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sexta-feira, 8 de agosto de 2025

NO MINIMO 50 HORAS; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Verdade ou mentira? Fantasia ou realidade? Uma amiga comentou há poucos dias que, embora não goste de ir a enterros, atendeu ao pedido de colega para darem uma passada no de pessoa de seu relacionamento visto estar próximo   do horário do enterro. Acedendo, embora não tenha entrado no recinto onde   se dava o velório, enquanto aguardava o retorno da amiga, médium que é, começou a ouvir os pedidos de socorro da entidade desperta ainda ligada ao corpo do qual estava em processo de desencarnação, gritando estar viva, perguntando por que não a atendiam ou ouviam. Apesar de intimamente guardarmos a certeza de que a vida continua, mesmo, por vezes, seguidores do Espiritismo, preferimos ignorar o conteúdo substancial oferecido pela Doutrina que, ao contrário, de inúmeras outras, fala de forma clara e objetiva sobre os detalhes dessa transição de nossa Dimensão para aquela para a qual nos dirigiremos. O Espírito Emmanuel, respondendo a uma das inúmeras questões a ele dirigidas pelo jornalista Clementino de Alencar para o jornal O GLOBO – ver o livro NOTÁVEIS REPORTAGENS COM CHICO XAVIER (ide)-, enquanto opinava a respeito da cremação, esclareceu que em condições normais, o desligamento do corpo espiritual do corpo físico a ser abandonado pelo fenômeno da morte, demanda em média 50 horas. O próprio Emmanuel havia dito na obra O CONSOLADOR (feb,1940), que “a situação de surpresa ante os acontecimentos supremos e irremediáveis que determinam a morte física, proporcionam sensações muito desconfortáveis à alma desencarnada” e o Espírito Abel Gomes, em mensagem contida na obra FALANDO Á TERRA (feb,1954), pondera que “somente alguns poucos Espíritos treinados no conhecimento superior conseguem evitar as deprimentes crises de medo que, em muitos casos, perduram por longo tempo”. Chico Xavier, em comentário registrado na obra INESQUECÍVEL CHICO XAVIER (geem), “revela que oitenta porcento das criaturas que desencarnam, voltam-se para a retaguarda sem condições de ascenderem a Planos Elevados. Apenas vinte porcento gravitam para Esferas mais altas”. Isso nos lembra depoimento de um empresário desencarnado  através do próprio médium, na noite de 14 de junho de 1955. Disse, entre outras coisas: -“Industrial, administrador e homem público, em atividade intensa e incessante, não admitia que o sepulcro me requisitasse tão apressadamente à meditação. A angina, porém, espreitava-me, vigilante, e fulminou-me sem que eu pudesse lutar. Recordo-me de haver sido arremessado a uma espécie de sono que me não furtava-me  a consciência e a lucidez, embora me aniquilasse os movimentos. Incapaz de falar, ouvi gritos dos meus e senti que mãos amigas me tateavam o peito, tentando debalde restituir-me a respiração. Não posso precisar quantos minutos gastei na vertigem que me tomara de assalto, até que, em minha aflição por despertar, notei que a forma inerte me retomava a si, que minhalma entontecida regressava ao corpo pesado; no entanto, espessa cortina de sombra parecia interpor-se entre os meus afeiçoados e a minha palavra ressoante, que ninguém atendia...Inexplicavelmente, assombrado, em vão pedia socorro, mas acabei por resignar-me à ideia de que estava sendo vítima de estranho pesadelo, prestes a terminar. Ainda assim, amedrontava-me a ausência de vitalidade e calor a que me via sentenciado. Após alguns minutos de pavoroso conflito, que a palavra terrestre não consegue determinar, tive a impressão de que me aplicavam sacos de gelo aos pés. Por mais verberasse contra semelhante medicação, o frio alcançava-me todo o corpo, até que não pude mais...Aquilo valia por expulsão em regra. Procurei libertar-me e vi-me fora do leito, leve e ágil, pensando, ouvindo e vendo...Contudo, buscando afastar-me, reparei que um fio tênue de névoa branquicenta ligava minha cabeça móvel à minha cabeça inerte. Indiscutivelmente delirava – dizia de mim para comigo-, no entanto aquele sonho me dividia em duas personalidade distintas, não obstante guardar a noção perfeita de minha identidade. Apavorado, não conseguia maior afastamento da câmara íntima, reconhecendo, inquieto, que me vestiam caprichosamente a estátua de carne, a enregelar-se. Dominava-me indizível receio. Sensações de terror neutralizavam-me o raciocínio. Mesmo assim, concentrei minhas forças na resistência. Retomaria o corpo. Lutaria por reaver-me. O delíquio inesperado teria fim. Contudo, escoavam-se as horas e, não obstante contrariado, vi-me exposto à visitação publica”...Depois de detalhar interessantes lances da exposição publica do seu velório, o Doutor G, acrescentou: -“Estava inegavelmente morto e vivo (...). Curtia dolorosas indagações, quando, em dado instante arrebataram-me o corpo. Achava-me livre para pensar, mas preso aos despojos hirtos pelo cordão que eu não podia compreender e, em razão disso, acompanhei o cortejo triste, cauteloso e desapontado (...). A vizinhança do cemitério abalava a escassa confiança que passara a sustentar em mim mesmo. O largo portão aberto, a contemplação dos túmulos à entrada e a multidão que me seguia, compacta, faziam-me estarrecer. Tentei apoiar-me em velhos companheiros de ideal e de luta, mas o ambiente repleto de palavras vazias e orações pagas como que me acentuava a aflição e o desespero. Senti-me fraquejar. Chamei debalde por socorro, até que, com os primeiros punhados de terra atirados sobre o esquife, caí na sepultura acolhedora, sem qualquer noção de mim mesmo (...). Por vários dias repousei, até que, ao clarão da verdade, reconheci que as tarefas do industrial e político haviam terminado (...). Antigas afeições surgiram, amparando-me a luta nova”. 




– Não posso compreender que, tendo muitas vidas, cada um possa apagar seus pecados e se purificar. Cada vez que ele vive na Terra, na verdade, ele acaba cometendo mais pecados e aumenta mais as suas culpas. Quanto mais viver, mais pecados vai cometer. Isso a gente percebe no dia-a-dia, a dificuldade de corrigir os erros e evitar as tentações. (Comentário de um ouvinte do Bairro Labienópolis)

 

Aparentemente, quanto mais a pessoa vive mais ela erra e mais dívidas morais contraem para si. Mas, a evolução é bem mais complexa do que se pensa. Primeiramente, porque, vivendo na Terra, o Espírito não está sujeito apenas à evolução moral; ele evolui em múltiplos aspectos de sua individualidade. Os Espíritos, que renascem neste planeta, por mais insignificante pareça sua condição, passam por uma infinidade de experiências que, paulatinamente, a custa de luta e sacrifício, vão ajudando-o a compreender seu verdadeiro papel nos planos de Deus.

 

O caminho evolutivo é cheio de percalços, de dificuldades, através do qual estamos sujeitos a inúmeros tropeços e quedas. Entretanto, ao mesmo tempo, vamos aprendendo a nos levantar e a superar obstáculos, desenvolvendo o que chamamos de “maturidade espiritual” -  a inteligência, a sabedoria e, ao mesmo tempo, descobrindo que o amor é o caminho para a perfeição. Mas, para chegarmos a esse ponto, precisamos de muitas experiências seguidas, algumas aparentemente negativas, mas todas elas, de alguma forma, contribuem para o nosso progresso moral e intelectual.

 

Por pior as condições de uma encarnação, o Espírito sempre aprende alguma coisa. Nas condições mais primitivas, como a nossa, grande parte do aprendizado se dá de maneira inconsciente: ou seja, quando percebemos já aprendemos, embora o ideal é que tomemos consciência, o mais cedo possível, que precisamos melhorar. Geralmente, é a necessidade e a dor que mais nos ensinam. Mas, o passar dos anos na Terra acaba nos modificando interiormente diante dessas situações adversas. É por isso que, quando chegamos à velhice, descobrimos que erramos muito e bate-nos o desejo de recomeçar, porque, então, faríamos tudo diferente. Mas isso, só noutra encarnação.

 

Além disso, devemos considerar os seguintes pontos. Primeiro, que há dois níveis de evolução, o individual e o coletivo, sendo que um influi no outro. Segundo: falando da evolução individual, uma encarnação é pouco para aquilatar o nível de desenvolvimento do Espírito. Vendo, por outro lado, o aspecto coletivo, verificamos que a humanidade vem aprendendo, pouco a pouco, novos valores, que vão modificando o panorama social. Já fomos piores no passado da humanidade - mais ignorantes, mais agressivos, mais violentos - e, agora, já temos condições de reconhecer isso e procurar corrigir os abusos.

 

Sendo assim, de uma maneira geral, estamos caminhando para a frente, mas enquanto não tomarmos consciência desse caminhar evolutivo, encontramos dificuldade de avançar mais depressa, e permanecemos num mundo cheio de vícios, onde vamos aprendendo por ensaio e erro, sem uma visão mais ampla das nossas próprias necessidades. Boa parte da humanidade, portanto, ainda é constituída de Espíritos que só vão se modificar em razão das conseqüências desagradáveis de seus erros.


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