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domingo, 31 de agosto de 2025

A ÚLTIMA FRONTEIRA; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Observando - em sua fase recente - a evolução no Planeta em que vivemos, demonstra que a Humanidade avançou das conquistas pela terra, posteriormente, pelo mar, e, mais à frente pelo ar. Não está errado pensarmos que a etapa mais recente se processará pelos chamados Universos Paralelos, como sugerido pelo físico Marcelo Gleiser na obra CRIAÇÃO IMPERFEITA (record, 2010), ao se referir na página 314 da mesma que, segundo a Teoria das Supercordas, “mesmo que as dimensões do espaço sejam imperceptíveis, são elas que determinam a realidade física em que vivemos” . A propósito disso, manifestações espirituais efetuadas desde o surgimento do Espiritismo, oferecem campo vasto para interessantes reflexões. O médium Chico Xavier, dentro de sua simplicidade, sugere no livro IMAGENS NO ALÉM, que “se cortarmos uma cebola ao meio teremos uma ideia de como se organiza a arquitetura do Plano Espiritual”, observando suas camadas e a interpenetração das mesmas. Reunimos a seguir alguns tópicos para sua avaliação que bem demonstram isso: 1- As dimensões vibratórias do Universo são infinitas, como infinitos são os mundos que o povoam. Esferas múltiplas de atividade espiritual interpenetram-se nos diversos setores da existência. (OVE) 2- Não existem vazios no Universo. Todas as zonas interplanetárias estão repletas de vida em suas manifestações multiformes. (CUM) 3- As esferas vibratórias se interpenetram e expandem até os limites dos Planetas vizinhos. (CUM) 4- Se fosse possível cortar a Terra pelo meio, em seu todo, quer dizer, até onde alcançam seus limites verdadeiros, ver-se-iam círculos iguais, uns dentro dos outros, representando estágios da Vida Espiritual, ou Esferas Vibratórias onde vivem os Espíritos, de acordo com a sua elevação. (IA) 5- Os dois Planos, o visível e o invisível, se interpenetram no mundo, não sendo o imaterial percebido, pelo fato do sensório do encarnado, de modo geral, estar habilitado somente a certas percepções, restritas aos cinco sentidos (OC) 6- Na quarta esfera (chamada de UMBRAL), mais apegada a Terra e às suas ilusões, existem muitas organizações à maneira da dimensão mais física ..(CUM) 7- As áreas do espaço (espiritual), às vezes enormes, ocupadas por legiões de criaturas padecentes ou desequilibradas, estão circunscritas e policiadas, por maiores que sejam, funcionando à maneira de sítios terrestres, utilizados por grandes instituições para a recuperação dos enfermos da mente.(EVC) 8- A matéria mental, energia cuja existência mal começamos a perceber, obedece a impulsos da consciência mais do que possamos calcular. 9- Cada mente vive na dimensão com que se harmonize. Milhares (…) se mantem dentro de linhas mentais infra-humanas, rebeldes a qualquer processo de renovação. Muitos permanecem em profundo desânimo nos recintos domésticos em que transitaram por alguns anos consecutivos, detendo-se nos hábitos arraigados da casa e inalando substâncias vivas do ambiente que lhes é familiar, sem coragem de ir adiante. 10- As inteligências se agrupam segundo os impositivos da afinidade, vale dizer, consoante a onda mental ou frequência vibratória, em que se encontram. 11- Há infernos purgatoriais de muitas categorias. Correspondem à forma de pesadelo ou remorso que a alma criou para si mesma. Tais organizações (...), obedecem à densidade mental dos seres que as compõem, onde há milhares de criaturas humanas, clamando contra si mesmas, chocadas pelas imagens e gritos das consciências, criando quadros aflitivos e dolorosos, onde o pavor e o sofrimento fazem domicílio.(FT) 12- Surpreendemos entidades fortemente ligadas umas às outras, através de fios magnéticos, nos mais escuros vales de padecimento regenerativo, expiando o ódio que as acumpliciaram no vício ou no crime. Outras, que perseveraram no remorso pelos delitos praticados, improvisam, elas mesmas, com as faculdades criadoras da imaginação, os instrumentos de castigo dos quais se sentem merecedores. (FT). Diante de tanta beleza e sabedoria do Criador, ignorada pela maioria das criaturas, seja pela acomodação mental em que a maioria vive, seja pelas restrições impostas pelo preconceito e intolerância das religiões, natural perguntarmos como reagem as criaturas humanas nos momentos que se seguem a transferências compulsoriamente imposta pela cessação das atividades do corpo físico. Os três comentários seguintes dão uma amostra do observado dos que nos precederam e trabalham por nos conscientizar: 1 - A situação de surpresa ante os acontecimentos supremos e irremediáveis que determinam a morte física, proporcionam sensações muito desconfortáveis à alma desencarnada. (OC). 2- Somente alguns poucos Espíritos treinados no conhecimento superior conseguem evitar as deprimentes crises de medo que, em muitos casos, perduram por longo tempo. (FT) 3- A impressão da alma no momento da morte varia com os estados de consciência dos indivíduos(...). .(PI)



 (Leninha)  Um sentimento de afeto, que une duas pessoas, pode com o tempo se desfazer, convertendo essa afetividade em repulsa ou rejeição?

 O campo da afetividade, Leninha, é bem complexo, e cada caso merece uma análise própria, dependendo das pessoas envolvidas.  Talvez nós, seres humanos, estejamos hoje quase entendendo o que é o amor, no sentido elevado que Jesus propagou.  Isso porque, na maioria das vezes,  confundimos  amor com posse ou com apenas desejo, dependendo do nível evolutivo das pessoas envolvidas.

 Assim, o simples fato de precisarmos de uma pessoa, em determinado momento da vida, para atender a uma ou mais necessidades nossas, pode nos significar amor nesse momento, porque queremos que essa pessoa esteja ao nosso lado, pois precisamos dela, até mesmo de seu afeto. Mas, se ela resolve se afastar, se passa a ter outros interesses, se busca outro caminho, que não é o que palmilhamos, aquele sentimento – que parecia amor – pode se transformar até mesmo em ódio.

 Na verdade, a conquista do amor, no sentido amplo e profundo do evangelho, é um longo aprendizado da humanidade. Não vamos conquistá-lo tão já. Entretanto, convém relembrar que, para Jesus, amar é querer o bem, somente o bem daquele a quem se ama. A prova de amor de uma pessoa por outra está no bem que ela faça a essa outra, ainda mesmo que esse bem consista em dar-lhe a liberdade de se afastar, até por que a maior expressão do amor é o sacrifício que essa pessoa é capaz de fazer pela pessoa amada.

Disso resulta que o amor incondicional não guarda mágoa e nem precisa perdoar, porque quem ama nunca se sente ofendido pela pessoa amada e, por conseguinte, não tem o que perdoar, como é caso típico de muitas mães em relação aos seus filhos. Logo, essa afetividade plena, que chamamos amor, ainda está se construindo em nossas relações, principalmente no círculo familiar e, portanto, faz parte de um longo e difícil processo de aprendizagem.

  O campo do sentimento humano, como dissemos, é complexo. Na maioria das vezes, o que se chama de amor, de repente, de transforma em ódio e pode chegar a assumir o caráter de violência e crueldade, causando grandes tragédias, como verificamos diariamente nos noticiários policiais. Isso, evidentemente, não é o amor a que estamos referindo. Desse modo, cada um de nós, dependendo do trecho percorrido na escalada evolutiva, adquiriu sua própria capacidade de amar e dá a esse amor a feição que lhe é própria. 

 

 

sábado, 30 de agosto de 2025

O GRAVE PROBLEMA DAS INFLUÊNCIAS ESPIRITUAIS; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Naturalmente, a resposta à questão 459 – os Espíritos influenciam em vossos pensamentos e atos muito mais que imaginais e, invariavelmente são eles que vos conduzem -, d’O LIVRO DOS ESPÍRITOS, abriu caminho para diversas reflexões e deduções de Allan Kardec, posteriormente referendadas pela Equipe Espiritual que o assessorava ou confirmadas pelos inúmeros relatos a ele enviados por leitores e correspondentes de várias partes da Europa e Norte da África. Tal revelação possibilita a compreensão de muitos fatos observados ao longo da História da Humanidade. Em 1969, o erudito espírita Wallace Leal Rodrigues assinou o prefácio de obra por ele traduzida do original organizado pela União Espírita da Bélgica intitulada A OBSESSÃO, segundo consta na folha de rosto, empresa em francês com a aprovação do próprio Espírito de Allan Kardec em comunicação datada de seis de setembro de 1950. O livro consiste numa compilação de artigos publicados ao longo de vários anos nos números da REVISTA ESPÍRITA, abordando vários aspectos do fenômeno a que todos estamos expostos. Compulsando-lhe as páginas, recolhemos alguns dados interessantes que reproduziremos a seguir para ampliação do nosso entendimento do problema: 1- O homem que vive em meio ao Mundo Invisível está incessantemente submetido a essas influências, do mesmo modo que às da atmosfera que respira. 2- Essa influências se traduzem por efeitos morais e fisiológicos, dos quais não se dá conta e que, frequentemente, atribui a causas inteiramente contrárias. 3- Essas influências diferem, naturalmente, segundo as boas ou más qualidades do Espírito. Se ele for bom e benevolente, a influência será agradável e salutar; como as carícias de uma terna mãe, que toma o filho nos braços. Se for mau e perverso, será dura, penosa, de ânsia e por vezes perversa: não abraça – constringe. 4- Vivemos num oceano fluídico, incessantemente a braços com correntes contrárias, que atraímos ou repelimos, e às quais nos abandonamos, conforme nossas qualidades pessoais, mas em cujo meio o homem sempre conserva o seu livre arbítrio, atributo essencial de sua natureza, em virtude do qual pode sempre escolher o caminho. 5- Isto é inteiramente independente da faculdade mediúnica, tal qual esta é vulgarmente compreendida. 6- Estando a ação do Mundo Invisível, na ordem das coisas naturais, ele se exerce sobre o homem, abstração feita de qualquer conhecimento espírita. Estamos a ela submetidos como o estamos à ação da eletricidade atmosférica, mesmo sem saber física, como ficamos doentes, sem conhecer medicina. 7- Assim como a física nos ensina a causa de certos fenômenos e a medicina a de certas doenças, o estudo da ciência espírita nos ensina a dos fenômenos devidos às influências ocultas do Mundo Invisível e nos explica o que, sem isto, perecerá inexplicável. 8- A ação dos maus Espíritos, sobre as criaturas que influenciam, apresenta nuanças de intensidade e duração extremamente vaiadas, conforme o grau de malignidade e de perversidade do Espírito e, também, de acordo com o estado moral da pessoa, que lhe dá acesso mais ou menos fácil. Por vezes, tal ação é temporária e acidental, mais maliciosa e desagradável que perigosa. 9- A mediunidade é o meio direto de observação. O médium – permitam-nos a comparação – é o instrumento de laboratório pelo qual a ação do mundo invisível se traduz de maneira patente. E, pela facilidade oferecida de repetição das experiências, permite-nos estudar o modo e as nuanças desta ação. Destes estudos e observações nasceu a ciência espírita. 10- Todo individuo que, desta ou daquela maneira, sofre a influência dos Espíritos, é, por isto mesmo, médium. Por isso pode dizer-se que todo mundo é médium. Mas, é pela mediunidade efetiva, consciente e facultativa, que se chegou a constatar a existência do Mundo Invisível e, pela diversidade das manifestações obtidas ou provocadas, que foi possível esclarecer a qualidade dos seres que o compõem e o papel que representam na natureza. O médium fez pelo Mundo Invisível o mesmo que o microscópio pelo Mundo dos infinitamente pequenos”.



Edna Venâncio Ansanelo, nos passou uma situação para a qual gostaria de explicação. Há cerca de 14 anos seu pai desencarnou, mas de alguns  meses para cá, ela tem sido invadida por uma imensa  saudade de sua presença, mais do que em qualquer outra época.

 

  A saudade de um ente querido, Edna, é um de nossos mais nobres sentimentos, porque é uma manifestação de amor. Todos nós, seres humanos, não sobrevivemos apenas e tão somente por causa do alimento e do conforto materiais. Todos precisamos muito de amor. Jesus estava certo nisso: todos precisamos amar e todos precisamos ser amados. E, muitas vezes, nas atribulações do dia-a-dia, convivendo com as pessoas (principalmente com os familiares), embora sentindo a sua presença, nem percebemos o quanto as amamos. É comum que venhamos a percebe esse amor com mais intensidade, quando elas já se foram.

 

   Mas isso não acontece tão somente com os que ficaram; acontecem também com os que se foram desta para a outra vida. Conversando, certa vez, com o médium Carlos Baccelli, em Uberaba, ele nos relatou que a grande maioria dos Espíritos, que manda cartas para seus entes queridos por seu intermédio, deixa claro que perderam as melhores oportunidades de demonstrarem seu amor. Por isso, em suas cartas, eles acabam expressando aos familiares aquilo que, quando encarnados, nunca souberam manifestar. Baccelli diz que é incrível como isso acontece frequentemente na vida de todos nós.

 

Assim, esses familiares -  principalmente mães que recebem mensagens de seus filhos -  costumam estranhar o fato de esses Espíritos falarem num tom amoroso, carinhoso -  coisa que nunca fizeram quando vivos. É então que o médium explica que eles só despertaram para seus sentimentos para os que ficaram, agora, que estão na espiritualidade, arrependendo-se, na maioria das vezes, de não terem feito isso antes. A saudade, Edna, é um sentimento curioso: ao mesmo tempo em que nos bem, nos faz mal. Bem, porque nos liga ao ente a quem amamos; mal, porque ele não está presente e, com isso, sofremos.

 

  É possível que seu pai, se ainda não tiver reencarnado, tenha se comunicado com você ( até mesmo, durante seu sono) e que você não tenha se apercebido disso, porque não se lembra do sonho. Mas, como a emoção ficou e tocou fundo seu coração, ela está repercutindo agora como saudade. É possível, ainda, que ele possa estar por perto, em alguns momentos, e você esteja captando isso inconscientemente, produzindo essa sensação. De qualquer forma, o importante é orar por ele (ou conversar com ele em pensamento), reafirmando o amor que tem por ele.


quinta-feira, 28 de agosto de 2025

DOENÇAS E CURA SEGUNDO O ESPIRITISMO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 O Espiritismo seja através das chamadas obras básicas, seja através de manifestações posteriores reunidas em livros, oferece importantes elementos para reflexão sobre o tema doenças/cura. Compulsando, por exemplo, O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, encontramos que “as doenças pertencem às provas e às vicissitudes da vida terrena. São inerentes à grosseria da nossa natureza material e à inferioridade do mundo que habitamos. As paixões e excessos de toda espécie, por sua vez, criam em nossos organismos condições malsãs, frequentemente transmissíveis pela hereditariedade”.  A respeito das “doenças de nascença, sobretudo aquelas que tiram aos infelizes a possibilidade de ganhar a vida pelo trabalho: as deformidades, a idiotia, a imbecilidade, são efeitos que devem ter uma causa, em virtude do axioma de que todo efeito tem uma causa, e desde que se admita a existência de um Deus justo, essa causa deve ser justa. A causa sendo sempre anterior ao efeito e, desde que não se encontra na vida atual, é que pertence a uma existência precedente”.  Já através do médium Chico Xavier, o Benfeitor Espiritual Emmanuel no livro RELIGIÃO DOS ESPÍRITOS diz que “a criatura, durante a reencarnação, elege, automaticamente, para si mesma, grande parte das doenças que se lhe incorporam às preocupações”. Mais tarde, em mensagem inserida no livro AMOR E SABEDORIA DE EMMANUEL, explica que “os estados mórbidos são reflexos ou resultantes de nossas vibrações mais íntimas (...). Essas DOENÇAS-AVISO se verificam por causas de ordem moral. Quando as advertências não prevalecem, surgem as úlceras, as nefrites, os reumatismos, as obstruções, as enxaquecas (...). As moléstias dificilmente curáveis, como a tuberculose, a lepra, a cegueira, a paralisia, a loucura, o câncer são escoadouros das imperfeições. A epidemia é uma provação coletiva (...)”. Já na obra PENSAMENTO E VIDA, comentando a relação mente/doença, diz que “toda emoção violenta sobre o corpo é semelhante a martelada forte sobre a engrenagem da máquina sensível, e toda aflição amimalhada é como ferrugem destruidora, prejudicando lhe o funcionamento. Sabe hoje a Medicina que toda tensão mental acarreta distúrbios de importância no corpo físico. Estabelecido o conflito espiritual, quase sempre as glândulas salivares paralisam suas secreções, e o estomago, entrando em espasmo, nega-se à produção do ácido clorídrico, provocando perturbações digestivas a se expressarem na chamada colite mucosa. Atingido esse fenômeno primário que, muita vez, abre a porta a temíveis calamidades orgânicas, os desajustamentos gastrintestinais repetidos acabam arruinando os processos de nutrição que interessam o estímulo nervoso, determinando variados sintomas, desde a mais leve irritação da membrana gástrica até a loucura de abordagem complexa. O pensamento sombrio adoece o corpo são e agrava os males do corpo enfermo”. Lá também poderá ser lido que “se não ultrapassássemos os limites do necessário, na satisfação das nossas exigências vitais, não sofreríamos as doenças que são provocadas pelos excessos, e as vicissitudes decorrentes dessas doenças”. Noutra oportunidade, escreveu que “se não é aconselhável envenenar o aparelho fisiológico pela ingestão de substâncias que o aprisionem ao vício, é imperioso evitar os desregramentos da alma que lhe impõem desequilíbrios aviltantes, quais sejam aqueles hauridos nas decepções e nos dissabores que adotamos por flagelo constante do campo íntimo. Cultivar melindres e desgostos, irritação e mágoa é o mesmo que semear espinheiros magnéticos e adubá-los no solo emotivo de nossa existência, é intoxicar, por conta própria, a tessitura da vestimenta corpórea, estragando os centros de nossa vida profunda e arrasando, consequentemente, sangue e nervos, glândulas e vísceras do corpo que a Providência Divina nos concede entre os homens, com vistas ao desenvolvimento de nossas faculdades para a Vida Eterna”. Por fim, o Espírito André Luiz, considera que “as depressões criadas em nós por nós mesmos, nos domínios do abuso de nossas forças, seja rendição ao desequilíbrio, seja estabelecendo perturbações em prejuízo dos outros, plasmam, nos tecidos fisiopsicossomáticos que nos constituem o veículo de expressão, determinados campos de ruptura na harmonia celular. Verificada a disfunção, toda a zona atingida pelo desajustamento se torna passível de invasão microbiana (...). Desarticulado, pois, o trabalho sinérgico das células nesse ou naquele tecido, aí se interpõem as unidades mórbidas, quais as do câncer, que, nesta doença, imprimem acelerado ritmo de crescimento a certos agrupamentos celulares, entre as células sãs do órgão em que se instalem, causando tumorações invasoras e metastásicas, compreendendo-se, porém, que a mutação, no início, obedeceu a determinada distonia, originária da mente, cujas vibrações sobre as células desorganizadas tiveram o efeito das projeções de raios X ou de irradiações ultravioleta, em aplicações impróprias”.



Luzia Maria de Jesus, residente na Armando Sales, Vila Rebelo, em Garça, pergunta se uma criança, que morre ainda bebê, volta a reencarnar novamente.

  Sim, Luzia. Um bebê, embora tenha desencarnado prematuramente, é também um Espírito em processo de evolução. Ele teve um passado e está de volta para mais uma experiência neste planeta. Variadas são as causas, que podem ter contribuído para sua morte prematura, mas quaisquer que sejam elas, essa vida tão curta tem sempre algum significado e algum valor para esse Espírito.

  Aliás, existem casos de Espíritos que, retornado à vida terrena, não passam da condição de embrião ou de feto, morrendo ainda no ventre materno, antes de nascer. A reencarnação, como sabemos, é sempre mais uma experiência para o Espírito no seu progresso espiritual, tanto quanto a desencarnação. Mas a reencarnação é mais difícil e trabalhosa que a desencarnação, exigindo planejamento e esforço, que devem contribuir para o aprendizado desse Espírito.

 Então, aqui fica uma pergunta bastante oportuna: se não aceitarmos a reencarnação, como é que vamos explicar essas mortes tão precoces de bebês?  Essas mortes sempre têm alguma causa física ou orgânica, mas, antes de tudo, existem causas espirituais, que antecedem esta vida, e que acabam por impedir o curso natural da vida. Os pais, igualmente, não sofrem tais situações por acaso. Na maioria das vezes, é uma prova para esses pais.

 Com que objetivo Deus criaria um Espírito, se ele nem consegue viver ou sobreviver, morrendo assim tão cedo, sem ter sequer conhecido a vida? Na verdade, essas mortes prematuras advêm de várias causas conjugadas– como dissemos – mas, geralmente, decorrem de experiências infelizes e traumáticas de vidas passadas, ou pode ser, até mesmo, uma medida terapêutica de que a Espiritualidade lança mão para a recomposição do perispírito, que estava bem comprometido.

 Referimo-nos, por exemplo, ao que André Luiz chama de “ovóides”, Espíritos que se atolaram em problemas de ordem consciencial, que acabaram se fechando em si mesmos, deformando a forma perispiritual humana. Nesse sentido, há casos em que são providenciadas reencarnações de pouca duração e que serviriam tão somente para recuperar a memória e a forma perispiritual do individuo.

 Logo, o bebê, que se foi muito cedo desta vida, voltará a reencarnar – ou dentro da mesma família ou fora dessa família. O importante, do ponto de vista da Espiritualidade, é que essa experiência (para nós, os encarnados, uma experiência negativa) seja aproveitada de alguma forma, colocando o Espírito em condições para tentar encarnação mais longa e proveitosa.

 

 

quarta-feira, 27 de agosto de 2025

SUTILEZAS DA REENCARNAÇÃO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Múltiplos aspectos existem a serem investigados a respeito da reencarnação, especialmente porque cada renascimento traz para nossa Dimensão, Espíritos com históricos, anseios e condições familiares diferentes. Reunimos três situações que complementadas pelas informações finais, fornecem elementos para diferentes cogitações e reflexões. CASO 1 - Seis anos após o casamento, a confirmação da programada gravidez revelou um comportamento inusitado: a implicância da esposa em relação a qualquer gesto ou ação do marido. A situação chegou a tal ponto que a separação parecia ser a melhor solução até que consultado, um amigo sensitivo, começou a insistir para que o candidato a pai deixasse aquele Espírito reencarnar. Ante a estranheza do candidato a pai, reiteradas vezes repetiu o orientador –“Fulano, deixa esse menino nascer”. A simples aproximação da esposa à medida que a gestação evoluía, parecia provocar inquietação no feto em desenvolvimento, desencadeando na mãe, crises acentuadas de repulsa ao marido. Após o nascimento, com o passar dos dias, qualquer tentativa do pai de segurar a criança nos braços, desencadeava no pequeno, crises violentas de choro, provocando, agora no irritado pai, ímpetos de compreensível aversão até que, procurado, o inspirado conselheiro, sugeriu: -“Aproveite as horas de sono do bebe e converse com ele. Peça-lhe uma oportunidade, desculpas por eventuais prejuízos a ele causados, diga-lhe que o ama. Creia, ela o estará ouvindo!”.  Acatada e implementada a recomendação, após algumas semanas, o quadro, como que por encanto, se modificou. Sete anos se passaram e, hoje, filho e pai não se separam, o pequeno vendo no genitor, seu amigo e parceiro de todos os momentos. CASO 2- A poucas semanas do casamento, em meio aos preparativos finais, uma séria discussão por motivo banal, parecia ter posto fim ao sonho de vários anos. Numa conversa do pai da moça com médium conhecido de longa data, a revelação de um dado inimaginável: por traz daquele efeito, havia a influência de um Espírito que, pela Lei de Causa e Efeito, estava programado para renascer da união do casal que não mais queria cumprir o combinado, desistindo do plano, tentando tudo o que podia para evitar a consumação do compromisso matrimonial. Sugestão: a mãe conversar bastante com o Espírito, tentando dissuadi-lo de seu intento; submeter-se à terapia do passe juntamente da criança que se desenvolvia em seu ventre. Apesar do acato à orientação, a gravidez foi pautada por inúmeras intercorrências, colocando em risco o ciclo natural da gestação. CASO 3- Durante entrevista de Chico Xavier em visita à Goiânia, capital de Goiás, no dia 7 de maio de 1974, questionado sobre porque motivo o casal, muitas vezes, tem no noivado uma paixão marcante e experimenta a diminuição do interesse afetivo nas relações recíprocas, após o nascimento dos filhos, o médium respondeu: -“Grande número de enlaces na Terra obedece a determinações de resgates, escolhidas pelos próprios cônjuges, antes do renascimento no berço físico. E aqueles amigos que serão filhos do casal, muitas vezes, agindo no Além, transformam, ou melhor, omitem as dificuldades prováveis do casamento em perspectiva para que os cônjuges se aproximem afetuosamente um do outro (...). O namoro e o noivado, em muitas ocasiões, estão presididos pelos Espíritos que serão filhos do casal. Quando esses mesmos Espíritos se corporificam em nossa casa, na posição de nossos próprios filhos (...), existe, sim, o decréscimo da paixão, no capítulo das feições possessivas que nos cabe evitar ”. Em revelações do Espírito Vetterini através da jovem médium Reinne, em pesquisas conduzidas pelo pintor Corneille, entre 1912/1913, a entidade explicou que “durante 2 ou 3 meses após a concepção, o Espírito é relativamente livre e é bem raro ele vir visitar o próprio corpo que está sendo construído no ventre da mãe; frequência intensificada à medida que o tempo passa, imprimindo suas características ao corpo em formação, modelando-o dissimuladamente de acordo com seu desejo, fixando-se quase por definitivo aí pelos 7 meses”. No livro AS VIDAS SUCESSIVAS (lachâtre), publicado em 1911, pelo do pesquisador Albert De Rochas relatando como praticamente redescobriu a possibilidade da regressão de memória a encarnações anteriores, o caso número 3, a regressão de Eugénie, mostra que “aproximando-se daquela que deveria ser sua mãe e que acabava de concebê-la, não entrou no feto, porém ficou em torno de sua mãe até o momento em que a criança veio ao mundo, entrando pouco a pouco, ‘por ímpetos’, no pequenino corpo, só ficando completamente ligada a ele por volta dos 7 anos, vivendo parcialmente fora de seu corpo carnal, que via nos primeiros meses de vida como se estivesse colocada fora dele”.



 Esta pergunta foi enviada pela Helena Lourenço Araújo Gonçalves, a professora Leninha, da Rua São João, e diz o seguinte: “O Espiritismo diz que os Espíritos se reúnem em família para que todos possam se entender e crescer espiritual e afetivamente. Diante disso, como fica o grande número de famílias, cujos familiares acabam se desentendendo e distanciando-se mais uns dos outros?”

 Ao que tudo indica, Leninha, a reencarnação de Espíritos num mesmo lar ou num mesmo círculo familiar, deve ser o meio mais eficaz de reaproximar desafetos ou inimigos, por causa dos laços afetivos que se podem criar nas relações bem próximas.   Há casos que se resolvem com relativa facilidade. Entretanto, devido à complexidade das relações humanas, em razão do nível evolutivo em que ainda nos encontramos, há soluções que vão exigir várias reencarnações.

 Se todas as soluções se dessem numa mesma vida, o processo evolutivo no campo moral seria bem rápido. Mas, infelizmente, não é assim para todos. Se fosse, não teríamos tantos problemas e desentendimentos familiares, como ainda temos, as mais das vezes provocados por pessoas que não se toleram e que chegam ao ponto de não poderem se ver, sejam eles marido e mulher, pais e filhos ou mesmo irmãos. Por isso mesmo é que dizemos que os maiores conflitos humanos surgem no seio da família.

  Diante dessa questão, temos considerado que há, pelo menos, três fatores positivos. O primeiro é o novo vínculo que se forma em cada encarnação: marido e mulher, pais e filhos, irmãos -  sem que eles se lembrem dos conflitos do passado. O segundo são as circunstâncias que envolvem esses Espíritos, fazendo com que possa se criar uma dependência afetiva entre si, favorecendo a aproximação. E um terceiro seria o esclarecimento espiritual – de, pelo menos, um deles – para perceber a necessidade e a importância dessa reconciliação.

 É claro que uma pessoa esclarecida sobre as possíveis implicações sociais nos conflitos de relação, saberá colaborar com mais eficiência, pelo menos, em compreensão para demover obstáculos à aproximação. Ela se esforçará para não colocar empecilhos à reaproximação. Se, nem assim, o problema for resolvido numa encarnação, com certeza, sê-lo-á em encarnação futura, que não sabemos dizer quando vai acontecer.  Não há um tempo determinado para que isso aconteça. Isso depende de cada caso em particular.

 

segunda-feira, 25 de agosto de 2025

VAMPIRISMO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

Você come exageradamente, tem um rápido cochilo despertando com a sensação de esgotamento e fome. Vai dormir ao final de um dia normal, atravessa uma noite aparentemente sem sonhos e, ao acordar, inicia o novo dia sentindo-se como se estivesse de ressaca. Adentra recintos repletos de pessoas e, afastando-se, sente-se exaurido, sem forças. O cinema partindo de literatura comercialmente consagrada, faturou muito nos últimos anos com uma fórmula bem sucedida: juventude, romance e vampirismo. O assunto acompanhando a evolução da invenção dos irmãos Lumière, transpôs em várias versões o celebre sucesso literário DRACULA, do autor irlandes Bram Stoker. O assunto, contudo, vem de muito mais longe, pois, o filosofo e teólogo católico Aurélius Agostinho, conhecido hoje como Santo Agostinho, já emitira seu parecer a respeito das entidades capazes de nos “sugar” energias através de entidades chamadas por ele Íncubus(masculinas) e Súcubus (femininas), associadas à sexualidade reprimida. Abrindo caminho para o conhecimento da realidade da continuidade da vida além da morte do corpo físico, o Espiritismo revela as interações entre os habitantes dos dois Mundos ou das duas Dimensões. Provando através de inúmeros depoimentos reproduzidos nos números da REVISTA ESPÍRITA  durante o período em que a dirigiu, Allan Kardec ateve-se às influências mentais, individuais e coletivas, sustentadas por  Espíritos desencarnados, através dos curiosos mecanismos da mediunidade, ignorada pela cultura prevalente do Plano em que vivemos esse curto período conhecido como existência física. O século 20, ampliou muito nosso raio de visão sobre a realidade em meio à qual nos movemos e existimos. Das fontes reconhecidamente confiáveis, o material produzido pelo médico desencarnado   oculto no pseudônimo André Luiz, servindo-se do médium Chico Xavier, através do qual transmitiu a série de obras conhecida como NOSSO LAR (feb), perfazendo treze livros, nos quais descreve suas surpresas ante a realidade ignorada pela maioria das criaturas humanas. Reconhece em interessante diálogo com o Instrutor Alexandre em MISSIONÁRIOS DA LUZ(feb), que “a ideia de que muita gente na Terra vive à mercê de vampiros invisíveis é francamente desagradável e inquietante”, indagando sobre a proteção das Esferas mais altas e ouvindo que “por não podermos “atirar a primeira pedra” em relação aos que nos são inferiores e que competiria proteger, como exigir o amparo de superiores benevolentes e sábios, cujas instruções mais simples são para nós difíceis de suportar, pela nossa lastimável condição de infratores da lei de auxílios mútuos?”. Aprende ainda que na dinâmica do processo de “roubo” de nossa energia vital, “bastará ao desencarnado agarrar-se aos companheiros de ignorância, ainda encarnados, qual erva daninha aos galhos das árvores, e sugar-lhes a substância vital”; que “vampiro - espiritual – é toda entidade ociosa que se vale, indebitamente, das possibilidades alheias e, em se tratando de vampiros que visitam os encarnados, é necessário reconhecer que eles atendem aos sinistros propósitos a qualquer hora, desde que encontrem guarida no estojo de carne dos homens”. Em outro momento de sua narrativa, descobre que os que desencarnaram “em condições de excessivo apego aos que deixaram na Crosta, nele encontrando as mesmas algemas, quase sempre se mantem ligados à casa, às situações domésticas e aos fluidos vitais da família. Alimentam-se com a parentela e dormem nos mesmos aposentos onde se desligaram do corpo físico”. Observa, espantado, “a satisfação das entidades congregadas ali, absorvendo gostosamente as emanações dos pratos fumegantes numa residência visitada à hora das refeições, colhendo a informação do Benfeitor que acompanhava que os que desencarnam viciados nas sensações fisiológicas, encontram nos elementos desintegrados – pelo cozimento -, o mesmo sabor que experimentavam quando em uso do envoltório carnal” (fenômenos típicos de vampirização já foram tratados na postagens DEPENDÊNCIAS QUIMICAS ALÉM DA VIDA (álcool,fumo e tóxicos), SEXO ALÉM DA VIDA e SONHOS:UMA VISÃO ORIGINAL). Numa operação socorrista em favor de um recém-desencarnado, acompanha uma equipe a um abatedouro bovino, percebendo um quadro estarrecedor: “grande número de desencarnados, atirando-se aos borbotões de sangue vivo, como se procurassem beber o líquido em sede devoradora (...), sugando as forças do plasma sanguíneo dos animais”. Tentando entender o por que do Espírito buscado estar naquele ambiente, aprende que os infelizes que ali o retinham incluíam-se entre os que “abusam de recém-desencarnados sem qualquer defesa(...), nos primeiros dias que se sucedem à morte física, subtraindo-lhes as forças vitais, depois de lhes explorarem o corpo grosseiro”. N’ OBREIROS DA VIDA ETERNA (feb), André acompanha equipe que assiste o desencarne de doente terminal acomodado em ala hospitalar, impressionando-se com o que vê: “-A enfermaria estava repleta de cenas deploráveis. Entidades inferiores, retidas pelos próprios enfermos, em grande viciação da mente, postavam-se em leitos diversos, inflingindo-lhes padecimentos atrozes, sugando-lhes vampirescamente preciosas forças, bem como atormentando-os e perseguindo-os”. Consultando o líder do grupo de trabalho, ouve “ser inútil qualquer esforço extraordinário, pois os próprios enfermos, em face da ausência de educação mental, se incumbiriam de chamar novamente os verdugos, atraindo-os para as suas mazelas orgânicas, só competindo irradiar boa-vontade e praticar o Bem, tanto quanto possível, sem, contudo, violar as posições de cada um”. Inúmeras outras situações sobre o processo de dependência energética dos desencarnados em relação aos encarnados são alinhadas por André Luiz no conjunto de obras que materializou em nosso Plano. Numa delas, porém, analisa de forma minuciosa o problema do vampirismo espiritual. É no EVOLUÇÃO EM DOIS MUNDOS (feb), onde fala sobre a ação deliberada dos que se separaram do corpo pelo fenômeno da morte, comparando-os no fenômeno aqui tratado, com os parasitas que agem sobre os hospedeiros(encarnados). Alguns, “à semelhança dos mosquitos e ácaros, absorvem as emanações vitais dos encarnados que com eles se harmonizam”. Outros, “vivem no clima pessoal da vítima, em perfeita simbiose mórbida, absorvendo-lhe as forças psíquicas”. Há como se pode ver, muito material para estudo. A terapêutica, avalia André, “não se resume à palavra que ajude e a oração que ilumina. O hospedeiro de influências inquietantes que, por suas aflições na existência carnal, pode avaliar da qualidade e extensão das próprias dívidas, precisará do próprio exemplo, no serviço do amor puro aos semelhantes, com educação e sublimação de si mesmo, porque só o exemplo é suficientemente forte para renovar e ajustar”.



  Desde criança, tive uma educação religiosa rígida. Meus pais me ensinaram a sofrer sem reclamar e a obedecer sem pedir explicações. Talvez por isso eu me tornei tão submissa e hoje sofro muito a opressão de meu companheiro.Acho que ela está indo longe demais. Tive depressão e consultei um psicólogo, que me disse que eu não tenho auto-estima, que preciso aprender a me impor, se não eu serei sempre infeliz. Mas, parece que não é o que vocês falam, quando se referem a Jesus, que também ensinou a submissão. É uma questão que me deixa confusa e eu gostaria que falassem mais sobre isso. ( M.C.S.V)

 

A nossa vida é aquilo o que dela fizermos, segundo nossas crenças e nossos ideais. Se os nossos olhos se voltarem apenas e tão somente para o presente, como se esta fosse a nossa única chance de viver, como se nada mais houvesse além, seremos compelidos e lutar para garantir nosso bem estar agora, custe o que custar, até porque não teremos outra oportunidade.

 

Entretanto, se a concepção de vida for mais ampla, se tivermos firme convicção da imortalidade da alma, se considerarmos sobretudo  a reencarnação como lei da vida – e, portanto, a realidade de um caminhar evolutivo que vamos fazendo ao longo de diversas experiências na Terra - não viveremos apenas e tão somente para o presente, e o nosso estilo de vida será diferente.

 

Jesus foi partidário desta última concepção de vida. Para ele, a vida não se resume nos poucos anos que aqui permanecemos. Se assim fosse, a grande maioria das pessoas, no mundo todo, seria desgraçada e infeliz, porque essa maioria sofre muito e passa necessidades. Uma minoria de privilegiados, somente, poderia comemorar a vida, e tripudiar ainda mais sobre a maioria infeliz que ela domina e explora. Quando Jesus proferiu o Sermão das Bem-Aventuranças, com certeza, estava se referindo à vida futura e não apenas à vida presente.

 

Por outro lado, resignação e obediência são virtudes cristãs, mas, como toda virtude, elas não podem se confundir apenas e tão somente com atitudes extremadas de passividade e submissão. Se você sempre disser “sim”, vai dizer “sim” tanto para o bem quanto para o mal. Jesus, na verdade -  como Kardec explica n’O  EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO – não impediu a defesa de nossas ideias; apenas condenou a violência e o desrespeito humano. Todos temos direito de viver bem e, portanto, o direito de procurar o melhor para si, desde que esse “melhor” não seja a exploração e o sacrifício do outro.

 

Embora incapaz de ofender ou agredir gratuitamente alguém, Jesus não deixou de falar o que pensava, de colocar e defender claramente suas idéias, de interceder em favor dos mais fracos  e, portanto, de se conduzir com dignidade diante de seus inimigos  e agressores. Até quanto pôde, ele defendeu não só a vida, mas também o direito de cada um expor seu pensamento, lutar e até morrer por ele, se necessário Essa coragem de enfrentar a adversidade é uma das virtudes mais elevadas que  Jesus ensinou.

 

Portanto, cara ouvinte, nem tanto ao mar, nem tanto à terra. Faça sias orações com fé. A oração bem feita nos encoraja. E, de acordo com sua crença, use o bom senso e defenda-se sem desejar o mal a quem quer que seja. Em primeiro lugar, a paz de consciência, sabendo que você tem um compromisso consigo mesma – e o que deve sobreviver em você é a coragem de agir com dignidade e ser firme em suas convicções e atitudes, para não se passar simplesmente como vítima.


domingo, 24 de agosto de 2025

O FASCINANTE MUNDO DOS FLUIDOS; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 –“Emmanuel me disse que aquela senhora teve uma discussão forte com o marido, chegando quase a ser agredida fisicamente por ele. O marido desejou dar-lhe uma bofetada, não o fazendo por um recato natural. Contudo, agrediu-a vibracionalmente, provocando uma concentração de fluidos deletérios que lhe invadiram o aparelho auditivo, causando a dor de cabeça. Tão logo começou a reunião, Dr Bezerra colocou a mão sobre sua cabeça e vi sair de dentro do seu ouvido um cordão fluidico escuro, negro, que produzia a dor. Estava psicografando, mas, orientado por Emmanuel, pude acompanhar todo o fenômeno”. O comentário de Chico Xavier se refere a uma vivência quando ainda trabalhava no Centro Espírita Luiz Gonzaga, envolvendo cooperadora do grupo a que pertencia que compareceu para o trabalho em determinada noite, reclamando de forte for de cabeça num dos lados do rosto. Ainda sobre a relação fluidos/palavra, o médium lembra que certa vez, tendo saído atrasado para o trabalho por ter perdido a hora, caminhava apressadamente quando uma vizinha gritou-lhe o nome, e, tentando esquivar-se dizendo que a atenderia na hora do almoço, foi impedido por Emmanuel que lhe determinou voltasse e se inteirasse do problema. A senhora solicitava explicações sobre orientação dada por escrito pelo Dr. Bezerra de Menezes. Esclarecida a dúvida, retomou o caminho, percebendo que a mulher, alegre, despedindo-se, diz: - Obrigada,Chico!.Deus lhe pague!Vá com Deus!.. Neste instante, ouve o Benfeitor Espiritual sugerir: - Pare um pouco e olhe para trás.  Surpreso, observa uma massa branca de fluidos luminosos saindo da boca da irmã atendida, encaminhando-se para ele, entrando-lhe no corpo. Ouve ainda Emmanuel observar-lhe - “-Imagine se, ao invés de “Vá com Deus !”, dissesse magoada, “-Vá com o diabo”. De seus lábios estariam saindo coisas diferentes”. A questão dos fluidos foi substancialmente ampliada pelas observações e conclusões de Allan Kardec, sobretudo através das páginas da REVISTA ESPÍRITA, fundada e editada de janeiro de 1858 até sua desencarnação em 1869. Em artigo publicado em 1867, por exemplo, afirma que “o ar é saturado de fluidos conforme a natureza dos Espíritos (ou dos pensamentos dominantes)”. Consequentemente, “ambiente carregado de fluidos salutares ou malsãos exerce influência tanto sobre a saúde física como sobre a saúde moral”. Sendo assim, “em razão do seu grau de sensibilidade, cada indivíduo sofre a influência desta atmosfera, viciada ou vivificante”. Acrescenta que “pensamentos colhidos na fonte das más paixões - ódio, inveja, ciúme, orgulho, egoísmo, animosidade, cupidez, falsidade, hipocrisia, malevolência, etc -, espalham em torno de si eflúvios fluidicos malsãos que reagem sobre os que o cercam”. Comenta ainda que assim como  o “ar viciado é saneado com correntes de ar saudável, atmosfera com maus fluidos o é como fluidos bons. Como se percebe, o pensamento mais uma vez está por trás dos fenômenos do mundo dos efeitos. Kardec considera que “o pensamento age sobre os fluidos ambientes como o som age sobre o ar; esses Fluidos nos trazem o pensamento, como o ar nos traz o som”. Afirma que “os fluidos que emanam dos Espíritos (encarnados ou desencarnados) são mais ou menos salutares, conforme seu grau de depuração. As qualidades do fluido estão na razão direta das qualidades do Espírito encarnado ou desencarnado. Quanto mais elevados os sentimentos e desprendidos das influências da matéria mais depurado será seu fluido”. Já n’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS, na questão 70, alertara que “a quantidade de fluido vital se esgota; se transmite de um indivíduo para outro; que os órgãos do corpo estão, por assim dizer, impregnados de fluido vital, o qual dá a todas as partes do organismo uma atividade que as une em certas lesões e restabelece as funções momentaneamente suspensas; a quantidade de fluido vital não é fator absoluto para todos os seres orgânicos, variando segundo as espécies não sendo fator constante,  seja no mesmo indivíduo, seja nos indivíduos da mesma espécie, e , por fim, quando os seres orgânicos morrem, o fluido vital remanescente retorna à massa”. Estudos posteriores, revelaram também que “a matéria inanimada absorve potencialmente fluidos humanos, retendo toda espécie de vibrações e emanações físicas, psíquicas e vitais”. Convertem-se assim em agentes evocadores das impressões psicométricas, como Ernesto Bozzano mostra na obra ENIGMAS DA PSICOMETRIA (feb). Sendo assim, da mesma forma que a influência deixada num objeto por pessoa viva tem a virtude de por o sensitivo em relação com a subconsciência dessa pessoa, assim também a mesma influência, deixada nos objetos por uma pessoa desencarnada tem o poder de por o sensitivo em relação com esses registros fluídicos ou mesmo, até com o Espírito que as deixou neles gravadas. Dai o fato de roupas de uma pessoa desencarnada poder causar sensações desconfortáveis naquela outra que a passa a usar. A água e a exposição ao Sol, desimpregnam tais peças dessa energia chamada remanente.  Os alimentos também sofrem a influência dos fluidos de quem os manipula ou consome. A propósito da água fluidificada, o Espírito Emmanuel esclarece que “a água é dos corpos mais simples e receptivos da Terra (...). Alerta “que a água como fluido criador, absorve em cada lar, as características mentais dos seus moradores”. Confirma que “a água pode ser fluidificada de modo geral em benefício de todos e, se em caráter particular para determinado enfermo, é conveniente que o uso seja pessoal e exclusivo”. Recomenda que “se desejas, portanto, o concurso dos Amigos Espirituais na solução de tuas necessidades fisio-psíquicas ou nos problemas de saúde e equilíbrio dos companheiros, coloca o teu recipiente de água cristalina, à frente de tuas orações, espera e confia. O orvalho do Plano Divino magnetizará o líquido com raios de amor em forma de bênçãos”.




Acontece comigo um problema. Tem uma pessoa em minha família, que eu não suporto. Eu sei que essa pessoa tem qualidades e que eu tenho muitos defeitos. Mas, assim mesmo, não consigo pensar nela, sem sentir raiva, principalmente quanto ela faz alguma coisa que não me agrada: aí eu fico mais nervosa ainda. Eu sei que isso está errado, que eu preciso mudar, mas não sei como fazer para me livrar desse sentimento. Queria opinião de vocês.  (D.)

 

Talvez esse seu sentimento em relação ao familiar provenha de experiências passadas. Mas isso não é o mais importante. Se você já tem conhecimento espírita e, portanto, já tem consciência de que deve mudar, um passo importante foi dado. Falta começar a dar o próximo passo. Com certeza, não há uma fórmula pronta ou uma receita perfeita para lhe passar, a não ser aquelas diretrizes de vida ensinadas por Jesus, mas, mesmo assim, vamos comentar o caso para ajudá-la a encontrar uma saída.

 

Quando acontecem situações como essa, de sentirmos uma aversão natural por alguém, podemos tomar dois cuidados. Primeiro, não nos estranharmos: é possível que essa aversão tenha algum motivo que desconhecemos. Não devemos nos culpar por isso, não devemos nos punir, exigindo mais do que podemos dar. Em segundo lugar: precisamos aprender lidar com esse sentimento. As emoções fortes de aversão são como pedras brutas e feias, que encontramos escondidas na natureza: se quisermos transformar essas pedras em jóias brilhantes e belas, precisamos lapidá-las. É o que acontece com os sentimentos.

 

Por que não lapidar o sentimento? Por que não transformá-lo de uma pedra bruta numa pedra brilhante? Eis o desafio da vida. Quando o ourives toma nas mãos uma pedra bruta e reconhece a sua qualidade, ele reúne a paciência e as ferramentas necessárias para poder transformá-la. Além disso, mesmo antes de iniciar seu trabalho, precisa imaginar como essa pedra vai ficar, depois de trabalhada: imagina a jóia em que a pedra vai se transformar. Daí para a frente, sempre preservando na mente a imagem da jóia que quer criar, ele passa a agir com habilidade e paciência. Trata-se de um trabalho delicado e demorado.

 

Trabalhar um sentimento bruto, para transformá-lo num sentimento sublime, é mais ou menos assim. Se queremos amar uma pessoa, precisamos nos fixar nas suas qualidades, assim como o ourives se fixa nas qualidades da pedra. É imaginando o que ela tem de bom, é antecipando esse momento mágico de transformação, que ele cria disposição para continuar trabalhando, na busca de seu objetivo. O mesmo deve acontecer conosco em relação às pessoas a quem temos aversão. No seu caso, especificamente, não será tão difícil, porque você já reconhece qualidades nessa pessoa. Cultive essas qualidades, procure imaginá-la sempre assim.

 

As nossas reações emocionais sempre seguem o caminho que abrimos para que elas percorram. Se nos esforçamos para semear bons sentimentos, são esses bons sentimentos que vamos colher. Mas, se ficamos na defensiva, vendo só defeitos, com certeza, esses defeitos, que estamos sempre vendo, nos farão desistir de nosso intento. Fixe no seu lado bom, naquilo que você respeita e admira. Prepare-se sempre para esse lado; não para o outro. Esforce-se nesse sentido, a fim de que seu espírito não fique cultivando aversão a todo momento. A aversão, como a atração, não nascem do nada: elas de formam a partir de nossos hábitos mentais. É o que podemos lhe dizer.


 

sábado, 23 de agosto de 2025

SEXO ALÉM DA MORTE; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 “...seu filho anda partido em dois, tamanho é o meu anseio de realizar-me na condição de homem(...). Muitos rapazes se desligam facilmente desses anseios. Tenho visto centenas que me participam estarem transfigurados pela religião e outros adotam exercícios de ioga com o objetivo de cortarem essas raízes da mocidade com o mundo(...).Meu tio Ivo fala em amor entre jovens apenas usufruindo o magnetismo das mãos dadas, e até já experimentei, mas a pequena não apresentava energias que atraíssem para longos diálogos sobre as maravilhas da vida por aqui. Fiz força e ela também; no entanto, nos separamos espontaneamente, porque não nos alimentávamos espiritualmente um ao outro. Creio que meu caso é uma provação que apenas vencerei com o apoio do tempo(...). Dizem por aqui que os pares certos trocam emoções criativas e maravilhosas no simples toque de mãos; no entanto, estou esperando o milagre”. O desabafo foi feito por Ivo Barros Correia Menezes à mãe, em carta psicografada por Chico Xavier, seis anos após seu desencarne aos 18 de idade, quando o veículo em que se encontrava com amigos foi colhido por ônibus cujo motorista ultrapassou o sinal vermelho. Embora o sexo além da morte não tenha sido objeto de mais aprofundados estudos por Allan Kardec, os Espíritos que auxiliaram no cumprimento do programa desenvolvido através do médium de Pedro Leopoldo, deixaram importantes subsídios para nossas reflexões. André Luiz, por exemplo, acompanhando a benfeitora Narcisa num atendimento num dos pavilhões em que começava a servir na colônia descrita em NOSSO LAR (feb), atraído por gritaria próxima, foi contido por ela, no instintivo movimento de aproximação, ouvindo dela: “- Não prossiga, localizam-se ali os desequilibrados do sexo. O quadro seria extremamente doloroso para seus olhos”. MISSIONÁRIOS DA LUZ (feb), expõem situação verificada com  Marcondes que “no desdobramento natural do sono físico deveria estar em palestra proferida durante a madrugada pelo Instrutor Alexandre, em instituição localizada na Crosta e que é localizado em seu quarto de dormir, parcialmente desligado do corpo que descansava com bonita aparência, sob as colchas rendadas (...), revelando posição de relaxamento, característica dos viciados do ópio, tendo a seu lado, três entidades femininas” - definidas por André como da pior espécie de quantas já tinha visto nas regiões das sombras -, em atitude menos edificante, atraídas, segundo disseram pelos pensamentos curtidos pelo encarnado no dia anterior”.  O caso de Odila apresentado no ENTRE A TERRA E O CÉU (feb), mostra a situação de mulher desencarnada, evidenciando no corpo espiritual, o centro genésico plenamente descontrolado, não querendo senão o marido, em vista do apego enlouquecedor aos vínculos do sexo, que a paixão nada faz senão desvirtuar”. Segundo análise do Instrutor Clarêncio, embora “possua admiráveis qualidades morais, jazem eclipsadas. Desencarnou em largo vigor de seu idealismo, sem uma fé religiosa capaz de reeducar lhe os impulsos, justificando-se desse modo a superexcitação em que se encontra”. Calderaro, o Benfeitor apresentado em NO MUNDO MAIOR (feb), explica que “a sede do sexo não se acha no corpo grosseiro, mas na alma, em sua sublime organização”.  Na mesma obra, acompanhando tarefa socorrista efetuada em recinto reservado de um clube de dança, André observa: “-Algumas dezenas de pares encarnados dançavam, tendo as mentes absorvidas nas baixas vibrações que a atmosfera vigorosamente insuflava. Indefinível e dilacerante impressão dominou-me o Ser. Não provinha da estranheza que a indiferença dos cavalheiros e a leviandade das mulheres me provocaram; o que me enchia de assombro era o quadro que eles não vinham. A multidão de entidades conturbadas e viciosas que aí se movia era enorme. Os dançarinos não bailavam sós, mas, inconscientemente, correspondiam, no ritmo açodado da música inferior, a ridículos gestos dos companheiros irresponsáveis que lhes eram invisíveis”. Comentando a cena, o Orientador diz: “- Observamos, neste recinto, homens e mulheres dotados de alto raciocínio, mas assumindo atitudes de que muitos símios talvez se pejassem(...). Muitos deles são profundamente infelizes, precisando de nossa ajuda e compaixão. Procuram sufocar no vinho ou nos prazeres certas noções de responsabilidade que não logram esquecer”.  Finalizando, porém, destacamos um que de certo modo surpreende por sua peculiaridade. Provém do E A VIDA CONTINUA (feb), envolvendo Ernesto Fantini que, vários meses após ter desencarnado, ansioso, retorna ao lar que fora dele defrontando-se com um quadro que jamais poderia imaginar. Conta: “-Elisa – a esposa -, descansava... O corpo magro, o rosto mais profusamente vincado de rugas e os cabelos mais grisalhos. No entanto, junto dela, estirava-se um homem desencarnado”. Tratava-se de colega de infância, cuja amizade conservara adulto e que, embora também casado, pressentia nutrir atração anormal por sua esposa, a qual, a compartilhava. Anos antes, acreditava ter eliminado o rival numa caçada – na verdade atingido por tiro fatal desferido por outro – e, desligado compulsoriamente do corpo, passou a viver a partir de então  na casa e na cama com a pretendida  que o percebia pela ignorada mediunidade, ao longo do anos que se seguiram até aquele momento de reencontro”.



PRETO VELHO NO ESPIRITISMO (05dez2010)

 

Por que na Umbanda  o preto velho vem se comunicar, mas ele não se comunica no Espiritismo?(Mariana)

 

-   A figura do preto velho, tanto quanto da preta velha,  Mariana, está ligada à tradição histórica e espiritual do povo brasileiro. Todos sabemos que, no seio de uma comunidade negra – como aconteceu entre os escravos – o preto velho tinha um papel importante, que se destacava pela sua sabedoria, assim como a pessoa idosa em outras coletividades e culturas do mundo, tanto no ocidente quanto no oriente.

 

 Era aos pretos e pretas velhas que os escravos recorriam quando tinham problemas, que não conseguiam resolver. E não só os escravos; os brancos também (e até pessoas da família do senhor de escravos) e outras mais, impressionadas que ficavam diante de suas palavras e conselhos, que inspiravam segurança, confiança e fé.

 

 Desse modo, quando esses pretos e pretas velhas (que se destacavam pela sua sabedoria e bondade) desencarnavam, do plano espiritual eles passavam a orientar as pessoas, através da mediunidade, muito própria dos grupos religiosos africanos, desde o candomblé até a umbanda e suas derivações.

 

 Quando o Espiritismo chegou ao Brasil, ainda nos seus primeiros anos de sua  formação – isso nas últimas décadas do século 19 -  já encontrou esse panorama, pois as práticas religiosas africanas ( e, depois, as afrobrasileiras) são bem mais antigas que o Espiritismo e aqui já se encontram há séculos.

 

  Com o tempo, porque o Espiritismo também atua no campo da mediunidade, alguns desses pretos e pretas velhas passaram a se comunicar também em centros espíritas. Como eles vinham de outra cultura, enraizados em suas formas tradicionais de manifestação, inicialmente causaram um certo constrangimento entre os espíritas, dada à dificuldade que encontravam em se comunicar de outra maneira.

 

 Mas, com o tempo, muitos desses pretos acabaram se aproximando dos espíritas, identificaram-se com os ideais da doutrina e com as atividades dos centros e, por isso mesmo, até mudaram a sua forma de se manifestar, integrando-se em várias atividades mediúnicas. Por isso, não é difícil, hoje, encontrar grupos que recebem colaboração significativa desses Espíritos que, geralmente, fazem questão de se apresentarem como pretos velhos, com certeza para expressar sua humildade.


sexta-feira, 22 de agosto de 2025

ESCRAVO E JUIZ DE SI MESMO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 No processo evolutivo do Espírito, as personalidades construídas a cada nova encarnação vão extravasando as imperfeições carregadas por cada um. Pelo que o Espiritismo revela, o desenvolvimento da inteligência gera o conhecimento através da experiência, dotando o Ser da noção de responsabilidade que, por sua vez, vai expandindo a consciência. A noção de erro se manifesta e a culpa vai, a partir do remorso e arrependimento, levando-o a desejar a liberação dos registros gravados no inconsciente profundo com vistas a acessar a felicidade e a paz. Sem maior estudo do Espírito em sua estrutura profunda, a ciência mental não conseguirá entender a questão da origem dos transtornos. Na continuidade, algumas considerações de Allan Kardec capazes de nos auxiliar nessa busca: 1- Como se constrói no Espírito em evolução o mecanismo da culpa? Dominado pelo instinto - uma espécie de inteligência irracional - o Espírito começa a desenvolver a inteligência racional a partir das experiências que vai vivenciando. Os conhecimentos resultantes, registrados na memória de profundidade ou inconsciente, vão compondo um acervo de informações que cria a noção de responsabilidade que, por sua vez, vai expandindo a consciência, instrumento indutor e controlador da evolução. Nasce a compreensão do dever, a obrigação moral, primeiro consigo mesmo e depois com os outros.  O dever começa precisamente no ponto em que alguém ameaça a felicidade ou tranquilidade do próximo, e termina no limite que não se deseja seja transposto em relação a si mesmo.  O Espírito cumprindo seu dever é a um só tempo, juiz e escravo na sua própria causa. As ações intencionalmente executadas geram - quando contrárias às referências preservadas no Ser imortal ou Espírito -  desarmonias que chamamos culpa conduzindo num primeiro momento ao remorso, no segundo ao arrependimento determinando o desejo da expiação e a necessidade de reparação para a dissipação daquilo que representa a dor de consciência. 2- Considerando valido que “na sua origem, o homem possui instintos; mais avançado e corrompido, possui sensações; mais instruído e purificado, possui sentimentos”, em que ponto os valores adquiridos e incorporados vão influenciando positivamente o trabalho evolutivo? À medida que as sensações corporais se tornam maiores, mais aperfeiçoadas, suas sensações espirituais também despertam e crescem.  Então começa o trabalho moral e a depuração da alma se une à aspiração do corpo para chegar ao estado superior.  Esse estado de igualdade de aspirações materiais e espirituais não é de longa duração. Logo o Espírito se eleva acima da matéria e suas sensações não mais podem ser satisfeitas por ela; necessita mais; precisa de melhor.  Nesse ponto, tendo sido o corpo levado à perfeição sensitiva, não pode acompanhar o Espírito que, então, o domina e dele se desprende cada vez mais, como de um instrumento inútil.  3- Na escala de seres humanos presentes na Terra, o início da evolução se localiza entre os chamados selvagens? Sem dúvida os nossos selvagens estão muito atrasados em relação a nós, no entanto, já se acham bem longe de seu ponto de partida.  Durante longos períodos, o Espírito encarnado é submetido à influência exclusiva dos instintos de conservação; pouco a pouco esses instintos se transformam em instintos inteligentes ou, melhor dizendo, se equilibram com a inteligência; mais tarde, e sempre gradualmente, a inteligência domina os instintos.  Só então é que começa a séria responsabilidade. Se houvesse acaso ou fatalidade, toda responsabilidade seria injusta.  O Espírito fica num estado inconsciente durante numerosas encarnações; a luz da inteligência não se faz senão aos poucos e a responsabilidade real só começa quando o Espírito age livremente e com conhecimento de causa.



 

Uma coisa, que eu não entendo, é porque existem vulcões, terremotos, enchentes e outras calamidades, que tiram a vida de milhares de pessoas boas e más ao mesmo tempo. Como que uma pessoa tão boa, como a Dra. Zilda Arns, morreu quando estava fazendo o bem, e não foi poupada por Deus. Essas coisas deixam a gente muitas vezes descrente de tudo. Gostaria que vocês me dessem uma explicação. (Anônima)

 

O seu questionamento é o de todas as pessoas que ainda não concebem a lei da reencarnação e processo evolutivo do Espírito. É claro que, se a vida fosse uma única (apenas esta, que estamos vivendo agora), não haveria explicação para a maioria dos sofrimentos humanos, sob o ponto de vista da justiça de Deus. Se Deus é a justiça, também o amor e a verdade – se é o Pai perfeito, de que Jesus nos falou; além de tudo, misericordioso – com certeza, nada do que acontece no mundo (e, principalmente, aquilo que vem da própria natureza) pode ser causa de alguma injustiça.

 

  Se a vida fosse única, como explicaríamos a sorte das crianças, que já nascem limitadas, portadoras das mais graves deficiências ou enfermidades e que, durante esta vida, jamais terão a oportunidade de viver como as outras crianças? Por aí, podemos perceber que a ampla variedade de destinos do homem, antes mesmo de considerarmos as circunstâncias da morte, já se dá a partir do nascimento. Somente admitindo a lei da reencarnação, podermos entender porque as sinas das pessoas neste mundo são tão diferentes.

 

A reencarnação, segundo o Dr. Décio Iândoli Junior, é uma lei biológica (Leia este livro, A Reencarnação como Lei Biológica). O Espírito, ao longo de seu longo processo evolutivo, vai passando por várias existências na Terra, experimentando situações, as mais variadas, visando ao seu progresso moral e intelectual. O fato de vivermos num planeta, onde o mal e a dor ainda dominam, significa que somos Espíritos que precisamos desses tipos de experiências para progredir. E nisso ninguém tem privilégio algum, pois todos sofrem e todos passam pelo crivo da morte.

 

A Doutrina Espírita nos ensina que cada Espírito, ao reencarnar, traz na sua consciência um plano de vida, que se constitui na série de experiências que o ajudarão no seu desenvolvimento espiritual. Há vários tipos de experiências, de acordo com o Espírito ou mesmo com as coletividades espirituais. Algumas dessas experiências vêm em decorrência de erros que ele cometeu no passado, outras de escolhas que ele fez visando ao próprio crescimento.

 

Quando se trata de escolha (É bom que se diga que nem todos os Espíritos têm condições de escolher), ao contrário do que se pode pensar, essa escolha não visa ao seu bem-estar imediato nesta vida, mas à realizações futuras. Alguns Espíritos escolhem tarefas difíceis, verdadeiros desafios. Às vezes, são Espíritos que estão exercitando o amor em larga escala e que, por isso, assumem pesados compromissos diante de coletividades ou com uma causa nobre -  situações que, geralmente, exigem lutas e pesados sacrifícios.

 

Isso tudo para proporcionar a esses Espíritos uma condição espiritual mais elevada, razão pela qual a maioria dos homens e mulheres, que deixaram obras e lições de vida – como os abnegados, os santos, os heróis anônimos e a própria Dra. Zilda Arns – são conhecidos pelos inúmeros problemas que enfrentaram, mas, em compensação, deixaram recomendações de elevado valor moral para todos nós.