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sábado, 19 de fevereiro de 2022

MORTES COLETIVAS E O ESPIRITISMO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

Passava das 19 horas daquela quarta feira, 24 de agosto de 1960, quando dois ônibus em comboio partiram de São José do Rio Preto na direção de Barretos, ambas no interior de São Paulo, onde na manhã seguinte a fanfarra de uma das escolas da cidade se exibiria nas comemorações do aniversário daquela que hoje é internacionalmente conhecida pela Festa do Peão Boiadeiro. A viagem de pouco mais de 90 quilômetros foi interrompida por um acidente envolvendo um dos coletivos que por problemas mecânicos segundo os laudos periciais atestariam, se precipitou nas águas do Rio Turvo determinando a morte de 58 jovens. O fato teve repercussão nacional, impondo a pais, amigos, revolta, perplexidade, dor. Entre os ocupantes do veículo um jovem de 17 anos, William José Gagliardi pertencia a uma família seguidora do Espiritismo, e macerada pela dor foram à cidade de Uberaba a fim de buscar algum conforto e apoio moral através de Chico Xavier que ali passara a residir desde meses antes. Para sua surpresa, o amado filho escreveu-lhes uma carta através do médium dando mais detalhes da ocorrência do ponto de vista de quem vivenciou o triste episódio. Em meio às confortadoras e esclarecedoras palavras, uma informação chama atenção: - O que passou foi a Lei a cumprir-se. Mas, podem indagar os que leem: que lei é esta? A resposta encontra-se disponível desde meados do século 19 através d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS. Nele está implícita a Lei de Causa e Efeito que controla a evolução espiritual das criaturas humanas através da experiência da reencarnação. Seus princípios seriam melhor explicados no Código Penal da Vida Futura, noutra obra O CÉU E O INFERNO ou a Justiça Divina Segundo o Espiritismo de 1865. O que poderíamos associar dessa Lei com o fato citado no início desses comentários. Primeiro que de “fatal, no verdadeiro sentido da palavra, só o instante de morte. Chegando esse momentos, de uma forma ou de outra, a ele não se consegue fugir”. (LE, 853) Segundo: Não morreremos se a nossa hora de morrer não tiver chegado - exceção do suicídio, é claro – estando previsto até o gênero de morte que nos afastará desse Plano de Vida, por ter sido escolha nossa antes de existência ter se iniciado, sendo inúteis nossas tentativas de fugir ao acertado.(LE,853ª) No século 20, através do médium Chico Xavier surgiram outras informações importantes. Em carta escrita pelo Espírito José Roberto Stuqui em agosto de 1981, revela que “milhões de pessoas estão passando pela desencarnação no tempo áureo da existência, porque nos achamos numa fase de muitas mudanças na Terra. E aqueles Espíritos retardatários em caminho, quando induzidos a considerar a extensão das próprias dívidas, aceitam a prova da desencarnação mais cedo do que o tempo razoável para a partida, e são atendidos com a separação de pais e afetos outros no período em que mais desejariam continuar vivendo, em razão do tempo que perderam com frivolidades nas vidas que usufruíram”. Noutra carta do ano de 1984 é dito que os “acontecimentos imprevisíveis na Terra estão marcados para acontecer no Plano Espiritual”. Sobre a dor dos pais e familiares atingidos pelas separações não imaginadas, no livro AÇÃO E REAÇÃO (1957, feb), um Instrutor explica a André Luiz que os pais de hoje ou foram voluntários no sentido de auxiliar um Espírito querido a se reerguer perante as Leis de Deus ou foram cúmplices do mesmo no evento que o levou à queda em vida passada. Mas resta uma pergunta: todos que morrem nos grandes infortúnios coletivos deveriam morrer? O esclarecimento está na resposta 738 d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS: -Se considerássemos a vida no que ela é, e quanto é insignificante em relação ao infinito, menos importância lhe daríamos. Essas (improváveis) vítimas terão noutra existência uma larga compensação para os seus sofrimentos, se souberem suportá-los sem lamentar. 


Duas perguntas da nossa habitual ouvinte da rua América, a Maristela. Na primeira questão, ela quer saber qual a importância da infância para a evolução do Espírito.


É fundamental, Maristela. A infância, todos sabemos, é o período mais propício à educação. É o solo novo, adubado, regado, especialmente preparado para receber a semente do conhecimento. É nesse solo que os pais devem desempenhar o papel de hábeis agricultores do amor, e semear apenas boas sementes. Entretanto, não devemos esquecer que o cultivo da educação é difícil e trabalhoso ( é a arte mais difícil do mundo) , além do que suas sementes demoram para germinar e os frutos, então, só virão bem mais tarde no transcorrer da vida do Espírito.


Quando o Espírito reencarna num lar, ele vem para aprender e para reaprender. É assim o caminhar da evolução. Cada encarnação é como se começasse tudo de novo, é a volta à escola da vida, quando o Espírito vai receber mais impulso na sua escalada evolutiva, retomando um corpo ávido de desenvolvimento. Aqui, ele vai aprender coisas novas, reaprender o que não ainda não tiver aprendido, encontrar novo lar, aprender a fazer novas relações, submeter-se a outro tipo de influência, para poder enriquecer sua experiência e caminhar mais depressa no seu aperfeiçoamento.


A grande responsabilidade para promover esse crescimento pertence aos pais – muitas vezes, apenas à mãe, ou aos avós – ou, até mesmo, à babá. De qualquer forma, o processo reeducativo do Espírito depende de todas pessoas que o agasalham no coração, visto que, depois do lar, vem a escola, vêm os professores. Sim, porque a educação deve ser, antes de tudo, um ato de amor. O amor é o primeiro requisito da educação. Se não houver amor pela criança, não há compromisso verdadeiro e, nesse caso, sua educação fica comprometida. Só o amor é capaz de doar, ou seja, de dar de si alguma coisa, com interesse no outro.


Educar uma criança, portanto, é, antes de tudo, amá-la. E esse amor, cuja representante maior é a mãe, só pode ser doação e mudança. Desse modo, a mulher, depois que se torna mãe, torna-se outra mulher: pelo menos, deveria tornar-se. Contudo, a direção que essa mãe vai dar ao seu amor depende muito de seu conhecimento. Quanto mais esclarecida a respeito do sentido da vida, mais essa mãe pode dar e, com certeza, menos erros vai cometer na educação do filho. E o que ela vai semeando, desde a gravidez, na verdade, só vai germinando com o tempo. No entanto, as sementes mais profundas, que foram plantadas na infância, darão frutos a vida toda. Daí a importância da educação da criança. Nesse momento, o Espírito está receptivo, como terra fértil pedindo sementes, e é, na infância, que os pais cultivam os valores mais profundos na vida de seus filhos.


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