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quinta-feira, 19 de novembro de 2020

É POSSÍVEL PREVER O FUTURO? COMO?; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

A resposta Allan Kardec apresentou em curioso artigo na edição de maio de 1864 da REVISTA ESPÍRITA. Escreveu ele: -“Diz-se que as coisas futuras não existem; que ainda estão no nada. Então como saber se acontecerão? Contudo são muito numerosos os exemplos de predições realizadas, de onde concluir-se que aí se passa um fenômeno cuja chave não se tem, pois não há efeito sem causa. Essa causa, que tentaremos achar, ainda é o Espiritismo, também chave de tantos mistérios, que nô-la fornecerá e, além disso, mostrar-nos-á que o próprio fato das predições não sai das Leis Naturais. Como comparação, tomemos um exemplo nas coisas usuais e que auxiliará a compreender o princípio que temos de desenvolver. Suponhamos um homem colocado no alto de uma montanha, considerando a vasta extensão da planície. Nessa situação pouco será o espaço de um quilometro, e facilmente poderá ele abarcar de um golpe de vista todos os acidentes do terreno, do começo ao fim da estrada. O viajante que, pela primeira vez, percorre essa estrada, sabe que marchando chegará ao fim. Isso é simples previsão da consequência de sua marcha. Mas os acidentes do terreno, as subidas e descidas, os riachos a transpor, as matas a atravessar, os precipícios onde pode cair, os ladrões postados para o assalto, as hospedarias onde poderá descansar, tudo isto independe de sua pessoa: é para ele desconhecido o futuro, porque sua vista não vai além do pequeno círculo que o envolve. Quanto a duração, mede-a pelo tempo consumido em percorrer o caminho. Tirai-lhes os pontos de referência e apaga-se a duração. Para o homem que está na montanha e que acompanha o viajante com o olhar, tudo isto é presente. Suponhamos esse homem descendo e que diga ao viajante: -“Em tal momento encontrareis essa coisa; sereis atacado e socorrido”. Ele predirá o futuro. O futuro é para o viajante; para o homem da montanha é o presente. Agora se sairmos do circulo das cosas puramente materiais e, por pensamento, entrarmos no domicílio da Vida Espiritual, veremos esse fenômeno reproduzir-se em escala muito maior. Os Espíritos desmaterializados são como o homem da montanha; para ele apagam-se espaço e tempo. Mas a extensão e a penetração de sua vista são proporcionais à sua depuração e à sua elevação na hierarquia espiritual; em relação aos Espíritos inferiores, são como o homem armado de poderoso telescópio, ao lado do que tem os olhos nus. Nestes últimos a vista é circunscrita, não só porque dificilmente podem afastar-se do Globo a que estão ligados, mas porque a grossura de seu períspirito vela as coisas afastadas, como a garoa para os olhos do corpo. Compreende-se, pois, que, conforme o grau de perfeição, um Espírito possa abarcar um período de alguns anos, alguns séculos e, até, de milhares de anos, porque o que é um século ante a Eternidade? Ante ele os acontecimentos não se desenrolam sucessivamente, como os incidentes da estrada do viajante; vê simultaneamente o começo e o fim do período; todos os acontecimentos que, nesse período são o futuro para o homem da Terra, para ele são presente. Poderia ele, pois, vir dizer-nos com certeza: Tal coisa acontecerá em tal momento, porque vê essa coisa como o homem da montanha vê o que espera o viajor na estrada. Se não o diz, é porque o conhecimento do futuro seria nocivo ao homem; entravaria o seu livre arbítrio; paralisá-lo-ia no trabalho que deve realizar para o seu progresso. Sendo-lhe desconhecidos o Bem e o mal que o esperam, o são para a sua provação. Se uma faculdade, mesmo restrita, pode estar nos atributos da criatura, a que grau de poder deve ela elevar-se no Criador, que abarca o Infinito? Para ele o tempo não existe; o começo e o fim do mundo são o presente. Nesse imenso panorama, que é a duração da vida de um homem, de uma geração, de um povo? Contudo, como deve o homem concorrer para o progresso geral, e certos acontecimentos devem resultar de sua cooperação, em certos casos pode ser útil que pressinta esses acontecimentos, a fim de lhes preparar o caminho e estar pronto a agir quando chegar o momento. Eis porque, às vezes, Deus permite seja levantada a ponta do véu; mas é sempre com um fim útil e jamais para satisfazer uma vã curiosidade. Assim, essa missão pode ser dada, não a todos os Espíritos, pois alguns não conhecem o futuro melhor que os homens, mas a alguns Espíritos suficientemente adiantados para isto. Ora, é de notar que essas espécies de revelações sempre são feitas espontaneamente e jamais ou, pelo menos, muito raramente, em resposta a uma pergunta direta”.


                        

                            
 Um jovem veio ao Centro e  questionou o seguinte: “ Quando você fala na lei de causa e efeito, dá impressão que tudo acontece bem certinho. Mas, na prática, não é assim. Nem todas as pessoas, que vivem cuidando da saúde, têm vida longa, como nem toda pessoa que não se cuida tem vida curta. Tem gente que fuma a vida inteira e morre bem velhinha; outras, que não fumam, morrem cedo – às vezes, muito cedo, e assim por diante. Não existe uma regra certa pra nada. Parece que na vida tudo é uma questão de sorte. Na minha família tenho casos que não dá para explicar.”

  A Lei de Causa e Efeito  funciona sempre, caro jovem. O problema é que nós, nem sempre, sabemos das verdadeiras causas. Julgamos que sabemos, mas não sabemos. O fato de uma pessoa morrer muito cedo ou ter uma vida longa na Terra pode advir de várias causas ao mesmo tempo, causas que conhecemos e causas que desconhecemos. Seria muita pretensão de nossa parte querer abarcar tudo com o nosso estreito ângulo de visão. Se não houvesse Lei de Causa e Efeito, nem poderia haver ciência, mas, por incrível que pareça, alguns cientistas,  enquanto não conseguem explicar um fenômeno, costumam atribuí-lo ao acaso, com o que o Espiritismo não concorda. O acaso só serve para justificar aquilo que ainda não temos condição de entender.

 Somos seres humanos, limitados e imperfeitos,  devemos ter consciência de  nossa ignorância. O que sabemos da vida e do mundo não é quase nada do que ainda temos para aprender. Daí a necessidade do estudo, da pesquisa, da investigação. Uma doença não acontece por acaso, uma morte não acontece por mero acaso, mesmo que seja acidental. Dizer que é uma questão de “sorte”, como você diz, é dizer que não existe um comando no Universo, que não existe Deus, que estamos caminhando sem rumo, sem objetivo, sujeito ao imprevisto da vida, que não nos leva a nada. Albert Einstein, um dos maiores cientistas de todos os tempos disse, certa vez, que “Deus não joga dados”, ou seja, não existe o acaso, tudo tem uma razão de ser.

N’O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, um dos livros espíritas mais conhecidos, Allan Kardec tem um capítulo, que ele intitulou “Bem-Aventurados os Aflitos”, comentando a famosa frase de Jesus do Sermão da Montanha. Nesse capítulo, ele faz interessante comentário sobre as causas dos sofrimentos humanos, que ele divide em dois grandes grupos: as causas atuais ( isto é, os sofrimentos que têm causas nesta vida) e as causas anteriores ( ou seja, os sofrimentos que têm causas em vidas passadas). O critério, que Kardec estabelece, é o seguinte: se as causas não estão aqui, nesta vida, com certeza, estão em vidas anteriores. É uma questão lógica e fácil de perceber.

  Uma doença, por exemplo, não acontece por acaso. Se não tem causa nesta vida, tem em vidas anteriores. Ela pode estar associada a problemas de vida passada, mas pode ter também como causa os maus hábitos, os abusos, a questão da higiene e das medidas profiláticas que muitas vezes ignoramos. Antigamente, acreditávamos que as doenças eram castigo de Deus ou artimanha do demônio, e que elas podiam ser curadas apenas e tão somente através de cultos e orações. Hoje, sabemos que essa questão é mais complexa do que imaginávamos, e que a medicina está aí para nos ajudar a sobreviver o maior tempo possível na Terra, dependendo do caminho que cada um veio percorrendo ao longo de sua evolução espiritual.


                     

                              













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