Desde que se fez visível pela primeira vez a Chico Xavier, numa tarde de domingo, nas cercanias de Pedro Leopoldo (MG), o Espírito Emmanuel, assumiu, de forma ostensiva, a orientação das atividades mediúnicas do médium. Começava a se cumprir a tarefa assumida por ambos no Plano Espiritual de trabalharem na produção de livros objetivando a divulgação do Espiritismo. Foram décadas de convivência quase diária, exceção, segundo Chico, durante a Segunda Guerra, pouco antes da França ser invadida, quando o Benfeitor se ausentou durante dois anos, a pedido de Estevão ( do livro PAULO E ESTEVÃO), para auxiliar alguns amigos dele que viviam na Grécia, sendo substituído por uma entidade de nome Nathanael). Foi a partir de 1937 que Emmanuel começou sua produção pessoal. Primeiro, com o crítico EMMANUEL (feb), que quase não foi publicado. Na sequência, em 1938, o excelente A CAMINHO DA LUZ (feb), revelando detalhes sobre a história da Terra, seu surgimento no Sistema Solar e, parte de suas Civilizações. Em 1939, começa a escrever sobre sua fieira de encarnações com HÁ DOIS MIL ANOS, seguido, no mesmo ano, por 50 ANOS DEPOIS e, mais tarde, RENÚNCIA (1942) e AVE CRISTO (1953). Entre estes, em 1940, organiza O CONSOLADOR, compreendendo 411 perguntas e respostas formuladas a partir de sugestão de amigo do Plano Espiritual aos participantes das reuniões de estudo do Grupo Espírita Luiz Gonzaga. Em 1941, transmitiu PAULO E ESTEVÃO, narrando lances da historia do Apóstolo dos Gentios. Detalhe curioso, , seria revelado em mensagem de 16/3/1941, em que Emmanuel diz que “a biografia de Paulo trouxe muitas lembranças amáveis e preciosas de antigos companheiros de lutas”, de modo que, “se fosse registrar todos os pedidos de amigos do grande apóstolo, o livro custaria a chegar ao término”. Eram “negociantes de Colossos, proprietários de Laudiceia, antigos trabalhadores de Tessalonica, figuras de toda a Ásia, antigos filhos do cativeiro e do patriciado de Roma, trazendo subsídios para iluminar o quadro em que viveu o inesquecível Apóstolo, tornando impraticável o aproveitamento de todos”. No ano de 1952, entre os quatro trabalhos publicados naquele ano, encontrava-se ROTEIRO, em que Emmanuel discorrendo sobre a Terra, revela que “mais de 20 bilhões de almas conscientes, desencarnadas, sem nos reportarmos aos bilhões de inteligências sub-humanas que são aproveitadas nos múltiplos serviços do progresso planetário, cercam o domicílio terrestre, demorando-se noutras faixas de evolução”. Anos depois, na edição de janeiro de 1956 da revista ALIANÇA PARA O TERCEIRO MILÊNIO, o Instrutor Espiritual, entre outras informações, diz que “a Terra, em sua constituição física, propriamente considerada, possui grandes repousos e atividades, em períodos determinados. Cada período pode ser calculado em 260 mil anos. Os Grandes Instrutores da Humanidade, nos Planos Superiores, consideram que, desses 260 mil anos, 60 a 64 mil, são empregados na reorganização dos pródomos da vida organizada.Depois temos sempre grandes transformações, de 28 em 28 mil anos. De modo que, no período de atividade que estamos atravessando, tivemos duas grandes raças na Terra, cujos traços se perderam, pelo primitivismo delas mesmo. Logo em seguida, podemos considerar a grande raça Lemuriana, como portadora de uma inteligência mais avançada, como detentora de valores mais altos, nos domínios do Espírito. Em seguida, possuímos o grande período da raça Atlante, em outros 28 mil anos de grande trabalho, no qual a inteligência do mundo se elevou de modo considerável”. Confirma que “as últimas ilhas que guardavam os remanescentes da Civilização Atlante, submergiram, mais ou menos, 9 a 10 mil anos antes da Grécia de Sócrates”, acrescentando ‘acharmo-nos nos últimos períodos da grande raça Atlantica .Dentre as milhares de revelações, particulares e de interesse coletivo, feitas em décadas de trabalho com Chico Xavier, há uma, publicada no livro PLANTÃO DE RESPOSTAS (ceu), prefaciado por ele em setembro de 1994, merecedora de nossas reflexões: “A Terra será um mundo regenerado por volta de 2057. Cabe, a cada um, longa e árdua tarefa de ascensão. Trabalho e amor ao próximo com Jesus, este o caminho”.
Se a oração não deve ser decorada, como
dizem os espíritas, com que objetivo Jesus ensinou o Pai Nosso. Não foi pra
gente aprender a rezar? (Anônimo)
No
sentido que Jesus ensinou, prezado ouvinte, orar é falar com Deus. Aliás, a
palavra “orar” quer dizer “falar”, “usar a boca para pronunciar palavras”, “dizer
oralmente”. Mas Jesus mostrou que isso é extremamente fácil, ao contrário da
religião da época, que sempre colocara muita dificuldade nessa relação do homem
com Deus, conforme podemos ler no “Levítico”, um dos primeiros livros da
Bíblia. A religião exigia aparatos, rituais cerimoniosos, vestes especiais,
sacrifícios de animais, penitências e oferendas) – e isso vinha sendo feito há
séculos.
Jesus, porém, diante da multidão que o ouvia,
sedenta de uma nova verdade, falou ao seu povo de forma fácil e tranqüila,
mostrando que não havia nenhum obstáculo, nenhuma dificuldade, para se falar ao
Pai. Não seria necessário nem mesmo ir
ao templo – que ficava em Jerusalém, a quilômetros de distância, e para onde o judeu deveria ir em
peregrinação, pelo menos uma vez ao ano, pois se acreditava que Deus estava lá
no templo,que só lá se poderia encontrá-lo.
O que
fez Jesus? Substituiu todas essas complicadas e custosas providências por um
ato muito simples e sem nenhum custo: falar com Deus secretamente (isto é,
longe de todos), no silêncio do próprio quarto, no mais secreto aposento, mostrando
que Deus está em todo lugar, mas está principalmente no coração daquele que lhe
fala com fé e com sinceridade de coração. Para isso, não é preciso nenhuma
palavra sacramental, nenhuma oração complicada, nenhum canto de louvor, nenhuma
homenagem especial.
A
oração, que chamamos “Pai Nosso”, foi um modelo bem simples que Jesus mostrou,
de como se pode falar com Deus. Não era propriamente para ser decorada, porque
cada um pode falar do seu próprio jeito com Deus, usando de suas próprias palavras, sem fórmulas prontas,
sem termos mágicos. Ele apenas proferiu uma breve oração para servir de exemplo,
para que o povo entendesse como se pode
dirigir ao Pai Maior com simplicidade, com objetividade, sem formalidades e sem
afetação.
É por
isso que o “Pai Nosso” é uma prece simples, de poucas frases, que pode ser
entendida e proferida por qualquer pessoa, até mesmo por uma criança. Não
poderia haver nada mais simples, e mais completo e mais profundo. Mas, se você
prestar a atenção no texto evangélico, vai perceber que, na verdade, nem a
palavra oral é preciso para se falar com Deus. Basta o pensamento. Por isso,
Jesus recomenda que se fale silenciosamente (ou seja, secretamente) com
o Pai, demonstrando que o importante não é a forma exterior da oração, mas o
sentimento de quem a profere.
Um
outro ponto importante que Jesus ensinou, é que não é preciso “falar muito”,
“repetir orações”, ou ficar orando o dia todo, como faziam os gentios (segundo
ele), pois o Pai sabe do que precisamos, antes de lhe fazermos o pedido. Ora,
Ele é perfeito, Ele é Deus. De modo, que não é o pedido em si que vai dizer-lhe
do que necessitamos. Entretanto, o pedido ( ou seja, a prece) é apenas para
criar uma atitude espiritual favorável, melhorar a nossa condição íntima com
bons pensamentos, para podermos receber a presença divina.
Além
disso, Jesus criticou abertamente os fariseus, que oravam e cantavam louvores
em praça pública, promovendo grande barulho, para serem vistos e elogiados. Ele
disse que todo esse alarido de nada vale diante de Deus, pois o que realmente
vale é a pureza de nossas intenções, é o coração pronto a se melhorar, a
compreender o próximo, a perdoar ( como diz o Pai Nosso), reconhecendo que
todos somos irmãos e como irmãos, que se respeitam e se amam uns aos outros.
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