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domingo, 30 de outubro de 2022

SEXO ALÉM DA MORTE; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 “...seu filho anda partido em dois, tamanho é o meu anseio de realizar-me na condição de homem(...). Muitos rapazes se desligam facilmente desses anseios. Tenho visto centenas que me participam estarem transfigurados pela religião e outros adotam exercícios de ioga com o objetivo de cortarem essas raízes da mocidade com o mundo(...).Meu tio Ivo fala em amor entre jovens apenas usufruindo o magnetismo das mãos dadas, e até já experimentei, mas a pequena não apresentava energias que atraíssem para longos diálogos sobre as maravilhas da vida por aqui. Fiz força e ela também; no entanto, nos separamos espontaneamente, porque não nos alimentávamos espiritualmente um ao outro. Creio que meu caso é uma provação que apenas vencerei com o apoio do tempo(...). Dizem por aqui que os pares certos trocam emoções criativas e maravilhosas no simples toque de mãos; no entanto, estou esperando o milagre”. O desabafo foi feito por Ivo Barros Correia Menezes à mãe, em carta psicografada por Chico Xavier, seis anos após seu desencarne aos 18 de idade, quando o veículo em que se encontrava com amigos foi colhido por ônibus cujo motorista ultrapassou o sinal vermelho. Embora o sexo além da morte não tenha sido objeto de mais aprofundados estudos por Allan Kardec, os Espíritos que auxiliaram no cumprimento do programa desenvolvido através do médium de Pedro Leopoldo, deixaram importantes subsídios para nossas reflexões. André Luiz, por exemplo, acompanhando a benfeitora Narcisa num atendimento num dos pavilhões em que começava a servir na colônia descrita em NOSSO LAR (feb), atraído por gritaria próxima, foi contido por ela, no instintivo movimento de aproximação, ouvindo dela: “- Não prossiga, localizam-se ali os desequilibrados do sexo. O quadro seria extremamente doloroso para seus olhos”. MISSIONÁRIOS DA LUZ (feb), expõem situação verificada com Marcondes que “no desdobramento natural do sono físico deveria estar em palestra proferida durante a madrugada pelo Instrutor Alexandre, em instituição localizada na Crosta e que é localizado em seu quarto de dormir, parcialmente desligado do corpo que descansava com bonita aparência, sob as colchas rendadas (...), revelando posição de relaxamento, característica dos viciados do ópio, tendo a seu lado, três entidades femininas” - definidas por André como da pior espécie de quantas já tinha visto nas regiões das sombras -, em atitude menos edificante, atraídas, segundo disseram pelos pensamentos curtidos pelo encarnado no dia anterior”. O caso de Odila apresentado no ENTRE A TERRA E O CÉU (feb), mostra a situação de mulher desencarnada, evidenciando no corpo espiritual, o centro genésico plenamente descontrolado, não querendo senão o marido, em vista do apego enlouquecedor aos vínculos do sexo, que a paixão nada faz senão desvirtuar”. Segundo análise do Instrutor Clarêncio, embora “possua admiráveis qualidades morais, jazem eclipsadas. Desencarnou em largo vigor de seu idealismo, sem uma fé religiosa capaz de reeducar lhe os impulsos, justificando-se desse modo a superexcitação em que se encontra”. Calderaro, o Benfeitor apresentado em NO MUNDO MAIOR (feb), explica que “a sede do sexo não se acha no corpo grosseiro, mas na alma, em sua sublime organização”. Na mesma obra, acompanhando tarefa socorrista efetuada em recinto reservado de um clube de dança, André observa: “-Algumas dezenas de pares encarnados dançavam, tendo as mentes absorvidas nas baixas vibrações que a atmosfera vigorosamente insuflava. Indefinível e dilacerante impressão dominou-me o Ser. Não provinha da estranheza que a indiferença dos cavalheiros e a leviandade das mulheres me provocaram; o que me enchia de assombro era o quadro que eles não vinham. A multidão de entidades conturbadas e viciosas que aí se movia era enorme. Os dançarinos não bailavam sós, mas, inconscientemente, correspondiam, no ritmo açodado da música inferior, a ridículos gestos dos companheiros irresponsáveis que lhes eram invisíveis”. Comentando a cena, o Orientador diz: “- Observamos, neste recinto, homens e mulheres dotados de alto raciocínio, mas assumindo atitudes de que muitos símios talvez se pejassem(...). Muitos deles são profundamente infelizes, precisando de nossa ajuda e compaixão. Procuram sufocar no vinho ou nos prazeres certas noções de responsabilidade que não logram esquecer”. Finalizando, porém, destacamos um que de certo modo surpreende por sua peculiaridade. Provém do E A VIDA CONTINUA (feb), envolvendo Ernesto Fantini que, vários meses após ter desencarnado, ansioso, retorna ao lar que fora dele defrontando-se com um quadro que jamais poderia imaginar. Conta: “-Elisa – a esposa -, descansava... O corpo magro, o rosto mais profusamente vincado de rugas e os cabelos mais grisalhos. No entanto, junto dela, estirava-se um homem desencarnado”. Tratava-se de colega de infância, cuja amizade conservara adulto e que, embora também casado, pressentia nutrir atração anormal por sua esposa, a qual, a compartilhava. Anos antes, acreditava ter eliminado o rival numa caçada – na verdade atingido por tiro fatal desferido por outro – e, desligado compulsoriamente do corpo, passou a viver a partir de então na casa e na cama com a pretendida que o percebia pela ignorada mediunidade, ao longo do anos que se seguiram até aquele momento de reencontro”.



Um ouvinte, que se identificou como Josias, e que se mostra bastante confuso com a existência do diabo, faz a seguinte pergunta: “Se Deus criou tudo que existe, foi Ele que também criou o inferno?”

Caro Josias, aí está uma questão intrigante e bastante contraditória. Como que Deus, que é infinitamente bom e misericordioso, poderia criar um lugar para castigar seus filhos desobedientes para toda a eternidade? Não há contradição nisso? Quem disse que Deus é bom e misericordioso foi Jesus, a maior autoridade moral e espiritual que já encarnou na Terra. Acreditamos que ele tenha autoridade para fazer essa afirmação, de que o Pai é bom e misericordioso.

Foi ele mesmo quem disse: “Se vós que sois maus e imperfeitos sabeis dar boas coisas aos vossos filhos, quando eles vos pedem, quanto não vos dará o Pai Celestial que é bom e perfeito?” É claro, o pai humano não desejaria e muito menos faria mal a um filho, mesmo que esse filho fosse desobediente. Mas Jesus não disse isso. Ele disse: “Se vos que sois maus sabeis dar boas coisas aos vossos filhos” – ele não fala em filho bom ou em filho mau, fala apenas em filhos, ou seja, em todos os filhos.

Além do mais, foi o próprio Jesus que ensinou o amor ao inimigos. Ora, se nós, que somos humanos e imperfeitos, devemos amar os inimigos, o que não fará o Pai que é bom e perfeito em relação aos seus filhos que se desviaram do caminho? Veja, portanto, Josias, que nessa questão de diabo e de inferno há uma contradição lógica, e Jesus, pela sua autoridade moral, não poderia ter caído em contradição.

Mesmo assim, no evangelho de Mateus, cap. 25, vers. 41, há uma afirmação atribuída a Jesus – que nós não acreditamos tenha sido dele – e que diz o seguinte: "Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o Diabo e seus anjos". Ora, se Jesus tivesse dito isso, ele estaria em contradição em relação a tudo que ensinou, porque estaria dizendo que Deus criou o inferno para castigar seus próprios filhos, pois ninguém pode contestar que o que ele chama de Diabos e seus anjos também são filhos de Deus. Logo, ou Jesus não disse isso ou não entenderam bem o que ele disse.

Portanto, para o Espiritismo, não há se falar em inferno como lugar sofrimento eterno. Falamos dos Espíritos, que se desviam do caminho do bem, que se comprometem com o mal e que vão responder por isso de acordo com os erros cometidos, mas que por bondade e misericórdia do Pai, um dia serão resgatados para o rebanho dos bons, porque se transformarão no extenso e difícil caminho da evolução espiritual. Só existe um poder, Deus. Só existe uma finalidade para tudo e para todos, o Bem.


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