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domingo, 29 de maio de 2022

VISÃO RETROSPECTIVA; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

O erudito Hermínio Correia de Miranda num dos últimos trabalhos publicados sob o título AS DUAS FACES DA VIDA (lachatre, 2005) informa no capítulo PSIQUISMO BIOLÓGICO haver quando do transe da morte ou mesmo na iminência dele uma transcrição dos arquivos biológicos para os perispirituais, do que resulta um belo e curioso espetáculo de replay da vida, para o qual, por sinal, propôs o nome recapitulação, após o que o corpo estaria liberado para o processo de decomposição. No substancial documentário intitulado O CÉU E O INFERNO organizado por Allan Kardec, em sua segunda parte, entre os 62 depoimentos de Espíritos entrevistados na Sociedade Espírita de Paris, o médico J. Sanson revelando detalhes do momento de sua morte, diz ter conservado suas ideias até o ultimo momento, que não via mais, mas pressentia e “toda sua vida se desenrolou diante de sua lembrança”, enquanto o sr M. Jobard, outro intelectual ligado ao Espiritismo nascente, relatou através de um médium que ‘após um abalo estranho, lembrou-se de repente, seu nascimento, juventude, idade madura, enfim, toda sua vida se retratou nitidamente em sua lembrança’. Analisando o início do processo chamado desencarnação que principia a volta do Espírito à sua condição normal, Allan Kardec destaca na mesma obra o torpor, uma espécie de desmaio e essa revisão que o Ser enceta neste momento. A partir dos anos 70 do século 20, o médico Raymond Moody Jr começa a revelar suas constatações sobretudo no que ele denominaria EQM – Experiências de Quase Morte, ou seja, daqueles que vitimados por situações naturais ou acidentais resolvidos expontaneamente ou mecanimente pela Medicina, retornaram à vida relatando suas impressões durante o breve tempo em que estiveram mortos clinicamente, incluindo entre as sensações a da revisão de suas próprias vidas. No Brasil, a mediunidade de Chico Xavier com a intensificação da recepção de cartas de inúmeros Espíritos que mortos ‘precocemente’ afirmavam aos entes queridos sua sobrevivência após a chamada morte, muitos deles contaram ter vivenciado a etapa da recapitulação. Dentre os vários depoimentos, Ivan Sergio de Athaíde Vicente contou que teve ‘a idéia de rever toda a minha existência, como num sonho que estivemos vivendo acordado, até que as minhas lembranças se condensaram na rememoração do acidente que me transtornava a cabeça, enquanto Luiz Antonio Biazzio escreveu: -“Rememorei meus estudos de medicina, revisei os meus doentes e os meus apuros na psiquiatria para definir-lhe as emoções e, em seguida, querida mãezinha, as recordações da infância e do lar desfilaram diante da minha visão íntima. de tudo me lembrei”. Entre todas essas contribuições para nosso esclarecimento sobre o que é ‘morrer’, o pesquisador italiano Ernesto Bozzano, em uma de suas substancias obras, A MORTE E SEUS MISTÉRIOS, dedica a terceira parte para apresentar casos de VISÃO PANORÂMICA OU MEMÓRIA SINTÉTICA NA IMINÊNCIA DA MORTE. Separa em três categorias casos de visão panorâmica na iminência da morte ou em perigo de vida; casos acontecidos com pessoas sãs, sem a ocorrência de perigo de morte e, casos de comunicantes que por via mediúnbica afirmam ter passado pela experiência da ‘visão panorâmica’. Na primeira situação, por exemplo, turistas que sofreram quedas de montanhas e viram a morte de perto, permitiram estabelecer um padrão mais ou menos constantes nesta espécie de acidentes, desde o momento em que se perdeu o pé até ao em que se produziu o choque na queda física: 1.° - um sentimento de beatitude; 2.° - a anestesia do tato e do sentido da dor, a vista e o ouvido conservando a sua acuidade normal; 3 ° - extrema rapidez do pensamento e da imaginação; e, 4.° - em inúmeros casos, a alma revê todo o curso de sua vida passada: " vislumbrei todos os fatos de minha vida terrena que se desenrolaram diante de meus olhos em imagens inumeráveis”. Conclui-se, por fim, tratar-se de ocorrência natural a ser enfrentada por todos no fim da jornada no corpo físico.



Eu gostaria de saber se existe corrupção no mundo espiritual. (V.M.L.)


Chamemos de mundo espiritual ao plano de vida onde estão os Espíritos desencarnados, ou seja, as pessoas que viveram na Terra e desencarnaram. Não é difícil, portanto, concluir que entre essas pessoas há bons e maus, honestos e desonestos. A morte – ou seja, a passagem do Espírito desta para outra dimensão da vida – necessariamente não muda o seu caráter, embora possa contribuir para isso. Isso quer dizer que a tendência de uma pessoa, quando ainda muito arraigada à sua maneira de ser, pode não mudar com a morte ou, então, que as chances de ela mudar de repente são muito poucas.


Desse modo, assim como entre nós, no mundo espiritual há Espíritos com as mais diferentes tendências para o bem ou para o mal. A diferença, no entanto, é que no plano espiritual é muito mais difícil para o Espírito passar-se por honesto quando corrupto. Aqui, na Terra, as pessoas se escondem sob diversas máscaras, uma vez que, de um modo geral, não somos capazes de “ver” seus sentimentos ou de adivinhar o que elas sentem ou o que estão pensando. No mundo espiritual, o Espírito mau tem dificuldade de se disfarçar, porque os traços do caráter se manifestam na forma como eles se apresentam, e todos são sensíveis aos sentimentos dos outros.


Além disso, há uma tendência natural dos bons se unirem aos bons e dos maus se unirem aos maus. Essa tendência, como explica André Luiz, está na própria lei de atração entre semelhantes. Cada Espírito cria em torno de si um campo mental que revela suas tendências morais. É esse campo de mental, que funciona à maneira de um ímã, que atrai e é atraído por outros campos mentais com vibrações semelhantes. No entanto, os maus Espíritos – ou seja, aqueles que têm tendências para a desonestidade e corrupção – podem influenciar, até com certa facilidade, os encarnados que também alimentam essas mesmas tendências.


Algumas religiões criaram as figuras teológicas do céu e do inferno, querendo dizer que no céu estão os bons e no inferno os maus. Contudo, para elas o céu e o inferno são condições definitivas para aqueles que para eles se dirigem. Já, para o Espiritismo, não há situação definitiva para ninguém, pois a felicidade ou infelicidade é uma conquista que cada um pode obter ao longo do tempo. Como a tendência é a perfeição, todos os Espíritos caminham para isso, ainda que hoje estejam numa situação bastante comprometedora. Assim, os maus não serão maus para sempre, pois a condição de maldade é uma espécie de sofrimento, de que todos, mais cedo ou mais tarde, vão procurar se libertar.


Por outro lado, a corrupção é uma condição do espírito humano que, por estar ainda em sentimentos inferiores, dela não conseguiu se libertar. Quando o sentimento é muito profundo, só mesmo o sofrimento, através de experiências muito difíceis, pode despertar a consciência para a busca da regeneração.





 

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