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domingo, 2 de março de 2014

Carnaval - As Imagens Que Não Se Vê

“As duas populações – a física e a espiritual, em perfeita sintonia – misturavam-se, sustentando-se, disputando mais largas concessões em simbiose psíquica (...). Densas nuvens de baixo teor vibratório encobriam a cidade imensa e generosa. Nos intervalos, o ruído atordoante dos instrumentos de percussão incitava ao culto bárbaro do prazer alucinante, misturando-se aos trovões galopantes enquanto os corpos pintados, semi-despidos, estorcegavam em desespero e frenesi, acompanhando o cortejo das grandes Escolas de samba, no brilho ilusório dos refletores, que se apagariam pelo amanhecer (...). Milhares de pessoas imprevidentes, estimuladas pela música frenética, pretendendo extravasar as ansiedades represadas, cediam ao império dos desejos, nas torrentes da lubricidade que as enlouquecia. A delinquência abraçava o vício, urdindo agressões, em cujas malhas se enredavam as vítimas espontâneas, que se deixavam espoliar. As mentes, em torpe comércio de interesses subalternos, haviam produzido uma psicosfera pestilenta, na qual se nutriam vibriões psíquicos, formas-pensamento de mistura com entidades perversas, viciadas e dependentes, em espetáculo pandemônico, deprimente”.(...) As condensações que pairavam no ar, pela densidade pastosa, escura, causavam mal estar. A aspiração do nevoeiro, sem dúvida produziam compreensíveis transtornos emocionais, a prazo mais dilatado com efeitos orgânicos. A população invisível ao olhar humano era acentuadamente maior, no tresvariar das fortes sensações de que se não havia haviam libertado com a morte. Disputavam-se como chacais a vampirização das vítimas inermes, telecomandadas, estimulavam a sensibilidade e as libações alcóolicas de que participavam, ingeriam drogas, que os seus comparsas físicos, verdadeiros intermediários submissos, se auspiciava. Dificilmente se poderia distinguir se os homens eram cópia rude das faces aberrantes dos desencarnados ou se estes os imitavam, tal a sintonia e o perfeito intercâmbio sustentado” (...). Grupos mascarados eram acolitados por frenéticas massas de seres espirituais voluptuosos, que se entregavam a desmandos e orgias lamentáveis, inconcebíveis do ponto de vista terreno”.(...) “Podíamos registrar que muitos fantasiados haviam obtido inspiração para as suas expressões grotescas, em visitas a regiões inferiores do Além, onde encontravam larga cópia de deformidades e fantasias do horror de que padeciam os seus habitantes em punição redentora, a que se arrojavam espontaneamente”. Comentando o assunto, o  Benfeitor Bezerra de Menezes disse: -“Perdendo-se nos períodos recuados, as origens do carnaval podem ser encontradas nas bacanálias, da Grécia, quando era homenageado o deus Dionísio. Anteriormente, os trácios entregavam-se aos prazeres coletivos, como quase todos os povos antigos. Mais tarde, apresentavam-se estas festas, em Roma, como saturnália, quando se imolava uma vítima humana, adredemente escolhida, no seu infeliz caráter pagão. Depois, na Idade Média, aceitava-se com naturalidade “uma vez por ano é lícito enlouquecer”, tomando corpo, nos tempos modernos, em três ou mais dias de loucura, sob a denominação, antes, de tríduo momesco, em homenagem ao rei da alegria”..  Grande, expressiva faixa da Humanidade terrena transita entre os liames do instinto e os pródomos da razão, mais sequiosos de sensações do que ansiosos pelas emoções superiores. Natural que se permitam, nestes dias, os excessos que reprimem por todo ano, sintonizados com as Entidades que lhes são afins. É de lamentar, porém, que muitos se apresentam, nos dias normais, como discípulos de Jesus, preferindo, agora, Baco e seus assessores de orgia ao Amigo Afetuoso”. A improvisação de um Posto Avançado de Assistência Espiritual por ocasião das festividades do Carnaval, no início dos anos 80, na cidade do Rio de Janeiro sob a direção do médico espiritual Bezerra de Menezes, é o ponto de partida para as narrativas do Espírito Manuel Philomeno de Miranda, através do médium Divaldo Pereira Franco, no livro NAS FRONTEIRAS DA LOUCURA (alvorada,1982). Vitimas de acidentes de transito como resultado do consumo de substâncias aditivas como álcool e drogas; da violência sexual, as repercussões de um aborto, bem com a ação da Espiritualidade nos bastidores da nossa Dimensão, são alguns dos temas/problemas que ajudam a compor um livro, altamente informativo sobre as interações entre o Plano Visível e o Plano Invisível aos nossos olhos.

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