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domingo, 20 de fevereiro de 2022

PRIMEIRAS LIÇÕES DE MORAL NA INFANCIA; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

- Hoje se dá muita instrução à mulher, submetem-na a exames rigorosos, mas jamais exigiram de uma mãe que ela soubesse como agir para formar o moral de seu filho. Ensinam-lhe receitas caseiras, mas não a iniciam nos mil e um segredos de governar os jovens corações. Assim, os pais são abandonados, sem guia, à sua iniciativa, razão por que tantas vezes enveredam por falsa rota; também recolhem, nas imperfeições dos filhos já crescidos, o fruto amargo de sua inexperiência ou de uma ternura mal entendida, e a sociedade inteira lhes recebe o contragolpe”. O comentário pertence ao educador e responsável pela elaboração das chamadas obras do Espiritismo, Allan Kardec. Apesar de registrado em matéria do número de fevereiro de 1864 da REVISTA ESPÍRITA, poucos o leram ou mesmo conhecem. As falhas apontadas por ele em exemplos contidos no texto são as mesmas de hoje. A criança como dito por brilhante especialista em comportamento, nada mais é que “um Espírito adulto num corpo pequeno”. Na atualidade observa-se que os que estão reencarnando na Terra pertencem a um grupo mais evoluído que seus antepassados. Requerem, portanto um tratamento diferenciado. Da análise de Kardec, destacamos alguns trechos para reflexão: - “De todas as chagas morais da sociedade, o egoísmo parece a mais difícil de extirpar. Com efeito, ela o é tanto mais quanto mais alimentada pelos mesmos hábitos da educação. Tem se a impressão que, desde o berço, a gente se esforça para excitar certas paixões que, mais tarde, se tornam uma segunda natureza, e nos admiramos dos vícios da sociedade, quando as crianças os sugam com o leite. Eis um exemplo que, como cada um pode julgar, pertence mais à regra do que à exceção. Numa família de nosso conhecimento há uma menina de quatro a cinco anos, de rara inteligência, mas que tem os pequenos defeitos das crianças mimadas, ou seja, é um pouco caprichosa, chorona, teimosa, e nem sempre agradece quando lhe dão alguma coisa, o que os pais levam a peito corrigir, porque, fora desses pequenos defeitos, segundo eles, ela tem um coração de ouro, expressão consagrada. Certo dia trouxeram um doce à criança e, como de costume, lhe disseram: “Tu o comerás, se fores ajuizada.” Primeira lição de gulodice. Quantas vezes, à mesa, não acontece dizerem a uma criança que não comerá tal guloseima se chorar. Dizem: “Faze isto ou faze aquilo e terás creme”, ou qualquer outra coisa que lhe apeteça; e a criança é constrangida, não pela razão, mas tendo em vista a satisfação de um desejo sensual que incentivam. É ainda muito pior quando lhe dizem, o que não é menos frequente, que darão a sua parte a uma outra. Aqui já não é só a gulodice que está em jogo, é a inveja. A criança fará o que lhe pedem, não só para ter, mas para que a outra não tenha. Querem lhe dar uma lição de generosidade? Então dizem: “Dá esta fruta ou este brinquedo a alguém.” Se ela recusa, não deixam de acrescentar, para nela estimular um bom sentimento: “Eu te darei um outro.” Assim, a criança só se decide a ser generosa quando está certa de nada perder. Um dia testemunhamos um fato bem característico neste gênero. Era uma criança de cerca de dois anos e meio, a quem tinham feito semelhante ameaça, acrescentando: “Nós o daremos ao irmãozinho e tu não comerás.” E, para tornar a lição mais sensível, puseram a porção no prato deste; mas o irmãozinho, levando a coisa a sério, comeu a porção. À vista disto, o outro ficou vermelho e não era preciso ser pai ou mãe para ver o lampejo de cólera e de ódio que brotou de seus olhos. A semente estava lançada; poderia produzir bom grão? (...) Assim se acha inoculado, desde a mais tenra idade, o vírus da sensualidade, do egoísmo, do orgulho, do desprezo aos inferiores, das paixões, numa palavra, que são, e com razão, consideradas como as chagas da Humanidade.


Eu consultei um médium e ele me disse que o problema, que estou passando, foi mandado por alguém que tem inveja de mim. Posso até imaginar quem seja, mas não sei o que fazer para acabar com isso. (Ouvinte anônima)


Dentro dos conhecimentos espíritas, só existe uma forma segura de nos livrarmos do mal: procurar exterminar o mal que existe em nós. Os males, que nos atingem, frequentemente, são aqueles que encontram acolhida em nosso pensamento. Esses males se parecem muito com as doenças infecciosas, que só conseguem se desenvolver, se não encontrarem defesa no corpo.


É o que acontece também com os males espirituais. Se nos colocamos na mira do adversário, facilmente seremos atingidos. Portanto, cara ouvinte, é preciso fortalecer o espírito. Allan Kardec, no último capítulo d’O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, diz que, quando queremos combater uma doença, devemos cuidar do corpo, mas, se o problema é espiritual, precisamos fortalecer a alma.


E diz mais, Kardec: Na grande maioria das vezes, a própria pessoa pode, sem ajuda de ninguém, afastar o mal que a perturba, bastando para isso melhorar a própria conduta, esforçando-se para isso. Melhorar conduta, cara ouvinte, é fazer o bem e evitar o mal, é sentir-se útil diante dos outros, é desejar o bem para todos (até mesmo para os inimigos) e jamais pensar no mal ou em prejudicar alguém.


Quase sempre, diz Allan Kardec, isso é suficiente. No entanto, se você acha que não pode mudar-se sozinha, então procure ajuda com pessoas de sua confiança. No centro espírita você pode encontrar ambiente favorável para isso. Tomando passes e assistindo palestras – ou seja, envolvendo-se num ambiente de pensamentos elevados – com certeza, você terá mais condições de anular as forças negativas que possam estar alimentando seus problemas.

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