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sábado, 13 de março de 2021

DUVIDA COMUM; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

O problema foi apresentado a Allan Kardec em carta reproduzida na REVISTA ESPÍRITA de agosto de 1863, por um espírita de Lucarno, pequena cidade turistica da Suíça, mas constitui-se na dúvida de muitos: -“Porque Deus permite que os bem intencionados sejam enganados pelos que os deveriam esclarecer? Com aquela ponderação característica o Mestre lionês responde: -“O mundo corpóreo, retornando ao mundo espírita pela morte, e o mundo espírita, fazendo o caminho inverso pela reencarnação, resulta que a população normal do espaço que circunda a Terra é composta de Espíritos provenientes da Humanidade terrestre. Sendo esta Humanidade uma das mais imperfeitas, não pode dar senão produtos imperfeitos, razão por que à sua volta pululam os Espíritos maus. Pela mesma razão, nos mundos mais adiantados, onde o bem reina sem limite, só há Espíritos bons. Admitindo isto, compreender-se-á que a intromissão, tão frequente, dos Espíritos maus nas relações mediúnicas é inerente à inferioridade do nosso globo; aqui se corre o risco de ser vítima dos Espíritos enganadores, como num país de ladrões o de ser roubado. Não se poderia perguntar, também, por que permite Deus que pessoas honestas sejam despojadas por larápios, vítimas da malevolência e alvo de toda sorte de misérias? Perguntai antes por que estais na Terra, e vos será respondido que é porque não merecestes um lugar melhor, salvo os Espíritos que aqui estão em missão. É preciso, pois, sofrer-lhe as consequências e envidar esforços para dela sair o mais cedo possível. Enquanto isto, é necessário esforçar-se por se preservar das investidas dos Espíritos maus, o que só se consegue lhes fechando todas as brechas que lhes poderiam dar acesso em nossa alma, a eles se impondo pela superioridade moral, a coragem, a perseverança e uma fé inabalável na proteção de Deus e dos Espíritos bons, no futuro que é tudo, ao passo que o presente nada é. Mas como ninguém é perfeito na Terra, ninguém se pode vangloriar, sem orgulho, de estar ao abrigo de suas malícias de maneira absoluta. Sem dúvida a pureza de intenções é importante; é a rota que conduz à perfeição, mas não é a perfeição e, ainda, pode haver, no fundo da alma, algum velho fermento. Eis por que não há um só médium que não tenha sido mais ou menos enganado. A simples razão nos diz que os Espíritos bons não podem fazer senão o bem, pois, do contrário, não seriam bons, e que o mal só pode vir dos Espíritos imperfeitos. Portanto, as mistificações só podem provir de Espíritos levianos ou mentirosos, que abusam da credulidade e, muitas vezes, exploram o orgulho, a vaidade ou outras paixões. Tais mistificações têm o objetivo de pôr à prova a perseverança, a firmeza na fé e exercitar o julgamento. Se os Espíritos bons as permitem em certas ocasiões, não é por impotência de sua parte, mas para nos deixar o mérito da luta. A experiência que se adquire à sua custa sendo mais proveitosa, se a coragem diminuir, é uma prova de fraqueza que nos deixa à mercê dos Espíritos maus. Os Espíritos bons velam por nós, assistem-nos e nos ajudam, mas sob a condição de nos ajudarmos a nós mesmos. O homem está na Terra para a luta; precisa vencer para dela sair, senão fica nela”.


Marta Nassif, pergunta se o fato de a pessoa ficar com medo, diante de algo que está previsto para acontecer na sua vida, se esse medo, por si só, pode ser causa de obsessão.

   Em primeiro lugar, Marta, o medo é uma emoção natural e, portanto uma condição normal de toda pessoa diante do desconhecido ou de uma situação ostensiva de perigo.  Graças ao medo, estamos aqui hoje, vivendo, evitando o perigo ou lutando para vencer. Anormal seria a pessoa não ter medo: se o ser humano  não tivesse medo, ele se exporia com muita facilidade ao perigo e, com certeza, morreria muito cedo. Daí o medo da doença e o medo da morte. Portanto, não tenha medo de ter medo.

  O que não devemos ter é o medo patológico, infundado ou o medo de um perigo inexistente, pois esse tipo de medo pode demonstrar um certo descontrole de nossas emoções e, se assim continuar, pode se transformar numa doença mais grave, passando a exigir um tratamento especializado.

  Já a obsessão é quando a pessoa não consegue se libertar de um de uma ideia ou de sensações perturbadoras de que se sente perseguida. A obsessão pode ser auto obsessão ou hetero obsessão. Auto obsessão quando essa perturbação provêm dela mesma, de sua mente perturbada por ideias mirabolantes. O que chamamos de hetero obsessão é a ação mental de Espíritos desencarnados sobre a mente do encarnado, geralmente aproveitando um desequilíbrio emocional em curso do encarnado.

 Como a causa da obsessão espiritual está nas relações de inimizade ou de ódio entre o encarnado e o desencarnado, o que facilita esse tipo de obsessão são os pensamentos, mas principalmente a conduta negativa do encarnado que, ao cultivar maus sentimentos, acaba permitindo a aproximação de inimigos espirituais.   Allan Kardec, no capítulo 28 de O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, tem uma orientação excelente para a pessoa combater a obsessão espiritual. Você vai encontrar esse texto no prefácio da Prece aos Obsidiados.

 Todos nós precisamos experimentar o medo e, ao mesmo tempo, saber como conduzi-lo, sem que o medo por si só nos traga um prejuízo maior. Imagine uma pessoa, que vai passar por uma entrevista de emprego, e ela está muito necessitada desse emprego, pois há dois anos está desempregada. É claro que essa pessoa vai ficar muito apreensiva para poder dar o melhor nessa entrevista. Muita coisa vai lhe passar pela cabeça, na expectativa do momento decisivo, mas, certamente, sua capacidade de lidar com medo deve superar o próprio medo, de tal forma que ela possa ter um bom desempenho na entrevista e obter o almejado emprego.

 E quando se trata de uma questão de saúde, de uma cirurgia por exemplo? Então, a apreensão deve ser ainda maior. No entanto, o que vale muito nesses momentos, que antecedem o momento decisivo, é a confiança que ela vai trabalhar em si mesma, na equipe cirúrgica e principalmente em Deus. O esforço de auto superação começa no seu pensamento e nas suas ocupações diárias, às quais deve se entregar com estremado amor. Analisando o quanto de dificuldade já venceu na vida, o quanto Deus a amparou em momentos difíceis, ela certamente perceberá que nunca esteve sozinha e que, mais uma vez, sente que Deus está ao seu lado.

 


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