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quinta-feira, 12 de novembro de 2020

TERRA; PROGRESSO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 




 Cristiano, da cidade de Vera Cruz: “Peço comentários sobre a adulteração da 5ª edição de 1872 do livro “A GÊNESE” de Allan Kardec.

 Aproveitando a solicitação do Cristiano, devemos dizer aos nossos ouvintes que o livro “A GÊNESE, OS MILAGRES E AS PREDIÇÕES SEGUNDO O ESPIRITISMO”( este é o título completo da obra), lançado em 1868, é a quinta grande obra de Allan Kardec ( depois de O LIVRO DOS ESPÍRITOS, O LIVRO DOS MÉDIUNS, O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO e CÉU E O INFERNO), considerando que Kardec escreveu obras menores, além de manter por doze anos as publicações mensais da REVISTA ESPÍRITA.

 A GÊNESE, portanto, é uma das obras que serviram de base para a edificação da Doutrina Espírita. Sua leitura – e mais que isso, seu estudo – é indispensável para quem quer realmente ter uma visão ampla da doutrina. Mas, ao que tudo indica, é a obra menos conhecida, inclusive dos próprios espíritas. O ideal seria que os centros espíritas promovessem o estudo dessa última obra de Allan Kardec, aproveitando a ocasião para utilizarem edições brasileiras traduzidas das primeiras quatro edições francesas. Vamos dizer por quê.

Como o próprio título está dizendo, o livro trata do aprofundamento de questões filosóficas e científicas mencionadas nas obras anteriores, como existência de Deus, o bem e o mal, formação do universo, e evolução geológica do planeta, a origem e a evolução da vida sobre a Terra , os chamados milagres do evangelho, as profecias e, por fim,  as expectativas em relação à transição moral pela qual está passando  a  humanidade.

  As quatro primeiras edições de A GÊNESE foram da autoria de Allan Kardec, mas segundo estudos mais apurados, a quinta edição, que veio a lume em 1872, contém alterações que não feitas por Kardec, que desencarnou precisamente há 150 anos, em 31 de março de 1869. Henri Sausse, um de seus biógrafos, levantou essa questão num artigo publicado em 1884, no periódico “Le Spíritisme”.

 Na época, não deram muita atenção a Henri Sausse , embora ele especificasse cada ponto que foi alterado, mas, pelo que se pode constatar, houve de fato alterações que, nestes últimos anos, têm sido novamente levantadas no Brasil, principalmente depois da publicação do livro O LEGADO DE KARDEC de Simoni Privato Goidanich pela Editora da USE-São Paulo. O problema é que as traduções anteriores de A GÊNESE para a língua portuguesa vinham sendo feitas sobre a quinta edição francesa, justamente a que sofreu adulterações.

 Por isso mesmo, as editoras brasileiras – com é o caso da Fundação Espírita André Luiz – já publicam novas edições da GÊNESE com tradução da primeira edição francesa, que é a original de Kardec. O livro de Simoni Privado ajuda-nos a compreender melhor os motivos das mencionadas alterações uma vez que, após a desencarnação de Allan Kardec, a própria Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas passou para nova direção e acabou sofrendo influências de doutrinas esotéricas.

 O leitor comum, segundo o nosso ponto de vista, talvez não perceba a diferença entre as edições mencionadas, por se tratar de alterações um tanto sutis mas que, com certeza, procuram desviar o pensamento do leitor para conceitos conflitantes com os princípios apresentados por Kardec. Mas, quem conhece bem a obra e faz essa comparação, percebe a tendência de levar o leitor a algumas conclusões muito místicas, contrárias ao pensamento de  Allan Kardec e ao que já vinha sendo apresentado nas obras anteriores.

 Diante disso, consideramos que, ainda na França do século XIX, houve uma tentativa de levar o Espiritismo para um caminho diferente daquele que Kardec idealizou. Felizmente, esse problema não atingiu O LIVRO DOS ESPÍRITOS, que é a obra básica e que, com muita clareza e competência, leva o leitor a conhecer o fundamento da doutrina. Como não temos espaço suficiente para tratar do assunto com detalhes, recomendamos ao Cristiano a leitura do livro O LEGADO DE KARDEC e a aquisição de uma edição de A GÊNESE traduzida das primeiras quatro edições francesas. 
















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