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domingo, 1 de junho de 2014

O QUE VEM DEPOIS

Pronunciando-se sobre os maiores percalços para a expansão da Doutrina Espírita em entrevista efetuada pelo Espírito André Luiz, o também Espírito Gabriel Delanne, - o menino precoce filho de médiuns da Sociedade Espírita de Paris que se tornou importante pesquisador e divulgador do Espiritismo -, avalia que “os maiores embaraços para o Espiritismo procedem da atuação daqueles que reencarnam, prometendo servi-lo, seja através da mediunidade direta ou indireta, no campo da inspiração e da inteligência, e se transviam nas seduções da esfera física, convertendo-se em médiuns autênticos das esferas inferiores, de vez que não negam as verdades do Espiritismo, mas estão prontos a ridicularizá-las, através de escritos sarcásticos ou da arte histriônica, junto dos quais encontramos as demonstrações improdutivas, as histórias fantásticas, o anedotário deprimente e os filmes de terror”. O final do século 20 e início do 21, confirmam isso. A quantidade de títulos disponíveis somente nos catálogos de livros espíritas é espantosa. Os da área espiritualista, nem se fale. As produções de livros e filmes tendo como personagens zumbis, vampiros, figuras grotescas procedentes de outros universos, polarizam a atenção de milhares de pessoas, sobretudo jovens, certamente, restabelecendo conexões com regiões astrais, durante o sono físico,ou outrora frequentadas na condição de desencarnados. Embora a culpa parcial pela não resistência ante estes“chamamentos”, a responsabilidade maior recairá sobre os que canalizam tais imagens para nossa Dimensão. O retorno destes para o ponto de partida antes da reencarnação atual, será,  contudo, inevitável. Apossando-se, proporcionalmente, de sua bagagem milenar, na medida em que amadurece espiritualmente, o encontro do indivíduo com a própria consciência será fatal. Um relato do Espírito Augusto Cesar Neto ilustra uma das múltiplas possibilidades. Augusto não conheceu o Espiritismo em sua última reencarnação, interrompida em 1968, aos 28 anos, após uma parada cardíaca ao dar um mergulho em praia do litoral paulista. Confirmaria sua sobrevivência, cinco anos depois, através da mediunidade de Chico Xavier, escrevendo ao longo dos anos seguintes, centenas de cartas à mãe, algumas transformadas em livro, outras, distribuídas em várias obras compilando mensagens psicografadas pelo médium mineiro a partir de JOVENS NO ALÉM (geem,1974), que foi a primeira. Num deles, FOTOS DA VIDA ( geem,1988), conta que levado a conhecer um sanatório destinado a abrigar portadores de complexos de culpa no Mundo Espiritual, pelo Benfeitor Batuíra, acompanhando o diálogo deste com o dirigente da instituição, de quando em quando, ouvia exclamações do grande pátio de  confraternização dos doentes ali abrigados, do tipo: -‘por que não fiz’; ‘não suporto este inferno!’; ‘como adquiri tanta dor de consciência?’; ‘porque sou maldito, qual me vejo’. Autorizado a formular perguntas ao anfitrião, indagou: -“Os alienados mentais, cujo tratamento o senhor superintende, procedem de lugares ou situações determinadas? Se enfermaram o cérebro com estados de culpa, teriam sido grandes criminosos do gênero humano? Neste milênio, em vias de terminar, chefes insensíveis, religiosos sem amor, políticos que fomentaram a guerra, inteligências que se transviaram para seduzir as próprias vítimas e massacrá-las”?  Mostrando paternal sorriso, o dirigente explicou: -“Meu filho, sua indagação é oportuna. Devo, no entanto, esclarecer que nosso sanatório, um dos muitos que funcionam com os mesmos objetivos, nestas regiões, acolhe especialmente aqueles companheiros que conheciam as lições de Jesus, que as ouviram com aparente piedade, que não guardavam qualquer dúvida quanto a legitimidade dos ensinamentos do Divino Mestre e que até mesmo sustentavam ardentes discussões com os outros, de modo a defender-lhe o prestígio; eram faladores exímios mas não moveram sequer uma palha para auxiliara ninguém. Acreditavam e aceitavam Jesus, no entanto viviam exclusivamente para si, confinados ao círculo doméstico, sem despenderem uma hora para aliviarem um doente e nunca sacaram do bolso um só vintém em auxílio a boas obras. Viveram no mundo como entendiam, sem a mínima disposição para servir e chegam à Vida Espiritual em que nos achamos, desorientados com o espírito de posse a lhes atanazar a cabeça e com a força da culpa a lhes pressionar os pensamentos. A PRINCÍPIO, CHORAM ARREPENDIDOS, recordando o tempo que perderam, do qual nunca retiram a mais ligeira parcela, a fim de prestarem apoio a quem quer que seja. CRIAM, EM SEGUIDA, UMA ESPÉCIE DE DOENÇA MENTAL DE ETIOLOGIA OBSCURA e estamos investigando caso a caso, para descobrir a terapia mais adequada ao respectivo tratamento. Abraçavam as ideias e exemplos de Jesus, entretanto, andavam no mundo qual se o desconhecessem. Depois de reconquistarem o equilíbrio espiritual, passaremos a analisar-lhes a personalidade com as respectivas conexões sobre as pessoas, terras e haveres que deixaram na Terra”.

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