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quarta-feira, 26 de outubro de 2022

ABRAHAM LINCOLN E O SEU MATADOR; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Poucos dias após a posse no início de 1865, para um segundo mandato, Abraham Lincoln, eleito para ser o decimo sexto presidente norte-americano, morreu aos 56 anos, atingido por um tiro na cabeça desferido por um inimigo politico, enquanto assistia a uma peça de teatro. Unificador dos Estados do Norte e do Sul, libertador dos escravos, Lincoln, nascido no Kentucky, de origem humilde, depois de abandonar as rudes tarefas na fazenda do pai aos 21 anos, fixou-se em New Salem, ali vivendo por cinco anos, trabalhando como empregado de fábrica, caixeiro de armazém, agente de correios, até mudar-se para Springfield, onde passou a trabalhar como advogado entrando definitivamente para a politica, que o conduziu ao primeiro mandato de Presidente em 1861. Antevira em sonho premonitório vivido dias antes, seu próprio assassinato. Lincoln e a esposa participaram também de várias sessões com a médium Nettie Colburn Maynard, conforme relatos publicados por ela em 1891, mais tarde recuperados e traduzidos para o português pelo erudito Wallace Leal Rodrigues e publicados sob o título SESSÕES ESPÍRITAS NA CASA BRANCA (clarim). A morte do grande estadista repercutiu no mundo todo, gravando seu nome na História como um exemplo de politico íntegro e honesto. Dois anos depois, Allan Kardec na edição de março de 1867, publicava uma matéria extraída do BANNER OF LIGHT, de Boston, EUA, que, por sua vez, veiculou a análise de uma comunicação de Abraham Lincoln, por um médium chamado Ravenswood. Pelo que se confirma no seu conteúdo, títulos ou posições ocupados na nossa Dimensão, não fazem nenhuma diferença na transição dela para o Plano Espiritual em consequência da morte física. Vamos ao texto: “-Quando Lincoln voltou de seu atordoamento e despertou no Mundo dos Espíritos, ficou surpreendido e perturbado, porque não tinha a menor ideia de que estivesse morto. O tiro que o feriu suspendeu instantaneamente toda sensação e não compreendeu o que lhe havia acontecido. Esta confusão e essa perturbação, contudo, não duraram muito. Ele era bastante espiritualista para compreender o que é a morte e, como muitos outros, não ficou admirado da nova existência para a qual foi transportado. Viu-se cercado por muitas pessoas que sabia de há muito tempo mortas e logo soube a causa de sua morte. Foi recebido cordialmente por muita gente por quem tinha simpatia. Compreendeu sua afeição por ele e, num olhar, pôde abarcar o mundo feliz no qual tinha entrado. No mesmo instante experimentou um sentimento de angústia pela dor que devia experimentar sua família, e uma grande ansiedade a propósito das consequências que sua morte poderia ter para o País. Seus pensamentos o trouxeram violentamente à Terra. Tendo sabido que William Booth estava mortalmente ferido, veio a ele e curvou-se sobre o seu leito de morte. Nesse momento Lincoln tinha recuperado a perfeita consciência e a tranquilidade de Espírito, e esperou com calma o despertar de Both para a Vida Espiritual. Booth não ficou espantado ao despertar, porque esperava sua morte. O primeiro Espírito que encontrou foi Lincoln; olhou-o com muita afoiteza, como se se glorificasse do ato que havia praticado. O sentimento de Lincoln a seu respeito, entretanto, não alimentava nenhuma ideia de vingança, muito ao contrário; mostrava-se suave e bom e sem a menor animosidade. Booth não pode suportar este estado de coisas, e o deixou cheio de emoção. O ato que cometeu teve vários motivos; primeiro, sua falta de raciocínio, que lho fazia considerar como meritório e, depois, seu amor desregrado aos elogios que o tinham persuadido que seria cumulado deles e olhado como mártir. Depois de ter vagado, sentiu-se de novo atraído para Lincoln. Às vezes, enchia-se de arrependimento, outras seu orgulho o impedia de emendar-se. Entretanto compreendia quanto seu orgulho era vão, sabendo, sobretudo, que não pode ocultar como em vida, nenhum dos sentimentos que o agitam, e que seus pensamentos de orgulho, vergonha ou remorso são conhecidos pelos que o rodeiam. Sempre em presença de sua vítima e não recebendo dela senão sinais de bondade, eis o seu estado atual e sua punição”. Comentando essas informações Kardec comenta: “-A situação destes dois Espíritos é, em todos os pontos, conforme aquela que diariamente vemos exemplos nos relatos de além-túmulo. É perfeitamente racional e está em relação com o caráter dos dois indivíduos”.


Questão formulada pelo Roberto Silva: “ Se é a lei de causa e efeito que funciona, como diz o Espiritismo, então a condição de pobreza e miséria em que as pessoas se encontram nada mais é do que a consequência natural do que fizeram no passado e hoje estão pagando por isso. Devemos aceitar, portanto, que existam tantos pobres e miseráveis no mundo?”

Devemos entender, Roberto, como se dá o mecanismo da Justiça Divina, onde realmente nada acontece por acaso. No entanto, conforme a questão 806 de O LIVRO DOS ESPÍRITOS, a desigualdade social é obra do homem e não de Deus. Isso quer dizer, em última análise, que não devemos permanecer insensíveis aos que passam necessidade, pois a missão do homem na Terra é fazer com que nela imperem a igualdade e a justiça. Nós somos sim, responsáveis pelas gritantes desigualdades sociais que ainda perduram em todos os cantos do mundo.

Assim, se uma família está passando necessidade e não conta com o mínimo necessário para ter uma vida digna, isso não quer dizer, absolutamente, que essa situação deva permanecer assim, sem que ninguém faça algo por ela ou tente trazê-la ao convívio social. Não é só a família necessitada que tem culpa no que está lhe acontecendo – e isso por erros desta ou de encarnações passadas, como você quer dizer – mas a sociedade, como um todo, também tem responsabilidade direta sobre essa lamentável discriminação.

Vejamos o que diz a questão 812 d’O LIVRO DOS ESPÍRITOS sobre isso: Pergunta: “Há pessoas que caem na privação e na miséria por sua própria culpa. A sociedade não pode ser responsável por isso?” Eis a resposta: “Sim, já o dissemos. E, frequentemente, ela é a causa primeira desses erros. Aliás, não lhe cabe velar pela sua educação moral? Frequentemente é a má educação que falseia seu julgamento em lugar de sufocar-lhes as tendências perniciosas”.

Como é possível perceber, a Doutrina Espírita entende que os casos de pobreza e miséria sociais que existem no mundo dependem de vários fatores, mas principalmente da ação da sociedade no sentido de prevenir ou resolver o problema. Não resta dúvida que as vítimas dessas situações não estão sofrendo por acaso, mas compete à sociedade, e a cada cidadão que a compõe, mobilizar recursos para evitar ou resolver o problema. Da mesma forma que não vamos abandonar um familiar, porque ele ainda não aprendeu ou não pôde garantir sua subsistência, também não podemos nos omitir em face dos irmãos abandonados à própria sorte.

Portanto, podemos considerar que há dois grupos de causas para os graves problemas sociais: as causas que estão no caminho evolutivo desses Espíritos ( que não souberam ou não puderam encontrar um caminho melhor e as causas que estão na omissão ou incompetência da própria sociedade, que está deixando de cumprir seu mais importante papel. Quando falamos em sociedade, caro ouvinte, estamos nos referindo tanto aos cidadãos (homens comuns do povo, como nós), como aos governantes ou homens públicos que detêm o poder político e administrativo da coletividades e do país.

Os Espíritos veem esse problema de um ângulo mais amplo. Consideram que a ignorância e a miséria são males que precisam ser extirpados do meio social pela educação e, neste caso, entram todos os agentes responsáveis pela educação do povo, principalmente suas instituições – como as escolas, as associações, a imprensa, as obras sociais e os grupos religiosos. O ideal seria se todos esses agentes estivem unidos e trabalhando no mesmo sentido.

O que não devemos é ignorar essa parcela significativa da população que vive em condições muitas vezes sub-humanas. São todos filhos de Deus como nós. E, se eles precisam de nós para almejar uma condição melhor na vida, como incentivo ao seu progresso espiritual, nós – a sociedade – precisamos nos dedicar a essa missão de resgatar-lhes a dignidade, pois socorrer nossos irmãos também é condição para a nossa própria evolução. Veja o que Jesus ensinou o tempo todo.


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