Obviamente o pesquisador Allan Kardec e o Psiquiatra Brian Weiss não se conheceram, pois, um século separa a passagem dos dois por nossa Dimensão. O segundo, por sinal nem dá sinais de ter tido conhecimento sobre as conclusões do primeiro. Todavia, as experiências acidentalmente iniciadas pelo Dr Weiss no início dos anos 80, confirmam a precisão das informações preservadas em escritos de Allan Kardec. No livro A CURA ATRAVÉS DA TERAPIA DE VIDAS PASSADAS (editora salamandra), publicado em 1996, dezesseis anos após ter iniciado suas reveladoras experiências, diversos pontos relevantes e coincidentes são apresentados. No sentido de confirmar o acerto de nossa percepção, destacamos apenas três: 1- “Das experiências que alguns de meus pacientes tem no estado de “entrevida”, passei a acreditar que é antes do nascimento que escolhemos a família de cada existência. Escolhemos viver os padrões de comportamento melhor propiciarão nosso crescimento, com as almas que reproduzirão situações de aprendizagem. Com frequência, são almas que conhecemos e com quem interagimos de muitas maneiras em outras existências”. 2- “...aprenderam que a morte não é absoluta. Esse conhecimento é sem dúvida o grande curador. O ente querido não se perdeu. Após a morte, permanece uma ligação com aquela pessoa. Quem passa por essa experiência ou conhecimento aprende que a morte é menos um fim do que uma transição”. 3- “Com frequência a alma retorna para uma nova existência com os mesmos talentos e capacidades de uma vida anterior. Às vezes, as pessoas descobrem até talentos desconhecidos na vida atual após recordarem a existência desses talentos em existência anteriores”.
Allan Kardec em comentário à resposta de um Espírito no livro
OBRAS PÓSTUMAS, afirma que “frequentemente,
renascem na mesma família, ou pelo menos os membros de uma mesma família
renascem juntos para nela constituírem uma nova, numa outra posição social, a
fim de estreitarem os seus laços de afeição, ou repararem os seus erros recíprocos.
Pelas mesmas considerações de uma ordem mais geral, frequentemente, se renasce
no mesmo meio, na mesma nação, na mesma raça, seja por simpatia, seja para
continuar, com os elementos já elaborados, os estudos que se fizeram, se
aperfeiçoar, prosseguir os trabalhos começados, que a brevidade da vida, ou as
circunstâncias, não permitiram terminar. Essa reencarnação no mesmo meio é a
causa do caráter distintivo de povos e raças; tudo melhorando, os indivíduos
conservam a nuança primitiva, até que o progresso os haja transformado
completamente”. Embora possa parecer sermos apologistas da técnica
conhecida como regressão a vidas passadas, na verdade, acreditarmos ser
ela – nas mãos de pessoas habilitadas – se constitui num dos mais fortes
instrumentos de confirmação da veracidade da reencarnação. Como Allan
Kardec escreveu na REVISTA
ESPÍRITA de janeiro de 1863, “trabalhamos para dar fé aos que em nada
creem; para espalhar uma crença que os torna melhores que os outros, que lhes
ensina a perdoar aos inimigos, a se olharem como irmão, sem distinção de raça,
casta, seita, cor, opinião pública ou religiosa; numa palavra, uma crença que
faz nascer o verdadeiro sentimento de caridade, fraternidade e deveres sociais”.
Afinal, como percebeu o Dr. Weiss, “é por meio dos relacionamentos
que aprendemos a expressar e receber amor, perdoar, ajudar e servir”.
Um ouvinte pergunta: “Por que Allan Kardec afirma
que o Espiritismo não é da alçada da Ciência”?
Antes de responder
propriamente à pergunta, precisamos dizer ao nosso ouvinte que, na época de
Kardec, somente as ciências da natureza – como a Física, a Química e a Biologia
– eram consideradas ciências, por serem experimentais e poderem proclamar a
verdade a partir de pesquisas em laboratório.
Ainda não haviam integrado o rol das ciências a Psicologia, a
Sociologia e a História, por exemplo, havendo uma forte resistência, portanto, quanto
à formação de um grupo que hoje classificamos como Ciências Humanas.
Logo é preciso considerar que o conceito de ciência mudou de
Kardec para cá, de modo que, diante da Ciência o Espiritismo, hoje, pode ser
visto de outro ângulo.
É claro que existiam
os fenômenos de efeitos físicos – como a produção de movimentos de objetos, materialização,
por exemplo – e nesse sentido a pesquisa espírita podia ser comparada aos
estudos das ciências naturais.
Mesmo assim, Kardec
considerava que os estudos espíritas precisam ser considerados a partir de uma
nova postura e com outra metodologia.
“As ciências vulgares – afirma Kardec – repousam sobre as propriedades da matéria que se pode experimentar e
manipular à vontade; os fenômenos espíritas repousam sobre a ação de
inteligências que tem sua própria vontade e nos mostram a cada instante,
portanto, que elas não estão à disposição de nossos caprichos”.
E continua: “ A Ciência, propriamente dita, como
ciência, é incompetente para se pronunciar na questão do Espiritismo; não tem
que se ocupar com isso e seu julgamento, qualquer que seja, favorável ou não,
não poderia ter importância”.
Mais adiante, ele
completa questionando: “O anatomista,
dissecando o corpo humano, procura a alma e porque não a encontra com o seu
bisturi, como se encontrasse um nervo, e porque não a vê fugir como um gás,
conclui que ela não existe. Segue-se daí que ele esteja com a verdade contra a
opinião universal? Não. Vedes, portanto, que o Espiritismo não é da alçada da
Ciência”
Devemos considerar
ainda que Allan Kardec estava mais interessado nos fenômenos de efeitos
inteligentes, como ele mesmo afirmou em várias ocasiões e, nesse sentido, trabalhar
apenas com informações ainda não integrava a metodologia científica.


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