Convivendo com fatos
relacionados ao Mundo Espiritual, natural que se queira mais informações sobre
essa realidade invisível ao sentido da visão de que somos dotados.
Paulatinamente, desde o surgimento do Espiritismo várias entidades
desencarnadas, através de inúmeros médiuns, tem transferido para nossa Dimensão
informes tão precisos quanto possível, até pelas restrições de nosso
vocabulário para definir e explicar coisas para que ainda não temos palavras.
Um deles operoso trabalhador na seara espírita de Belo Horizonte (MG),
desencarnado em 1953. Pouco depois, manifestou-se por intermédio de Chico
Xavier durante reunião havida no Centro Espírita Luiz Gonzaga, na noite
de 7 de outubro de 1954. Seu nome Efigênio
Victor que, enquanto encarnado, funcionou como médium em duas Casas
Espíritas da capital mineira. Comentando que alimentou por anos tal
curiosidade, recém chegado ao outro Plano, sua primeira comunicação mediúnica
não poderia falar de outra coisa que não fosse suas impressões sobre a Vida no
chamado Além. Tentando explicar o que fosse possível, diz o Espírito: -“Operamos
aqui em bases de matéria noutra modalidade vibratória. Possuímos nossa sede de
trabalho em Cidade Espiritual, que se localiza nas regiões superiores da Terra
ou, mais propriamente, nas regiões inferiores do Céu. Gradativamente, a
Humanidade compreenderá, com dados científicos e positivos, que há no Planeta
outras faixas de vida. Na elucidativa mensagem repassada
psicofonicamente através de Chico Xavier, Efigênio, a certo
trecho diz: -“Acima da crosta terrestre comum, temos uma cinta atmosférica que
classificamos por ‘cinta densa’, com a profundidade aproximada de 50
quilômetros e, além dela, possuímos a ‘cinta leve’, com a profundidade
aproximada de 950 quilômetros, somando 1000 quilômetros acima da Esfera em que
os encarnados respiram. Nesse grande mundo aéreo, encontramos múltiplos
exemplares de almas desencarnadas, junto de variadas espécies de criaturas
sub-humanas, em desenvolvimento mental no rumo da Humanidade.”. Quase
vinte anos antes, o Espírito daquela que foi mãe de Chico Xavier, Maria
João de Deus no livro CARTAS DE
UMA MORTA (lake), revelou: -““A Terra é o centro, isto é, a sede de
grande número de Esferas Espirituais que a rodeiam de maneira concêntrica. Não
posso precisar o número dessas esferas, porque elas se alongam até um limite
que a minha compreensão, por enquanto, não pode alcançar”. Acrescentou também: -“Quanto mais
evoluído o Ser, mais elevada será sua habitação, até alcançar o ponto em que
essas Esferas se interpenetram com as de outros mundos mais perfeitos”. (...).
“Temos casas, pássaros, animais, reuniões, institutos como os das
famílias terrenas, onde se agrupam os Espíritos através das mais santas
afinidades”. Mais à frente, o Espírito André Luiz
reproduz no livro OS MENSAGEIROS (1944; feb), uma informação do
Instrutor Aniceto de que “há, porém, outros Mundos Sutis, dentro
dos mundos grosseiros, maravilhosas Esferas que se interpenetram.
Cada uma dessas divisões compreende outras, conforme asseguram os Espíritos,
distinguindo-se por vibrações distintas que se apuram à medida que se afastam
do núcleo. Os que estão acima podem transitar pelas esferas que
lhe estão abaixo; os que estão nas Esferas Inferiores não podem, sozinhos,
passar para as Esferas Superiores”. “Se cortarmos uma cebola ao
meio, teremos uma ideia de como se superpõem e interpenetram essas Esferas,
Planos e Sub-Planos”.
– O LIVRO DOS
ESPÍRITOS tem uma longa série de questões sobre a felicidade na Terra – trata-se
das questão de 920 a 933. A explicação por que não gozamos de uma
felicidade completa é a própria condição moral da humanidade. Eu, você - todos fazemos
parte desta humanidade e, como tal, o bem ou o mal de todos nós acaba
repercutindo diária e diretamente na
coletividade, de forma positiva ou negativa. Lembremos de que todos somos
aprendizes na escola da vida e, como tais, em processo de aperfeiçoamento.
– Os Espíritos, que
reencarnam aqui em nosso planeta – como nós outros - são aqueles que ainda não conseguiram sair do
antro do egoísmo para ir em direção dos
que efetivamente mais sofrem. Uma grande
parte da humanidade ainda é indiferente ao sofrimento alheio, buscando apenas
seu próprio bem-estar. Essa parte ainda cultiva muito o egoísmo e o orgulho em
seus corações, e tais sentimentos são a principal causa de nossos problemas.
Portanto, não há felicidade verdadeira por aqui.
- Na Lei da Natureza
tudo observa à lei de evolução. Assim,
um Espírito, que ainda cultiva sentimentos maus no seu coração, só consegue
conviver num ambiente onde impera o egoísmo – e nem podia ser diferente. Como a
grande maioria da população ainda é capaz de atos de maldade, é neste mundo de provas
e expiação que reencarna, para aprender a exercitar o amor em meio ao ódio
ainda dominante.
– Aliás, as dificuldades
naturais da vida servem para nos ensinar a viver melhor. Nós é que não queremos
reconhecer a necessidade desse aprendizado. Sem tais dificuldades, no entanto – se tudo fosse fácil e se não houvesse
problemas para resolver – nós permaneceríamos estacionários e ignorantes, assim
como os alunos de escola onde tudo é facilitado e nada se ensina. Neste
sentido, o aprendizado depende do educando aprender a superar os obstáculos de
seu caminho. Só quem teve uma existência difícil e atribulada, pode sair desta
vida com uma formação espiritual mais elevada.
– No livro “Nosso
Lar”, André Luiz estranha o fato de o personagem Ricardo, marido de Dona Laura
e pai de Lísias, precisar reencarnar novamente e pedir que a sua vida aqui na
Terra não seja fácil. Ela sabia que “vida fácil” não ajuda ninguém a crescer e
a se superar; pelo contrário, quanto mais a pessoa tem facilidade em mãos, mais
ela deixa de se esforçar para aprender mais e mais individualista fica. Eis o
nosso principal problema. Por isso é que se costuma dizer que o “ sofrimento é nosso
maior mestre”. Sem ele, não haveria nenhum progresso na humanidade.
- No livro “Nos Domínios da Mediunidade”, André
Luiz se refere a uma senhora médium, que sofria demais a incompreensão e a
aspereza do esposo, que fazia de tudo para que ela não freqüentasse o centro
espírita. No entanto, o papel dessa mulher na sessão mediúnica era fundamental,
visto que ela era dotada de uma excelente faculdade psicofônica. Quando André
Luiz perguntou ao seu mentor espiritual, porque os Espíritos não escolheram uma
pessoa com menos problemas para tão importante papel no centro, eles
responderam que é a dificuldade que faz com que ela lute com todas as forças para
obter bons resultados.
– É por isso que
todos nós temos problemas. Cada um tem os seus próprios desafios. E, quando
tais problemas crescem, então nos vemos obrigados a procurar uma solução E
nessa busca, aprendemos, refletimos e crescemos. Se não tivéssemos problemas,
com certeza nem procuraríamos o amparo da religião, que é o nosso último
refúgio. Daí a necessidade de não podermos gozar de tranquilidade neste mundo.
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