faça sua pesquisa

domingo, 13 de junho de 2021

ANDRÉ LUIZ, O PLANO ESPIRITUAL E A GUERRA; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 - “A Humanidade parece preferir a condição de eterna criança. Faz e desfaz os patrimônios da Civilização, como se brincasse com bonecas”, repetiu o Espírito André Luiz o comentário de Alfredo, Administrador de um dos Postos de Socorro do Campo da Paz, nos relatos contidos no livro OS MENSAGEIROS, segundo da série transmitida através do médium Chico Xavier. A sequência começara um ano antes com a publicação de NOSSO LAR, contando as impressões e surpresas de um médico da nossa Dimensão após sua morte. Como o calendário confirma, tudo acontecendo em pleno andamento da denominada Segunda Grande Guerra Mundial, numa quase desconhecida localidade a alguns quilômetros da capital do estado de Minas Gerais, chamada Pedro Leopoldo. As observações do anfitrião que acolhia a equipe liderada por Aniceto que se dirigia para tarefas na chamada Crosta, reportadas por André Luiz na sua segunda obra, revela outros detalhes interessantes como a conveniência dos viajantes pernoitarem no Posto diante do “registro de aparelhos ali existentes prenunciando a aproximação de grande tempestade magnética”. Explica que “sangrentas batalhas (1943) estão sendo travadas na superfície do Globo. Os que não se encontram nas linhas de fogo, permanecem nas linhas da palavra e do pensamento. Quem não luta nas ações bélicas, está no combate das ideias, comentando a situação. Reduzido número de homens e mulheres continuam cultivando a espiritualidade superior. É natural, portanto, que se intensifiquem, ao longo da Crosta, espessas nuvens de resíduos mentais dos encarnados invigilantes, multiplicando as tormentas destruidoras”. Fala sobre o trabalho pesado desenvolvido por inúmeros companheiros espirituais para que “tormentas magnéticas, invisíveis ao olhar humano, não disseminem vibrações mortíferas, a se traduzirem pela dilatação de penúrias da guerra e por epidemias sem conta”. Acrescenta dado não cogitado nos compêndios sobre a vida na Terra: -“As Colônias Espirituais da Europa, mormente as de nosso nível, estão sofrendo amargamente para atenderem às necessidades gerais. Já começamos a receber grandes massas de desencarnados, em consequência dos bombardeios. “Nosso Lar”, pela missão que lhe cabe, ainda não pode imaginar todo o esforço que o conflito mundial vem exigindo da nossa colaboração nas Esferas mais baixas. Os Postos de Socorro de várias Colônias, ligadas a nós, estão superlotados de europeus desencarnados violentamente (...). Aos terríveis bombardeios na Inglaterra, Holanda, Bélgica e França, sucedem-se outros de menor extensão. Depois de reiteradas assembleias dos nossos Mentores Espirituais, resolveu-se providenciar a remoção de, pelo menos, cinquenta por cento dos desencarnados na guerra em curso, para os nossos núcleos americanos”. Indagado sobre a razão da não manutenção dos desencarnados dessa espécie nas regiões do conflito, explicou que “instrutores mais elevados consideraram que essas aglomerações seriam fatais à coletividade dos Espíritos encarnados. Determinariam focos pestilenciais de origem transcendente, com resultados imprevisíveis”. Ressalta, porém, que “muitos dos que perdem o corpo nas zonas assoladas não conseguem subtrair-se ao campo da angústia; mas, quantos ofereçam possibilidades de transferência (...), são retirados dali, sem perda de tempo, para que seus pensamentos atormentados não pesem em demasia nas fontes vitais das regiões sacrificadas”. Sobre as barreiras idiomáticas, esclarece que “para cada grupo de cinquenta infelizes, as Colônias do Velho Mundo fornecem um enfermeiro-instrutor, com que nos possamos entender de modo mais direto”. Destaca que “embalde voltarão os países do mundo aos massacres recíprocos. O erro de uma Nação influirá em todas, como o gemido de um homem perturbaria o contentamento de milhões. A neutralidade é um mito, o insulamento uma ficção do orgulho político. A Humanidade terrestre é uma família de Deus, como bilhões de outras famílias planetárias no Universo Infinito. Em vão a guerra desfechará desencarnações em massa. Esses mesmos mortos pesarão na economia espiritual da Terra. Enquanto houver discórdia entre nós, pagaremos doloroso preço em suor e lágrimas. A guerra fascina a mentalidade de todos os povos, inclusive de grande núcleo das Esferas invisíveis. Quem não empunha as armas destruidoras, dificilmente se afastará do verbo destruidor, no campo da palavra ou da ideia. Mas, todos nós pagaremos tributo. É da Lei Divina, que nos entendamos e nos amemos uns aos outros. Todos sofreremos os resultados do esquecimento da Lei, mas cada um será responsabilizado, de perto, pela cota de discórdia que haja trazido à família mundial . A propósito André Luiz, no conteúdo do seu primeiro livro, informava que “nos primeiros dias de setembro de 1939, “Nosso Lar” sofreu, igualmente, o choque por que passaram diversas Colônias Espirituais, ligadas à Civilização americana, pela guerra europeia, tão destruidora nos círculos da carne, quão perturbadora no plano do Espírito, anotando importante observação de um Espírito chamado Salústio: - “Infelizes dos povos que se embriaguem com o vinho do mal; ainda que consigam vitórias temporárias, elas servirão somente para lhes agravar a ruína, acentuando-lhes as derrotas fatais. Quando um País toma a iniciativa da guerra, encabeça a desordem da Casa do Pai, e pagará um preço terrível ”.



  Há alguns anos atrás, depois de ter lido O LIVRO DOS ESPÍRITOS, que lhe oferecemos para sustentação de sua hora difícil, uma senhora nos disse que havia se surpreendido com as revelações dessa obra de Allan Kardec e, na ocasião, comentou: “Depois de viver quase toda a minha vida e atravessado inúmeros problemas, eu me surpreendo com este livro. Pena que eu não tenha conhecido essa obra antes. Na reta final da vida, descobri que fiz muita coisa errada e me sinto culpada por isso. Agora, não sei nem por onde recomeçar.”

 Também ficamos surpresos com a sua reação, pois sabíamos se tratar de uma pessoa de bons princípios, inteligente e responsável. Foi, então, que ela desfilou uma série de situações, que ocorreram dentro de sua família durante muitos anos, e diante das quais agora se julgava fora dos padrões de moralidade que Jesus havia ensinado há dois mil anos atrás.  É claro que nos esforçamos para ajudá-la a compreender que, se houve algum erro na sua trajetória, ela não devia assumir toda a culpa ou, pelo menos, a culpa com tanta intensidade.

 Na verdade, surpreendeu-nos, sobretudo, o fato de ela adotar uma religião (a da família, naturalmente), de sempre ter procurado seguir alguns preceitos da sua igreja, mas não ter atentado para o que deve se o fundamental em qualquer religião, que é a vivência do amor no dia a dia, conforme recomendação de Jesus. Muitos usam a religião como verniz social ou, no máximo, para se desincumbir de certas obrigações da religião, pensando com isso estar quites com Deus, mas que não exatamente as da prática do bem, do exercício do amor, de esforço para compreender e perdoar o próximo – aliás, tudo o que Jesus queria de nós.

  O sentimento de culpa por um erro cometido tem seu lado bom, quando serve para despertar a pessoa para um novo caminho de reabilitação e trabalho no bem ( como fizeram Pedro e Paulo na história do cristianismo), mas esse sentimento pode ser nocivo, quando se transforma num tribunal implacável de auto condenação, como se se tratasse da pior criatura. No primeiro caso ( o de Pedro e Paulo), a culpa leva ao arrependimento e o arrependimento leva à reparação.

  Pois bem.  Foi o que passamos a essa senhora naquela ocasião, detalhando os exemplos dos grandes apóstolos de Jesus que, embora tivessem cometido graves erros, a partir de seu despertar, decidiram edificar o reino de Deus dentro de si mesmos. Eles deram exemplo de responsabilidade e de altivez, dando as costas ao passado e passando construir um novo futuro. Contudo, não foi o que aconteceu com Judas Iscariotes, o traidor que, diante da gravidade do seu erro contra o mestre,  deixou-se arrastar pelo desespero, não se perdoando, mas acusando-se e mortificando-se a si mesmo: ao invés de reconstruir o que havia danificado, infelizmente resolveu matar-se.

Evidentemente, os ensinamentos espíritas, ao retomar a moral de Jesus, com sua doutrina de esperança e de conforto a todos os corações sofridos e principalmente aos mais desesperados, pôde abrir um novo e promissor horizonte de conhecimento e de paz para aquela boa senhora, de quem pudesses desfrutar a convivência por algum tempo, até sua desencarnação. Temos certeza de que, no plano espiritual, decidida como ela era, retomou sua jornada de edificação.

Nenhum comentário:

Postar um comentário