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sexta-feira, 29 de maio de 2020

ALLAN KARDEC E A MEDIUNIDADE DE CURA; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR


Poucos sabem, mas, quando da eclosão dos fenômenos que deram origem ao Espiritismo, um dos que surpreendiam eram os resultantes da mediunidade de cura. Allan Kardec também dedicou atenção aos fatos ligados a essas ocorrências, abstraindo várias conclusões expostas não apenas nas chamadas OBRAS BÁSICAS, mas também em números da REVISTA ESPÍRITA. A propósito das doenças, a explicação da Doutrina Espírita sobre as doenças é quepertencem às provas e às vicissitudes da vida terrena. São inerentes à grosseria da nossa natureza material e à inferioridade do mundo que habitamos. As paixões e os excessos de toda espécie, por sua vez, criam em nossos organismos, condições nocivas, frequentemente transmissíveis pela hereditariedade” e que as “doenças de nascença, sobretudo aquelas que tiram aos infelizes a possibilidade de ganhar a vida pelo trabalho: as deformidades, a idiotia, a imbecilidade, etc (...), são efeitos que devem ter uma causa, em virtude do axioma de que todo efeito tem uma causa, e desde que se admita a existência de um Deus justo, essa causa deve ser justa. A causa sendo sempre anterior ao efeito e, desde que não se encontra na vida atual, é que pertence a uma existência precedente”. A partir da farta documentação disponível, podem ser encontradas informações importantes sobre CASOS DE CURA SEM AUXÍLIO DOS MÉDIUNS, nas edições de fevereiro 1863; abril e setembro 1865 e CASOS DE CURA INSTANTÂNEA nos números de dezembro, outubro e novembro 1866; agosto, outubro e novembro 1867. Adotando um método compreendendo procedimentos simples (1-evocação dos bons Espíritos, 2- recolhimento, 3- braços estendidos, 4- dedos esticados sobre o corpo do paciente) foram registrados resultados surpreendentes para a época, como os relatados nos números de janeiro de 1864: 1- Cura de nevralgia violenta, após 5 minutos de emissão fluídica simples com as mãos; 2-Cura de uma sensibilidade aguda de pele, manifestada 15 anos antes, após emissão fluídica diária de 15 minutos, durante 35 dias e 3- Cura de individuo acometido de epilepsia durante 25 anos, com crises diárias, após 35 dias de emissão de fluido direcionado para estômago e nuca. Dois importantes personagens espirituais da história do Espiritismo em seu início, ofereceram suas opiniões sobre os requisitos imprescindíveis para o êxito nos trabalhos mediúnicos em torno da assistência ao que convive com as doenças. O primeiro, o conhecido médico Franz Anton Mesmer, que em mensagem psicografada alinhou três sugestões aos candidatos a esse trabalho: 1- Vontade de curar desenvolve fluido animalizado e espiritual; 2- Prece e 3- Curas milagrosas, se devem à natureza do fluido derramado pelo médium através da imposição das mãos, graças ao concurso dos bons Espíritos quando há fé sincera e pureza de intenção. O outro, o Espírito Paulo, o Apóstolo que alinha duas recomendações: 1- Fé sincera; desinteresse, humildade e perseverança e 2- A Prece que deve ser guia e ponto de apoio do médium. As observações sobre o tema, permitiu a Allan Kardec formular um conjunto de conclusões estampadas em matéria apresentada em novembro de 1866: 1- Os médiuns curadores curam só pela ação fluídica, em mais ou menos tempo, mas, às vezes, instantaneamente, sem o emprego de qualquer remédio.2- O poder curativo está nos fluidos depurados dos bons Espíritos para os quais os médiuns curadores servem de condutores. 3- O exercício dessa faculdade curadora só tem lugar com o concurso dos Espíritos. 4- A mediunidade curadora pode curar algumas doenças, mas há doenças fundamentalmente incuráveis e seria ilusão crer que a mediunidade curadora vá livrar a Humanidade de todas as suas enfermidades. 5-  A mediunidade curadora depende de uma disposição orgânica, de forma que muitas pessoas a possuem ao menos em gérmem, que fica em estado latente, por falta de exercício e desenvolvimento. 6- A mediunidade curadora exige imperiosamente o concurso dos Espíritos depurados. 7- Há, para o médium curador, a necessidade de atrair o concurso dos Espíritos superiores, se quiser conservar e desenvolver sua faculdade. 8- A primeira condição para o médium curador é trabalhar em sua própria depuração, a fim de não alterar os fluidos salutares que está encarregado de transmitir ao doente, com completo desinteresse material e moral. 9- As qualidades do médium curador devem ser o devotamento, a abnegação, a humildade, além do desejo de fazer o Bem e tornar-se útil aos semelhantes. 10- A Mediunidade curadora escapa completamente da lei sobre o exercício legal da Medicina, porque não prescreve qualquer tratamento, é exercida pela influência pessoal do médium.  Este último enunciado é passível de revisão, naturalmente, pelos impactantes fenômenos manifestados ao longo do século que se seguiu após ter sido elaborado. De qualquer modo, dispomos de excelente conteúdo para estudos e reflexões.



 Maria Lúcia Gonçalves, pergunta sobre as cruzes que comumente encontramos na beira de estradas e que assinalam a morte de pessoas por acidente naqueles locais. Ela quer saber se os Espíritos – que ali são homenageados com cruzes e flores, colocados pelos seus familiares, ficariam presos àqueles lugares e se poderiam, assim, contribuir para haver mais acidentes ainda.

 As cruzes e as flores colocadas nos locais de morte por acidente nas estradas, Maria Lúcia, são expressões do pesar e da fé dos familiares dessas vítimas. Acreditamos que o ato em si de assim proceder, tanto pode satisfazer o que se foram (porque eles vão se sentir amados, quando conseguirem perceber a homenagem), como também os que ficaram, pelo fato de poderem manifestar assim seus sentimentos em relação aos entes queridos.  
Geralmente as vítimas fatais de acidentes não tomam consciência do que lhes aconteceu durante muito tempo, até que se refaçam do impacto da brusca mudança. Por outro lado, Maria Lúcia, a religiosidade do povo brasileiro, inspiradas nos dogmas da fé católica, incentiva de alguma forma tais manifestações, da mesma maneira que os túmulos são visitados e enfeitados nos cemitérios por grande parte da população em atos de afeto e respeito pelos que se foram. Como dissemos, o ato em si pode servir tanto aos desencarnados, como aos encarnados.
 Se existe algum problema espiritual, ele não está propriamente na homenagem, mas na condição espiritual das vítimas. Pode acontecer de alguns Espíritos permanecerem no local do acidente, muitas vezes presos aos seus despojos, pelo fato de ainda não conseguirem se desapegar de valores  materiais, dos lugares, mas, em nosso entendimento, não por causa da homenagem em si. Além do mais, por que um determinado Espírito, que foi vítima de um acidente, quereria provocar outros e envolver outras pessoas?
 É claro que, eventualmente, isso poderia acontecer. Não podemos descartas essa possibilidade. Todavia, mesmo assim, não dependerá somente dele, mas principalmente das condições espirituais das pessoas que transitarem por aquela estrada com seus veículos, pois os Espíritos não têm poderes mágicos (nem para o mal, nem para o bem). No máximo, eles podem contribuir para algum acidente, quando encontram as condições de perturbação nos encarnados.  




















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