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domingo, 18 de outubro de 2020

NÃO É POR ACASO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

Lembra daquela vez em que você, em meio a um sentimento de angústia e aflição diante de fatos que lhe marcavam a vida, abriu um livro com conteúdo espiritual e o texto lido parecia lhe oferecer o conforto ou o esclarecimento de que se sentia necessitado?  Mera coincidência foi a primeira conclusão que lhe ocorreu. Algumas passagens envolvendo personagens dos livros escritos pelo Espírito André Luiz, através do médium Chico Xavier mostram que não foi o que você deduziu. Na obra OS MENSAGEIROS (capítulo 35,1944,feb), por exemplo, o autor reporta-se a curiosa reunião por ele testemunhada juntamente com numerosos desencarnados no modesto lar de Dona Isabel, pobre viúva e seus três filhos – duas moças e um rapazinho. Pratica mantida regularmente pela família, consistia na leitura e reflexão sobre o tema sugerido pelo Novo Testamento. Descrevendo a dinâmica estabelecida, André Luiz diz que, a certa altura, após uma das meninas ter lido notícia de jornal leigo reportando o suicídio de jovem em bairro distante, Dona Isabel, abriu o livro sagrado, “como se estivesse procedendo ao acaso, mas, em verdade, eu via que Isidoro (marido desencarnado), do nosso Plano, intervinha na operação, ajudando a focalizar o assunto da noite”. No OBREIROS DA VIDA ETERNA ( capítulo 11,1946, feb), relata a visita ao lar de uma senhora ligada à Igreja Presbiteriana, acamada por doença cardíaca, onde a mesma, intuída pelo Instrutor Jerônimo,  solicita a uma de sua filhas lhe pegasse a Bíblia. Após assumir posição para a leitura, segurou firme o livro e, sem que percebesse o Benfeitor Espiritual Jerônimo ajudou-a a abri-lo, em determinada parte cujo conteúdo lhe infundisse bom ânimo.  Na mesma obra, capítulo 16, visitando o lar de Fábio, outro candidato a desencarnação próxima, narra pequena reunião familiar à beira do leito em que o rapaz se mantinha acomodado por imposição da enfermidade que o consumia, e, abrindo o Novo Testamento, sem que notasse, foi auxiliado pelo pai (já desencarnado) encontrando versículo condizente com suas necessidades no momento. No ENTRE A TERRA E O CÉU (capítulo 31,1954, feb), André Luiz fala sobre pequena reunião de estudo evangélico no lar de Antonina, entre  ela, os filhos, e um visitante convidado, Sr Mário Silva,  que, solicitado, ao abrir o volume do Novo Testamento colocado em suas mãos, sem que notasse também foi influenciado pelo Espírito Clarêncio para a descoberta do texto adequado. Assistindo a uma reunião mediúnica descrita no capítulo 16 do NOS DOMÍNIOS DA MEDIUNIDADE (1954, FEB), conta que após a prece de abertura, foi lido um texto edificante de livro doutrinário, em cuja escolha preponderou a influência do Espírito Gabriel sobre o orientador da casa. Por fim, no capítulo 20, acompanhando visita ao lar de lar de Anésia, observou que uma simples prece proferida por ela, atraiu vários desencarnados sofredores carentes de entendimento pela ligação com as preocupações materiais, como solicitando medicação. Observa André Luiz que, após a oração, “ao abrir precioso livro de meditações evangélicas, acreditando agir ao acaso, encontra um tema, na verdade escolhido pela Amiga Espiritual Teonília, que lhe vigiava bondosa os movimentos, notando, com surpresa que o texto se reportava à necessidade de trabalho e perdão”. A resposta à questão 459 d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS, contudo, esclarece que “os Espíritos influenciam em nossos pensamentos e atos mais que imaginamos, invariavelmente, nos conduzindo”. Pelos exemplos aqui agrupados, fica evidenciado que não existem mesmo acasos.


A Bíblia conta que as diferentes línguas faladas no mundo ( deve haver muito mais de 100 línguas diferentes) foi resultado de uma confusão que Deus provocou entre os homens que estavam construindo uma torre para chegar ao céu. O que diz o Espiritismo sobre isso? (Adailton)

Vamos ler e analisar o texto bíblico que trata da Torre de Babel; capítulo 11 do Gênese, que diz o seguinte:  Ora, toda a terra tinha uma só língua e um só idioma. E deslocando-se os homens para o oriente, acharam um vale na terra de Sinar; e ali habitaram. Disseram uns aos outros: Façamos tijolos, e queimemo-los bem. Os tijolos lhes serviram de pedras e o betume de argamassa. Disseram mais: Edifiquemos para nós uma cidade e uma torre cujo cume toque no céu, e façamo-nos um nome, para que não sejamos espalhados sobre a face de toda a terra. Então desceu o Senhor para ver a cidade e a torre que os filhos dos homens edificavam.

E disse o Senhor: Eis que o povo é um e todos têm uma só língua; e isto é o que começam a fazer; agora não haverá restrição para tudo o que eles intentarem fazer.  Desçamos, e confundamos ali a sua linguagem, para que não entenda um a língua do outro.
 Assim o Senhor os espalhou dali sobre a face de toda a terra; e cessaram de edificar a cidade. Por isso se chamou Babel, porquanto ali confundiu o Senhor a linguagem de toda a terra, e dali o Senhor os espalhou sobre a face de toda a terra

  Os livros, que datam da idade antiga  -  como é o caso da Bíblia, Adailton -  são preciosos documentos que não podemos dispensar, se quisermos conhecer e compreender a evolução da humanidade. No entanto, devido ao longo tempo que deles nos separam -  são dezenas de séculos – foram eles que inauguraram a História com contos, mitos e lendas em prosa e poesia, que procuraram retratar as crenças, as idéias, os ideais e os costumes dos povos antigos.

Por isso, essas obras são férteis em relatos – os mais diversos – onde nem sempre é fácil distinguir o mito dos fatos, o real do fantástico. Por exemplo:  uma das mais antigas preocupações do ser humano é saber de onde ele veio, de onde surgiu a vida, como o mundo começou. Assim, se você fizer uma pesquisa, vai perceber que todos os povos antigos tinham a sua própria versão sobre a origem do mundo: tanto os povos do oriente quanto os povos do ocidente.

As lendas – que são histórias fantásticas - serviam para explicar aquilo que o povo não podia descobrir por si mesmo, pois no passado faltavam instrumentos para se penetrar mais fundo na verdade. Surgiram. Então, as diversas versões sobre a origem do mundo e da vida, sobre o aparecimento do homem, constituindo que hoje se conhece como os mitos da criação. Cada vez que se deparava como uma pergunta de difícil resposta, recorria-se a um mito para explicar o fato.

Mas essas explicações vinham de líderes religiosos, sacerdotes, e profetas – daqueles que eram considerados intermediários ou mensageiros de Deus. Foi assim que surgiu a  história da Torre de Babel que, na verdade, tentava responder: por que existem tantas línguas diferentes no mundo? Naquele povo não existia ciência, sequer filosofia. Os lideres utilizavam da religião para fortalecer a fé do povo, uma vez que a religião, tida como verdade única e indiscutível, era a verdade que comandava o mundo.

  Desse modo, o Espiritismo hoje, por ser uma doutrina moderna -  prefere a explicação da ciência, que veio descobrindo, ao longo do tempo, que as línguas, as religiões, os usos e costumes dos povos ( ou seja, tudo o que conhecemos como cultura), nasceu no seio de cada comunidade, de cada território, de cada nação, criando essa rica diversidade crenças e valores que hoje caracteriza a sociedade humana.

Todavia, não é só. A intervenção de Deus, fazendo com que a obra da Torre parasse, foi devido ao medo que Ele teria de que o homem pudesse chegar ao céu. (Veja que visão simplista se tinha de Deus e do céu na época!). Deus guardava no céu seus segredos e temia que o homem os descobrisse. Isso pode significar o medo da religião em relação ao cultivo da inteligência. Para os antigos – como hoje, para algumas religiões – o progresso da ciência ( ou a construção da torre) é uma ameaça ao poder da religião, razão pela qual, ao longo da história, ela tudo fez para desviar o povo de qualquer outra fonte de verdade.


















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