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domingo, 27 de fevereiro de 2022

QUEM ACREDITARIA? EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Político, Industrial e Administrador de méritos indiscutíveis, recentemente desencarnado, levado por Amigos Espirituais que lhe acompanhavam a recuperação necessária a reunião de tratamento espiritual, mostrava-se enfermiço e indisposto. A breve tempo, retemperado e fortalecido, retornou à instituição relatando suas impressões do sucedido nas horas que se seguiram à sua inesperada morte., revelando que o “A cada um conforme as próprias obras” é regra a que todos se subemetem. Identificado apenas pela letra G. por razões compreensíveis oferece elementos para nossas reflexões. De seu depoimento destacamos alguns trechos: - “Não admitia que o sepulcro me requisitasse tão apressadamente à meditação. A angina, porém, espreitava-me, vigilante, e fulminou-me sem que eu pudesse lutar. Recordo-me de haver sido arremessado a uma espécie de sono que me não furtava a consciência e a lucidez, embora me aniquilasse a os movimentos. Incapaz de falar, ouvi os gritos dos meus e senti que mãos amigas me tateavam o peito, tentando debalde restituir-me a respiração. Não posso precisar quantos minutos gastei na vertigem que me tomara de assalto, até que, em minha aflição por despertar, notei que a forma inerte me retomava a si, que minh’alma entontecida regressava ao corpo pesado; no entanto, espessa cortina de sombra parecia incorporar-se agora entre os meus afeiçoados e a minha palavra ressoante, que ninguém atendia... Inexplicavelmente assombrado, em vão pedia socorro, mas acabei por resignar-me à ideia de que estava sendo vítima de estranho pesadelo, prestes a terminar. Ainda assim, amedrontava-me a ausência de vitalidade e calor a que me via sentenciado. Após alguns minutos de pavoroso conflito, que a palavra terrestre não consegue determinar, tive a impressão de que me aplicavam sacos de gelo aos pés. Por mais verberasse contra semelhante medicação, o frio alcançava-me todo o corpo, até que não pude mais... Aquilo valia por expulsão em regra. Procurei libertar-me e vi-me fora do leito, leve e ágil, pensando, ouvindo e vendo... Contudo, buscando afastar-me, reparei que um fio tênue de névoa branquicenta ligava minha cabeça móvel à minha cabeça inerte. Indiscutivelmente delirava, no entanto aquele sonho me dividia em duas personalidades distintas, não obstante guardar a noção perfeita de minha identidade. Apavorado, não conseguia maior afastamento da câmara íntima, reconhecendo, inquieto, que me vestiam caprichosamente a estátua de carne, a enregelar-se. Dominava-me indizível receio. Sensações de terror neutralizavam-me o raciocínio. Mesmo assim, concentrei minhas forças na resistência. Retomaria o corpo. Lutaria por reaver-me. O delíquio inesperado teria fim. Contudo, escoavam-se as horas e, não obstante contrariado, vi-me exposto à visitação pública. Mas oh! irrisão de meu novo caminho!... Eu, que me sentia singularmente repartido, observei que todas as pessoas com acesso ao recinto, diante de mim, revelavam-se divididas em identidade de circunstâncias, porque, sem poder explicar o fenômeno, lhes escutava as palavras faladas e as palavras imaginadas. Muitas diziam aos meus familiares em pranto: - Meus pêsames! Perdemos um grande amigo... E o pensamento se lhes esguichava na cabeça, atingindo-me como inexprimível jato de força elétrica, acentuando: - “não tenho pesar algum, este homem deveria realmente morrer...” Outras se enlaçavam aos amigos, e diziam com a boca: - Meus sentimentos! O doutor G. morreu moço, muito moço. E acrescentavam, refletindo: - “morreu tarde, ainda bem que morreu...Velhaco! deixou uma fortuna considerável... deve ter roubado excessivamente...” Outras, ainda, comentavam junto à carcaça morta: - Homem probo, homem justo!... E falavam de si para consigo: - “político ladrão e sem palavra! Que a terra lhe seja leve e que o inferno o proteja!...” Via-me salteado por interminável projeção de espinhos invisíveis a me espicaçarem o coração. Torturado de vergonha, não sabia onde esconder-me. Ainda assim, quisera protestar quanto às reprovações que me pareceram descabidas. Realmente não fora o homem que deveria ter sido, no entanto, até ali, vivera como o trabalhador interessado em quitar-se com os seus compromissos.



Se os Espíritos podem nos fazer mal, então Deus não está sendo legal com a gente. Nós, humanos, não podemos ver os Espíritos. Muita gente nem desconfia que os Espíritos existem. Como essa gente toda pode se defender, se não nem sabe o que está acontecendo. ( M.L.B.G.)


Como disseram os Espíritos a Kardec, “Deus governa o mundo através de suas Leis”, e o que funciona na vida é a Lei de Evolução. De fato, nós não vemos os Espíritos, nem mesmo aqueles que eventualmente podem nos prejudicar. Entretanto, todos temos inteligência suficiente para chegar à compreensão de que eles existem e que já estiveram encarnados entre nós. Quando nós, humanidade, dominarmos melhor esse conhecimento – que é o campo de estudo da Doutrina Espírita – teremos mais condições de saber como combater a atuação perniciosa que vem dos desencarnados.


Aliás, a história do ser humano sobre a Terra é uma história de descobertas e de conscientização. Há dois séculos atrás, não sabíamos da existência e da ação dos micróbios e, no entanto, nem por isso deixávamos de sofrer sua atuação, da qual geravam as doenças. Desconhecíamos a necessidade e a importância da higiene e dos tratamentos profiláticos. As cidades careciam de saneamento básico e sofríamos os efeitos dos agentes infecciosos. Em vista disso, as doenças infecciosas eram muito comuns, causando grande número de mortes. A partir de Louis Pasteur, no entanto, o mundo despertou para a gravidade do problema, passando a conhecer a atuação do mundo invisível dos microorganismos sobre o corpo humano.


Desde então, a medicina passou a descobrir os meios de evitar e de combater as doenças infecciosas. Mas, até chegar a esse ponto, milênios se passaram sem que o homem atinasse para as causas verdadeiras de um expressivo número de mortes. Todo esse tempo de sofrimento foi necessário para que o homem pudesse amadurecer o suficiente na conquista de novas verdades, haja vista que, quando Louis Pasteur, que era químico, afirmou que os micróbios estão no ar e que os respiramos a todo momento, ele foi publicamente ridicularizado pelos médicos, pondo risco sua própria integridade física.


O mesmo podemos dizer em relação aos Espíritos. Muitos ainda não têm condições de aceitar e de compreender a realidade do mundo espiritual e, muito menos, as causas das obsessões. Enquanto isso, uma boa parte se torna presa fácil das influências negativas, sem ter consciência de como evitar uma série de problemas que delas advém. Mas, quando o homem for capaz de chegar a esse conhecimento, descobrirá que a forma mais prática e segura de se defender contra a obsessão é melhorar a sua própria conduta. Assim como a profilaxia evita e combate as infecções, a higienização espiritual é o melhor meio de evitar e combater as obsessões.


Portanto, cara ouvinte, como já dissemos, tudo depende da nossa evolução espiritual. Este é o caminhar da humanidade, que vai determinar com o tempo as conquistas que ela pode fazer para assegurar um futuro melhor, tanto do ponto de vista material, quanto do ponto de vista espiritual do homem e da sociedade.

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