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domingo, 1 de maio de 2022

ALLAN KARDEC E OS SERVIÇOS DE CURA; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

Observa-se na atualidade, especialmente, na área da abrangência da cidade de São Paulo (SP), a eclosão de inúmeros trabalhos focados na cura de doentes de toda espécie. Embora a finalidade precípua do Espiritismo seja despertar a consciência da individualidade que, na verdade, é a verdadeira responsável pela manifestação das enfermidades, as quais funcionam como filtros ou freios para as tendências viciosas do Espírito ainda ignorante quanto à sua razão de existir, o fato é que tais mecanismos de auxílio podem levar a criatura a se aperceber que a vida não se resume ao tempo de permanência nesta Dimensão. Houve algo antes e haverá um depois. Desse modo os esforços nessa área cumprem um papel igualmente importante. Na REVISTA ESPÍRITA de novembro de 1866, Allan Kardec desenvolve interessante matéria sobre a questão, da qual destacamos alguns pontos para a reflexão de dirigentes, trabalhadores ou mesmo assistidos, para que os processos obsessivos não se constituam na verdade por traz dos “fenômenos” observados: 1- Há uma diferença radical entre os médiuns curadores e os que obtêm prescrições médicas da parte dos Espíritos. Estes em nada diferem dos médiuns escreventes ordinários, a não ser pela especialidade das comunicações. Os primeiros curam só pela ação fluídica, em mais ou menos tempo, às vezes, instantaneamente, sem o emprego de qualquer remédio. O poder curativo está todo, inteiro no fluido depurado a que servem de condutores. 2- A Teoria deste fenômeno foi suficientemente explicada para provar que entra na ordem das Leis Naturais e que nada há de miraculoso. É o produto de uma aptidão especial, tão independente da vontade quanto todas as outras faculdades mediúnicas; não é um talento que se possa adquirir; não se faz um médium curador como se faz um médico. 3- A aptidão para curar é inerente ao médium, mas o exercício da faculdade só tem lugar com o concurso dos Espíritos. De onde se segue que se os Espíritos não querem, ou não querem mais servir-se dele, é como um instrumento sem músico, e nada obtém. Pode, pois, perder instantaneamente a sua faculdade, o que exclui a possibilidade de transformá-la em profissão. 4- Um outro ponto a considerar é que sendo esta faculdade fundada em leis naturais, tem limites traçados pelas mesmas. Compreende-se que a ação fluídica possa dar a sensibilidade a um órgão existente, fazer dissolver e desaparecer um obstáculo ao movimento e à percepção, cicatrizar uma ferida, porque então o fluido se torna um verdadeiro agente terapêutico; mas é evidente que não pode remediar a ausência ou a destruição de um órgão, o que seria um verdadeiro milagre. Há, pois, doenças fundamentalmente incuráveis, e seria ilusão crer que a mediunidade curadora vá livrar a Humanidade de todas as suas enfermidades. 5- Há que levar em conta a variedade de nuanças apresentadas por esta faculdade, que está longe de ser uniforme em todos os que a possuem. Ela se apresenta sob aspectos muito diversos. Em razão do grau de desenvolvimento do poder, a ação é mais ou menos rápida, extensa e ou circunscrita. Tal médium triunfa sobre certas moléstias em certas pessoas e, em dadas circunstâncias e falha completamente em casos aparentemente idênticos. 6- Opera-se neste fenômeno uma verdadeira reação química, análoga à produzida por certos medicamentos. Atuando o fluido como agente terapêutico, sua ação varia conforme as propriedades que recebe das qualidades do fluido pessoal do médium. Ora devido ao temperamento e à constituição deste último, o fluido está impregnado de elementos diversos, que lhe dão propriedades especiais. Daí resulta uma ação diferente, conforme a natureza da desordem orgânica; esta ação pode ser, pois, enérgica, muito poderosa em certos casos e nula em outros. 7- Só a experiência pode dar conhecer a especialidade e a extensão da aptidão; mas, em princípio, pode dizer-se que não há médiuns curadores universais. 8- A mediunidade curadora não vem suplantar a Medicina e os médicos; vem simplesmente provar a estes últimos que há coisas que eles não sabem e os convidar a estuda-las; que a natureza tem leis e recursos que eles ignoram; que o elemento espiritual, que eles desconhecem, não é uma quimera, e que quando o levarem em conta, abrirão novos horizontes à ciência e terão mais êxitos que agora. 9- Há, pois, para o médium curador a necessidade absoluta de se conciliar o concurso dos Espíritos Superiores, se quiser conservar e desenvolver sua faculdade, senão, em vez de crescer ela declina e desaparece pelo afastamento dos bons Espíritos. A primeira condição para isto é trabalhar em sua própria depuração, a fim de não alterar os fluidos salutares que está encarregado de transmitir”.


(...) Quando o professor me entregou a prova na faculdade e vi que tinha tirado nota, dei um pulo de alegria e disse: “Graças a Deus!” Ele olhou pra mim e disse: “Graças a Deus por quê? Foi você que fez a prova!...” “Mas Deus me ajudou”...” – respondi. “Ajudou como? – falou o professor. “Se você não acreditasse em Deus, tiraria essa nota do mesmo jeito”... Não soube o que responder... (Anônima)


Não se importe com o fato de seu professor não acreditar em Deus e nem se sinta ofendida diante de sua atitude. O importante é o que você acredita. Aliás, cada um de nós tem a sua própria fé, e isso, seguramente devemos a Deus, que nos criou para o pensamento livre. Um grande pensador francês, chamado Voltaire, disse, certa ocasião, que “se Deus não existisse, seria necessário inventá-lo”. Muita gente vê essa afirmativa como um desrespeito ou blasfêmia, mas o que Voltaire queria dizer é que todos nós precisamos de Deus, pois a crença em Deus é a mais elevada que existe, é o sustentáculo de nossa vida moral.


Ela nos dá segurança e conforto íntimo, principalmente nos momentos difíceis da vida. E quem não passa por dificuldades? – todos passamos. É claro que existem pessoas que dizem não acreditar na existência de Deus. O difícil é a gente saber em que elas acreditam. Como elas podem conceber que existe a obra e não existe o autor? Ainda mais se a obra ( o universo), sendo expressão de uma inteligência perfeita, só poderia provir de uma Perfeição... Para nós, que acreditamos em Deus, a vida só tem sentido porque Deus existe; caso contrário, careceria de sentido e de explicação tudo que nos acontece...


A questão é tratada com muita propriedade por Allan Kardec, logo no ínicio d’O LIVRO DOS ESPÍRITOS. A primeira questão já diz: Que é Deus? Depois vem outras que indagam a respeito dessa “Inteligência Suprema, Causa Primária de Todas as Coisas”. O ateísmo ( ou seja, a crença que Deus não existe) provém, quase sempre, de uma decepção religiosa. Às vezes, as religiões pecam nesse particular. Elas acabam ensinando um deus muito parecido com o homem; não como um Ser Perfeito, mas como uma pessoa que tem virtudes e defeitos, que acerta e erra ( como o deus Moisés), capaz de proteger um e castigar outro, geralmente vaidoso e cheio de caprichos.


Um deus, que tem preferências, que ora age com misericórdia, ora com ímpeto de vingança, que cria uma lei e ele mesmo é capaz de derrogá-la para fazer exibição de poder (como fazem as pessoas vaidosas), não pode se enquadrar na concepção de Pai, ensinada por Jesus. Na verdade, Deus nos ajuda sempre, a todo momento, pois já nos deu tudo o que precisávamos, a começar de nossa própria vida – o resto depende de nós: por isso Ele é a Providência Divina. Deus não esta aí para fazer milagres, pois Ele não precisa derrogar suas leis para mostrar que é poderoso e nem tem necessidade disso. Sua grandiosidade está no cumprimento das leis naturais, nesse milagre que acontece todos os instantes.


Portanto, não se perturbe com os ateus, mesmo porque, pelo fato de terem perdido o apoio da fé, não se contentam em estar sozinhos e querem convencer os outros de sua opção. Mas o que eles não sabem é que essa opção que fizeram é uma concessão divina, pois Deus não está nada preocupado com aqueles que nele não crêem. Estaria, sim, mais preocupado com aqueles que dizem acreditar nele, mas não aprenderam a amar seus irmãos, fugindo de seus deveres morais. Leia e reflita sobre o primeiro capítulo de O LIVRO DOS ESPÍRITOS de Allan Kardec.


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