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sábado, 9 de agosto de 2025

PENSE NISSO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

A resposta à questão 459 de O LIVRO DOS ESPÍRITOS revela a integração entre o Mundo dos Espíritos desencarnados e o nosso, ressaltando ser a influência dele sobre nossa realidade maior do que imaginam as criaturas humanas. A confirmação poderia ser encontrada em obras futuramente publicadas como A VIDA ALÉM DO VÉU do religioso inglês George Vale Owen ou do acervo resultante do trabalho mediúnico de Chico Xavier. Além do CARTAS DE UMA MORTA de Maria João de Deus, as obras de André Luiz são manancial impressionante de como somos objeto da – às vezes – sutil ação de Benfeitores ou mal-intencionados Espíritos que se valem de nossa vulnerabilidade mental, instabilidade emocional, enfim, invigilância sobre o que pensamos. Na sequência reunimos alguns exemplos para reflexões: Caso 1- NA VIA PÚBLICA: “No longo percurso, através de ruas movimentadas, surpreendia-me, sobremaneira, por se me depararem quadros totalmente novos. Identificava, agora, a presença de muitos desencarnados de ordem inferior, seguindo os passos de transeuntes vários, ou colados a eles, em abraço singular. Muitos se dependuravam a veículos, contemplavam-nos outros, das sacadas distantes. Alguns, em grupos, vagavam pelas ruas, formando verdadeiras nuvens escuras que houvessem baixado repentinamente ao solo. Assustei-me. Não havia notado tais ocorrências nas excursões anteriores ao círculo carnal. (...) Não dissimulava, entretanto, minha surpresa. As sombras sucediam-se umas às outras e posso assegurar que o número de entidades inferiores, invisíveis ao homem comum, não era menor, nas ruas, ao de pessoas encarnadas, em continuo vaivém (...). Tinha a impressão nítida de havermos mergulhado num oceano de vibrações muito diferentes, onde respirávamos com certa dificuldade”. (M; 34) CASO 2 NUMA RESIDÊNCIA COMUM  - A família, constituída da viúva, três filhos e um casal de velhos, permanecia à mesa de refeições, no almoço muito simples. Entretanto, um fato, até então inédito para mim, feriu-me a observação: seis entidades envolvidas em círculos escuros acompanhavam-nos ao repasto, como se estivassem tomando alimentos por absorção. (...) Os que desencarnam em condições de excessivo apego aos que deixaram na Crosta, neles encontrando as mesmas algemas, quase sempre se mantém ligados à casa, às situações domésticas e aos fluidos vitais da família. Alimentam-se com a parentela e dormem nos mesmos aposentos onde se desligaram do corpo físico. (...) Familiares diversos, que os próprios encarnados retem com as suas pesadas vibrações de apego doentio. As almas se reúnem obedecendo a circunstância de que cada Espírito tem as companhias que prefere. A mesa familiar é sempre um receptáculo de influenciação de natureza invisível. Os quadros de viciação mental, ignorância e sofrimento nos lares sem equilíbrio religioso. São muito grandes. Onde não existe organização espiritual. Não há defesas de paz de espírito. Isto é intuitivo para todos os que estimem o reto pensamento.(ML,11)  CASO 3 - NA ENFERMARIA DE UM HOSPITAL - A enfermaria estava repleta de cenas deploráveis. Entidades inferiores, retidas pelos próprios enfermos, em grande viciação da mente, postavam-se em leitos diversos, infringindo-lhes padecimentos atrozes, sugando-lhes vampirescamente preciosas forças, bem como atormentando-os e perseguindo-os. Seria inútil qualquer esforço extraordinário, pois os próprios enfermos, em face da ausência de educação mental, se incumbiriam de chamar novamente os verdugos, atraindo-os para suas mazelas orgânicas, competindo-nos apenas irradiar boa vontade e praticar o Bem, tanto quanto fosse possível, sem, contudo, violar as posições de cada um. (OVE; 18) CASO 4 - NUM RESTAURANTE - Transpusemos a entrada. As emanações do ambiente produziam em nós indefinível mal estar. Junto de fumantes e bebedores inveterados, criaturas desencarnadas de triste feição se demoravam expectantes. Algumas sorviam as baforadas de fumo arremessadas ao ar, ainda aquecidas pelo calor dos pulmões que as expulsavam, nisso encontrando alegria e alimento. Outras aspiravam o hálito de alcóolatras impenitentes. Informou o orientador. Muitos de nossos irmãos, que já se desvencilharam do vaso carnal, se apegam com tamanho desvario às sensações da experiência física, que se cosem àqueles nossos amigos terrestres temporariamente desequilibrados nos desagradáveis costumes por que se deixam influenciar”. (NDM, 138) CASO 5 – NUMA “BALADA” - No Salão principal do edifício, onde abundavam extravagantes adornos, algumas dezenas de pares dançavam, tendo as mentes absorvidas nas baixas vibrações que a atmosfera vigorosamente insuflava. Indefinível e dilacerante impressão dominou-me o Ser. Não provinha da estranheza que a indiferença dos cavalheiros e a leviandade das mulheres me provocavam; o que me enchia de assombro era o quadro que eles não viam. A multidão de entidades conturbadas e viciosas que aí se movia era enorme. Os dançarinos não bailavam sós, mas, inconscientemente, correspondiam, no ritmo açodado da música inferior, a ridículos gestos de companheiros irresponsáveis que lhes eram invisíveis. Atitudes simiescas surdiam aqui e ali, e , de quando em quando, gritos histéricos feriam o ar”. (NMM,14)

CASO 6 – NA SALA DE UM APARTAMENTO COMUM - “Desencarnados infelizes, surgiram de repente, abordaram Claudio e agiram sem cerimonia. Um deles lhe tateou um dos ombros e gritou insolente: -Beber, meu caro, quero beber!. A voz escarnecedora, não foi percebida pelo encarnado, atento a leitura. Contudo, se não trazia tímpanos físicos para qualificar a petição, trazia na cabeça a caixa acústica da mente sintonizada com o apelante. O assessor inconveniente repetiu a solicitação, algumas vezes, na atitude do hipnotizador que insufla o próprio desejo, reasseverando uma ordem. O resultado não se fez demorar. Vimos o paciente desviar-se do artigo, abrigando sem saber porque a sugestão, convicto de que se inclinava para um trago de uísque somente para si, ganhando forma a sede de aguardente que se lhe articulou na ideia. (...). A entidade sagaz lhe  percebendo a adesão, colou-se a ele. De começo a carícia leve; depois da carícia agasalhada, o abraço envolvente; e depois do abraço de profundidade, a associação recíproca. Integraram-se ambos em exótico sucesso de enxertia fluídica. (...). Claudio homem absorvia o desencarnado, à maneira de sapato que se ajusta ao pé.  Fundiram-se os dois, como se morassem eventualmente num só corpo. Altura idêntica. Volume igual, Movimentos sincrônicos. Identificação positiva. (SD, 26)



 

-  No filme “Nosso Lar” e  nos livros de André Luiz, recebidos pelo médium Chico Xavier, a vida dos Espíritos, no plano espiritual, é bem parecida com a nossa. Os Espíritos também têm corpos, andam e trabalham. Mas, quando eles estão junto de nós (e dizem que sempre há Espíritos ao nosso lado), nós não esbarramos neles, não sentimos sua presença e nem conseguimos vê-los, mas eles podem nos ver? Gostaria de saber como é que isso funciona ? (José Mário)

 

André Luiz, em vários momentos, afirma de sua dificuldade em transmitir para nós suas impressões do plano espiritual. Por isso, ele o faz sempre em termos de comparação com a nossa realidade material, a fim de que possamos fazer uma idéia – a mais aproximada possível do que ele descreve - num esforço de imaginação. A grande dificuldade para compreender o que ele diz, está na diferença significativa entre as duas dimensões da vida: a dimensão dos encarnados e a dimensão dos desencarnados ( ou, se quiserem, o mundo físico e o mundo espiritual).

 

Primeiramente, temos a considerar que os Espíritos estão numa dimensão ou num plano superior ao que nos encontramos. Por essa razão, a condição de percepção deles está acima da nossa: eles podem nos ver, mas nós não podemos vê-los. Vamos fazer uma comparação, tentando explicar o que queremos dizer. Quando você vê uma cena de sua família numa fotografia, por exemplo, você vê ali pessoas ( que você reconhece), móveis, casa, árvores, paisagem, etc. No entanto, tudo na foto está num plano único: isso quer dizer que,  embora a cena pareça real, ela está apenas impressa na superfície plana do papel fotográfico.

 

O mesmo acontece quando você vê a cena de uma novela na tela de seu televisor. Os personagens e todo o cenário, onde eles se encontram, dão impressão de uma situação real, onde você tem, inclusive, a noção de profundidade – ou seja, você percebe o que está mais próximo ou mais distante do ponto em que você se encontra. Mas, na verdade, esta profundidade que você vê na tela,  é apenas ilusória. Ela não existe, pois as figuras todas estão num mesmo plano, que é a  tela da TV. Dizemos que a cena da novela se encontra na segunda dimensão. Aliás, usando óculos para um sistema 3D (terceira dimensão), dá para notar com tal nitidez a profundidade, que temos a impressão que a gente se encontra no meio da cena. Mas é apenas ilusão ótica.

 

  Além da segunda dimensão, que está no plano, temos a terceira dimensão, que é esta onde nos encontramos com o nosso corpo sólido, que ocupa um lugar no espaço. Dizemos terceira dimensão, porque todos os corpos do mundo físico podem ser medidos em três dimensões: comprimento, largura e altura, que constituem o volume dos corpos. Na foto ou no filme, na realidade, só existem duas dimensões: não existe esta terceira. Desse modo, nosso corpo não pode entrar na segunda dimensão ( no plano), mas pode observar o que se passa nesse plano.  Nem, tampouco, o personagem da tela pode nos alcançar. Por isso, se fosse possível alguém estar naquela dimensão ( ou seja, na dimensão da tela da TV), esse alguém não nos perceberia fora, porque estamos além de sua dimensão.

 

É mais ou menos isso que acontece conosco em relação aos desencarnados. Só que os Espíritos estariam numa quarta dimensão, numa dimensão a mais que a nossa, que é a terceira. Por isso, não podemos percebê-los, mas eles podem nos ver, da mesma maneira que nós (na terceira) podemos ver a segunda e os da segunda não podem perceber os da terceira. Na verdade, pelo fato de estarmos na terceira dimensão, a quarta não existe para nós.

 

Entretanto, embora encarnados, nós também somos Espíritos, e a única via que temos de entrar na quarta dimensão é pelo pensamento, pois o pensamento é produto do Espírito. É por isso que podemos receber influência dos Espíritos, tanto quanto podemos influenciá-los pelo pensamento. Mas não há contato físico entre esses dois planos, a não ser em caso excepcionais, quando entra a figura do médium, que estabelece essa ponte, entre um plano e outro, entre uma e outra dimensão. A mediunidade, portanto, é a única via de contato, que conhecemos, entre os planos físico e espiritual.

 

 

 

 

 

 

 

 


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