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sábado, 6 de setembro de 2025

PONTO DE PARTIDA, POIS, NÃO EXISTEM MILAGRES; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 -“Seria conhecer bem pouco os homens, pensar que uma causa qualquer pudesse transformá-los por encanto. As ideias se modificam pouco a pouco, com os indivíduos, e são necessárias gerações para que se apaguem completamente os traços dos velhos hábitos. A transformação, portanto, não pode operar-se a não ser com o tempo, gradualmente, pouco a pouco. Em cada geração uma parte do véu se dissipa”, responderam os Espíritos a Allan Kardec quando questionados (pergunta 800) sobre a possibilidade, por exemplo, do Espiritismo “vencer a indiferença dos homens e seu apego às coisas materiais”. Vivia-se apenas metade do século 19 e o materialismo já se constituía no grande obstáculo ao progresso da paz e da felicidade na sociedade humana. Sua destruição, aliada à destruição dos preconceitos de seita, de casta e de cor, conduziriam naturalmente os homens à grande solidariedade que os deve unir como irmãos. Ponderando que “nem o próprio Cristo convenceu seus contemporâneos com os prodígios que realizou”, apontaram a razão, a lógica, como o meio através do qual as mudanças se operariam. O próprio Jesus disse ser necessário “a ocorrência do escândalo” para - quem sabe - sair-se da inércia, da acomodação, da zona de conforto, em que parcela menor da sociedade se mantem.  Porque a maioria sofre apenas os efeitos do descaso dos egoístas e orgulhosos. Necessário, porém, dar o primeiro passo. Inteligências astutas e dissimuladas, em nome de ideologias pessoais, certamente estudam o movimento das massas no sentido de encontrar a melhor forma de manobrá-las na direção de conhecidos interesses. Provavelmente vençam mais uma vez.  A Educação Moral não é nem cogitada por aqueles cujos gritos acordam os letárgicos, liderando-os não se sabe em que direção. Em comentário à questão 685 d’O LIVRO DOS ESPÍRITOS, Kardec escreve: -“ Quando se pensa na massa de indivíduos diariamente lançados na corrente da população, sem princípios, em freios, entregues aos próprios instintos, deve-se admirar das consequências desastrosas desse fato?”. Linhas antes, ele ponderara: “Não basta dizer ao homem que ele deve trabalhar., é necessário também que o que vive do seu trabalho encontre ocupação, e isso nem sempre acontece. Quando a falta de trabalho se generaliza, toma as proporções de um flagelo, como a escassez. A ciência econômica procura o remédio no equilíbrio entre a produção e o consumo, mas esse equilíbrio, supondo-se que seja possível, sofrerá intermitências e durante essas fases o trabalhador tem necessidade de viver. Há um elemento que não se ponderou bastante, e sem o qual a ciência econômica não passa de teoria: a educação. Não a educação intelectual, mas a moral, e nem ainda a educação moral pelos livros, mas a que consiste na arte de formar caracteres, aquela que cria hábitos, porque educação é conjunto de hábitos adquiridos”. Concluindo suas ilações, Kardec diz: “-Quando essa arte for conhecida, compreendida e praticada, o homem seguirá no mundo os hábitos de ordem e previdência para si e para os seus, de respeito pelo que é respeitável, hábitos que lhe permitirão atravessar de maneira menos penosa os maus dias inevitáveis. A desordem e a imprevidência são duas chagas que somente uma educação bem compreendida pode curar. Nisso está o ponto de partida, o elemento real do bem estar, a garantia da segurança de todos”. Como se vê não é tarefa de um governante durante seu mandato, nem de uma geração. Resultados a médio e longo prazo. Será que o imediatismo derivado da ambição permitirá  que se trabalhe para o futuro, no agora?


  

 Ultimamente temos visto muitos acidentes aéreos e rodoviários, causando muitas vítimas, muitas delas fatais. Pergunto: as causas desses acidentes, em grande parte, se devem a erro humano. Como podemos justificar que as vítimas estão pagando por erros do passado? Deus fez com que esses acidentes acontecessem para essas pessoas morrerem? Como funciona a justiça divina nesses casos?

As mortes por acidentes sempre existiram na história humana, desde o homem primitivo. A diferença é que, nos primórdios da humanidade, os acidentes eram de pequena dimensão, a maioria por causas naturais, até porque não havia máquinas.

Como advento da máquina, que tem um grande potencial de destruição, os acidentes foram produzindo resultados mais catastróficos, embora não devamos esquecer que é a natureza que ainda tem maior potencial de destruição em termos de quantidade de vítimas, como no caso dos terremotos e dos tsunamis.

Temos aprendido com o Espiritismo, no entanto, que nada acontece por acaso e, portanto, mesmo os acidentes no ar, no mar ou nas estradas podem se dever a causas humanas e aos defeitos das máquinas, causando mortos e feridos, mas no fundo sempre há causas de ordem espiritual.

Nada que ocorre no universo está fora das leis universais, que são as leis de Deus, mesmo o que se refere ao destino humano.

Ora, se o ser humano for mais responsável e estiver mais atento a condições que possam provocar vítimas, os acidentes por causa humana evidentemente serão em menor proporção, mas os flagelos de ordem natural continuarão a acontecer.

Isso realmente vai acontecer quando a humanidade alcançar um nível mais elevado de consciência moral, quando estiver mais atenta aos cuidados que deve ter com o meio ambiente, inclusive para evitar surpreendentes reviravoltas climáticas, que não acabam causando tantas calamidades.

Na verdade, se considerarmos que o mundo é um grande navio, podemos afirmar que o homem é seu comandante e, assim sendo, responsável por muitos acidentes que acontecem.

A evolução moral da humanidade só vai ajudar a humanidade e poupar muitas dores, pois é o próprio homem quem provoca os maiores problemas que acontecem no cenário do mundo.

Aliás, só existem provas e expiações porque o ser humano ainda não sabe se conduzir na vida como deveria e, por isso, geralmente traz do passado uma série de culpas que redundam em desastres e calamidades.

Deus, nosso Pai de amor e misericórdia, como Jesus ensinou, deu-nos inteira liberdade de agir, mas estabeleceu suas leis que regulam a vida. Desse modo, o sofrimento resultante dos acidentes em geral decorre de nossa irresponsabilidade diante de nós mesmos e dos outros.

 

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