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terça-feira, 4 de março de 2014

Um Resultado Inesperado

Três anos antes de sua morte aos 77 anos, o engenheiro, matemático, coronel, pesquisador e ex-administrador da Escola Politécnica de Paris, Albert de Rochas publicou o penúltimo dos seus 18 livros: AS VIDAS SUCESSIVASdocumentos para o estudo desta questão (2002, lachâtre). A obra, segundo se conclui, não só eleva a reencarnação da condição de crença de caráter religioso ou ocultista, mas, também abre caminho para as pesquisas sobre existências passadas através da regressão de memória, hoje praticada inclusive com fins terapêuticos. Aparentemente por acaso, visto que as pesquisas de Rochas pretendiam aprofundar-se nas observações em torno do magnetismo, introduzido no início do século 19 na França por Franz Anton Mesmer. Dividido em quatro partes mais uma conclusão, o livro reúne elementos que lhe atestam a seriedade, reproduzindo no capítulo 2 da Segunda Parte, um resumo analítico das 19 experiências feitas por Rochas entre os anos de 1892 a 1910. Explica que em suas reuniões experimentais foram testemunhadas por vários convidados e que sempre tomou o cuidado de ter presente uma terceira pessoa que não corria o risco de ser influenciada - como ele talvez -, encarregada de fazer as anotações da evolução do trabalho. Revela que suas primeiras constatações relativas à regressão de memória se deram um ano depois da primeira experiência, ou seja, em 1893. A ordenação dos Casos obedece a uma cronologia, sendo que as referentes a 1892 por não terem a finalidade específica de regredir as pessoas observadas, foram colocadas no final da série. No ano de 1904, foram desenvolvidos cinco experimentos, sendo que três por completo e outros dois, com desdobramentos em anos posteriores. Um deles, identificado como o Caso número 3, contou no seu estudo com a participação do diretor da Escola de Medicina e Farmácia, Dr Bordier, materialista por educação, embora de espírito aberto para modificar suas opiniões diante da evidência dos fatos. A pessoa – chamada por ele sujet - usada para a experiência foi uma mulher de 35 anos chamada Eugénie, viúva com dois filhos, que ganhava a vida na época fazendo faxinas e que, enquanto seu marido era vivo, trabalhava numa fábrica de luvas, tendo ambos boa remuneração. De natureza apática, muito sincera, pouco curiosa, demonstrava saúde excelente. Através da aplicação de passes longitudinais,  a certa altura, vê escorrer de seus olhos uma lágrima, ouvindo dela estar com 21 anos, tendo acabado de perder um filho; noutro momento, toma o pesquisador por seu marido ante uma ação dele, informando ter 17 anos, tendo se caso recentemente. Aos 14, um grito de pavor após brusco sobressalto, viu surgirem ao seu lado os “fantasmas” da avó e de uma tia, falecidas recentemente, com dias de intervalo; aos 11 anos, faz a primeira comunhão revelando como maiores pecados, ter desobedecido a avó algumas vezes e subtraído sem autorização do bolso de seu pai uma moeda, pelo que sentiu muita vergonha mesmo após o pedido de desculpas. Aos 9 anos, revela ter perdido a mãe oito dias antes, sentindo-se muito triste, sendo enviada da cidade onde morava, para a casa do avô em Grenoble, a fim de aprender costura, tendo abandonado a escola por já saber ler, escrever e contar. Com 6 anos, frequenta a escola em Vianay e já sabe escrever bem e, com 4, toma conta da irmã menor, começando a fazer exercício gráfico-motores e a escrever as primeiras letras do alfabeto: a,e,i,o,u. Em outras sessões, ela é levada à fase de amamentação; à vida num Plano indeterminado, à uma existência anterior, identificando-se pelo nome de então, fornecendo dados sobre a família em que reencarnara. Desperta, reconstitui em sentido contrário todas as fases assinaladas, dando outros detalhes recuperados pelas perguntas formuladas. O mais surpreendente desta experiência é que de Rochas fez Eugénie envelhecer pouco a pouco. Com 37 anos ( contava 35), manifestou todos os sintomas de um parto e a vergonha deste acontecimento, pois não havia casado novamente. Isso devia passar-se em 1906, parecendo, alguns meses depois, que ela parecia afogar-se. Induzida a envelhecer mais dois anos, novos sintomas de parto, levando o pesquisador a pensar que ela divagava, provocando seu despertar. Concluindo o relato da experiência, a observação mais impressionante: tudo que ela havia predito aconteceu. Tornou-se amante de um operário de fabrica de luvas, engravidando de uma criança em 1906. Pouco depois, desesperada, joga-se no Rio Isère, sendo salva, agarrada por uma perna. Por fim, em 1909, deu à luz uma segunda vez, sobre uma das pontes do mesmo Rio Isère, onde foi tomada pelas dores do parto, retornando de suas faxinas.

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