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sábado, 24 de outubro de 2020

DIRIMINDO DÚVIDAS; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Expositores, facilitadores, palestrantes costumam comentar o tema Expiação e Provas de uma forma diferente da comentada por Allan Kardec respondendo a indagação de seguidor do Espiritismo nascida em seu grupo de estudos na cidade de Moulllins, interior da França, sobre a Expiação ocorrer ou não durante a encarnação dos Espíritos, apoiando-se na expressão empregada em muitas comunicações. É na seção Questões e Problemas do número de setembro de 1863 da REVISTA ESPÍRITA, que se ocupa dos argumentos do consulente que se vale de “várias comunicações, dadas por Espíritos diferentes, qualificando indistintamente as expiações e as provas, males e tribulações que formam o quinhão de cada um de nós, durante a encarnação na Terra. Resulta - segundo ele -, nesta aplicação de duas palavras, muito diversas da significação, a uma mesma ideia, certa confusão, sem dúvida pouco importante para os Espíritos desmaterializados, mas que, entre os encarnados, dá lugar a discussões, que seria interessante fazer cessar por uma definição clara e precisa e explicações fornecidas pelos Espíritos Superiores, e que fixasse, de modo irrevogável, este ponto da Doutrina”. Opina Allan Kardec: -“A distinção estabelecida pelo autor da nota, entre o caráter da expiação e o das provas é perfeitamente justa. Contudo não poderíamos partilhar de sua opinião no que concerne à aplicação desta teoria à situação do homem na Terra. A expiação implica necessariamente a ideia de um castigo mais ou menos penoso, resultado de uma falta cometida; a prova implica sempre a de uma inferioridade real ou presumível, porque o que chegou ao ponto culminante a que aspira, não mais necessita de provas. Em certos casos, a prova se confunde, com a expiação, isto é, a expiação pode servir de prova, e reciprocamente. O candidato que se apresenta para receber uma graduação, passa por uma prova. Se falhar, terá que recomeçar um trabalho penoso; esse novo trabalho é a punição da negligência no primeiro; a segunda prova é, assim, uma expiação. Para o condenado a quem se faz esperar um abrandamento ou uma comutação, se se conduzir bem, a pena é ao mesmo tempo uma expiação por sua falta, e uma prova para sua sorte futura. Se, à sua saída da prisão, não estiver melhor, sua prova é nula e um novo castigo conduzirá a uma nova prova. Agora, se considerarmos o homem sobre a Terra, vemos que ele aí suporta males de toda sorte e, por vezes, cruéia. Esses matles tem uma causa. Ora, a menos que se os atribua a um capricho do Criador, é-se forçado a admitir que a causa esteja em nós mesmos, e que as misérias que experimentamos não podem ser resultado de nossas virtudes. Então tem sua fonte nas nossas imperfeições. Se um Espírito encarnar-se na Terra em meio à fortuna, as honras e todos os prazeres materiais, poder-se-á dizer que sofre a prova do arrastamento; para o que cai na desgraça por sua conduta ou sua imprevidência, é a expiação de suas faltas atuais e pode-se dizer que é punidopor onde pecou. Mas que dizer daquele que, após o nascimento, está a braços com as necessidades e as privações, que arrasta uma existência miserável e sem esperança de melhora, que sucumbe ao peso de enfermidades congênitas, sem ter ostensivamente nada feito para merecer tal sorte? Quer seja uma prova, quer uma expiação, a posição não é menos penosa e não seria mais justa do ponto de vista  do nosso correspondente, porque se o homem não se lembra da falta, também não se lembra de haver escolhido a prova. Assim, há que buscar alhures a solução da questão. Como todo efeito em uma causa, as misérias humanas são efeitos que devem ter a sua; se esta não estiver na vida atual, deve estar numa vida anterior. Além disso, admitindo-se a Justiça de Deus, tais efeitos devem ter uma relação mais ou menos íntima com os atos precedentes, dos quais são, ao mesmo tempo, castigo para o passado e prova para o futuro. São expiações no sentido de que são consequência de uma falta e provas em relação ao proveito delas tirado. Diz-nos a razão que Deus não pode ferir um inocente. Assim, se formos feridos e se não somos inocentes o mal que sentimos é o castigo, a expiação, a maneira porque o suportamos é a prova. (...). Em resumo, se certas situações da vida humana tem, mais particularmente, o caráter de provas, outras, incontestavelmente, tem o de expiação, e toda expiação pode servir de prova”.


  Gostaria de saber se é possível que a filha dos príncipes William e Katy da Inglaterra possa ser um Espírito que foi pobre na última encarnação (Roberto Silva)

 Não é um fato muito comum, Roberto, mas é possível. Quando falamos que a lei da reencarnação permite essa alternância de condição social – quer dizer, pode fazer com que um individuo rico e poderoso numa encarnação pode renascer pobre e subjugado na outra; ou  ao contrário, de plebeu nascer nobre – isso é apenas uma das inúmeras alternativas na escalada evolutiva do Espírito e dos povos em geral. Mas isso não quer dizer que seja sempre assim.

A caminhada ascensional do Espírito tende a colocá-lo nas mais diversas situações, mas isso não significa que necessariamente tenha que haver uma mudança tão abrupta de uma encarnação para outra. Há Espíritos – e com certeza, a grande maioria deles – que evoluem mais renascendo nas classes pobres da sociedade, onde essa experiência é mais necessária. Outros podem fazê-lo através de experiências em condição social e política mais elevada. Isso depende da necessidade de cada um, tanto quanto do meio social em que vai viver.

 Geralmente, uma mudança drástica (ou seja, uma guinada)  no seu caminhar reencarnatório tem por meta uma prova ou expiação, quando nasce na miséria e precisa experimentar toda sorte de privação;  ou uma missão quando vem para exercer o poder, como no caso de mandatários, estadistas e reis. Com certeza, o Espírito, que renasce para ocupar um trono, como é o caso da filha do casal da realeza britânica, não está aí por acaso: algo nele pode contribuir para a sua melhoria moral e para melhorar as condições da nação.

 A questão é saber se esse Espírito vai corresponder ao que se poderia esperar de melhor,  no desempenho de seu papel.  Ele pode se sair bem, pode ter uma atuação razoável e pode até fracassar por completo. Se veio de uma experiência difícil de encarnação anterior, certamente, veio com uma sensibilidade mais apurada para com os injustiçados ou necessitados, mas nada impede que tenha pertencido anteriormente a uma linhagem real e que agora retorne para melhorar seu desempenho junto ao povo.

 Os Espíritos também aprendem na Espiritualidade quanto aos valores que precisam cultivar e as decisões que devem tomar em favor de comunidades e nações. Aqueles que erraram muito e que não souberam levar a sério seu compromisso com o bem estar de seu povo ( ou mesmo da humanidade) sempre encontram oportunidade de reavaliar seu trabalho depois que desencarnam. Se tiverem alcançado um certo nível de empatia com a nação e desenvolvido mais sua consciência moral, desejará voltar para retomar sua missão com novo ânimo e de uma forma mais adequada aos interesses da coletividade.


















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