Os Espíritos desencarnados preocupados em infundir perturbação na vida dos encarnados estão em vantagem pela invisibilidade ou por outro lado, pelo fato de não serem percebidos pelos nossos sentidos conhecidos. Como agem? Segundo os conhecedores do tema, procuram conhecer a natureza de qualquer pessoa, em qualquer plano, através das ocupações e posições em que prefira viver. Identificado o reflexo da criatura, superalimentam-na com excitações constantes, robustecendo-lhes impulsos e quadros já existentes na imaginação, criando outros que se lhes superponham, nutrindo-lhes, dessa forma, a fixação mental. Qual o efeito disso? Semelhante processo cria e mantem facilmente o “delírio psíquico” ou a “obsessão”, que não passa de um estado anormal da mente, subjugada pelo excesso de suas próprias criações a pressionarem o campo sensorial, infinitamente acrescidas de influência direta ou indireta de outras mentes, desencarnadas ou não, atraídas por seu próprio reflexo. Agem sós? Quando, por falta de tempo, não possam criar as telas pretendidas com os fins visados por intermédio da determinação hipnótica, situam no convívio da criatura, entidades que se lhe adaptem ao modo de sentir e ser. “Cada um é tentado exteriormente pela tentação que alimenta em si próprio”, ou seja, “cada qual de nós vive e respira nos reflexos mentais de si mesmo”. Somos (seres humanos) fulcros geradores de vida, com qualidades específicas de emissão e recepção. Obsessão é um processo semelhante ao da hipnose. O campo mental do obsessor, cria no mundo da própria imaginação as formas-pensamento que deseja exteriorizar. Plasmando a imagem da qual se propõe extrair o melhor efeito, usando as forças positivas da vontade, colore-os com recursos de concentração de sua própria mente, e, aproveitando a poderosa energia mental, projeta-as, como um hipnotizador, sobre o campo mental da vítima. Esta transforma as impressões recebidas, reconstituindo as formas-pensamento plasmadas, nos centros cerebrais, por intermédio dos nervos que desempenham o papel de antenas específicas, a lhes fixarem as particularidades na esfera dos sentidos, num perfeito jogo alucinatório, em que o som e imagem se entrosam harmoniosamente. Tudo é questão de afinidade e sintonia. Toda alma é um imã poderoso. Há uma extensa humanidade invisível, que se segue à humanidade visível. Segundo André Luiz, pelo pensamento os homens encontram no Umbral os companheiros que afinam com as tendências de cada um. Toda obsessão começa pelo esboço vago do pensamento alheio que nos visita, oculto. Hoje é um pingo de sombra, amanhã linha firme, para, depois, fazer-se painel vigoroso, do qual assimilamos apelos invisíveis que nos aprisionam . Pelos mesmos dispositivos da Lei de Afinidade, a maledicência atrairá os caluniadores invisíveis e a ironia buscará, sem dúvida, as entidades galhofeiras e sarcásticas, que inspirarão o anedotário menos digno, deixando margem vastíssima à leviandade e à perturbação. A culpa, consciente ou inconscientemente, instalada no domicílio mental, emite ondas que sintonizam com inteligências doentias, habilitando-se a intercâmbios mórbidos. Enfim, a obsessão resulta de união por afinidade de ambos os parceiros. Cada qual estará em seu grupo e cada grupo em sua comunidade ou faixa de afinidades. Somos mecanicamente impelidos para pessoas e circunstâncias que se afinem conosco ou com os nossos problemas. Atraímos os Espíritos que se afinam conosco, tanto quanto somos por eles atraídos Refletimos as imagens que nos cercam e arremessamos na direção dos outros as imagens que criamos. Os agentes causadores são ESPÍRITOS pois não são iguais nem em poder, nem conhecimento, nem sabedoria. Como escreveu Paulo de Tarso estamos incessantemente cercados por uma nuvem de Espíritos que, por serem invisíveis aos nossos olhos materiais, deixam de estar no Espaço, em redor de nós, ao nosso lado, espiando nossos atos, lendo nossos pensamentos, uns para nos fazer o Bem, outros para nos fazer mal. Pela inferioridade física e moral de nosso Globo, na hierarquia dos mundos, os Espíritos imperfeitos aqui são mais numerosos que os superiores. Entre os Espíritos que nos cercam, há os que se ligam a nós, que agem mais particularmente sobre nosso pensamento, aconselham-nos, e cujo impulso seguimos sem nos apercebermos. Ligam-se os Espíritos inferiores àqueles que os ouvem, junto aos quais tem acesso e aos quais se agarram. Se conseguirem estabelecer domínio sobre alguém, identificam-se com o seu próprio Espírito, fascinam-no, obsidiam-no, subjugam-no e o conduzem como se fosse uma criança. A obsessão jamais se dá senão por Espíritos inferiores. Os bons Espíritos não produzem nenhum constrangimento: aconselham, combatem a influência dos maus, se afastando, desde que não sejam ouvidos. O grau de constrangimento e a natureza dos efeitos que produz marcam a diferença entre a obsessão, a subjugação e a fascinação. As áreas de contágio são as mais variadas, compreensivelmente em destaque a RUA, por ser um repositório de vibrações antagônicas, em meio de sombrios materiais psíquicos e perigosas bactérias de variada procedência, em vista da maioria dos transeuntes lançar em circulação, não só as colônias de micróbios diversos, mas também os maus pensamentos de toda ordem”. Outra é representada pelo SONO FÍSICO, visto que “a determinadas horas da noite, três quartas partes da população de cada um dos hemisférios da Crosta Terrestre, se acham nas zonas de contato com o Plano Espiritual e a maior percentagem desses semi libertos do corpo, pela influência natural do sono, permanecem detidos nos círculos de baixa vibração. Neles, muitas vezes, se forjam dolorosos dramas que se desenrolam nos campos da carne. Grandes crimes tem nestes sítios as respectivas nascentes e, não fosse o trabalho ativo e constante dos Espíritos protetores que se desvelam pelos homens no labor sacrificial da caridade oculta e da educação perseverante, sob a égide do Cristo, acontecimentos mais trágicos estarreceriam as criaturas”. “Através das correntes magnéticas suscetíveis de movimentação, quando se efetua o sono dos encarnados, são mantidas obsessões inferiores, perseguições permanentes, explorações psíquicas de baixa classe, vampirismo destruidor, tentações diversas. “Muitas vezes, a mente obsidiada arquiva ordens e avisos do obsessor durante o sono habitual, quando liberamos os próprios reflexos, sem o controle da nossa consciência de limiar, ordens e avisos que a pessoa obsessa atende, de modo quase imediato.. Nesse sentido não podem ser esquecidos AMBIENTES como o Doméstico. Segundo os Espíritos mais esclarecidos, “Os quadros de viciação mental, ignorância e sofrimento nos lares sem equilíbrio religioso, são muito grandes. Onde não existe organização espiritual, não há defesas de paz de espírito. Isto é intuitivo para todos os que estimem o reto pensamento. Outro fator determinantes advem do fato que os que desencarnam em condições de excessivo apego aos que deixaram na Crosta, neles encontrando as mesmas algemas, quase sempre se mantém ligados à casa, às situações domésticas e aos fluidos vitais da família. Alimentam-se com a parentela e dormem nos mesmos aposentos onde se desligaram do corpo físico. Os viciados nas sensações fisiológicas encontram nos elementos desintegrados pelo cozimento, o mesmo sabor que experimentavam quando em uso do envoltório carnal, já que mais de setenta porcento da alimentação comum, o encarnado capta pelos condutos respiratórios. Há ainda as CASAS NOTURNAS. Numa descrição de André Luiz ao adentrar uma delas, “o ambiente sufocava. Desagradáveis emanações se faziam cada vez mais espessas, à medida que avançávamos. No salão principal do edifício, onde abundavam extravagantes adornos, algumas dezenas de pares dançavam, tendo as mentes absorvidas nas baixas vibrações que a atmosfera vigorosamente insuflava (...). A multidão de entidades conturbadas e viciosas que aí se movia era enorme. Os dançarinos não bailavam sós, mas, inconscientemente, correspondiam, no ritmo açodado da música inferior, a ridículos gestos dos companheiros irresponsáveis que lhes eram invisíveis. (segue)
COM A PALAVRA O PROFESSOR JOSÉ BENEVIDES CAVALCANTE
Questão colocada pela professora Helena Lourenço de Araújo
Gonçalves, Leninha, da rua São João: “Vi
uma reportagem na TV, em que a repórter entrevistou cerca de 15 crianças ( numa
faixa de 8 e 10 anos, aproximadamente).
Essas crianças têm a “internet” como
principal meio de diversão e muito pouco contato pessoal com outras crianças. A
repórter as convidou para uma atividade diferente, no campo. À princípio, elas
se mostraram reticentes, mas quando foram levadas para o campo e puderam
correr, brincar de roda, cantar e participarem de várias brincadeiras
coletivas, elas mudaram de opinião, e
disseram que é muito mais gostoso estar com outras crianças, no campo, do que
trancadas em suas casas, vendo TV e internet. Diante disso, a minha pergunta é
a seguinte: esses instrumentos eletrônicos não estariam tirando a criança de um
contato direto com a natureza e de um contato natural com outras crianças? Não
seria esse um fator que está atrapalhando a sua evolução?”
Não temos
dúvida que sim, professora Leninha. Nós, pais e educadores, não estamos sabendo
usar esses instrumentos eletrônicos nem para nós adultos, quanto mais para as
crianças, que são seres ainda em pleno desenvolvimento físico, mental e social.
Na verdade, esse surto de progresso no campo da eletrônica – trazendo para
dentro de casa ou colocando em nossas mãos os mais sofisticados aparelhos, como
esses que você citou - nos pegou
desprevenidos, sem uma base de compreensão das verdadeiras necessidades do ser
humano.
Por aí,
podemos perceber que o problema da educação não se resolve – como os políticos
costumam propalar em suas campanhas – apenas e tão somente com recursos
materiais. Nossas escolas, por exemplo, poderão ter de tudo, desde de
construções imponentes e vistosas até internet e computadores de última
geração, e isso não resolver absolutamente nada em matéria de educação. Pelo
contrário, tais providências poderão até mesmo ser nocivas à formação de nossas
crianças, caso não haja uma utilização adequada desses recursos e, antes de
tudo, a valorização dos professores e das pessoas que lidam com a educação,
tanto quanto um ambiente que, acima de tudo, ajude o aluno, tanto no seu
desenvolvimento psicológico, quanto moral e intelectual.
A nossa
proposta é que a escola, de um modo geral, se transforme num centro de estudos
sobre educação, onde pais e professores se reúnam regularmente para a troca
idéias e experiências sobre a melhor forma de educar as crianças. E, neste
caso, a questão da adequada utilização dos meios eletrônicos deveria aparecer
como prioritária. A facilidade com que hoje se adquire esses aparelhos está
levando a família, cada vez mais, a uma acomodação perigosa. Ficamos à frente
da TV, dos vídeo-games e da internet muito mais tempo do que deveríamos,
criando barreiras de comunicação pessoal, contribuindo para que cada um
construa seu próprio espaço, cada vez mais distante dos demais membros da
família.
O
problema começa aí. Temos necessidade de reprogramar a vida familiar, tomando
consciência de que os aparelhos eletrônicos jamais poderão substituir a
presença dos amigos, dos colegas, dos pais, dos demais familiares e,
principalmente, do professor. Sabemos, por outro lado, que já existem algumas
doenças físicas e transtornos de comportamento, principalmente
Para a
Doutrina Espírita essa questão é importantíssima. Os Espíritos estão
reencarnando, cada vez mais inteligentes, para uma experiência proveitosa, visando principalmente
à sua evolução moral. E um dos mais importantes aspectos dessa experiência é a
convivência, é contato uns com os outros
que, infelizmente, vem sendo colocado em segundo plano, quando a internet, por
exemplo, estimula apenas egoisticamente o contato indireto e distante, que
jamais preenche as necessidades íntimas de cada um. Além disso, estamos nos
afastando cada vez mais da natureza, preferindo contemplá-la apenas pelas
imagens virtuais e não pela vivência no ambiente natural, que é indispensável
para a saúde e paz interior.
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