faça sua pesquisa

sábado, 12 de junho de 2021

BEM DIFERENTE DO QUE SE PENSA; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 -“Os Espíritos se desmaterializam à medida que se elevam e depuram. Só nos Planos Inferiores é que a encarnação é material. Para os Espíritos Superiores não há mais encarnação material e, consequentemente, não há procriação, pois esta é pelo corpo e não pelo Espírito. Uma afeição pura é, pois o único objetivo da união e, por isto mesmo, ao contrário do que se dá na Terra, não necessita da sanção dos funcionários ministeriais”. O comentário faz parte de uma apreciação de Allan Kardec ao final de matéria incluída na REVISTA ESPÌRITA de julho de 1862 reproduzindo um diálogo havido através de uma médium identificada como Sra H..., na cidade de Bordeaux, em 15 de fevereiro daquele ano. O foco principal: a União Simpática das Almas. Na verdade, apenas duas questões. A primeira sobre uma possível união definitiva entre dois seres e, a segunda, sobre se aqueles que se unem se reconheceriam em novas e felizes existências. A entidade comunicante, sobre a primeira indagação diz que “os que se amam sinceramente e souberam sofrer com resignação para expiar as suas faltas, reencontram-se, a princípio, no Mundo dos Espíritos, onde progridem juntos, podendo deixar o Mundo Espiritual na mesma ocasião, reencarnar-se nos mesmos lugares e, por um encadeamento de circunstâncias previstas, reunir-se pelos laços que mais convierem aos seus corações. Uns terão pedido pera serem pai ou mãe de um Espírito que lhes era simpático e que terão a felicidade de dirigir no bom caminho. Outros, pedido para se unirem pelo casamento”. Acrescenta que “no tocante às nossas secretas aspirações, essa misteriosa necessidade irresistível de amor, de amar longamente, de amar sempre, não foram colocadas por Deus nos nossos corações, senão porque a promessa do futuro nos permitia essas doces esperanças. Deus não nos fará experimentar as dores da decepção. Nossos corações querem a felicidade e não batem senão por afeições puras e a recompensa será a perfeita realização de nossos sonhos de amor”. Quanto à identificação dos que se amam em existências novas e felizes, diz que “assim como na Terra dois amigos de infância gostam de encontrar-se no mundo, na sociedade e se buscam mais do que se suas relações apenas datassem de alguns dias, também os Espíritos que merecem o inapreciável favor de se unirem nos Mundos Superiores são duplamente felizes e reconhecidos a Deus por esse novo encontro que corresponde aos seus olhos mais caros. Os mundos colocados acima da Terra na escala da perfeição são cumulados de todos os favores que possam contribuir para a felicidade perfeita dos seres que os habitam: o passado não lhes é oculto porque a lembrança de seus sofrimentos antigos, de seus erros resgatados à custa de muitos males, e a lembrança, ainda mais viva, de suas afeições sinceras, lhes fazem achar mil vezes mais doce essa nova vida e os protegem contra faltas a que, talvez, pudessem ser arrastados por uns restos de fraqueza. Esses mundos são para o homem o paraíso terrestre, destinado a conduzi-los ao paraíso Divino”. As explicações do Espírito suscitam a lembrança da informação d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS nas questões 200 e 202 tratando do sexo nos Espíritos caracterizados apenas circunstancialmente na morfologia masculina ou feminina, visto que o sexo como o entendemos,  está condicionado à necessidade da preservação da espécie humana. Assim sendo, as diferenças aparentes desaparecerão com a evolução, sugerindo que as românticas visões de almas gêmeas, metades eternas, etc, sustentam teorias e teses durante uma etapa no processo evolutivo. Avaliando as opiniões manifestadas, Allan Kardec lembra que “como leis, as únicas imutáveis são as Leis Divinas. Mas as Leis humanas, devendo ser apropriadas aos costumes, aos usos, ao clima, ao grau de civilização, são essencialmente mutáveis, e seria mau se assim não o fossem; e que os povos estejam presos à mesma regra que regiam os nossos antepassados. Assim, se as leis mudaram deles até nós, como não chegamos à perfeição, elas deverão mudar de nós até nossos descendentes. No momento em que é feita, toda lei tem a sua razão de ser e sua utilidade. Mas pode dar-se que, sendo boa hoje, não o seja amanhã. No estado dos nossos costumes, de nossas exigências sociais, o casamento necessita ser regulado pela lei, e a prova que esta lei não é absoluta é que não é a mesma para todos os países civilizados. É, então, permitido pensar que nos mundos superiores, onde não há os mesmos interesses materiais a salvaguardar, onde não existe o mal, isto é, onde os Espíritos maus são excluídos da encarnação, onde consequentemente, as uniões resultam da simpatia e não do cálculo, as condições devam ser diferentes. Mas aquilo que é bom para eles, poderia ser mau para nós”.



 Por que as revelações do Mundo Espiritual só ocorreram no século XIX e não foram tratadas antes por religiosos e pensadores? Jesus não tratou disso e, no entanto, ensinou a verdade...

 Não sei se você já percebeu que a verdade tem um preço, e não é barato. Ela não cai e nunca caiu de graça em nossas mãos como um objeto pronto e acabado, belo e perfeito, mas exige do homem um esforço para cada vez maior para alcançá-la. A História comprova isso. E é por essa razão que para nós, seres humanos, que povoamos a Terra há milhares de séculos, viemos conquistando a verdade a duras penas e pouco a pouco, por nossas próprias experiências, à medida que evoluímos moral e intelectualmente.

 É claro que, nessa longa caminhada, nunca dispensamos a ajuda de Espíritos que viveram ao mundo para nos guiar no caminho da verdade. Assim, caro ouvinte, existem fortes razões para que Jesus só viesse ao mundo mais de 12 séculos depois de Moisés.  É que Moisés, no seu tempo, não podia ensinar o que Jesus ensinaria muito tempo depois. Só quando o povo hebreu já se mostrava mais amadurecido, depois do próprio Moisés e vários profetas, é que o povo estava em condições de ouvir uma nova verdade. Então, veio Jesus, criticou o que considerou ultrapassado e ensinou a lei do amor.

 Naquele momento era o que aquele povo podia ouvir, até porque muitos não entenderam Jesus. Como se dizia antigamente, não se põe o carro antes do boi: o boi é que puxa o carro e não o contrário. Logo, uma mensagem posterior é a que vem dar continuidade ou mesmo substituir a mensagem anterior, e não o contrário. Quase dois séculos depois de Jesus é que veio o Espiritismo com novas revelações, até para esclarecer melhor o que Jesus havia ensinado.

  Aliás, foi o próprio Jesus que deixou claro, segundo o evangelho de João – cap. XIV, que mandaria  o Espírito da Verdade que, naquele momento, o mundo não podia receber, porque não o entenderia, mas que depois viria reviver tudo o que ensinou e ainda ensinar muito mais. Essa assertiva de Jesus serve para assinalar a visão futurista que ele tinha a respeito do progresso espiritual do homem.

 E nesse intervalo de quase dois séculos, entre Jesus e o Espiritismo, muita coisa nova realmente aconteceu no mundo:  surgiu a ciência e a filosofia, com a ajuda da ciência, deu um salto na compreensão do homem e do mundo. Tivemos muitos pensadores que cogitaram da vida espiritual sem, contudo, entrar no mérito da questão, porque lhes faltavam instrumentos. Alguns chegaram bem próximos de Allan Kardec, mas só nos meados do século XIX, graças ao impulso da ciência, é que o Espiritismo se apresentou ao mundo.

 Evidentemente, se fizermos uma pesquisa sobre as diversas religiões do mundo e sobre atuações isoladas de homens mais afoitos em matéria de crença, vamos encontrar, até antes de Jesus, referência ao mundo espiritual, mostrando que a ideia em si do que acontece depois da morte veio minando devagarinho, aqui e ali, até poder se apresentar de uma forma mais clara e objetiva mais à frente, com o surgimento do Espiritismo.

O próprio Jesus, de certa forma, abordou esta questão, quando contou, por exemplo, a parábola do Rico e do Mendigo, uma história que aborda a condição dos Espíritos depois da morte, segundo as obras que praticaram aqui na Terra. Desse modo, é fácil compreender que o Espiritismo só poderia se apresentar ao mundo, depois que a ciência (ou o desenvolvimento intelectual do homem) assentasse seus princípios básicos, realizando as primeiras grandes descobertas.


Nenhum comentário:

Postar um comentário