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sexta-feira, 19 de março de 2021

ESPIRITISMO É RELIGIÃO? EM QUE SENTIDO?; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Tema sempre polêmico, obteve de Allan Kardec algumas apreciações, expostas no texto com que abre o número de dezembro de 1868 da REVISTA ESPÍRITA. Destacamos um dos esclarecedores trechos para reflexões: -“A caridade é a alma do Espiritismo: ela resume todos os deveres do homem para consigo mesmo e para com os seus semelhantes; é porque pode se dizer que não há verdadeiro Espírita sem caridade. Mas a caridade é ainda uma dessas palavras de sentido múltiplo, da qual é necessário bem compreender toda a importância; e se os Espíritos não cessam de pregá- la e de defini-la, é que, provavelmente, reconhecem que isto é ainda necessário. (...). Quantas coisas haveria a se dizer sobre este assunto! Quantas belas instruções nos dão, sem cessar, os Espíritos! (...) Seria fácil demonstrar que, em se colocando do ponto de vista do interesse pessoal, egoísta, querendo-se - porque todos os homens não estão ainda maduros para uma abnegação completa, para fazer o bem unicamente pelo amor ao Bem - seria, digo eu, fácil de demonstrar que têm tudo a ganhar agindo da maneira e tudo a perder agindo de outro modo, mesmo em suas relações sociais; depois, o bem atrai o bem e a proteção dos bons Espíritos; o mal atrai o mal e abre a porta à maldade dos maus. Cedo ou tarde o orgulhoso é castigado pela humilhação, o ambicioso pelas decepções, o egoísta pela ruína de suas esperanças, o hipócrita pela vergonha de ser desmascarado; aquele que abandona os bons Espíritos por eles é abandonado, e, de queda em queda, se vê, enfim, no fundo do abismo, ao passo que os bons Espíritos levantam e sustentam aquele que, em suas maiores provas, não deixa de confiar na Providência e não desvia jamais do caminho reto; aquele, enfim, cujo secretos sentimentos não escondem nenhum pensamento dissimulado de vaidade ou de interesse pessoal. Portanto, de um lado, ganho assegurado; do outro, perda certa; cada um, em virtude de seu livre arbítrio, pode escolher a chance que quer correr, mas não poderá tomar senão de si mesmo as consequências de sua escolha. Crer em um Deus todo-poderoso, soberanamente justo e bom; crer na alma e em sua imortalidade; na preexistência da alma como única justificativa do presente; na pluralidade das existências como meio de expiação, de reparação e de adiantamento intelectual e moral; na perfectibilidade dos seres mais imperfeitos; na felicidade crescente na perfeição; na equitativa remuneração do Bem e do mal, segundo o princípio: a cada um segundo as suas obras; na igualdade da justiça para todos, sem exceções, favores nem privilégios para nenhuma criatura; na duração da expiação limitada à da imperfeição; no livre arbítrio do homem, que lhe deixa sempre a escolha entre o bem e o mal; crer na continuidade das relações entre o mundo visível e o mundo invisível, na solidariedade que religa todos os seres passados, presentes e futuros, encarnados e desencarnados, considerar a vida terrestre como transitória e uma das fases da vida do Espírito, que é eterno; aceitar corajosamente as provações, tendo em vista o futuro mais invejável do que o presente; praticar a caridade em pensamentos, em palavras e em ações na mais ampla acepção da palavra; se esforçar cada dia para ser melhor do que na véspera, extirpando alguma imperfeição de sua alma; submeter todas as suas crenças ao controle do livre exame e- da razão, e nada aceitar pela fé cega; respeitar todas as crenças sinceras, por irracionais que nos pareçam, e não violentar a consciência de ninguém; ver, enfim, nas diferentes descobertas da ciência a revelação das leis da Natureza, que são as leis de Deus: eis o Credo, a religião do Espiritismo, religião que pode se conciliar com todos os cultos, quer dizer, com todas as maneiras de adorar a Deus.

 Esta questão, que vamos responder agora, veio por intermédio do nosso colega Guilherme, de alguém que passou uma experiencia para ele. É possível valer-se dos Espíritos para praticar o mal? Até que ponto isso realmente funciona? Uma pessoa quer prejudicar outra, evoca Espíritos maus para isso e consegue atingir sua vítima.

 Existem muitas histórias sobre práticas de magia negra, que redundam em prejuízo para vítimas de desprezo ou de ódio. Muitas dessas histórias, no entanto, chegam ao exagero e servem mais para alimentar a fantasia de pessoas cheias de imaginação. Contudo, infelizmente, ainda estamos num mundo em que o mal predomina, um mundo de provas e expiações conforme a conceituação de Allan Kardec.

 Num mundo, onde o mal impera, ele se manifesta tanto pelos nossos pensamentos como pelos nossos atos. O mal atrai o mal pela lei de atração dos semelhantes. Por isso há muita maldade encomendada no mundo. Falamos, sobretudo, das execuções, chacinas, sequestros e assassinatos que, no Brasil, aconteceu às dezenas de milhares por ano, colocando o Brasil entre os países que mais registram assassinatos no planeta.

 É claro que os homens não agem sozinhos e que a maldade cultivada nos corações de pessoas, que odeiam ou querem impor seu poder a todo custo, conta com a participação de Espíritos dessa mesma condição.  Por que? Porque os Espíritos nada mais são do que as almas dos homens, como diz Kardec, de tal modo que a maldade que existe entre os encarnados corresponde à maldade que impera no mundo dos desencarnados ligados à Terra.

  Assim como existem perseguições e mortes encomendadas sobre a Terra, também pode haver maldade encomendada aos Espíritos. Kardec fala disso n’O LIVRO DOS ESPÍRITOS, deixando claro que ninguém está imune ao ataque de Espíritos maldosos, até porque, em nosso caminhar evolutivo também já praticamos muito mal. Mas disso não se segue as pessoas não tenham meios de evitar ou de se defender dessas investidas. Os instrutores espirituais afirmam que isso se consegue  fazendo o bem e cultivando a fé em Deus.

 Eis a vacina e eis o remédio contra a investida maldosa de Espíritos inimigos: a prática do bem. Isso quer dizer, em última análise, que nos ligamos uns aos outros (encarnados e desencarnados) pelo teor de nossos pensamentos: é o que  chamamos de  sintonia mental. Boas ações, que geram bons pensamentos, constituem o antídoto recomendado para evitarmos duros contratempos na vida e até mesmo intromissão desrespeitosa de Espíritos. Lembremo-nos que Jesus recomendou o amor até mesmo pelos inimigos.


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