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segunda-feira, 16 de março de 2020

DINÂMICA DA EVOLUÇÃO; CORPO PERISPIRITUAL; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR




 Pergunta da leitora, Leninha: “Para o Espirito existe um determinado tempo em que ele deve conviver com os mesmos Espíritos, renascendo na mesma família?
Aprender a conviver bem uns com os outros, eis a grande meta de cada um de nós. Não existe tempo determinado para isso, Leninha, pois o desenvolvimento evolutivo de cada Espírito depende de suas conquistas morais. É comum que Espíritos adversários, quando não conseguem de outra forma chegar a uma conciliação, reencarnem na mesma família, desempenhando papéis diferentes em experiências que abrem novas possibilidades de entendimento. Por exemplo, dois adversários do passado, que viveram em constante conflito (este prejudicou aquele, aquele prejudicou este), podem vir numa encarnação como irmãos ou como pai e filho, visando ao entendimento e à aproximação. Cada nova experiência juntos pode acender a possibilidade de aprenderem a se respeitar e a se amar.
No entanto, não é apenas pelo fato de agora serem irmãos que o problema está resolvido. Não. Na verdade, a nova oportunidade é apenas o início de uma tentativa, que pode ser frutífera ou não. A família é, sem dúvida, a experiência mais indicada e com maior probabilidade de chegarem a um consenso entre os Espíritos adversários. Todavia, nós, seres humanos do século XXI, por incrível que pareça, ainda não aprendemos a nos relacionar bem, nem mesmo dentro da própria família. Pelo contrário, a família continua sendo a fonte de muitos conflitos, justamente porque é nela que adversários se encontram.
Se você abrir o evangelho, vai encontrar um episódio curioso, em que a mãe e os irmãos de Jesus – preocupados com o fato de ele estar se expondo demais à fúria dos adversários – decidiram procura-lo para dizer-lhe que não prosseguisse na sua jornada, pois sua vida corria sério risco. Depois de muito procurar, eles encontram Jesus no meio de uma multidão,  ensinando o caminho do bem e da verdade. Como não conseguiam entrar no recinto, onde Jesus se encontrava rodeado pela multidão, pediram que alguém fosse avisá-lo de que sua mãe e seus irmãos o procuravam com insistência.
Foi nessa ocasião em que, recebendo o recado de que sua mãe e seus irmãos o esperavam fora da casa e queriam  vê-lo, Jesus respondeu: “Quem é minha mãe, quem são meus irmãos? Minha mãe e meus irmãos são todos aqueles que fazem a vontade de meu Pai, que está nos céus.” Essa assertiva de Jesus, ainda hoje, pode parecer estranha diante de sua doutrina de amor. Como Jesus poderia renegar a própria família, especialmente sua mãe, que o procurava? Mas não era isso que Jesus estava fazendo, malgrado as dificuldades com que o evangelista faz esse relato.
É que Jesus, sendo um Espírito Puro, já tinha ultrapassado a fase de aprendizado de convívio famíliar. Enquanto nós, ainda, não aprendemos a amar nem mesmo os da nossa casa (a quem devemos respeito e afeto), Jesus já conseguira amar toda a humanidade como sua família. Desse modo, a família de sangue para Jesus não tinha o mesmo significado que tem para nós. Somos exclusivistas. Nós ainda precisamos dos familiares para aprender a amar, sofrendo porque não nos sentimos quites com todos os compromissos que temos para com eles. Não sabemos amar nossos pais e nossos irmãos como deveríamos, enquanto que Jesus nos ama a todos, incondicionalmente.
Logo, enquanto vemos Jesus amando a Humanidade, até mesmo os inimigos, nós ainda não conseguimos demonstrar amor nem pelo próximo mais próximo que é o nosso familiar. Estamos em pleno período de aprendizado, para que o nosso amor, com o tempo, vá adquirindo uma dimensão maior, ultrapassando as barreiras da família e os laços do sangue, para que todos possam ter acolhida em nosso coração. Por isso, retornamos muitas vezes  ao mesmo círculo familiar – às vezes, ao mesmo lar – pois não obtivemos êxito das vezes anteriores e é este um dos motivos porque, muitas vezes, não encontramos paz.
Desse modo, Leninha, o Espírito pode renascer várias vezes na mesma família, quando ainda não conseguiu amar de verdade seus entes queridos, numa tentativa constante de destruir dentro de si todos os resquícios de maldade, de orgulho, de inveja, de ciúmes, de orgulho, de egoísmo. Não há um limite para isso, Leninha. Enquanto precisarmos, voltaremos à mesma família. O que Espiritismo nos ensina é que, na convivência familiar, aprendamos a exercitar a tolerância, a impaciência e tudo o mais que perturba o nosso coração. Mas o amor não deve se restringir a um grupo restrito; por isso, vamos experimentar outras encarnações, renascendo ou nos encontrando com outros Espíritos, para que, aos poucos, consigamos dilatar nossas relações, caminhando para o objetivo maior que Jesus nos apontou.




















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