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terça-feira, 27 de outubro de 2020

MEDIUNS; DINAMICA DA MEDIUNIDADE, EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR



 


(Comentário de uma leitora) Tenho uma empregada que, há muitos anos, trabalha em minha casa. É pessoa de confiança, mas muito revoltada e infeliz. Não comigo, ela é revoltada com a vida. Ela tem três filhos, dois bem pequenos, e sofre muito com o marido que é viciado em bebida, trata mal, ela e as crianças.  Comparando a minha vida, a de minha família, com a vida dela, sinto que estou no céu e ela no inferno, porque frequentemente ela chega muito contrariada e parece que nem quer voltar pra casa. Converso às vezes com ela, tentando orientá-la e acalmá-la, para ter mais fé em Deus, mas acho que ela nem presta atenção no que falo, não se resolve e nem quer separar do marido. Enfim, é uma pessoa que sofre, vive amargurada e sem saber por que. Fico pensando como existem milhares de pessoas que não saem do lugar e nem sabem porque estão sofrendo... 

 A sua preocupação é válida. Nós, seres humanos, neste estágio evolutivo em que nos encontramos, ainda  somos muito complicados, mas uns são bem mais complicados do que outros. Por isso, não é fácil para os mais esclarecidos compreender algumas pessoas, principalmente aquelas que precisam de ajuda, mas não se deixam ajudar. Ainda há muita gente que desistiu de lutar pela vida. Não sabemos, na verdade, o que existe por trás do drama dessa senhora que trabalha na sua casa. Devem haver  motivos ocultos que a impedem de agir, preferindo aceitar o sofrimento a reagir contra ele.

  Por outro lado, sabemos que o sofrimento nos ensina muito. Aliás, é o que mais nos ensina. Mas é preciso saber sofrer. N’O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, de Allan Kardec, há um texto muito interessante a respeito, cujo título é este: “Bem sofrer, mal sofrer”. Do sofrimento ninguém se esquiva nesta vida, qualquer que seja a nossa condição, por causa do atraso moral da humanidade, ainda muito comprometida com o orgulho e com o egoísmo. Mas podemos sofrer o menos possível, podemos aliviar a nossa carga de sofrimento, procurando saber por que sofremos e aprendendo com isso.

 Resignar-se diante do sofrimento não é se entregar a ele, ensina o Espiritismo. Mas é saber avaliar o que podemos fazer para nos ajudar melhor às nossas necessidades, sem prejudicar os outros. Resignar-se, portanto, é aceitar o que não pode ser mudado ( a morte, por exemplo), mas é também saber discernir o que podemos e o que não podemos mudar. Nisso entra a ação da fé, e essa fé será tanto mais eficaz quanto mais ampla a nossa compreensão sobre as Leis da Vida, que são as Leis de Deus.

 Com certeza, não nascemos para uma vida fácil – até porque, na condição de aprendiz, a vida não teria sentido se não tivéssemos problemas a resolver e nem obstáculos a superar. O paraíso é um mito, até porque ninguém conseguiria ser feliz onde não houvesse nenhum obstáculo a vencer e nenhuma meta a alcançar.  Uma escola só é boa se ensinar e, para ensinar, ela precisa estimular os alunos a agir, principalmente a resolver problemas. A realização do aprendiz é obter o diploma e reconhecer sua competência.

 A Terra é uma escola, como diz a poetisa Carmen Cinira, através do médium Chico Xavier. Mas nós, que somos alunos, precisamos descobrir isso. Enquanto não tomarmos consciência de que estamos neste mundo para aprender, a carga de sofrimento será muito pesada para nós No mais, cara ouvinte, precisamos entender que as pessoas se fecham no seu mundo pelos mais variados motivos. Às vezes, elas estão aguardando uma oportunidade para despertar, mas ainda não amadureceram para isso. De outras, o sentimento de culpa, que podem provir desta ou de outras encarnações, é demasiado severo e as deixam petrificadas diante do mal que as atormenta. Orgulho e revolta podem inibir e emudecer as pessoas. E, quando achamos que tudo que podíamos fazer por elas já fizemos, resta-nos confiar em Deus e orar. 















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