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sexta-feira, 26 de março de 2021

LUCIDEZ; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 As questões de ordem mental não estavam entre as prioridades da Medicina em meados do século 19. Os portadores de distúrbios nesta área eram tratados de forma desumana. N’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS, questões 371 a 374, Allan Kardec argui a Espiritualidade sobre o assunto, obtendo informações interessantes a respeito da chamada idiotia, hoje classificada pela Psiquiatria como tríade oligofrênica que é caracterizada pelo menor grau de desenvolvimento intelectual, sendo incapaz de articular palavras; assimilar noções de higiene ou mesmo desenvolver pudor. O século 20 abriu campo para evoluções no conhecimento e tratamento dos portadores do chamado durante bom tempo excepcional, substituído pelo termo especial.  Mas, por traz do corpo limitado por várias restrições, nem sempre somente mentais, como se encontra o Espírito dele prisioneiro. Na REVISTA ESPÍRITA de junho de 1860, seu editor incluiu interessante material em torno de uma abordagem a respeito da questão havida na reunião da Sociedade Espírita de Paris, de 25 de maio passado.  Como campo de estudo, Charles de Saint-G..., um jovem idiota de treze anos, encarnado, e cujas faculdades intelectuais eram tais que nem conhecia os pais e apenas podia alimentar-se. Havia nele uma parada completa do desenvolvimento em todo o sistema orgânico. Pensou-se que poderia ser assunto interessante de estudo psicológico. Consultado, o Espírito São Luiz, responsável pelas atividades da Sociedade Espírita de Paris, respondeu afirmativamente, explicando que isso poderia ser feito a qualquer momento, pelo fato de sua alma se ligar ao corpo por laços materiais, mas não espirituais, podendo sempre desprender-se”. Cumpridos os procedimentos habituais, o comunicante começou iniciou sua manifestação dizendo ser “um pobre Espírito ligado a Terra, como uma ave por um pé”. Indagado se tinha consciência de sua nulidade no mundo, responde: -“Certamente: sinto bem meu cativeiro”. Perguntado se quando seu corpo dormia e seu Espírito se desprendia, tinha ideias tão lúcidas quanto se estivesse em estado normal, informou que “estava um pouco mais livre para se elevar ao Céu a que aspirava”. Questionado se como Espírito experimentava um sentimento penoso quanto ao seu estado corporal, respondeu que sim, “por se tratar de uma punição”. Quanto a se lembrar de sua existência anterior, disse que “sim, por ser ela a causa de seu exílio atual”. Revelou na entrevista conduzida por Allan Kardec que a encarnação onde se desencadeou sua desventura na presente existência, ocorreu ao tempo em que reinava Henrique III; que a forma como se processava seu reajuste não resultara de uma decisão sua, mas uma imposição como forma de punição; que embora parecesse nula pelas limitações em que vivia, tal existência perante as Leis de Deus tem sua utilidade; que não viveria muitos anos mais; que da existência em que  gerou a desarmonia atual trezentos anos antes até a reencarnação recém-terminada, permaneceu no Plano Espiritual. Sobre se no estado de vigília tinha consciência do que se passava ao seu redor, a despeito da imperfeição dos órgãos de seu corpo físico, disse: -“Vejo, entendo, mas o corpo não compreende nem vê”. Se algo de útil poderia ser-lhe feito, afirmou que “nada”. Finalizando a entrevista, Kardec procurou ouvir de São Luiz se as preces poderiam ter a mesma eficácia que por um Espírito errante, que explicou: -“As preces são sempre boas e agradáveis a Deus. Na posição deste pobre Espírito, elas não lhe podem servir; servirão mais tarde”. Comentando a experiência daquela reunião, Kardec acrescentou: -“Ninguém desconhecerá o alto ensinamento moral que decorre desta evocação. Além disso, ela confirma o que sempre foi dito sobre os idiotas. Sua nulidade moral não significa nulidade do Espírito, que, abstração feita dos órgãos, goza de todas as faculdades. A imperfeição dos órgãos é apenas um obstáculo à livre manifestação das faculdades; não as aniquila. É o caso de um homem vigoroso, cujos membros fossem comprimidos por laços. Sabe-se que, em certas regiões, longe de serem objeto de desprezo, os cretinos são cercados de cuidados benevolentes. Este sentimento não brotaria de uma intuição do verdadeiro estado desses infelizes, tanto mais dignos de atenções quanto seu Espírito, que compreende sua posição, deve sofrer por se ver como um refugo da sociedade?”.



 O ouvinte Adinan Silva dos Santos nos enviou a seguinte questão: Pelo que entendi do Espiritismo, devem existir outros mundos além do nosso. Essa ideia dá força à teoria dos universos paralelos. Será que tem algo a ver? Se somos Espíritos é porque não pertencemos somente a este mundo. O corpo está aqui, mas o espírito está lá.  É isso mesmo?

  Quando Kardec nos trouxe o Espiritismo, há cerca de 160 anos atrás, ele deixou claro que o Espiritismo caminharia ao lado da Ciência, mas disse também que o objeto da ciência é o mundo material e do Espiritismo o mundo espiritual. Até aquele momento, poréms, era válida essa colocação, porque havia uma nítida separação entre uma coisa e outra.  Hoje, o panorama das pesquisas científicas está mudando, à medida que novos cientistas também se voltando para a espiritualidade do homem.

 Nesse sentido, como já afirmamos aqui, parece-nos que Espiritismo e Ciência se encontrarão somente quando o homem estiver mais espiritualizado – ou seja, moralmente mais elevado. A própria psicologia não era considerada ciência no século XIX e, apesar de ter tido um grande impulso, movida por estudiosos ateus, no século XX ela sofreu uma guinada, com o surgimento de correntes voltadas para a transcendência do homem.

 No campo da astrofísica, a teoria dos universos paralelos nos chama a atenção, mas não podemos afirmar que se refere ao que o Espiritismo vem chamando de mundo espiritual. Não acreditamos, também, que só a Física poderá chegar a uma conclusão próximo ao que entendemos ser espiritualidade. Parece-nos que as ciências psicológicas ( como a psicologia, a psiquiatria e a psicanálise) estão bem mais perto dessa questão.’

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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