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sábado, 7 de novembro de 2020

SOBRE A POSSIBILIDADE DE PREVER O FUTURO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 -“Aquele a que é confiado o trabalho de revelar uma coisa oculta pode recebê-la, independentemente de sua vontade, como inspiração pelos Espíritos que a conhecem; então a transmite maquinalmente, sem se dar conta. Além disso, sabe-se que, quer durante o sono, quer em vigília, no êxtase da dupla vista, a alma se desprende e possui em grau mais ou menos grande as faculdades do Espírito livre. Se for um Espirito adiantado, se, como os profetas, tiver recebido a missão especial para esse efeito, goza, nesses momentos de emancipação da alam, da faculdade de abarcar, por si mesmo, um período mais ou menos extenso e vê, como presentes, os acontecimentos desse período. Então pode revela-los, imediatamente, ou lhes conservar a memória ao despertar. Se os acontecimentos devem ser mantidos em segredo, ele perderá a sua lembrança ou conserva apenas uma vaga intuição, suficiente para o guiar instintivamente. É assim que se vê essa faculdade desenvolver-se providencialmente em certas ocasiões, nos perigos iminentes, nas grandes calamidades, nas revoluções e que a maioria das seitas perseguidas tiveram numerosos videntes; é ainda assim que se veem grandes capitães marchar resolutamente contra o inimigo, com a certeza da vitória; homens excepcionais, como, por exemplo, Cristóvão Colombo, perseguir um objetivo, por assim dizer predizendo o momento de o atingir. É que viram esse objetivo, que não é desconhecido para seu Espírito. Todos os fenômenos cuja causa era desconhecida foram reputados maravilhosos. A Lei segundo a qual estes se realizam, uma vez conhecida, os colocaram na ordem das coisas naturais. O dom da predição não é sobrenatural, como não o são muitos outros fenômenos: repousa nas propriedades da alma e na Lei das relações entre os mundos visível e invisível, que o Espiritismo vem dar a conhecer. Mas como admitir a existência de um Mundo Invisível, se não se admitir a alma, ou se se não admitir sua individualidade após a morte? O incrédulo que nega a presciência é consequente consigo mesmo. Resta saber se o é com a Lei Natural. A Teoria da Presciência talvez não resolva de modo absoluto todos os casos que a previsão do futuro possa apresentar, mas, não se pode desconsiderar que ela estabelece o seu princípio fundamental. Se se não pode tudo explicar é pela dificuldade, para o homem. De colocar-se nesse ponto de vista extraterrestre; por sua inferioridade, seu pensamento, incessantemente arrastado para o caminho da vida material, muitas vezes é impotente para se destacar do solo. A esse respeito muitos homens são como as aves novas, cujas asas, demasiadamente fracas, não lhes permitem elevar-se no ar, ou como aqueles cuja vista é demasiado curta para ver ao longe, ou, enfim, como aqueles a quem falta um sentido para certas percepções. Entretanto, com alguns esforços e o hábito da reflexão, lá chegam: os Espíritas, mas facilmente que os outros, porque , melhor que os outros, podem identificar-se com a Vida Espiritual, que compreendem. Para compreender as coisas espirituais, isto é, para fazer delas uma ideia tão clara quanto a que fazemos de uma paisagem que está aos nossos olhos, falta-nos, realmente, um sentido, exatamente como a um cego falta o sentido necessário para compreender os efeitos da luz, das cores e da visão à distância. Assim, só por um esforço da imaginação é que o conseguimos, auxiliados por comparações tiradas das coisas familiares. Mas, as coisas materiais, só ideias muito imperfeitas nos podem dar das coisas espirituais. É por isso que não se deveriam tomar essas comparações ao pé da letra e, por exemplo, crer, no caso de que se trata, que a extensão das faculdades de perspectiva dos Espíritos depende de seu elevação efetiva, e que eles necessitem estar numa montanha ou acima das nuvens, para abarcar o tempo e o espaço. Essa faculdade é inerente ao estado de espiritualização ou, se se quiser, de desmaterialização. Por outras palavras, a espiritualização produz um efeito que se pode comparar, embora muito imperfeitamente, ao da visão de conjunto do homem sobre a montanha. Esta comparação apenas objetivava mostrar que acontecimentos que estão no futuro para uns, está no presente para outros e, assim, podem ser preditos, o que não implica que o efeito se produza da mesma maneira. Para gozar dessa percepção o Espírito não precisa, então, transportar-se para um ponto qualquer no espaço; o que está na Terra, ao nosso lado, pode possuí-la em sua plenitude, como se estivesse a milhares de quilômetros, ao passo que nada vemos fora do horizonte visual. Não se produzindo a visão nos Espíritos da mesma maneira e com os mesmos elementos que no homem, seu horizonte visual é bem outro. Ora, aí está precisamente o sentido que nos falta para o conceber; ao lado do encarnado, o Espírito é como um vidente ao lado de um cego”.


 A questão, de que vamos nos ocupar agora, vem de um comentário de uma senhora que frequenta o Centro e que afirma estar desanimada com ela mesma. Ela disse, mais ou menos, o seguinte: “ Em todas as mensagens que  leio e que ouço aqui no Centro, vejo um apelo dos Espíritas para que apliquemos em nossa vida os ensinamentos de Jesus Cristo. Concordo com isso e acho que isso seria o ideal.  Mas, temos que reconhecer que não é fácil saber contornar toda situação que acontece no dia a dia dentro da família. Muitas vezes sou surpreendida agindo com impaciência e intolerância até comigo mesma. Há certos dias que dá para desanimar, porque é uma montanha de problemas que temos que carregar...”

 Não temos dúvida, prezada senhora, que a vida é difícil. Nunca dissemos que fosse fácil, justamente porque somos Espíritos em processo de aprendizado, como o aluno na escola que precisa estar atento às novas lições e caminhar para a frente.  Logo, cada dia é sempre um novo desafio, que precisamos descobrir como superar. Não nos referimos apenas aos momentos de dificuldades, pois, na verdade, precisamos aprender a nos superar também nos bons momentos, para não nos tornamos reféns do orgulho e do egoísmo.

Se fizermos um balanço do que tem sido nossa vida, vamos perceber que há mais momentos agradáveis e momentos desagradáveis. Nem sempre damos conta disso. O problema está no fato de nos deixarmos levar pelo desânimo quando um problema surge, e tampouco esquecermos de nossos compromissos quando a vida melhora e tudo parece correr muito bem. Disso resulta que a disposição de cada um, no dia a dia, depende de como compreende a vida, qual o valor que lhe dá e quais as metas que precisa alcançar.

Como não somos perfeitos ( mas, pelo contrário, estamos muito longe de qualquer perfeição), é natural que fraquejemos em alguns momentos, mas o importante é não nos render a essa fraqueza, pois é a perseverança que nos levará, mais cedo ou mais tarde, à autossuperação.  A vitória mais comemorada é aquela que vem depois de muito sacrifício e não aquela que obtemos com facilidade. As dificuldades são obstáculos naturais que podemos vencer, se acreditarmos em Deus e em nós mesmos. Elas devem servir como desafios e não como impedimentos.

 Nossa impaciência, quando sentimos que não melhoramos, se deve muito à ansiedade e à angústia que muitas vezes nos assaltam, pois queremos resolver logo nossos problemas, e não  acreditamos suficientemente na continuidade da vida e na reencarnação. Por outro lado, vemos muita gente partir cedo deste mundo, sem terem atingido metas que vinham alimentando. Mas isso também tem um significado próprio, pois – se a vida continua –  é bem certo considerar que a luta continua do lado lá e, mais além, em outras encarnações, onde novas oportunidades se abrem.

  Eis porque, n’O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, Allan Kardec, num texto intitulado “O Ponto de Vista”,  condiciona a paz ou a felicidade que podemos alcançar nesta vida ao que esperamos que nos aconteça depois que esta vida terminar. Quando não temos convicção firme na imortalidade - na continuidade da vida -  diante de qualquer problema – mas, principalmente, diante da certeza de que vamos morrer um dia – ficamos apavorados e caímos no desânimo, encontrando dificuldade de levantar.

 Logo, cara ouvinte, recomendamos uma leitura muito apropriada ao seu caso: trata-se do primeiro capítulo do livro de Allan Kardec, O CÉU E O INFERNO OU A JUSTIÇA DE DEUS SEGUNDO O ESPIRITISMO. Você pode encontrar esse livro nas bibliotecas dos centros ou mesmo na internet. Mas leia bem esse capítulo – uma, duas ou mais vezes, refletindo o que o autor afirma e fazendo uma autorreflexão, que vai ajudá-la a se ajustar melhor às diversas situações de sua vida
















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