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segunda-feira, 4 de outubro de 2021

PROBLEMA DIFÍCIL DE RESOLVER; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Em entrevista concedida ao Espírito André Luiz em Paris em 20 de agosto de 1965, reproduzida no livro ENTRE IRMÃOSDE OUTRAS TERRAS (feb, 1965), o pioneiro Gabriel Dellane ao ser questionado sobre onde estariam os percalços maiores para a expansão da Doutrina Espírita?, respondeu: - Em nossa opinião, os maiores embaraços para o Espiritismo procedem da atuação daqueles que reencarnam, prometendo servi-lo, seja através da mediunidade direta ou da mediunidade indireta, no campo da inspiração e da inteligência, e se transviam nas seduções da esfera física, convertendo-se em médiuns autênticos das regiões inferiores, de vez que não negam as verdades do Espiritismo, mas estão prontos a ridiculariza-las, através de escritos sarcásticos ou da arte histriônica, junto dos quais encontramos as demonstrações fenomênicas improdutivas, as histórias fantásticas, o anedotário deprimente e os filmes de terror. Analisando o problema que já se verificava apenas sete anos após o surgimento d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS, Allan Kardec na edição de março de 1863 da REVISTA ESPÍRITA, escreveu:- “Nunca seria demais recomendar aos espíritas que refletissem maduramente antes de agir. Em tais casos manda a prudência não confiar em sua opinião pessoal. Hoje, que de todos os lados se formam grupos ou sociedades, nada mais simples que se pôr de acordo antes de agir. Não tendo em vista senão o bem da causa, o verdadeiro espírita sabe fazer abnegação do amor-próprio. Crer em sua própria infalibilidade, recusar o conselho da maioria e persistir num caminho que se demonstra mau e comprometedor, não é a atitude de um verdadeiro espírita. Seria dar prova de orgulho, se não de obsessão. Entre as inabilidades é preciso colocar em primeira linha as publicações intempestivas ou excêntricas, por serem os fatos de maior repercussão. Nenhum espírita ignora que os Espíritos estão longe de possuir a soberana ciência; muitos dentre eles sabem menos que certos homens e, como certos homens também, têm a pretensão de tudo saber. Sobre todas as coisas têm sua opinião pessoal, que pode ser justa ou falsa. Ora, ainda como os homens, em geral os que têm ideias mais falsas são os mais obstinados. Esses pseudo-sábios falam de tudo, constroem sistemas, criam utopias ou ditam as coisas mais excêntricas, sentindo-se felizes quando encontram intérpretes complacentes e crédulos que lhes aceitam as elucubrações de olhos fechados. Esse tipo de publicação tem grave inconveniente, pois o médium, iludido e muitas vezes seduzido por um nome apócrifo, tem-na como coisa séria, de que se apodera a crítica prontamente para denegrir o Espiritismo, ao passo que, com menos presunção, bastaria que se tivesse aconselhado com os colegas para ser esclarecido. É muito raro, neste caso, que o médium não ceda às injunções de um Espírito que, ainda como certos homens, quer ser publicado a qualquer preço. Com mais experiência ele saberia que os Espíritos verdadeiramente superiores aconselham, mas não impõem nem adulam jamais, e que toda prescrição imperiosa é um sinal suspeito. Quando o Espiritismo estiver completamente implantado e conhecido, as publicações desta natureza não terão mais inconvenientes que os maus tratados de Ciência em nossos dias. Mas, repetimos, no começo elas incomodam muito. Em matéria de publicidade, portanto, toda circunspeção é pouca e não se calcularia com bastante cuidado o efeito que talvez produzisse sobre o leitor. Em resumo, é um grave erro crer-se obrigado a publicar tudo quanto ditam os Espíritos, porque, se os há bons e esclarecidos, também os há maus e ignorantes. Importa fazer uma escolha muito rigorosa de suas comunicações e suprimir tudo quanto for inútil, insignificante, falso ou susceptível de produzir má impressão. É preciso semear, sem dúvida, mas semear a boa semente e em tempo oportuno”.


Se a reencarnação serve para o Espírito evoluir, como é que muitos Espíritos nascem em famílias desorganizadas e acabam ficando abandonados e se tornam rebeldes e violentos?


A reencarnação, de fato, serve para dar um impulso na evolução do Espírito. Entretanto, por pior que seja o ambiente em que renasce, sempre alguma coisa ele terá de aprender, mesmo que aquele ambiente ainda não seja o ideal para aprender tudo quanto precisa. Assim, a condição em que o Espírito reencarna depende tanto de suas possibilidades, quanto das necessidades que ele criou para si mesmo. De fato, a rebeldia, que o individuo manifesta, geralmente na juventude, decorre em parte das tendências que traz do passado e em parte da falta de condições para sua educação.


- A reencarnação para os Espíritos refratários funciona como uma escola difícil ou como um tratamento mais ou menos penoso, conforme as condições de cada um. Ninguém gosta de uma vida rigorosa, ainda que ela seja útil. Entretanto, há Espíritos que, pelas suas necessidades de aprendizado, por serem rebeldes e endurecidos, precisam passar por experiências mais ou menos difíceis, a fim de poderem despertar para determinados valores. Mas há outros que já podem usufruir de condições melhores por já terem superado essa etapa de maior rigor.


Nada é inútil ou desperdiçado na natureza. A reencarnação é uma lei natural; portanto, inserida nos fenômenos gerais da natureza, que tem por meta a evolução. Mesmo quando as condições do ambiente são desfavoráveis, o Espírito, por mais rebelde, não deixa de aprender. Contudo, o nosso planeta ainda está longe de oferecer condições ideais de vida para todos aqueles que aqui reencarnam. Mesmo assim, quando as condições são muito adversas, os Espíritos rebeldes reencarnam mais para enfrentarem dificuldades do que para terem seus problemas resolvidos.


Quando a Terra estiver mais preparada para cuidar das necessidades e direitos humanos, quando imperarem entre nós mais justiça social e sentimento de solidariedade, então teremos, certamente, melhores condições de atender aos Espíritos que aqui renascem. Enquanto isso, estamos lutando para alcançar uma etapa de maior desenvolvimento moral e social, que possa contribuir tanto para a evolução individual como para a evolução coletiva da humanidade.


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