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domingo, 20 de junho de 2021

AS RAÇAS E O ESPIRITISMO; EM BUSCA DE VERDADE COM O PROFESSOR

 Embora alguns antropólogos considerem que o isolamento foi um elemento importante no processo de diferenciação e origem das raças na Terra, visto que não mantendo contato entre si arranjavam soluções próprias para enfrentar os desafios do ambiente em que viviam, originando os três grandes grupos em que convencionalmente o Ser humano é dividido (negroides, caucasianos e mongoloides), o Espiritismo tem algo mais a acrescentar. No interessante e geralmente mal interpretado artigo com que abre o número de abril de 1862 da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec racionaliza escrevendo que “há no homem, duas partes bem distintas: o Espírito, Ser pensante, e o corpo, instrumento das manifestações do pensamento, mais ou menos completo, conforme as necessidades”. Segundo ele isso determina uma consequência inevitável: a perfectibilidade das raças. Afirma que elas são perfectíveis pelo Espírito que evolui através de suas várias migrações, em cada uma adquirindo, pouco a pouco, as faculdades que lhe faltam, necessitando à medida que suas faculdades se ampliam de um instrumento adequado, como uma criança que cresce precisa de roupas maiores. Sendo insuficientes os corpos constituídos para o seu estado primitivo, necessitam encarnar-se em melhores condições, e assim por diante, conforme o progresso alcançado”.  Pondera, contudo, que também “as raças são perfectíveis pelo corpo; mas é somente pelo cruzamento com raças mais aperfeiçoadas, que trazem novos elementos que, por assim dizer, que aí se enxertam os germes de novas características. Esse cruzamento se faz pelas emigrações, as guerras e as conquistas. Sob esse ponto de vista, as raças são como as famílias que se abastardam, quando não recebem sangue novo. Então não se pode dizer que haja raça primitiva pura, porque sem o cruzamento, essa raça será sempre a mesma, pois seu estado de inferioridade depende de sua natureza; degenerará, em vez de progredir, o que determina o seu desaparecimento, ao cabo de certo tempo”. Acrescenta ainda que “essa teoria levando-nos a considerar na questão do aperfeiçoamento das raças os dois elementos constitutivos do homem: o elemento espiritual e o corporal é preciso conhecer a ambos, o que só o Espiritismo pode esclarecer no que respeita à natureza do elemento espiritual – o mais importante – por ser o que pensa e sobrevive, visto que o corporal se destrói”.  Cinco anos mais tarde, Allan Kardec se serviria de uma série de comunicações ditadas à Sociedade Espirita de Paris justamente nos anos de 1862 e 1863, sob o título ESTUDOS URANOGRÁFICOS assinados pelo Espírito Galileu através do médium Camille Flamarion para compor o último livro por ele organizado A GÊNESE o qual incluiria ainda mais duas abordagens OS MILAGRES E AS PREDIÇÕES segundo o Espiritismo. O estudo do primeiro tema ocuparia 6 dos 12 capítulos que o constituem. Entre eles, Galileu considera não haver nada de impossível na tese dos fisiologistas sobre o corpo do homem não ser senão uma transformação do macaco quando do surgimento dos primeiros Espíritos humanos na Terra. Diz que, “admitida tal hipótese, pode-se dizer que, sob a influência e pelo efeito da atividade intelectual de seu novo habitante, o envoltório modificou-se, embelezou-se nos detalhes, conservado em tudo a forma geral do conjunto. Os corpos melhorados, em se procriando, reproduziram-se nas mesmas condições, como ocorre com as árvores enxertadas, originando uma nova espécie que, pouco a pouco, se distanciou do tipo primitivo, à medida que o Espírito progrediu. O Espírito macaco, que não se exterminou, continuou a procriar corpos de macacos para seu uso, como o fruto da planta brava reproduz planta brava, e o Espírito humano procriou corpos de homens, variantes do primeiro molde que se estabeleceu. A linhagem se bifurcou; ela produziu um descendente, e esse descendente tornou-se linhagem, sendo provável que os primeiros homens que apareceram sobre a Terra devem ter pouco diferenciado do macaco pela forma exterior, e, sem duvida, não muito mais pela inteligência”. Mais à frente em seu estudo, Galileu acrescenta um dado novo às suas explicações. Falando sobre Emigrações e Imigrações dos Espíritos, revelando as razões dos desencarnes e reencarnes coletivos em certos períodos, revela que além dessa transfusão de Espíritos entre diferentes Dimensões planetária, “há emigrações e imigrações coletivas de um mundo a outro, donde resulta a introdução, na população de um Globo, de elementos inteiramente novos; novas raças de Espíritos que vem se misturar às raças existentes, constituindo novas raças de homens. Como os Espíritos nunca perdem o que adquiriram, levam com eles a inteligência e a intuição dos conhecimentos que possuem, imprimindo, consequentemente, o seu caráter à raça corpórea que vem animar”.


  O Guto Soares pergunta o que é reencarnação compulsória, se é aquela em que o Espírito é obrigado a reencarnar, quer ele queira, quer não.

 Vamos partir, primeiramente, do conceito de reencarnação para atender à pergunta do Guto. Reencarnação é o processo pelo qual o Espírito, depois da última existência na Terra, volta a renascer e iniciar uma nova existência, para uma nova experiência de aprendizado. A reencarnação faz parte da lei da natureza, pois é o principal mecanismo que impulsiona a evolução do Espírito para leva-lo à sua plena realização.

 Enquanto as religiões ocidentais, aqui deste lado do mundo, apregoam que a vida na Terra é uma única que começa na concepção e acaba na morte, independente da sua duração  - pois o individuo pode morrer jovem, pode morrer criança ou até mesmo no ventre materno -  o Espiritismo ensina que a atual existência na Terra é apenas uma entre muitas outras existências que o Espírito vivencia ao longo de sua jornada de aperfeiçoamento.

 Desse modo, a Doutrina Espírita explica porque os destinos das pessoas neste mundo – com suas experiências, com suas alegrias e com suas dores – são tão diferentes uns dos outros, a ponto se pensar que essas diferenças seriam apenas questão de sorte ou de azar, ou simplesmente, pela vontade de Deus. Por que Deus destinaria a dor mais para um do que para outro, se somos todos seus filhos? Com a reencarnação, no entanto, desaparecem as noções de céu e de inferno, até porque o destino de todos os Espíritos é sua perfeição, sua felicidade.

 Desse modo, quando na Terra vemos tanta miséria e sofrimento ao lado da opulência e da ostentação, a vida relativamente tranquila de um lado e uma jornada de profundas dores e sacrifício do  outro ( isso estamos vendo todo dia) , não dá para imaginar que Deus, na sua expressão de Amor e Bondade, quisesse que isso acontecesse com seus filhos a quem ama. Mas quando concebemos que as dores e as misérias do mundo são consequências dos atos dos próprios homens – não para destruí-los, mas para estimular seu crescimento e concorrer para sua felicidade -  percebemos quão sábia é a Lei da Evolução.

 Dependendo do nível evolutivo do Espírito, antes de reencarnar ele pode escolher certas condições de sua próxima existência na Terra, ele pode optar por dificuldades ou restrições para aprender a vencer obstáculos, ele pode escolher um caminho que favoreça seu desenvolvimento intelectual, por exemplo. Mas isso acontece quando sua condição moral o permite, ou seja, quando esse Espírito já adquiriu o desenvolvimento suficiente para poder decidir por si mesmo o próprio destino.

 Mas enquanto não amadureceu suficientemente para tomar decisões – assim como acontece com a  criança que depende exclusivamente das decisões de seus  pais – ele pode renascer num ambiente hostil, difícil, inóspito ou marcado por limitações, por deficiências ou enfermidades genéticas que, se por um lado, lhe serão desagradáveis e sofridos, por outro, contribuirão para impulsioná-lo para uma condição espiritual melhor no futuro e em outras encarnações.

 Entendemos que, assim, está havendo o que se convencionou chamar de “reencarnação compulsória”, ou seja, é a reencarnação que ele não escolheu e jamais escolheria, se dependesse unicamente de sua vontade. Para nós, a reencarnação compulsória é simplesmente o cumprimento da lei de causa e efeito, a que todos nós, de alguma forma, estamos sujeitos. Toda vez que sofremos uma situação que não escolhemos, mas que decorreu apenas de nossos atos anteriores, estamos num regime que podemos chamar de compulsoriedade.

 Compulsório é tudo o que não podemos evitar ou que podemos deixar de fazer, compulsório é o que decorre de uma situação que foge à nossa vontade e ao nosso controle. Logo, segundo o nosso ponto de vista, reencarnação compulsória seria aquela reencarnação que decorre de circunstâncias acima da decisão do Espírito e que, fatalmente, lhe trará situações desagradáveis ou sofridas. No entanto, nada disso é perdido, até porque, como sabemos, a dor exerce importante papel em nossa vida e faz parte do processo de evolução espiritual.


 

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