faça sua pesquisa

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2022

CARMA E EXPIAÇÃO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Uma das mais instigantes revelações do Espiritismo é a que se refere aos mecanismo da Justiça Divina que afirma que estamos inexoravelmente presos aos efeitos de nossas ações em qualquer um dos níveis em que se manifesta. O desconhecimento das posições declaradas por Allan Kardec sobre o tema gera muitas confusões entre os que se interessam pelo tema. No número de setembro de 1863, da REVISTA ESPÍRITA, encontramos alguns argumentos do Codificador que podem nos auxiliar a entender melhor o assunto Expiação e Prova. Diz ele: A expiação implica necessariamente a ideia de um castigo mais ou menos penoso, resultado de uma falta cometida; a prova implica sempre a de uma inferioridade real ou presumida, porquanto, aquele que chegou ao ponto culminante a que aspira, não mais necessita de provas. Em certos casos, a prova se confunde com a expiação, isto é, a expiação pode servir de prova, e reciprocamente. O candidato que se apresenta para receber uma graduação, passa por uma prova. Se falhar, terá de recomeçar um trabalho penoso; esse novo trabalho é a punição da negligência que apresentou no primeiro; a segunda prova torna-se, assim, uma expiação. Considerando-se, agora, o homem na Terra, vemos que ele aí suporta males de toda a sorte, muitas vezes cruéis. Esses males têm uma causa. Ora, a menos que os atribuamos ao capricho do Criador, somos forçados a admitir que a causa esteja em nós mesmos, e que as misérias que experimentamos não podem ser o resultado de nossas virtudes; portanto, têm sua fonte nas nossas imperfeições. Se um Espírito encarnar-se na Terra em meio à fortuna, honras e todos os prazeres materiais, pode-se dizer que sofre a prova do arrastamento; para o que cai na desgraça por sua má conduta ou imprevidência, é a expiação de suas faltas atuais e pode dizer-se que é punido por onde pecou. Mas que dizer daquele que, desde o nascimento, está em luta com as necessidades e as privações, que arrasta uma existência miserável e sem esperança de melhora, que sucumbe ao peso de enfermidades congênitas, sem nada ter feito, ostensivamente, para merecer tal sorte? Quer seja uma prova, ou uma expiação, a posição não é menos penosa e não seria mais justa do ponto de vista do nosso correspondente, porquanto, se o homem não se lembra da falta, também não se lembra de haver escolhido a prova. Tem-se, assim, de buscar alhures a solução da questão. Como todo efeito tem uma causa, as misérias humanas são efeitos que devem ter uma causa; se esta não estiver na vida atual, deve estar numa vida anterior. Além disso, admitindo a justiça de Deus, tais efeitos devem ter uma relação mais ou menos íntima com os atos precedentes, dos quais são, ao mesmo tempo, castigo para o passado e prova para o futuro. São expiações no sentido de que são consequência de uma falta, e provas em relação ao proveito que delas se retira. Diz-nos a razão que Deus não pode ferir um inocente. Se, pois, formos feridos, é que não somos inocentes: o mal que sentimos é o castigo, a maneira por que o suportamos é a prova. Mas acontece, muitas vezes, que a falta não se acha nesta vida. Então se acusa a justiça de Deus, nega-se a sua bondade, duvida-se mesmo de sua existência. Aí, precisamente, está a prova mais escabrosa: a dúvida sobre a divindade. Quem quer que admita um Deus soberanamente justo e bom deve dizer que ele não pode agir senão com sabedoria, mesmo naquilo que não compreendemos e, se sofremos uma pena, é porque o merecemos; é, pois, uma expiação. O Espiritismo, pela grande lei da pluralidade das existências, levanta completamente o véu sobre o que esta questão deixava no escuro. Ele nos ensina que se a falta não foi cometida nesta vida, o foi numa outra e, deste modo, que a justiça de Deus segue o seu curso, punindo-nos por onde havíamos pecado.


Vocês não acham que essa crise econômica, que atingiu praticamente todos os países do mundo, trazendo desemprego e mais pobreza, é um carma que a humanidade precisa enfrentar, pelos males que veio praticando?


É uma dedução lógica, cara ouvinte. Não há efeito sem causa. Existem o que chamamos “carmas individuais”, como existem os “carmas coletivos”. Preferimos usar a linguagem de Kardec, chamando de “expiações individuais e expiações coletivas”. Mas esse nos parece apenas um lado da questão. É que não podemos atribuir tudo ao carma ou expiação, Sandra. Em todos os problemas e dificuldades, que enfrentamos na vida, existe o lado importante do aprendizado. Tanto o individuo, quanto o grupo social, quanto a humanidade, aprendem muito com esse tipo de problema.


Portanto, analisando, de um ângulo mais amplo essa crise, podemos perceber como é perfeita a lei de Deus. Nada, que acontece, é desperdiçado: tudo se aproveita – até mesmo as dificuldades. Diríamos: principalmente as dificuldades. É a dificuldade que nos obriga a ver os erros que cometemos, a procurar soluções e decidir repará-los. Se tudo der certo naquilo que pretendemos atingir, certamente, cresceremos pouco. Mas, quando deparamos com um problema, que nos atinge em cheio, então somos obrigados a despertar para solucioná-lo.


Isso acontece, como dissemos, tanto em âmbito geral como em nossa vida particular. Imagine se tudo, o que você fizesse, desse certo, exatamente como você quer. O que você aprenderia? Que experiência tiraria disso tudo? Que esforço empregaria? Quando, algo que você quer fazer, em determinado momento, dá errado – é porque não é perfeito, e precisa de revisão, de reparos. Então você é obrigada a rever tudo o que fez, a localizar exatamente onde errou e, em seguida, tentar corrigir.


A questão econômica é fundamental para a humanidade. Sempre foi. É através dela, no mundo de hoje, que podemos prover a sobrevivência de todos os povos. Entretanto, ela depende de decisões humanas, e as decisões humanas sempre estão amarradas aos interesses, principalmente neste mundo capitalista em que vivemos. Embora já saibamos que a economia deve ser utilizada no interesse de todos e não apenas de uma minoria rica e dominadora – ela ainda não atingiu esse nível. Isso demonstra que o capitalismo não é a forma ideal de resolver os problemas da humanidade – pelo menos, esse capitalismo que existe aí,


Com a derrocada do socialismo soviético, que também não deu certo, vamos perceber que deve existir uma outra opção econômica para a humanidade. Precisamos compreender que todos estamos no mesmo barco, que navega sobre um mar agitado, e a salvação interessa a todo mundo. Ainda existe muita diferença de poder econômico no mundo: enquanto alguns nadam em dinheiro, ostentando suas fortunas, muitos padecem as conseqüências da miséria e da fome. É preciso que o homem desperte, de uma vez por todas, para a construção de uma nova era para a humanidade.


Daí porque precisamos passar definitivamente do regime competitivo para um regime cooperativo, que vai acenar para uma nova era de aproximação entre os povos. Essas sacudidas, que ocorrem na economia internacional, servem, portanto, para despertar o homem para novas alternativas de solução.



Nenhum comentário:

Postar um comentário