faça sua pesquisa

segunda-feira, 17 de outubro de 2022

LEI DE CAUSA E EFEITO - Como Funciona e Alguns Exemplos ; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Muito se cita o Carma para justificar ocorrências que fazem no mundo de hoje, questionar-se a existência de Deus. Sua concepção, ao que tudo indica, irradiou-se pelo mundo, a partir dos princípios religiosos introduzidos no nosso Planeta, pelo grupo de Espíritos exilados de Capela reencarnados na região conhecida como Índia. Ao menos é o que revela Espírito Emmanuel, através de Chico Xavier, na obra A CAMINHO DA LUZ. A ideia sofreu ao longo das civilizações deformações, deturpações, até que no lado Ocidental da Terra, foi sendo progressivamente esquecida com o apagar doutro princípio, o da reencarnação, a partir das lamentáveis decisões do Segundo Concílio de Constantinopla, promovido pelo Imperador Justiniano, em 553 DC. Praticamente treze séculos e inúmeras gerações, distanciaram as criaturas humanas da responsabilidade de viver, infundida com as perspectivas do inevitável encontro consigo mesmas e da reparação dos estragos cometidos nos diferentes caminhos da evolução. Coube ao Espiritismo ressuscitar ambas, dentro das exigências de uma Humanidade ávida por respostas sobre porque existimos e sofremos. As pesquisas conduzidas por Allan Kardec nas reuniões da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, desde abril de 1858, resultaram em expressiva coleta de dados, obtidos através de inúmeros entrevistados que se manifestaram por diversos médiuns, sendo muitos desses depoimentos reproduzidos na REVISTA ESPÍRITA, publicada sob a direção do Codificador de janeiro de 1858 a março de 1869. Tal material serviu também para que os aterrorizantes conceitos da morte pudessem ser reformulados objetivamente a partir dos exemplos contidos n’ O CÉU E O INFERNO segundo o Espiritismo. Nele, entra-se em contato com interessantes relatos de personalidades evocadas por Kardec, testemunhando as sensações, impressões e realidades registradas por eles na transição desta para outra dimensão. Analisando-os, o Codificador enumerou 32 artigos do que ele chama de Código Penal da Vida Futura, reproduzido no capítulo 7, da Primeira Parte do livro citado. Mostram por variados ângulos a Lei implícita na afirmação “a cada um segundo as suas obras”. A vida mostra-se como uma única realidade, apesar de desenvolver-se em duas dimensões. Toma-se conhecimento, através desse conteúdo, que as leis espirituais que controlam o indivíduo aplicam-se à família, à nação, às raças, ao conjunto de habitantes dos mundos, os quais formam individualidades coletivas. As faltas do indivíduo, as da família, as da nação, qualquer seja o seu caráter, se expiam em virtude da mesma Lei. Comentando o aspecto, Kardec considera que “a criatura renasce no mesmo meio, na mesma nação, na mesma raça, quer por simpatia, quer para continuar, com os elementos já elaborados, estudos começados, para se aperfeiçoar, prosseguir trabalhos encetados e que a brevidade da vida não lhe permitiu acabar,(...) até que o progresso os haja completamente transformado”. Acrescenta que “não se pode duvidar haver famílias, cidades, nações, raças culpadas, porque, dominadas por instintos de orgulho, egoísmo, ambição, enveredam pelo caminho errado, fazendo coletivamente o que um indivíduo faz isoladamente. Uma família se enriquece a custa de outra; um povo subjuga outro povo, levando-lhe a desolação e a ruína; uma raça se esforça por aniquilar outra raça. Essa a razão por que há famílias, povos e raças sobre os quais desce a pena de Talião”. Identificando cinco exemplos de provas e expiações, individuais e coletivas, destacamos alguns do extraordinário acervo construído por Kardec ou pelo trabalho do médium Chico Xavier. Didaticamente os alinharemos mostrando o efeito e a correspondente causa determinante. CASO 1 Efeito - Industrial, morto doze horas após explosão de caldeira em sua empresa, envolvendo seu corpo em verniz fervente nela contida. Socialmente queridíssimo pela postura pessoal, em toda sua cruel agonia, não se lhe ouviu um só gemido, uma só queixa, apesar das dores lancinantes resultantes das profundas queimaduras sofridas. CausaAção assumida 200 anos antes, quando, na condição de juiz e inquisidor italiano condenou a morrer queimados os envolvidos numa conspiração visando a politica clerical, entre os quais uma jovem entre 12 e 14 anos, contra a qual os executores se recusavam cumprir a sentença, tornando-se ele, além de juiz, o carrasco que ateou fogo na quase menina. CASO 2 – Efeito – Antonio B., escritor, morto repentinamente( provavelmente um ataque cataléptico), teve seu corpo encontrado virado de bruços durante exumação feita 15 dias após o sepultamento, procedimento efetuado para que familiares recuperassem medalhão por acaso esquecido no caixão. Causa – Ação em vida anterior em que descoberta infidelidade da esposa, a enterrou viva num fosso. CASO 3Efeito - João Fausto Estuque, desencarnado em 16/10/1976, em acidente aéreo com avião de pequeno porte, na região de Votuporanga, SP. Causa – Ter sido protagonista 300 anos antes, em ações objetivando conquistar destaque nas posições da finança e do poder, que culminaram na morte de várias pessoas de vasta comunidade humana, precipitadas em penhascos, sem que seus delitos fossem descobertos ou punidos.



Falávamos sobre o auto perdão numa reunião no Centro, quando alguém contestou: “Não entendo essa questão do auto perdão. Penso, que somos egoístas porque vemos os defeitos dos outros e não os nossos. Ora, se não vemos nossos próprios defeitos, não temos por que nos perdoar; logo, o auto perdão não faz sentido. Por isso é que, quando cometemos um erro, logo achamos uma desculpa, mas não desculpamos os outros quando erram.”

Em parte este argumento está muito bem colocado. De fato, o egoísmo ainda fala mais alto em cada um nós, habitante do planeta Terra, de provas e expiações. E isso podemos constatar pelos nossos impulsos de apontar com muita facilidade os erros das pessoas, de condená-las e, ao mesmo tempo, de encobrir ou justificar os nossos. Essa atitude demonstra o quanto ainda estamos centrados em nós mesmos, diferentemente daquilo que Jesus proclamou, como está claro na oração do Pai Nosso.

A questão do auto perdão vai um pouco mais longe. Ela está associada ao sentimento de culpa que nos permanece atormentando por muito tempo, comprometendo nosso equilíbrio espiritual. O sentimento de culpa, realmente, pode ser benéfico, quando nos leva a pedir perdão a quem prejudicamos, a corrigir os erros ou reparar os danos que causamos. No entanto, supondo que você prejudicou alguém, reconheceu o erro cometido e se arrependeu. Porém, antes que pedisse perdão, a própria vítima se antecipou e veio perdoá-lo.

Ainda assim, você não ficou bem consigo mesmo e o perdão do ofendido, ao invés de ajudá-lo a se harmonizar consigo mesmo, intensificou mais ainda seu sentimento de culpa. O problema, daí em diante, não é mais com o outro a quem você agrediu, mas com a sua própria consciência que não o perdoa. Essa carga de aflição, que se transformou num conflito íntimo, lhe pode ser muito prejudicial, se você não procurar um meio de se harmonizar consigo mesmo. Eis, portanto, um exemplo de necessidade do que chamamos auto perdão.

Um caso típico ocorreu com Jesus e seus apóstolos. Como você sabe, Pedro negou Jesus três vezes, depois de ter acabado de declarar fidelidade extrema ao mestre, mesmo que tivesse de morrer no seu lugar. Judas Iscariotes traiu Jesus, entregando-o aos seus algozes. Jesus compreendeu perfeitamente os limites de Pedro e de Judas e não os amaldiçoou por seus gestos infelizes. No entanto, as reações de Pedro e de Judas, diante do mal que causaram a Jesus, foram bem diferentes.

Judas suicidou-se por não suportar o peso da culpa, mas Pedro, apesar da culpa, soube administrar esse sentimento durante todo o resto de sua vida, entregando-se inteiramente à difusão do Evangelho, conforme vontade do Mestre. Conclusão: Judas não se perdoou e acovardou-se perante a vida, embora Jesus o perdoasse. Pedro, todavia, reconheceu seus próprios limites e defeitos, armou-se de coragem e determinação, e resolveu trabalhá-los com total dedicação à causa de Jesus para se fazer merecedor de confiança de si mesmo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário