridade moral para isso, razão pela qual os abusos do passado reencarnatório sempre permanecem encobertos pela cortina do esquecimento.


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