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sexta-feira, 21 de outubro de 2022

MEMÓRIAS REMOTAS NO COMPORTAMENTO SOCIAL; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Atavismo segundo o dicionário é o reaparecimento numa pessoa das características de um antepassado que permaneceram escondidas por muitas gerações. No sentido figurado é sinônimo de hereditariedade ou o aparecimento de características biológicas, intelectuais ou comportamentais. Analisado o fenômeno do ponto de vista do Espiritismo, é o ressurgimento nas ações e reações do indivíduo de referências arquivadas na memória integral do Ser, da Individualidade, do Espírito. Conforme explicações possíveis de serem acessadas num estudo criterioso da questão da reencarnação explicada pela Doutrina Espírita, a hereditariedade biológica subordina-se à hereditariedade psicológica. O Psiquiatra Jorge Andreia que o fez concluiu que “o Espírito aproveita os potenciais genéticos dos pais, manipulando a dança dos cromossomos na destinação dos fatores hereditários”. Nas obras do Espírito - também médico - conhecido como André Luiz, recolhemos que “quanto mais vastos os recursos espirituais de quem retorna à carne, mais complexo é o mapa de trabalho a ser obedecido”. Historicamente sabe-se que as religiões institucionalizadas causaram grande prejuízo à evolução do pensamento científico da Humanidade da Terra. A sujeição da Ciência no lado Ocidental do Planeta não tem dois séculos. Associando a visão do atavismo com o desenvolvimento da ciência, da formação de pesquisadores, enfim daqueles que buscam a Verdade naturalmente conclui-se que a isenção certamente não garante que conceitos e preconceitos gravados na memória de profundidade dos diretamente envolvidos no meio que persegue respostas interfiram nos resultados. No século 20, por exemplo, inúmeras obras, algumas relatando trabalhos desenvolvidos dentro de critérios considerados científicos na visão acadêmica do termo, foram publicados, sem que tenham sido reconhecidos ou considerados pelo meio. Mais ou menos como aconteceu com as proposições do médico Franz Anton Mesmer sobre o magnetismo humano; com a hipnose de James Braid e do Abade Faria; da Homeopatia do médico Samuel Hannemman, superficialmente avaliados pela Comunidade Científica à época do seu surgimento. Sabe-se que à época, inicio do século 19, da França se irradiava a grande virada no campo da cultura que influenciaria o porvir, operando grandes mudanças na visão das coisas. A intolerância, filha preferida da ignorância limitou o aprofundamento das pesquisas sobre, por exemplo, reencarnação do Engenheiro Albert De Rochas descritas no livro VIDAS SUCESSIVAS (1905) que foi por causa das revelações contidas em seu livro foi afastado do cargo de dirigente da Escola Politécnica de Paris; não considerou o respeitável trabalho do Psiquiatra Ian Stevenson descrito na obra VINTE CASOS DE REENCARNAÇÃO (1966); não avaliou o resultado das experiências de Morey Bernstein apresentados no livro O CASO BRIDEY MURPHY; o fenômeno Edgard Cayce relatado em O PROFETA ADORMECIDO. No Brasil, as pioneiras experiências do Psiquiatra Inácio Ferreira contadas no livro NOVOS RUMOS À MEDICINA (1946) ou do Engenheiro Hernani Guimarães Andrade reunidos em A REENCARNAÇAO NO BRASIL; Hermínio Correia de Miranda com A MEMÓRIA E O TEMPO e EU SOU CAMILLE DEMOULIN ou mesmo dos profissionais da saúde mental e comportamental Hellen Wanbach; Edite Fiore ou Brian Weiss. Foram 16 séculos e milhares de gerações desde que o assunto foi proibido por decisão político-religiosa. Dependeremos de quantas gerações para que sejam franqueadas as portas do conhecimento para que as questões da saúde sejam avaliadas de uma forma mais ampla, considerada a condição integral do Ser Humano?


A mídia noticiou que um pai de 27 anos levou o filhinho de apenas 4 anos para morrer com ele nas águas do Rio Cuiabá, no último dia 28 de janeiro. A mãe teria assistido a cena, mas não pode fazer nada para impedir a tragédia. A nossa habitual ouvinte, Maria Amélia Frabetti, ante o impacto emocional da notícia, pergunta se, do ponto de vista espiritual, essa criança estava com o destino traçado.

Prezada Maria Amélia. É claro, segundo nosso entendimento, uma criança de apenas 4 anos, ela mesma, não poderia nesse caso ter causado a própria morte. Ela foi vítima do ato tresloucado do pai e, com isso, ao lado dele acabou perdendo a vida sem ter, ao menos, a oportunidade de conhecê-la e muito menos de aproveitá-la. Neste caso, como em outros tantos semelhantes que acontecem quase todos os dias no mundo, que explicação poderíamos dar ao fato; ou seja, como na Lei de Deus - onde estão toda a justiça, toda bondade e toda misericórdia - uma criança indefesa pode ser simplesmente vítima?

E mais ainda, Maria Amélia - se não concebermos a reencarnação e se apenas acreditarmos numa vida única (que começa com a concepção e acaba com a morte), perguntaríamos: que mal fez essa criança para merecer tamanho castigo aos 4 anos de idade? Como poderíamos explicar uma vida tão curta, com um fim tão trágico, para um filho de Deus, quando a grande maioria chega à idade madura e à velhice e outros atingem idades muito avançadas? Por que Deus, na sua infinita Justiça, na sua infinita bondade e na sua infinita misericórdia trataria seus filhos com tamanha desigualdade? Por que ele seria altamente benevolente com uma família e não seria com outra?

E, ainda mais, Maria Amélia: para onde vai essa criança agora? Que rumo tomará seu espírito? Para um céu de bem-aventurança – muitos poderiam responder. Mas o que ela fez para merecer o céu, se nem teve oportunidade de demonstrar suas reais tendências, se não pôde reunir nem méritos e nem culpas nesta vida, sendo apenas e tão somente arrastada pelas forças das circunstâncias, pois nem defender-se pôde? Não disse Jesus “a cada um segundo suas obras”? Que obras fez essa criança?

Por outro lado, se ela for para o céu, Maria Amélia, de que lhe servirá o céu, se é uma criança, se não tem consciência nem do bem e nem do mal, nem de céu e inferno, que não tem mérito e nem culpa pelo que fez ou deixou de fazer? Mas, se ela for para o céu, Maria Amélia, com certeza, deverá agradecer a Deus porque morreu criança. Assim, os que morressem criança, todos iriam para o céu. Seria vantagem morrer nessa idade. Azar tivera o pai desse garoto, que já tinha 27 anos de idade e, além de tudo, se suicidou e cometeu um infanticídio. Mas esse pai tivesse morrido quando ainda era criança, ele não teria passado por esta e teria se salvado do sofrimento que o suicídio acarreta. Veja a que conclusão contraditória chegamos!

Veja, Maria Amélia, como é incoerente pensar que a vida sobre a Terra é única, que nascemos, vivemos alguns anos na Terra, morremos e depois teremos a sorte definida par a eternidade. Não temos como não cair nessas contradições, porque elas não podem ser explicadas, pois na verdade nada têm a ver com as verdadeiras leis da vida ou com a Justiça de Deus. Para a Doutrina Espírita, no entanto, esse Espírito, que até agora encontrava-se na condição de criança, e que foi covardemente arrastada para a morte, embora vítima de um ato criminoso e cruel, está apenas colhendo reações de vidas anteriores.

Mesmo assim, ele está sofrendo uma situação que vem ao encontro de suas necessidades como Espírito em evolução, porque é filho de Deus e, como todos terá um fim glorioso; mas com méritos, é claro. Evidentemente, não saberíamos dizer a você quais os fatos de vidas passadas que lhe provocaram essa morte violenta e precoce, mas sabemos que em algum momento e algum lugar esses fatos aconteceram, dando origem aos problemas pelos quais está passando hoje.

E o pai? – você pergunta. O suicídio é a pior forma de se deixar esta vida. Ele nunca está programado; surge das circunstâncias e por variadas razões. No cômputo geral é um sinal de fraqueza moral, quer também decorre da trajetória do Espírito ao longo das encarnações, fixando-se momentos extremamente sofridos. Ninguém se suicida sem motivo, mas o verdadeiro motivo está na intimidade do Espírito, que não se aceita, que não aprendeu a se amar e que, invariavelmente, traz consigo tendências para se autopunir ou matar-se.

Mesmo o suicídio decorrente da depressão emocional ou da instigação de pessoas ou Espíritos maldosos. Esse também, no fundo, mostra que foi a única saída (embora enganosa) que o indivíduo encontrou, na ilusão de que assim se libertaria de si mesmo, de suas frustrações, de suas angústias, de sua revolta. Suas consequências, no mundo espiritual, não são nada agradáveis, pois, na verdade, são a continuação do sofrimento moral que a pessoa vinha passando nesta vida.

Além do suicídio, o homicídio que esse pai cometeu. Com certeza, esses dois Espíritos, pai e filho, não estavam juntos pela primeira vez e uma ligação muito forte entre eles (talvez uma mistura de amor e ódio, de aceitação e rejeição), ajudou a confundir a mente já conturbada do jovem pai, desencadeando esse gesto tão infeliz. A mãe, que ficou estática diante da cena chocante, como uma mera espectadora do fato, sem nada fazer, possivelmente já esteve com eles em outros tempos, em vidas anteriores, em outras circunstâncias e lugares.




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