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quarta-feira, 18 de março de 2020

EVOLUÇÃO E JUIZO FINAL; REFLEXÃO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR
















Wilson Rocha, ouviu esta frase e quer um comentário sobre ela: “ A religião é um sonho da mente humana”.
É uma frase que dá margem a várias interpretações, Wilson, pois depende do que se entende por sonho. Para os ateus, que não acreditam em Deus e nem na imortalidade, o sonho seria uma criação da mente que expressa uma aspiração, um desejo que traz felicidade. Neste caso, segundo eles, a religião é um consolo que facilita o caminhar do homem, mas ela, em si, não teria nada a ver com a realidade objetiva da vida que, para eles, termina com a morte, onde tudo acaba e, portanto, nada resta.
Para os espiritualistas – ou seja, para as pessoas que acreditam em Deus – a religião é um caminho pelo qual pretendem chegar até Ele. Deus é a maior expressão da felicidade. É claro que os graus de crença ou de descrença variam de uma pessoa para outra, de modo que existem aquelas para quem a religião tem uma ação decisiva no seu futuro espiritual, existem aquelas para quem os ensinamentos morais da religião lhes constituem uma norma de vida que procuram seguir  e existem outros, ainda, que não têm tanta em fé e não são tão fiéis à religião que professam e que só procuram Deus na hora da necessidade.
De qualquer forma, uma coisa é certa., Wilson.  Em toda a história humana a religião sempre teve um papel necessário, importante e por que não dizer, fundamental. Mesmo na antiguidade, milhares de anos atrás, o caminhar de cada povo sempre dependeu das aspirações que a religião lhe traçou. Civilizações com a egípcia, a grega e romana – apenas para citar das mais conhecidas – sempre consideraram importante suas religiões e sempre se inspiraram em seus deuses para vencer obstáculos e alcançar suas metas. Tiveram seus sacerdotes, seus templos e seus cultos, e sempre levaram muito a sério suas crenças.
Recentemente, a própria ciência (considerada materialista) se mostrou muito interessada em saber que papel a religião sempre exerceu sobre a humanidade. Os geneticistas chegaram a descobrir um Gene, a que chamaram “gene de Deus”, que seria responsável pelo impulso inato que leva as pessoas a crer em um Ser Supremo e a recorrer a Ele, quando de seus problemas e necessidades. Os neurocientistas já disseram que existe num cérebro um “ponto de Deus”, ou uma região cerebral que é acionada automaticamente quando a pessoa participa de uma prece ou de um ato de adoração.
Ao que tudo indica, portanto, a religião está incrustada na mente humana, como algo inerente ou próprio dela. Kardec diz que nunca houve um povo ateu. E, embora muitas instituições e grupos religiosos, ao longo da História, sempre desvirtuaram o verdadeiro sentido da religião para atender interesses rasteiros e mesquinhos para manter o povo na ignorância, para explorar os mais fracos, a religião em si é algo de respeitável, que deve ser cultivada com responsabilidade e sinceridade e não apenas como uma obrigação social.
Aliás, esse tem sido um dos maiores problemas humanos. Wilson: tratar algo tão sério de uma forma tão irresponsável. Foi por essa razão – e não por outra – que Jesus proclamou o “amor ao próximo” como a maior de todas as religiões (a prática incondicional do bem), como o único caminho que nos leva a Deus ou à paz interior, criticando o religiosismo formal dos fariseus que, como tantos religiosos do mundo, passavam por pessoas de bem, mas, na verdade, eram hipócritas, aproveitadores e exploradores do povo.
É claro, Wilson, que todos temos um sonho: o mesmo sonho alimentado por Jesus  – o sonho de que a Terra será um mundo feliz, de que os homens ainda se amarão, construindo uma vida social digna e justa, onde cada um ocupará apenas o seu lugar e saberá respeitar o lugar dos outros. Esse sonho é sagrado, porque faz parte de nosso ideal. Mas para mantê-lo vivo em nossa mente precisamos de duas condições: confiar em Deus e caminhar na vida segundo os preceitos do amor e da solidariedade, um ponto comum entre todas as religiões.No seu livro “Os Irmãos Karamazov”, o escritor russo, Dostoiewsky, cria um diálogo entre dois irmãos – um padre e um ateu. Nessa conversa eles discutem exatamente o valor da religião e a existência de Deus, crença defendida pelo padre e combatida pelo ateu. O diálogo termina, justamente, quando o padre, voltando-se para o irmão, em que via qualidades humanas, disse-lhe: “Se Deus não existisse, tudo seria permitido”. Esta frase enfoca o principal problema do homem, a violência sobre o direito dos outros. Se não tivéssemos uma tendência para a busca do Bem, da Verdade e da Justiça - que, para o crente, é a real expressão de Deus, seria impossível convivermos uns com os outros.


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