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quinta-feira, 26 de maio de 2022

DURA REALIDADE; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Durante a reunião formatada para esclarecer dúvidas com base nas informações disponibilizadas pelo Espiritismo, a senhora identificada como Psiquiatra, solicita comentário em torno do crescente número de pacientes infanto-juvenis por ela atendidos com tendências suicidas, geralmente ignoradas pelos próprios pais. Ante a exposição do fato, irrompe na memória, prognóstico feito pela Espiritualidade a Allan Kardec em manifestação de abril de 1866 e incluída na REVISTA ESPÍRITA, edição de outubro daquele ano, dizendo, entre outras coisas: -“E como se a destruição não marchasse bastante depressa, ver-se-ão os suicídios multiplicando-se numa proporção incrível, até entre crianças”. No comentário tratando das mudanças coletivas previstas para o planeta Terra, traçam um perfil dos Espíritos atrasados: “negadores da Providência Divina e de todo poder superior à Humanidade; depois, a propensão instintiva às paixões degradantes, aos sentimentos anti-fraternais do egoísmo, do orgulho, do ódio, do ciúme, da cupidez, enfim, a predominância do apego a tudo o que é material ”. Preveem que “persistirão em sua cegueira e sua resistência marcará o fim de seu reino por lutas terríveis. Em seu desvario, eles próprios correrão para a sua perda: impelirão à destruição, que gerará uma multidão de flagelos e calamidades, de sorte que, sem o querer, apressarão a chegada da era da renovação”. Questionando a Espiritualidade sobre aspectos da educação, Kardec foi lembrado que a predominância dos que reencarnam, são desconhecidos em sua procedência, missão e destinação, com históricos de grandes comprometimentos perante a Lei do Progresso; que cerca-los de cuidados e facilidades não basta, sendo necessário observar-lhes as tendências, procurando corrigi-las, direcionando-as para um aspecto mais construtivista. Observaram que a fase mais propícia é a infância, pois ao atingir a adolescência, características do passado se misturam aos registros do presente, tornando o jovem refratário a qualquer orientação. O que se vê na atualidade, contudo, é o contrário. Reforçam-se as tendências negativas, permite-se a vivência da indisciplina, mantem-se o Ser à margem dos assuntos da espiritualidade, esperando-se na mocidade um comportamento improvável com as condições oferecidas ao tutelado, considerando que o papel de pais e filhos é meramente circunstancial. Não se avalia também o impacto negativo da exposição excessiva às imagens de violência veiculadas pela televisão, a disponibilização de conteúdos nocivos na rede mundial conhecida como Internet, ou, simplesmente, a testemunhada no próprio lar. E nesse ambiente, o fator mais marcante: a ausência do amor. Cremos que os Espíritos reencarnados nas últimas décadas refletem considerável desenvolvimento intelectual. Esse aspecto, desenvolvem e demonstram com facilidade. O que os traz de volta, então? Justamente a necessidade de crescimento no campo do amor. Como devolvemos à vida o que recebemos e aprendemos, consistindo o aprendizado existencial, na observação e vivência, pode-se perguntar: qual o tipo de registros predominantemente acumulados pela criança de nossos dias? Diz um axioma popular que “ninguém dá o que não tem”. Ideais suicidas em crianças e adolescentes resultam da dificuldade de compreensão e aceitação da dura realidade em meio à qual vivem. A tarefa da paternidade parece desfocada na percepção dos que a assumem. Há milhares de “órfãos de pais vivos” vivendo sob o mesmo teto. Crianças rejeitadas, abandonadas, agredidas, violentadas, exploradas sexualmente, comercializadas em vários países, expõem uma dura realidade: a Humanidade precipita-se num vazio cujos limites imprevisíveis, comprometem o seu próprio futuro. Afinal, a ignorância a respeito da significação daquilo que o Espiritismo define como educação moral (nada a ver com religião), recrudesce o egoísmo e o orgulho individual, projetando-se sobre o coletivo de forma avassaladora. E mais uma vez, ecoa a pergunta de Allan Kardec em comentário n’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS: “- Quando se pensa na massa de indivíduos diariamente lançados na corrente da população, sem princípios, sem freios, entregues aos próprios instintos, deve-se admirar das consequências desastrosas desse fato?





Existem pessoas que matam, que fazem maldades e nunca se arrependem. Para onde elas vão depois da morte, se só usam de violência e não têm piedade do semelhante? Não seriam essas que iriam para o inferno?


Esse tema vem tratado n”O LIVRO DOS ESPÍRITOS”, a partir da questão 990. Muitas vezes, nós achamos que existem pessoas, que nunca se arrependem, porque só levamos em consideração o tempo de duração desta vida – de 20, 40, 60 ou 80 anos. De fato, se esta vida fosse a única, então haveria pessoas que nunca se arrependem do mal que fizeram, porque elas não teriam tempo suficiente para se arrepender. Mas acontece que existem inúmeras existências e que um Espírito, que hoje não se arrepende do que fez, mais cedo ou mais tarde, aqui ou na Espiritualidade, despertarão para a extensão do mal que fizeram.


A lei de Deus é tão perfeita que o arrependimento não precisa acontecer agora, hoje ou amanhã. Se, por exemplo, um indivíduo mata alguém, cometendo um crime hediondo e morre em seguida, não terá tempo de se arrepender aqui. Se o seu futuro é a eternidade e se a sua sorte foi definida após a morte, ele não teria salvação. Acontece que o arrependimento não se dá da mesma forma e nem tampouco no mesmo tempo em todos os indivíduos. Isso vai depender de seu amadurecimento espiritual. Pode haver quem se arrependa logo depois do crime, mas isso não é regra; é exceção. E, além do mais, cada um terá o seu próprio tempo para se arrepender: alguns na Espiritualidade, outros ainda precisarão de várias encarnações.


Se existisse o inferno de condenação eterna, como pintam as religiões, quase todos estaríamos perdidos, pois, para uma boa parte dos erros que cometemos, nem temos consciência do mal que fizemos. Que sentido teria o apelo de Jesus quando, diante de seus algozes, ainda exclamou, “Pai, perdoai-lhes, porque eles não sabem o que fazem”, se essas pessoas, que usam de tanta crueldade, não tivessem outra oportunidade? Entretanto, o que chamamos de misericórdia divina é a oportunidade do arrependimento, da reparação e da regeneração, através das reencarnações.


Não basta arrepender-se. Muitos se arrependem para cometer outro crime. Para que fiquemos quites com a própria consciência, precisamos reparar o mal que fizemos – o que, na linguagem mais simples do povo - significa, “pagar o que devemos” ou devolver o que tiramos de nossas vítimas. Não há ninguém que não se arrependa um dia, por mais distante que esteja esse dia. Ou aqui, ou depois, todos nos arrependeremos dos erros cometidos, quando tomarmos consciência dos males que eles causaram. Alguns se arrependerão mais depressa, outros demorarão muito, pois cada um tem seu próprio ritmo de progresso moral, mas a lei de Deus, que é a lei de evolução, nos proporcionará sempre oportunidade para nos arrepender.


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