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sexta-feira, 28 de outubro de 2022

PRECE FUNCIONA ; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

-Fui induzida a contemplar o que podemos chamar de aura da Terra. Meu guia exclamou: - Busca ver como a Humanidade se une pelo pensamento aos Planos Invisíveis. O teu golpe de vista abrangeu a paisagem, procure agora os detalhes. Fixando atentamente o quadro, notei que filamentos estranhos, em posição vertical, se entrelaçavam nas vastidões sem se confundirem. Não havia dois iguais e suas cores variavam do escuro ao claro mais brilhante. Alguns se apagavam, outros se acendiam em extraordinária sucessão e todos eram possuídos de movimento natural, sem uniformidade em suas particularidades. ‘-Esses filamentosdisse com bondade -, são os pensamentos emitidos pelas personalidades encarnadas. Esses raros que aí vês, e que se caracterizam pela sua alvura fulgurante, são os emitidos pela virtude e quando nos colocamos em imediata relação com uma dessas manifestações, que nos chegam dos Espíritos da Terra, o contato direto se verifica entre nós e a individualidade que nos interessa’. Aguçada minha curiosidade, quis entrar em relação com um pensamento luminoso que me seduzia, abandonando todos os outros, que nos circundavam, para só fixar a atenção sobre ele. Afigurou-se-me que os demais desapareciam, enquanto me envolvia nas irradiações simpáticas daquele traço de luz clara e brilhante. Ouvi comovedora prece, vendo igualmente uma figura de mulher ajoelhada e banhada em pranto. Num átimo de tempo, por intermédio de extraordinária interfluência de pensamentos, pude saber qual a razão das suas lágrimas, das suas preocupações e como eram amargos seus sofrimentos. Sensibilizada, instintivamente enviei-lhe pensamentos consoladores. Como se houvera pressentido, via-a meditar por instante com o olhar cheio de estranho brilho, levantando-se reconfortada para enfrentar a luta, sentindo grande alívio”. O curioso depoimento pertence ao Espírito Maria João de Deus que possibilitou a reencarnação a Chico Xavier, na condição de mãe, e que, em 1935, atendendo-lhe pedido começou a escrever CARTAS DE UMA MORTA (lake), concluído no ano seguinte. Pesquisando a prece, Allan Kardec, entrevistando os Espíritos que o auxiliaram a viabilizar a obra O LIVRO DOS ESPÍRITOS, obteve, entre outras, a informação na questão 662 que “pela prece aquele que ora, atrai os bons Espíritos que se associam ao Bem que deseja fazer”, comentando que “possuímos em nós mesmos, pelo pensamento e a vontade, um poder de ação que se estende muito além dos limites de nossa esfera corpórea”. N’ O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, Kardec escreveu que “a prece é uma invocação: por ela nos pomos em relação mental com o Ser a que nos dirigimos(...). As dirigidas a Deus são ouvidas pelo Espíritos encarregados da execução dos seus desígnios(...). O Espiritismo nos faz compreender a ação da prece, ao explicar a forma de transmissão do pensamento (...). Para se compreender o que ocorre nesse caso, é necessário imaginar todos os seres, encarnados e desencarnados, mergulhados no Fluido Universal que preenche o espaço, assim como na Terra estamos envolvidos pela atmosfera. Esse fluido é impulsionado pela vontade, pois é o veículo do pensamento, como o ar é o veículo do som, com a diferença de que as vibrações do ar são circunscritas, enquanto as do Fluido Universal se ampliam ao Infinito. Quando, pois, o pensamento se dirige para algum Ser, na Terra ou no Espaço, de encarnado para desencarnado, ou vice-versa, uma corrente fluídica se estabelece de um a outro, transmitindo o pensamento, como o ar transmite o som. É assim que “a prece é ouvida pelos Espíritos, onde quer que eles se encontrem, que então nos transmitem suas inspirações”. Abordando o poder da prece diz que “está no pensamento, e não depende das palavras, do lugar, nem do momento em que é feita, podendo-se orar em qualquer lugar e a qualquer hora, a sós ou em conjunto”. Afirma que a “prece em comum tem ação mais poderosa”. Nas “reportagens” escritas através de Chico Xavier pelo Espírito conhecido como André Luiz, encontramos inúmeros ensinos a propósito da prece. No ENTRE A TERRA E O CÉU (feb), o Ministro Clarêncio afirma que a “prece, qualquer que ela seja, é ação provocando reação. Conforme sua natureza, paira na região em que foi emitida ou eleva-se mais, ou menos, recebendo a resposta imediata ou remota, segundo a finalidade a que se destina.”. André aprende existir a oração refratada, ou seja, aquela cujo impulso luminoso teve sua direção desviada, passando a outro objetivo”. Tal prece, no livro, fora formulada por adolescente órfã, 15 anos, rogando auxílio à mãe desencarnada, supondo que ela se encontrasse junto a Deus, quando na verdade, inconformada e atormentada, ela se mantinha na invisibilidade do próprio lar que deixara compulsoriamente pelo fenômeno da morte física. Mais à frente, ouve que “a oração é o meio mais seguro para obter-se a influência espiritual que se faz através do pensamento, no canal da intuição”, sendo ainda “o remédio eficaz de nossas moléstias íntimas”, abrindo um caminho de reajuste para o que ora. 


Questão enviada pelo nosso ouvinte Cristiano, de Vera Cruz. Ele diz o seguinte: “O Espiritismo afirma que aquele que foi vítima de homicídio resgatou ou expiou um homicídio por ele cometido em uma encarnação ou existência passada. Pergunto: mas quando um homem foi vítima de homicídio na sua primeira encarnação humana, nesse caso, como entender o seu sofrimento quando ainda não havia erros ou crimes para expiar?”

A sua questão, Cristiano, dá ensejo a várias explicações. Primeiramente, devemos considerar que, nesse processo de resgate de dívidas morais (ou seja, de o Espírito sofra pelo mal que fez), não é necessário que ele sempre responda exatamente pelo mesmo erro que ele cometeu. Se um indivíduo pratica um assassinato numa existência, isso não quer dizer que na próxima encarnação ele necessariamente vai ser assassinado. Isso realmente pode vir a ocorrer, mas é apenas uma das possibilidades. Mas ele pode, por exemplo, voltar como pai daquele a quem tirou a vida para pagar com atenção, dedicação e carinho o prejuízo que l causou, além de conseguir a reconciliação com o ex-adversário.

Este é um dos pontos de sua questão. O outro diz respeito ao que André Luiz chama de dor-evolução. O que vem a ser dor-evolução? O próprio nome está dizendo, trata-se do sofrimento decorrente do processo de evolução do Espírito ou, em outras palavras, do aprendizado pelo qual o Espírito tem que passar, pois a finalidade da reencarnação é o seu progresso. Assim, Cristiano, nem todo sofrimento é expiação ou prova; há sofrimentos que decorrem da necessidade evolutiva do Espírito. Vamos explicar melhor.

O Espírito pode nascer num ambiente hostil, passar por grandes atribulações ou mesmo experimentar um gênero de morte muito sofrido, apenas e tão somente porque tais situações lhes propiciarão uma rica experiência de amadurecimento ou transformação espiritual. Nesse caso, portanto, não há que se falar em expiação ou prova, mas em necessidade de evolução.

No caso que você apresenta, referente à primeira encarnação humana, temos que nos reportar a um passado bem remoto da humanidade, quando os primeiros seres humanos vieram habitar este planeta. É claro que, naquela época distante, as experiências de vida eram muito sofridas e a vida muitíssimo curta, pois o que prevalecia na vida de cada um era a luta pela sobrevivência, a disputa de alimentos e abrigo com os animais, e a inteligência pouco desenvolvida.

Num ambiente em que a violência predominava, era comum a morte prematura, até mesmo por assassinato, visto que havia muita disputa por território e alimento entre as próprias tribos humanas. Por outro lado, nos albores da humanidade, ainda não tínhamos desenvolvido as principais noções de moralidade, posto que a vida humana era muito próxima da vida animal. Portanto, nada dos valores morais que temos hoje. Nessa condição, a lei de causa e efeito funcionava mui precariamente, forçando o homem a descobrir novos caminhos para o seu desenvolvimento social.

Logo, as primeiras mortes por assassinato ocorreram por contingência da própria condição quase-animal do homem, que vivia dominado pelo instinto de sobrevivência e, portanto, não tinha o necessário discernimento para saber o que é o bem e o que é o mal, como temos hoje. As experiências giravam em torno das necessidades materiais, exigindo que cada um desenvolvesse habilidades próprias que garantissem tanto a sobrevivência individual quanto a continuidade da espécie. Não há o que se falar aqui em expiação ou prova.


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