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sábado, 28 de novembro de 2020

MORRER; ANTIDOTO CONTRA O SUICÍDIO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 




 Diante do que aconteceu com o médium de Goiás, o João de Deus, vocês acham que os espíritas não devem procurar médiuns ou então evitar sessões de cura nos centros espíritas? Digo isso, porque o problema, que aconteceu, pode ser uma advertência para não comprometer o Espiritismo”.

  Com certeza, diante do que ocorreu em Goiás, os dirigentes espíritas devem ter tomado a devida precaução para evitar esse tipo de problema, que pode acontecer em qualquer meio, espírita ou não, mas principalmente nos meios religiosos. Porém, o fato de uma pessoa conhecer o Espiritismo já a coloca sempre de sobreaviso ou mais bem preparada para perceber que ambiente frequenta, porque maus médiuns e charlatães existem por toda parte.

 Allan Kardec, desde a publicação d’O LIVRO DOS MÉDIUNS ( em 1861) , já deixou isso muito claro, pois tais problemas também existiam em sua época.  Nesse livro, que todo espírita deveria conhecer muito bem, há vários capítulos em que Kardec alerta contra os que ele chama de médiuns interesseiros ( os que atuam em seus próprios interesses), e também contra as chamadas fraudes e mistificações próprias de charlatães e estelionatários. Pessoas sem escrúpulos, ávidas e lucro e de vida fácil, aproveitam da fragilidade emocional de quem está passando por  problemas difíceis, delas se utilizam para seus maus propósitos.

 Além disso, devemos considerar que não é papel do Espiritismo substituir a medicina, ficar anunciando curas ou atrair adeptos mediante promessas de milagres, embora existam médiuns que podem ser muito úteis no tratamento de doentes, desde engajados dentro de um trabalho de gente idônea.  Chico Xavier, que sempre foi um homem doente (todo mundo sabe disso), nunca recorreu a médium algum para obter uma cura milagrosa. Ele próprio era médium, tinha contato direto com Espíritos médicos, como o Dr. Bezerra de Menezes, e nem por isso se valeu desse expediente para buscar alguma solução mágica.

 Ao contrário, por orientação dos próprios Espíritos a quem servia, Chico sempre cuidou da saúde através de tratamento médico convencional e, quando lhe perguntavam porque não se valia dos Espíritos para isso, ele dizia que não era detentor de nenhum privilégio. Isso tudo está em suas obras. Ademais, Chico criticou a atuação de médiuns que se utilizam de instrumentos cirúrgicos cortantes e perfurantes, afirmando que, quando a cura tem que acontecer mediunicamente, ela não precisa se exibir em forma de espetáculo.

 Segundo a médica Marlene Nobre, já desencarnada, foi do Espírito Bezerra de Menezes que partiu a ideia de se promover um movimento de médicos espíritas, justamente para aliar a medicina à espiritualidade, conforme preconiza André Luiz, com seriedade e competência em substituição à atuação isolada e muitas vezes ilegal de médiuns. E hoje temos a AME - Associação Médico-Espírita no Brasil e no Exterior, além de contarmos com a disciplina Medicina e Espiritualidade em muitas faculdades de medicina.

  Um outro ponto, que merece ser lembrado, é com relação ao médium que está fora do contexto espírita. Há médiuns que trabalham isoladamente, ou seja, por sua própria conta e risco. Eles começam atendendo em  casa e quando  já reúnem um número significativo de interessados ou seguidores, fundam seu próprio centro, criam seu próprio sistema e tudo passa a girar em torno dele mesmo. Não se vinculam ao movimento espírita e nem a nenhuma religião em particular, para não se sentirem comprometidos e vigiados na sua forma de atuar,  e assim podem fazer seu trabalho da maneira que bem entendem.

 O espírita esclarecido que vai atrás desses médiuns sabe que está correndo um risco, mas o público em geral, que não tem conhecimento espírita, acaba procurando com facilidade seus serviços, quando, diante de uma  situação de desespero, não tem mais a quem recorrer. O papel do centro espírita, neste caso,  éorientar seus seguidores e, quando possível, o público em geral, para não se tornar vítimas de situações como estas que ocorreram em Goiás.

 É claro que os aproveitadores da boa fé não estão apenas no meio religioso, mas em todos os lugares. Todo mundo sabe disso, Recentemente tivemos o caso de um famoso médico de São Paulo, considerado de alta competência  na área da inseminação artificial, mas que, infelizmente, também acabou condenado por se envolver num problema grave de abuso sexual.
















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