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sábado, 14 de março de 2020

OUVINDO BENVENUTO CELLINI; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR


Artista talentoso, personalidade exaltada, o florentino Benvenuto Cellini viveu 71 anos na sua encarnação no século XVI. Ao longo do tempo, inspirou com sua existência tumultuada vários escultores, pintores, compositores e literatos. Entre suas obras mais conhecidas está a Estatua em Bronze de Perseu segurando a cabeça da Medusa, exposta em Florença, sua cidade natal e a escultura O Crucifixo, em mármore. Aventureiro construiu uma biografia em que se incluem homicídios pelos quais teria sido responsável, e, inúmeros casos amorosos com varias de suas modelos. Escritor, publicou um TRATADO sobre OURIVESARIA, outro sobre ESCULTURA, além de um livro de memórias intitulado VITA, em que reconstitui sua existência. Nele, o relato de uma cena de feitiçaria e de endemoniação no Coliseu, em Roma, de que teria tomado parte. A prática teria sido executada por um sacerdote siciliano, de espírito muito fino, profundamente versado em letras gregas e latinas que conhecera numa estrada esquisita, e, que certa vez, lhe falara sobre suas atividades de necromancia, tema que sobre o qual sempre tivera a maior curiosidade. Convidado para uma dessas reuniões para qual o sacerdote trouxera perfumes preciosos, drogas fétidas e fogo, após uma abertura viu-se, levado pela mão, dentro de um círculo, com outras pessoas. O dirigente, entregando um talismã a um dos participantes, pôs-se a fazer conjurações durante mais de uma hora e meia, após o que o Coliseu encheu-se de legiões de Espíritos Infernais, sugeriu-lhe: -“Benvenuto, pede-lhes alguma coisa”. Respondi-lhes que desejava que eles me reunissem à siciliana Angélica, sua paixão do momento. Depois de diferentes relatos mais ou menos ligados ao precedente, Benvenuto conta como, passados 30 dias, prazo fixado pelos demônios, ele encontrou sua Angélica. Certamente motivado pela descrição de registro feita três séculos antes do surgimento do Espiritismo, Kardec, autorizado e ajudado pelo dirigente espiritual das reuniões da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, buscou ouvir o renomado artista, na reunião de 11 de março de 1859, conforme reproduzido na REVISTA ESPÍRITA, de abril de 1859. A entrevista de mais de trinta perguntas, revela o seguinte: 1- Lembrava-se da existência que passara na Terra entre 1500 e 1571 apesar de ter tido outras existências corporais em vários mundos. 2- Sentia-se muito satisfeito com a posição ocupada atualmente, que, embora não fosse um trono, o colocava sobre mármores. 3- Permanecera errante alguns anos, trabalhando em si mesmo. 4- Que voltara poucas vezes a Terra. 5- Que assistira várias vezes à história em que figurara, sentindo-se satisfeito como Cellini, mas, pouco como Espírito que pouco progredira. 6- Não tivera outras encarnações na Terra antes da conhecida, tendo outras ocupações muito diferentes das que aqui desenvolveu. 7- Que habitava atualmente um mundo desconhecido e não visível da Terra, do ponto de vista físico, marcado pela beleza plástica, dada a harmonia perfeita de todas as suas linhas, rodeado de perfumes que, aspirados, provocam o bem estar físico, satisfazendo as necessidades pouco numerosas a que estão sujeitos; e, do ponto de vista moral, a perfeição é menor, pois, ali ainda podem ver-se consciências perturbadas e Espíritos dedicados ao mal, não sendo a perfeição, mas, o caminho para ela. 8- Lá também trabalha com as artes. 9- Sobre a veracidade das cenas sobre necromancia descritas no seu livro, disse que o necromante era um charlatão, ele um romancista e Angélica sua amante. 10- Sobre a origem de seu sentimento para a arte, confirmou ser fruto de um desenvolvimento anterior, pois durante muito tempo fora atraído pela poesia e pela beleza da linguagem, prendendo-se na Terra à beleza da reprodução e, no mundo em que vivia, ocupava-se à beleza como invenção. 11- Quanto à sua habilidade como estrategista militar revelada na defesa do Castelo de Santo Ângelo a pedido do Papa Clemente VII, revelou que tinha talento e sabia aplica-lo, visto que em tudo é necessário discernimento, sobretudo na arte militar de então. 12- Solicitado a aconselhar aos artistas que buscam seguir suas pegadas, disse que, mais do que fazem e do que ele fez, que busquem a pureza verdadeira beleza. 13- Se poderia guiar um médium na execução de modelagens garantiu que sim, preferindo um com inclinações artísticas, merecendo esta resposta, a seguinte observação de Kardec: -“Prova a experiência que a aptidão de um médium para tal ou qual gênero de produção depende de flexibilidade que apresenta ao Espírito, abstração feita do seu talento (...). Entretanto, veem-se médiuns que fazem coisas admiráveis, apesar de lhes faltar noções sobre o que produzem, o que se explica por uma aptidão inata, devida, sem dúvida, a um desenvolvimento anterior ( em outra encarnação), do qual conservam apenas a intuição”. 


 COMENTÁRIO DE UM LEITOR SOBRE UM PREGAÇÃO QUE VIU NA TV: “Vi na televisão uma plateia boquiaberta e estática diante de um pregador dramatizando a fala de Jesus quando se referiu ao fim do mundo dizendo que a lua e o sol vão perder a luz, que as estrelas vão cair do céu  e, todos as nações do mundo estarão vendo ele descer numa nuvem... “
É de se lamentar que ainda hoje se faça, em nome da religião, esse tipo de pregação, como se estivéssemos vivendo há 2 mil anos atrás. Essa encenação deixa muita gente assustada e fragilizada, à mercê de toda espécie de manipulação.  Não estamos mais no tempo em que a religião era imposta pelo medo, sob insistente e terrível ameaça de um deus violento e cruel, mas vivemos um momento em que podemos perceber que as pessoas devem se sentir livres para pensar, decidir e escolher seus próprios caminhos.
 Essa história de fim do mundo sempre serviu para forçar as pessoas a aceitar uma verdade sob o impacto do medo, que só interessava aos manipuladores, aos dominadores da opinião pública, que trabalham pelos seus próprios interesses. Se esse tipo de manobra fez parte do passado da humanidade, não deveria mais existir nos dias de hoje, quando estamos na era da ciência e da comunicação, onde temos acesso aos mais variados tipos de informação, podendo decidir pela sua própria crença.
Esse texto pode não dizer exatamente o que Jesus afirmou, mas ser apenas uma interpretação dramática de quem o escreveu, considerando que Jesus não deixou nada escrito e tudo que se sabe a seu respeito foi elaborado muito tempo depois. Pode, até mesmo, se aproximar daquilo que ele disse de uma forma alegórica, como fazia nas parábolas – mas, mesmo assim – devemos considerar que Jesus se dirigia a uma plateia muito diferente do povo de nosso tempo, que tinha uma forma muito simples e ingênua de ver o mundo.
Naquela época, todo conhecimento era transmitido pela religião. A terra se restringia ao pedaço de chão em que viviam, o céu era uma gigantesca extensão sobre a Terra, certamente a morada de Deus, e que o inferno ficava bem abaixo, onde os condenados iriam arder para a eternidade. Viam o sol como um disco luminoso para iluminar a Terra, a lua e as estrelas como simples pontos luminosos que só serviam para enfeitar as noites, não tinham noção de planetas, de astros, de espaço ou de galáxias e muito menos de que a Terra é um pequenino mundo perdido na imensidão do espaço cósmico.
 Para eles, a Terra era uma extensão plana que podia se encoberta por uma chuva torrencial de 40 dias, não tinham a mínima noção de que a Terra é um globo que gira em torno do sol e que seus habitantes estão espalhados toda a sua superfície. Não tinham noção de perspectiva e, por isso mesmo, achavam que se Jesus aparecesse numa nuvem, ele poderia ser visto pelas pessoas aqui em baixo e que toda a  humanidade o veria. Enfim, eles acreditavam naquilo que seus sentidos podiam perceber e que  sua capacidade de entendimento permitia. Num discurso como esse, que você citou, Jesus certamente se referiu aos tempos difíceis pelos quais a Humanidade ainda teria que passar, como realmente veio acontecendo ao longo do tempo e até hoje.  Sol e lua que escurecem, estrelas que caem do céu, são apenas figuras alegóricas, que serviam para mostrar a dimensão dos grandes problemas que haveria para a frente, despertando o homem para a necessidade de reformular seus sentimentos e buscar o caminho do bem, da verdade e da justiça.

























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