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sábado, 23 de abril de 2022

SEM ESPAÇO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Muitos imaginam que o Espírito que se destacou na sociedade humana do século 20 com o nome Chico Xavier, tenha chegado pronto para o exercício, sobretudo, de sua tarefa no campo da mediunidade. Todavia, estudando sua trajetória, percebe-se que a partir do primeiro encontro com o Orientador Espiritual Emmanuel é que começa a se intensificar o trabalho de burilamento dirigido que o transformou numa referência do verdadeiro espírita definido por Allan Kardec, aquele que é reconhecido por sua transformação moral e pelo esforço que faz para dominar suas más inclinações. O roteiro da disciplina, disciplina, disciplina, foi incorporado por ele ao longo dos anos que se seguiram ao 1931 em que ouviu a orientação de Emmanuel. Reunimos algumas passagens para demonstrar como o Guia Espiritual era severo com seu discípulo: EXEMPLO 1- Em 1940, ficou  gravemente enfermo. O médico que lhe assistia fez o diagnóstico, prevendo  um ataque de uremia. Se a retenção perdurasse por mais 24  horas, teria o Chico um colapso e desencarnaria. Assim lhe dissera o médico, colocando­ o a par da realidade dolorosa. O facultativo saiu  e Chico notou  que, do Alto, Bezerra de Menezes, André Luiz e Emmanuel providenciavam­ lhe recursos, entremostrando­ lhe que era grave seu estado. Preparou­  se, então, para morrer bem. Pediu, em prece sentida, a Emmanuel, que o recebesse na Espiritualidade. Seu amoroso Guia, sentindo­-lhe a intenção, considerou: — Não posso, Chico, auxiliá­lo no seu desencarne. Tenho muito que fazer. Mas se você sentir que a hora chegou, recorra aos amigos do  “Luiz Gonzaga”. Você não é melhor que os outros. EXEMPLO 2- O Chico recebera um convite reiterado para assistir a uma solenidade que um Centro  Espírita de determinado lugar, um pouco distante de Belo Horizonte, realizaria. A carta­ convite, assinada pelos diretores do Centro, contendo encômios à pessoa do médium, dizia que sua presença era indispensável... O Chico pensou  muito naquele adjetivo, sentiu  a preocupação dos irmãos distantes, ansiosos pela sua presença. Certamente iria realizar uma grande missão. E não relutou mais. Junto ao seu bondoso chefe, justificou sua ausência por dois dias, comprou passagem na Central do Brasil e partiu. No meio da viagem, quando já sonhava com a chegada, antes sentindo a alegria dos irmãos, Emmanuel lhe aparece e diz: —  Então, você se julga indispensável e, por isto, rompeu  todos os obstáculos e viaja assim como quem, por isto mesmo, vai realizar uma importante tarefa... Já refletiu, Chico, que o  serviço do ganha­ pão é indispensável a você? Pense bem... O Chico pensou... E, na próxima estação, desceu do trem e tomou outro de volta... EXEMPLO 3 - Numa singela sala residencial, em Pedro Leopoldo, a conversação ia animada. Muitos assuntos. Muitas referências. A palestra começara às cinco da tarde e o relógio anunciava onze da noite. Chico ia começar uma variação de tema, quando viu Emmanuel a chamá­-lo para o interior doméstico. O médium pediu licença e foi atender. — Você sabe que hoje temos a tarefa do livro em recepção e já estamos atrasados... —  falou o amigo espiritual. — É verdade — concordou o Chico —, entretanto, tenho visitas e estamos conversando. — Sem dúvida — considerou o Guia — compreendemos a oportunidade de uma a duas horas de entendimento fraterno para atender aos irmãos sem objetivo, porque, às vezes, através da banalidade, podemos algo fazer na sementeira de luz... Mas não entendo, seis horas a fio de conversação sem proveito. O médium nada respondeu. Indeciso, deixara correr os minutos, quando Emmanuel lhe disse: — Bem, eu não disponho de mais tempo. Você decide. Converse ou trabalhe. Chico não mais vacilou. Deixou a palestra que prosseguia, cada vez mais acesa na sala e confiou­ se à tarefa que o aguardava com a assistência generosa do Benfeitor Espiritual..


Por que nós não vemos os Espíritos? Se pudéssemos ver os Espíritos, com certeza, acreditaríamos neles e conheceríamos logo a verdade sobre tudo.


Sua conclusão é lógica, mas não é assim que funcionam as leis da natureza. A descoberta da verdade é um caminho longo e tortuoso e é assim que a humanidade vem caminhando durante milênios. Isso porque somos Espíritos em evolução. Assim como a criança, que devagar vai adquirindo conhecimentos do mundo que a rodeia, até se tornar adulta e avançar pela velhice, nós, como Espíritos, precisamos de tempo e maturidade para entender as coisas. Não somos perfeitos: a perfeição é uma busca constante, e ela se dá de acordo com a lei de evolução. Se você compulsar as obras que contam a história da humanidade, vai perceber que o homem sempre esteve à procura da verdade e que, ao longo do tempo, ele veio penetrando nela, muito devagar.


Há, pelo menos, três grandes campos de conhecimento, que viemos percorrendo. O campo da religião, que surgiu primeiro na vida humana, mas se deteve exclusivamente na busca da verdade pela fé; o campo da filosofia, que veio em seguida, e que foi buscar a verdade, baseando-se na razão, no raciocínio; e, finalmente, o campo da ciência, que tem por base a experimentação para descobrir as leis da natureza. Nenhum desses campos, todavia, é completo, ou seja –nenhum deles, até hoje, nos deu uma resposta pronta e cabal de toda a verdade – simplesmente porque a verdade é uma conquista que vamos obtendo, pouco a pouco, conforme o caminhar de nossa evolução.


Por milhares de anos, o homem acreditou que, de acordo com a Bíblia, a Terra era o centro do Universo, posição defendida com unhas e dentes pela religião, até que chegou um momento em que não mais foi possível calar a boca de alguns estudiosos que apresentavam outra verdade. O mesmo aconteceu com a maioria das outras questões fundamentais, pois os conhecimentos se renovam por meio de novas descobertas e essas descobertas custam muito trabalho e dedicação do ser humano. Até meados do século XIX, a ciência desconhecia por completo a existência do mundo invisível dos microorganismos ou micróbios. Louis Pasteur, um químico francês, quase foi linchado quando afirmou que existem micróbios no ar que respiramos, em nosso corpo e em tudo que pegamos.


Antigamente só se acreditava naquilo que era possível ver. O mundo material, para o homem, era somente o que ele podia perceber pelos sentidos. Depois do descobrimento das leis da eletricidade, do eletromagnetismo, dos microorganismos e dos intrigantes fenômenos quânticos (completamente invisíveis a olho nu), foi possível conceber que existem tipos de matéria ou energia, que não perceptíveis aos sentidos humanos. Entretanto, com relação ao mundo espiritual, o Espiritismo antecedeu a ciência e vem afirmando, desde o século XIX, a existência de outras dimensões da natureza, que escapam totalmente à capacidade comum de percepção.


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